Por: Rádio Jovem
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional da Guiné-Bissau denúncia a existência de mais de 90 reclusos atualmente detidos no Centro de Detenção da Polícia Judiciária (PJ) de Bandim, em Bissau, uma situação que, segundo a organização, viola de forma grave a capacidade oficial do espaço, fixada em 65 presos pelo Estado guineense.
De acordo com o sindicato, o centro de detenção já não reúne condições mínimas para continuar a receber novos reclusos, incluindo os provenientes de outras instituições judiciais.
“O centro ultrapassou largamente a sua capacidade e não tem condições humanas, sanitárias nem de segurança para acolher mais presos”, alertou a organização.
Em entrevista à Rádio Jovem, o presidente em exercício do Sindicato da Guarda Prisional, Donato Bakali, classificou como crítica a situação atual do estabelecimento prisional.
“Estamos perante uma situação extremamente grave. Há mais de 90 prisioneiros num espaço concebido para apenas 65, o que constitui uma violação grosseira das normas estabelecidas pelo próprio Estado”, afirmou.
Perante este cenário, Donato Bakali defendeu o fim imediato da utilização do Centro de Detenção da PJ de Bandim como espaço de reclusão.
“É preciso pôr termo ao uso deste local como centro de detenção e procurar, com urgência, um espaço digno para acolher os presos, enquanto o país não dispõe de uma prisão de alta segurança”, sublinhou.
Durante a entrevista a nossa estação emissora, o dirigente sindical denunciou ainda a existência de registos de mortes no interior do centro, bem como surtos de doenças e o agravamento do estado de saúde dos detidos.
“Temos informações de mortes, casos de tuberculose e de prisioneiros cujo estado de saúde se agrava diariamente devido às péssimas condições de detenção”, revelou.
Segundo Bakali, a situação reflete o abandono do sistema prisional guineense e exige uma resposta imediata das autoridades competentes.
“É urgente que o Estado assuma as suas responsabilidades e garanta o respeito pelos direitos humanos e pela dignidade dos reclusos”, concluiu.

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