sábado, 6 de dezembro de 2025

Hoje, confrontada com a derrocada do seu modelo político, Odete Semedo refugia-se em atas falsificadas, fabricadas por marginais digitais, e tenta instrumentalizar instituições internacionais com argumentos desacreditados. A comunidade internacional, porém, já reconhece a fragilidade e a artificialidade dessas construções...

A intervenção de Odete Costa Semedo, evidencia, mais uma vez, a retórica ornamental que historicamente a acompanha: um discurso apurado na forma, mas vazio na substância, utilizado ciclicamente para encobrir práticas que, quando confrontadas com o exercício real do poder, se revelam diametralmente opostas ao que proclama. A discrepância entre o enunciado e a ação tornou-se marca distintiva da sua trajetória.

A tentativa de reabilitar politicamente Fernando Dias constitui um movimento calculado, sustentado numa teia de inverdades e manipulações estruturadas. A própria sabe que Fernando Dias não venceu as eleições presidenciais, mas insiste em fabricar uma narrativa de vitória artificial, impulsionada por uma obsessão crónica pelo poder e por uma recusa sistemática em aceitar a soberania popular. Trata-se de uma reedição, quase mecânica, da estratégia de 2019: negar resultados, fabricar dúvidas e instrumentalizar a opinião pública.

A construção apressada de uma “vitória na primeira volta”, anunciada meras horas após o fecho das urnas, demonstra não apenas fragilidade argumentativa, mas um ato deliberado de manipulação comunicacional, concebido para produzir confusão e tensionar o espaço mediático nacional e internacional. A mentira, revestida de moralismo teatral, é transformada por Odete Semedo num instrumento político diário.

No entanto, o que verdadeiramente a incomoda é o fracasso reiterado das suas estratégias. A resistência das Forças Armadas às tentativas de instrumentalização política, associada às medidas preventivas que inviabilizaram qualquer escalada militar, desmontou completamente a engenharia golpista que vinha sendo preparada. Há registos, áudios e vídeos que testemunham essa arquitetura subversiva - elementos que a narrativa fabricada não consegue apagar.

O compromisso de Odete Semedo com a instabilidade estrutural do país manifesta-se na promoção ativa do discurso de ódio, na incitação a tensões tribais e na manipulação de jovens para a destruição de património público, incluindo infraestruturas estratégicas recentemente construídas. Estes atos revelam não apenas irresponsabilidade histórica, mas também uma inveja política visceral perante a capacidade de reconstrução nacional demonstrada no curto intervalo em que o General Umaro Sissoco Embaló reorganizou setores críticos do Estado - feitos que os últimos 45 anos de governação decadente do PAIGC foram incapazes de alcançar.

A sua herança política não se distancia da ruína pública que ajudou a consolidar: escolas degradadas, serviços básicos colapsados, sistema de saúde fragilizado e um povo condenado à miséria enquanto as elites partidárias, nas quais se inclui, prosperavam à custa do erário público. A captura das riquezas marítimas por interesses estrangeiros, a criação de empresas fora do país e a entrega do mar nacional sem fiscalização configuram uma traição material ao povo guineense.

O ressentimento de Odete Semedo perante as reformas e neutralizações anticorrupção implementadas pelo General Umaro Sissoco Embaló e por Braima Camará é evidente. O confronto frontal a que estes líderes se dispuseram - sem medo, sem subterfúgios e com determinação política firme - destrói a estrutura de privilégios que durante décadas parasitou o Estado. É esta perda de domínio que alimenta a sua obsessão doentia e a sua campanha sistemática de desinformação.

Hoje, confrontada com a derrocada do seu modelo político, Odete Semedo refugia-se em atas falsificadas, fabricadas por marginais digitais, e tenta instrumentalizar instituições internacionais com argumentos desacreditados. A comunidade internacional, porém, já reconhece a fragilidade e a artificialidade dessas construções.

Em suma: a era em que estas estratégias conseguiam capturar o Estado terminou. A Guiné-Bissau não voltará a ser refém de elites que transformaram o país num laboratório de corrupção, miséria e manipulação política. As eleições podem repetir-se mil vezes: a sociedade guineense amadureceu, e o projeto de poder de Odete Semedo não encontrará mais espaço para se reinstalar no comando da nação.

Abel Djassi Primeiro 

06/12/2025


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