Funcionários da cooperação portuguesa na Guiné-Bissau participaram hoje numa campanha de recolha voluntária de sangue para hospitais e clínicas de Bissau, uma iniciativa considerada "nobre e importante" pelo presidente da associação de dadores de sangue, Gentil da Silva.
Foto: António Cotrim
Até ao meio da tarde, tinham sido recolhidas cerca de 12 bolsas de sangue, que foram entregues ao hospital Simão Mendes, principal unidade médica da Guiné-Bissau.
A meta é atingir, pelo menos, 50 bolsas de sangue, indicou Gentil da Silva.
O centro cultural português de Bissau (CCP), que funciona ao lado do consulado e embaixadas lusas, que normalmente recebe conferências e iniciativas culturais, era hoje uma espécie de clínica com enfermeiros, aparelhos médicos e várias pessoas a darem assistência aos dadores voluntários que iam chegando para dar sangue.
Mesmo com uma intensa chuva que caiu sobre Bissau, às 08:00 (09:00 em Lisboa) alguns dadores já se encontravam no local prontos para dar sangue, mas sem antes serem submetidos a testes rápidos ao sangue, pesados e analisados a pressão arterial.
A Lusa constatou que responderam ao apelo cidadãos guineenses e estrangeiros.
Paula Costa, da cooperação portuguesa, disse à Lusa que a iniciativa "é uma resposta prática" ao pedido de apoio da associação guineense de dadores voluntários de sangue, que se vê em dificuldades para angariar mais associados.
Juntaram-se à inédita iniciativa que a cooperação portuguesa tem publicitado nas rádios de Bissau e nas redes sociais, o gabinete de utentes e diversos técnicos do Simão Mendes, a AIDA (uma ONG espanhola), o instituto Marques Vale Flôr e a União Europeia.
A margem da recolha de sangue vai ter lugar ainda hoje no CPP uma palestra sobre a importância da dádiva voluntaria de sangue, indicou Paula Costa, "para mostrar as pessoas que o gesto é importante, ao passo que vender sangue é crime", frisou.
O presidente da associação guineense de dadores voluntários de sangue disse que não tem palavras para agradecer a resposta da cooperação portuguesa, dada aflição que tem sido para sua organização arranjar dadores.
Segundo Gentil da Silva, só o hospital Simão Mendes recebe diariamente 20 pedidos de sangue, quando, só tem cinco dadores voluntários por dia.
A associação criada em 2005 e presidida por Gentil da Silva conta com 650 associados "mas são poucos os que aparecem para dar sangue", lamenta o responsável para lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda que um terço da população de cada país devia doar sangue.
Gentil da Silva adiantou que o sangue que vai ser recolhida na campanha patrocinada pela cooperação portuguesa servirá para atender as gravidas, crianças e idosos do Simão Mendes, centros de saúde e clínicas de Bissau.
Por Lusa
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