O coordenador do grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, Braima Camará afirmou hoje que Augusto Olivais nunca será nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau e que o Acordo de Conacri já não existe com a realização do nono Congresso do PAIGC.
Num discurso que encerrou a marcha pacífica para repudiar as sanções decretadas pela CEDEAO contra 19 personalidades, Braima Camará considera a medida da organização sub-regional de ser encomenda pelo presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira contra "verdadeiros defensores dos valores da soberania" da Guiné-Bissau.
"As sanções foram encomendas pelo presidente do PAIGC, camarada Domingos Simões Pereira. A lista foi elaborada em Bissau e enviada para os seus parceiros no exterior. As sanções são mentiras", disse Braima Camará.
Sobre o cumprimento do Acordo de Conacri, Camará entende que o Acordo ficou sem efeitos com a realização do Congresso do PAIGC e que jamais Augusto Olivais será nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau, no âmbito do mesmo acordo.
Perante milhares de apoiantes que se juntaram perto da sede principal da CEDEAO em Bissau, no protesto em que acusam os líderes da CEDEAO de serem parciais e injustas, Camará pede ao Presidente da República que convoque eleições legislativas para ver quem realmente tem o povo do seu lado.
A CEDEAO divulgou no passado dia 07 uma lista de 19 personalidades guineenses, entre as quais atuais governantes, deputados, magistrados e o filho do Presidente do país, como sendo pessoas que estariam a "obstaculizar a aplicação do Acordo de Conacri" e ainda a dificultar o normal funcionamento das instituições democráticas.
O Acordo de Conacri é um instrumento patrocinado pela CEDEAO como fórmula para acabar com o impasse político na Guiné-Bissau, que persiste há já três anos.
Por Braima Darame
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