O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, chegou, esta sexta-feira, a Bissau, onde o esperam centenas de pessoas. O antigo primeiro-ministro regressa ao país após cinco meses de ausência e a dois meses das eleições legislativas de 18 de Novembro.
À espera de Domingos Simões Pereira, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, estão centenas de pessoas.
Esta quinta-feira, na sua conta Facebook, Domingos Simões Pereira escreveu “Obrigado Povo da Guiné-Bissau! Dia 7 voltaremos a estar juntos! Juntos na luta! Viva o Povo Guineense!”.
Também na sua página Facebook, o antigo primeiro-ministro - que foi afastado do poder, em 2015, pelo presidente José Mário Vaz – publicou uma entrevista ao jornal “O Democrata” na qual considera que “o governo deve preocupar-se em realizar as eleições” e explica a sua ausência prolongada do país.
“Primeiro, porque concluí que, a partir do momento em que se formou o executivo, devíamos dar espaço para a sua estruturação e funcionamento, com nenhuma ou o mínimo de interferência, tendo em conta a sua natureza e carácter. Eu não quis que a minha presença, de alguma forma, pudesse comprometer à vontade dos ministros designados pelo PAIGC. Portanto, foi uma escolha pessoal. Já o havia prometido a mim mesmo e publicamente, tendo em conta todo o imbróglio que tem sido criado a volta da governação e de todo o processo político. Várias vezes disse que se houvesse um entendimento para a viabilização do governo, eu estaria afastado dessa dinâmica, sem deixar de assumir a responsabilidade enquanto (dirigente) de um partido político integrante dessa solução”, afirmou.
Domingos Simões Pereira explicou, também, que teve “uma intervenção cirúrgica a um olho” e que aproveitou o tempo fora para desenvolver o seu projecto de tese para o programa de doutoramento que suspendeu em 2012 e “que nunca teve tempo de resolver”.
O líder do PAIGC disse, ainda que preencheu o tempo “principalmente em profunda reflexão e estudos sobre programas para a estabilidade da Guiné-Bissau e o seu desenvolvimento”. Em Agosto, começou a sua “plena preparação da ‘rentrée’ política, através de contactos com a diáspora”.
Simões Pereira acrescentou que não recebeu nenhuma notificação do Ministério Público contra ele. “Neste momento em que estamos a falar, não conheço nenhum processo que tenha sido movido pelo Ministério Público. Não há nada contra mim. Eu vou regressar ao meu país, portanto não temo rigorosamente nada. Fazem-se ameaças em tons agressivos. Têm sido veiculados por entidades que tinham obrigações de garantir a segurança e justiça a todos os cidadãos, porque protegidos pela lei e que, em caso de necessidade têm condições para demostrar a sua inocência. Infelizmente, não é o caso, mas vindo de que vem, eu não quero fazer qualquer tipo de comentário.”
Por RFI
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