quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Primeiro-ministro guineense disse que enquanto data das legislativas for mantida vai trabalhar para as concretizar

As eleições legislativas na Guiné-Bissau estão previstas para 18 de novembro.


O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, disse na quarta-feira que enquanto a data das eleições legislativas no país, previstas para 18 de novembro, for mantida vai continuar a trabalhar para as concretizar.

“Enquanto a data for mantida, vou trabalhar com o meu Governo” para que as eleições se realizem, afirmou aos jornalistas no final de um encontro de cinco horas na Presidência guineense, em Bissau, com mais de 30 partidos políticos sem assento parlamentar.

No encontro, os partidos políticos sem assento parlamentar pediram ao chefe de Estado, José Mário Vaz, para adiar as eleições legislativas, por causa, essencialmente, do recenseamento eleitoral. “Mantenho-me nos limites da minha missão. Eu recebi um mandato para organizar eleições para 18 de novembro. A realidade é que dirá”, disse Aristides Gomes.

Sobre as críticas feitas pelos partidos políticos sem assento parlamentar, que querem ser mais envolvidos no processo eleitoral, o primeiro-ministro afirmou que está a trabalhar no quadro jurídico que foi acordado na cimeira de Lomé, em abril.

“Aqueles que assinaram os acordos se acharem que deve ser extensivo aos partidos políticos sem assento parlamentar, não tenho problema nenhum. Não tenho problemas em dialogar seja com quem for”, salientou.

O Presidente José Mário Vaz marcou em abril as eleições legislativas para 18 de novembro, na sequência de uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para ultrapassar o impasse político que se vivia no país desde 2015 e que incluiu também a nomeação de Aristides Gomes primeiro-ministro do país, bem como a reabertura do parlamento.

O processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau tem provocado fortes críticas dos partidos sem assento parlamentar e da sociedade civil, que têm pedido que as legislativas sejam adiadas. Em causa está, essencialmente, o recenseamento eleitoral que não decorreu entre 23 de agosto e 23 de setembro, como previsto, devido a atrasos na chegada dos equipamentos para recenseamento biométrico dos eleitores e do financiamento prometido pela comunidade internacional. O recenseamento começou em 20 de setembro e deve terminar em 20 de outubro.

Segundo a ministra da Administração Territorial, Ester Fernandes, até terça-feira tinham sido recenseados mais de 30.000 eleitores num universo de 900 mil, como previsto pela Comissão Nacional de Eleições.

O Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral está a fazer o registo de eleitores em todo o território nacional com apenas 150 ‘kits’ doados pela Nigéria, que deverá fazer chegar ao país nos próximos dias mais de 200.

observador.pt

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