Por LUSA
Em comunicado, o Comando do Teatro Oriental de Operações do Exército de Libertação Popular (ELP) informou que foram utilizados caças, bombardeiros e veículos aéreos não tripulados, em coordenação com artilharia de longo alcance, para simular ataques contra "alvos móveis em terra" em zonas centrais do Estreito de Taiwan.
O mesmo Comando, responsável pelas operações militares em torno da ilha, indicou também que foram mobilizados contratorpedeiros, fragatas, caças, bombardeiros e veículos aéreos não tripulados (drones) para exercícios nas águas e no espaço aéreo a norte e a sudoeste de Taiwan.
"O treino centrou-se na deteção e neutralização de alvos em águas e espaço aéreo, ataques simulados contra alvos terrestres e fogo real contra alvos marítimos", referiu o ELP, através da sua conta oficial na rede social Weibo.
Numa terceira fase, o Comando anunciou manobras com navios e aeronaves de guerra nas águas e espaço aéreo a leste de Taiwan, focadas em "assaltos contra alvos marítimos, conquista da superioridade aérea regional, caça a submarinos e operações antissubmarinos".
"Os exercícios testaram as capacidades de coordenação ar-mar e a precisão na busca, identificação e neutralização de alvos", indicou o comunicado.
Meng Xiangqing, professor da Universidade Nacional de Defesa da China, afirmou aos órgãos de comunicação estatais que o "bloqueio e controlo" foi uma das principais vertentes dos exercícios, referindo como exemplos duas zonas localizadas frente ao porto de Keelung, na costa nordeste da ilha, e nas águas e espaço aéreo de Kaohsiung, o principal porto do sul de Taiwan.
Paralelamente, a Guarda Costeira da China anunciou hoje o início de patrulhas de "aplicação integrada da lei" em águas próximas de Taiwan e nos arredores dos arquipélagos de Matsu e Wuqiu, próximos da costa chinesa, mas sob controlo de Taipé.
Segundo um comunicado divulgado na rede social WeChat, os guardas costeiros da província de Fujian, situada em frente a Taiwan, destacaram embarcações para zonas marítimas adjacentes às áreas mencionadas a partir de 29 de dezembro.
O porta-voz Zhu Anqing classificou a operação como uma "medida prática" para exercer jurisdição sobre Taiwan e as suas ilhas adjacentes, conforme o princípio de "Uma Só China", defendido por Pequim.
Estas ações enquadram-se na operação denominada "Missão Justiça-2025", apresentada hoje pelas autoridades chinesas como uma resposta para "emitir um sério aviso" às forças independentistas de Taiwan e às potências estrangeiras que, segundo Pequim, interferem na questão da ilha.
Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949, mas a República Popular da China considera a ilha uma "parte inalienável" do seu território e não exclui o uso da força para garantir a reunificação, posição rejeitada pelo Governo taiwanês.

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