segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Baciro Djá diz que foi demitido de PM na Guiné-Bissau por pressões de Portugal

O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau Baciro Djá disse hoje que foi demitido do cargo de chefe de governo, funções que ocupou em 2015 e 2016, por pressões de Portugal, sobre o Presidente guineense, José Mário Vaz.


Num comício na aldeia de K3, no centro da Guiné-Bissau, Djá, de 45 anos, afirmou que José Mário Vaz recebeu pressões de vários chefes de Estado para o tirar da chefia do Governo, nomeadamente por parte de Portugal que não gostou do facto de ter substituído Domingos Simões Pereira, disse.

"Vão dizer ao Jomav que sei que ele me tirou do cargo de primeiro-ministro porque recebeu pressões de alguns chefes de Estado, sobretudo de Portugal", defendeu Baciro Djá, referindo-se ao diminutivo pelo qual é também conhecido o Presidente do país.

Baciro Djá, agora líder da Frente Patriótica de Salvação Nacional (Frepasna), foi primeiro-ministro entre 20 de agosto a 17 de setembro de 2015, e mais tarde, entre 27 de maio a 18 de novembro de 2016.

Expressando-se em crioulo, o antigo primeiro-ministro guineense explicou aos presentes no comício que José Mário Vaz o teria inquirido uma vez sobre os motivos pelos quais alguns dirigentes de Portugal não gostavam dele (Baciro Djá), ao ponto de pedir a sua exoneração.

Baciro Djá disse também que Domingos Simões Pereira foi condecorado por Portugal e "quando assim é esse país não gosta de ver cair a pessoa".

Para o líder da Frepasna, Domingos Simões Pereira "é um agente português na Guiné-Bissau".

"Disse ao Presidente que os fascistas portugueses nunca me vão perdoar", acrescentou Djá para sublinhar não ser contra o Governo e o povo portugueses, mas sim contra os neocolonialistas que também disse existirem na Guiné-Bissau.

Baciro Djá defendeu ainda ter indicações de que "muitos interesses" se conjugaram para exigir a sua saída da chefia do Governo guineense.

"Há países que não ficaram contentes quando ameacei retirar licenças de pesca a 18 navios que pescam nas nossas águas, mas que descarregam o pescado no Senegal", afirmou Djá, realçando ter consciência de que algum país não ficou contente com aquela ameaça.

O líder da Frepasna disse que o seu partido está pronto para ir às eleições, agora, em dezembro, em janeiro ou no início de fevereiro, mas que não ia aceitar para além daquela data.

MB // PJA

Lusa/Fim

1 comentário:

  1. OYÉ, ESTE TIPO DO SO BACIRO…

    Oyé, oyé, este tipo do So Baciro Djá, não tem juízo. Nada. Pois senão vejamos.

    Foi proposto e nomeado (empossado) inconstitucionalmente no posto do Primeiro-Ministro (pela 2ª vez nesta presente IX Legislatura), no dia 26 de Maio de 2016.

    Vangloriando-se na altura, ele e seu mentor So Presi, Dr. JOMAV, que se tinha encontrado uma solução que ia “garantir uma estabilidade governativa até ao fim desta [IX] Legislatura”.

    Mas logo de seguida, o seu pedido do agendamento do Programa de Governo e Orçamento Geral de Estado para o debate e aprovação na ANP não passou. Foi chumbado no dia 31 de Agosto de 2016 pela Comissão Permanente desta instituição. Por 8 votos contra, do PAIGC, contra, 6 votos em favor, do PRS (outro mentor), de um total dos 14 Deputados sobre 15 então presentes na Sessão.

    Perdeu mais tarde a providência cautelar requerida por ele mesmo junto do STJ contra a ANP a propósito desta votação, com a decisão do Acórdão nº 02/2016 desta Instancia Jurídica Superior do país, do dia 16 de Setembro de 2016.

    Veio assim governar no vazio. Porque o período de governação dos 60 dias sem Programa e Orçamento Geral de Estado, segundo a Constituição, já se tinha antes expirado no dia 01 de Agosto de 2016. Caia por isso, com essa decisão do Acórdão do dia 16 de Setembro, definitivamente sem mais jeito de salvação nenhuma, na ilegalidade total e absoluta. Devendo então, tão logo, de ter que se demitir.

    Mas não, não foi nada. Ao contrário e não obstante isso, continuou a governar nas calmas, totalizando em todo 166 dias (ou seja, 5 meses e 16 dias) sem mais e sem menos; a governar o país inteiro, até a sua demissão no dia 15 de Dezembro de 2016.

    Portanto, após um período de governação, sem Programa e Orçamento Geral de Estado nenhuns. Ou seja, após ter continuado a governar o país a seu bel-prazer durante 106 dias (03 meses e 16 dias). Pois, na situação de uma ilegalidade total e absoluta. Estes 106 dias, a contar da data da expiração dos 60 dias de graça admitidos constitucionalmente. Só após isso é que veio ser demitido. Não é que se demitiu, veio ser demitido.

    E com tudo isso, ainda tem este tipo do So Baciro, a coragem, de vir ao público a contar essas histórias, ao ponto de até ousar ir acusar países terceiros terem interferido e sido a causa principal da sua demissão. O tipo não tem juízo pa. Não tem consciência nenhuma de tonto mal assim causado ao país, à Democracia e tudo mais. Caraterizando-se assim por uma irresponsabilidade total e ao extremo, em como político. Não presta por isso, e consequentemente, para nada, em como político. Por não ter juízo nenhum, pelo menos, em “coisas” da política.

    É tudo. Mais nada. Não tenho outras palavras.

    Obrigado.
    Pela honestidade intelectual, infalível...
    Por uma Guiné-Bissau de Homem Novo (Mulheres e Homens), íntegro, idôneo e, pensador com a sua própria cabeça. Incorruptível!
    Que reine o bom senso.
    Amizade.
    A. Keita

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