Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau.
Liliana Henriques / RFI
Depois das eleições legislativas de domingo em que mais de 761 mil eleitores foram chamados às urnas para escolher entre os candidatos de 21 partidos quem vai ocupar os 102 assentos que conta a Assembleia Nacional Popular, eleições cujo civismo e clima de tranquilidade têm sido até agora unanimemente saudados tanto pela CNE como pelos observadores internacionais, começam a surgir sinais de grande expectativa.
Ontem, durante o dia, alguns partidos começaram a tomar posicionamentos públicos. O antigo chefe do governo Baciro Djà, líder da Frente Patriótica de Salvação Nacional, assumiu a derrota e felicitou os vencedores das eleições.
No final da tarde, foi a vez do PAIGC, partido mais votado em 2014, de tomar a palavra. Em conferência de imprensa, ao justificar a convocação desta comunicação pela necessidade de desmentir informações que têm estado a circular, o porta-voz desta formação vincou não pretender “substituir-se à Comissão Nacional de Eleições". Sem entrar em detalhes, João Bernardo Vieira referiu ainda que o PAIGC estava em posição “confortável” para governar e apelou os militantes a aguardar na tranquilidade pelos resultados provisórios oficiais.
Pouco depois, o Madem também se expressou. Falando em nome do partido, Marciano Silva Barbeiro, coordenador da campanha eleitoral do Madem, apelou igualmente os guineenses a “manterem a calma e serenidade” e referiu que de acordo com os dados na posse desta formação “nenhum partido obteve maioria absoluta” e que “o Madem está em condições de participar na governação do país ao longo dos próximos 4 anos”.
Esta manhã, o PRS fez igualmente uma comunicação reagindo ao que qualificou de “infeliz declaração do PAIGC”. Ao acusar esta formação de “não respeitar as competências da CNE“, Victor Pereira, porta-voz do PRS, afirmou que ”pelas informações que todos os partidos têm (…) nenhum dos partidos atingiu, sequer, a barra dos 40 deputados”. Ao contestar “a informação de maioria folgada que o PAIGC sustenta”, Victor Pereira também convidou todos a aguardarem pelos resultados provisórios.
De referir que ainda nesta segunda-feira, na sua última comunicação, a CNE exortou a comunidade nacional, internacional e especialmente os partidos concorrentes nesGFtas eleições a se absterem de veicular dados relativos às eleições, recordando que a divulgação dos resultados eleitorais é da competência exclusiva da Comissão Nacional de Eleições.
Ainda de acordo com a porta-voz da CNE, Felizberta Moura Vaz, os resultados provisórios destas eleições deveriam ser conhecidos a partir desta Quarta-feira, em cumprimento do prazo legal mínimo de três dias a seguir ao escrutínio.
Nesta terça-feira a CPLP, Comunidade dos países de língua portuguesa, e a União Africana fizeram o balanço das respectivas missões de observação eleitoral.
Rafael Branco, antigo primeiro-ministro são-tomense, chefiou a missão da organização panafricana, ele admitiu que o escrutínio decorreu em ambiente de paz tendo sido "livres e transparentes".
Por seu lado a comunidade lusófona, por intermédio de Luiz Vilarinho Pedroso, que chefiou a respectiva equipa de observação eleitoral, embaixador do Brasil em Addis Abeba, na Etiópia, elogiou a forma como o processo eleitoral foi conduzido.
RFI
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