Mais de uma centena de pessoas provenientes de diferentes regiões do país marcharam ontem, 8 de abril 2018, com a estatueta de Amílcar Cabral (fundador da nacionalidades guineense e cabo-verdiana) e da “Nimba – Deusa de fraternidade” da etnia Nalu, com o propósito de apelar à paz, à reconciliação e à unidade entre os irmãos guineenses.
A marcha promovida pelo “Projeto do Fórum de Paz”, juntou onze grupos vindos de todas as regiões da Guiné-Bissau, incluindo do setor autónomo de Bissau. Marcha teve início na Praça dos Mártires de Pindjiguiti, os marchantes passaram pela avenida Amílcar Cabral, Rua Eduardo Mondlane, avenida Comandante Osvaldo Vieira, Av. Francisco Mendes e avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria.
Durante a marcha se ouviam as seguintes palavras de ordens pronunciadas em crioulo: “Wai-ó wai-ó, Cabral ka murri, waí; wai-ó fórum na pidi paz ku reconciliason”, entre outras. No percurso, a estatueta de ‘Cabral’ e ‘Nimba’ carregadas pelos jovens, saudaram pessoas em diferentes pontos. Resistou-se algumas paragens para cumprimentar alguns veteranos de guerra que habitam ao longo da Av. Francisco Mendes, designadamente, Carlos Correia, Francisco Bá (Tchico Bá) e na residência do Comandante Manuel Saturnino da Costa.
Segundo os organizadores, a iniciativa visa demostrar as pessoas que “Cabral não está morto” e com esse slogan apelar à paz e reconciliação do povo guineense. Adiantaram ainda que foram buscar a Nimba [irã, um ser super natural. Deusa de fraternidade) no Chão dos Nalus, como a mãe para amparar o povo guineense sem a distinção de cor, raça e nem da religião.
A marcha terminou na Universidade Amílcar Cabral, onde os elementos do fórum provenientes do interior foram hospedados nas diferentes salas de aulas. Está previsto para amanhã, o início da Assembleia-Geral destes ativistas construtores da paz para debater os planos e as estratégias a adotar para mediação do conflito.
No fim da marcha, o Coordenador do Projeto Fórum de Paz, José Carlos Lopes Correia, disse a’O Democrata que a caminhada protagonizada pela sua organização, representa sonho para a efetivação de uma paz definitiva na Guiné-Bissau.
“Entendemos que através desta caminhada, conseguimos deixar alguma mensagem importante para todos os filhos desta terra e particularmente para os responsáveis das instituições da República e os dirigentes políticos bem como para os chefes religiosos em como é chegado altura de pautarmos pela paz e estabilidade da nossa terra”, espelhou.
Assegurou que os guineenses chegaram à conclusão que só com a paz e a estabilidade é que se pode trabalhar para o desenvolvimento da Guiné-Bissau. Acrescentou ainda que a marcha visa igualmente fazer com que as pessoas recordem os ideais do fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana, Amílcar Cabral.
“Os ideais do Amílcar Cabral era de unir todos os guineenses e sem a distinção de cor e nem da religião, mas sim em torno da luta pela Independência do país. E hoje fomos buscar as figuras de Cabral e da Nimba (Mama Guiné) para unir e reconciliar os cidadãos guineenses”, notou o ativista.
Por: Assana Sambú/Celeste Djata
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