O presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, denunciou no início desta noite existência de um plano orquestrado para insultar o presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e ele, enquanto presidente do parlamento.
Cassamá falava à imprensa, depois de uma reunião do Conselho de Estado que decorreu no Palácio da República, convocada para analisar a persistente crise política e parlamentar que assola o país. O encontro convocado pelo Chefe de Estado José Mário Vaz, surgiu na sequência da decisão da Comissão Permanente do parlamento que chumbou recentemente a proposta de agendamento, para análise em sessão plenária, do programa do governo liderado por Úmaro Sissoco Embaló.
Perante os jornalistas, Cipriano Cassamá explicou que ele e lider do PAIGC surpreendentemente foram confrontados com insultos.
“Foi uma máquina muito bem orquestrada para nos insultar, mas mesmo assim, enquanto presidente da Assembleia Nacional Popular, vimos que era necessário entregar ao Presidente da República um documento sobre a solução da crise. Todo o mundo entendia que a reunião convocada por José Mário Vaz, era para procurar uma possível saída da crise e, infelizmente, isso não chegou de acontecer.
Solicitado a pronunciar-se sobre a proposta apresentada para a saída da crise, Cassamá limitou-se a frisar que a mesma foi concebida no âmbito de acordo de Conancry.
Sobre o ‘insulto’ a sua figura e a do presidente do PAIGC, o líder do Parlamento não relevou à imprensa o nome do autor de alegados insultos proferidos durante a reunião do Conselho de Estado.
PAIGC APOIA PROPOSTA DE SOLUÇÃO APRESENTADA PELO PARLAMENTO
O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, disse na sua curta declaração à imprensa que o seu partido encoraja o Presidente da República José Mário Vaz para considerar a proposta do presidente da Assembleia Nacional Popular.
Relativamente aos insultos denunciados por presidente do parlamento, Domingos Simões Pereira, explicou que “há dificuldades em ponderar e escolher melhores termos que as vezes se usa”. Sustentou ainda que a formatação da reunião visa objetivos que não ajudam a situação política nacional, tendo prometido que amanhã, terça-feira, vai falar sobre a interpretação que fizeram da reunião e de toda a situação política nacional.
VICTOR MANDINGA AFIRMA QUE PESSOAS TÊM INTERPRETAÇÃO ERRADA DO QUE QUER DIZER INSULTO
Porta-voz do Conselho de Estado, Victor Mandinga, disse que as pessoas têm uma interpretação errada do que quer dizer o insulto.
“Qual é real situação da crise na Guiné-Bissau? Existem nove deputados do PAIGC que pertencem a Comissão Permanente que têm o monopólio da verdade. (…) Que nove deputados impeçam a realização de reuniões ordinárias de 2017, com o protesto de não existência de matérias para discutir, francamente, é porque chegamos ao nível extremamente baixo da nossa instituição”, contou Victor Mandinga.
Assegurou ainda que não se pode aceitar que os deputados sejam apenas exclusivamente reflexos do Estado-maior dos partidos políticos.
“Os deputados foram eleitos pelo povo, têm o mandato do povo, têm uma responsabilidade e têm que abrir a assembleia. Que sejam os deputados a dizer não vamos discutir programa nenhum, mas sim vamos discutir os problemas da Guiné-Bissau”, notou.
De referir que o Conselho de Estado é um órgão de consulta do Presidente da República da Guiné-Bissau, cujo parecer não é vinculativo. Este órgão é constituído pelos titulares dos órgãos de soberania (Presidente da Assembleia Nacional Popular, Primeiro-Ministro e Presidente do Supremo Tribunal de Justiça), bem como representantes de cada um dos partidos políticos com assento na Assembleia Nacional Popular, neste caso, o PAIGC, PRS, PCD, UM e PN.
Também fazem parte deste órgão presidido pelo Chefe de Estado, cinco cidadãos designados por ele, durante o período corresponde à duração do seu mandato.
Por: Assana Sambú
Fotos: Marcelo N’Cannha Na Ritche
OdemocrataGB
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