Os Estados Unidos vão incluir Cuba na lista de países que "não cooperam totalmente" com os americanos na luta contra o terrorismo, proibindo nomeadamente a venda de armas para a ilha, anunciou hoje o Departamento de Estado.
É a primeira vez que Cuba aparece nessa lista desde 2015, quando o então Presidente dos EUA, Barack Obama, retirou a ilha da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, no contexto do processo bilateral reatamento de relações.
A medida agora anunciada "proíbe a venda ou licença de exportação de bens e serviços de defesa e notifica o público e a comunidade internacional de que esses países não estão a cooperar totalmente com os esforços antiterroristas dos EUA", explicou o Departamento de Estado em comunicado.
O anúncio surge num momento de fortes tensões entre os Estados Unidos e Cuba e afeta ainda países como a Venezuela, Irão, Síria e Coreia do Norte.
Os Estados Unidos justificam esta decisão com a presença na ilha de membros da guerrilha colombiana do Exército de Libertação Nacional (ELN), que viajaram para negociações de paz e "ainda estavam em Cuba em 2019", indica a nota.
"Citando protocolos de negociação de paz, Cuba rejeitou o pedido da Colômbia de extraditar dez líderes do ELN que vivem em Havana depois que o grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque de 2019 a uma academia de polícia em Bogotá, que matou 22 pessoas e feriu mais de 60 ", afirmou o Departamento de Estado.
A nota também indica que Cuba "concede refúgio a vários fugitivos da Justiça (EUA) por acusações de violência política" e dá o exemplo de Joanne Chesimard, incluído na lista dos terroristas mais procurados pelo FBI por ter assassinado um agente do Estado de Nova Jersey, em 1973.
No caso da Venezuela, o Departamento de Estado afirma que o governo do Presidente Nicolás Maduro - ele próprio acusado de tráfico de drogas pelos Estados Unidos - oferece "um ambiente permissivo para terroristas na região", incluindo ex-membros das guerrilhas desmobilizadas.
Por LUSA
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