Caju (imagem de ilustração)
AFP
Desde o passado mês de Março, o debate em torno do caju está aceso, depois de o Presidente José Mário Vaz ter anunciado que o preço base da castanha está fixado a 1000 francos CFA por quilo. Apesar de promessas de compra, a campanha de comercialização já se iniciou, e não tem havido compradores.
O debate sobre a castanha do caju sobe de tom a cada dia que passa, desde que o Presidente José Mario Vaz anunciou, em Março passado, que o preço base da compra do produto ao agricultor será 1000 francos CFA por quilograma, cerca de 1,5 euro.
É que vários sectores que intervêm na comercialização daquele que é o principal produto agrícola e de exportação da Guiné-Bissau, já disseram que 1000 francos CFA o quilo não dá, e que não vão comprar.
O presidente da associação de exportadores, Mamadu Jamanca, diz que o preço do caju no agricultor é alto demais, e que os seus associados não tencionam comprar. Jamanca diz que a Guiné-Bissau é o país da sub-região com o preço mais alto.
Os compradores indianos, os principais exportadores do caju guineense, garantiram ao Presidente José Mario Vaz - com quem se reuniram - que vão comprar mesmo com o preço a mil francos o quilo. Os compradores da Mauritânia também prometeram ao Presidente que vão comprar.
O problema é que a campanha de comercialização está aberta desde o passado dia 24 de Março, mas até hoje o caju não está a ser comprado.
O presidente da associação dos agricultores, Jaime Gomes, disse esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que há pessoas a quererem sabotar o preço anunciado pelo Presidente José Mario Vaz.
O líder dos agricultores pede um entendimento rápido para que até o dia 20 deste mês o caju comece a ser comprado. Caso contrário, promete uma gigantesca manifestação de desagrado dos lavradores.
A Guiné-Bissau produz cerca de 200 mil toneladas do caju, e 80 por cento da população rural vive daquele produto.
RFI na Guiné Bissau
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