© Shutterstock Lusa 26/12/2025
Nove candidatos presidenciais - nomeadamente o atual Presidente interino, o general Mamady Doumbouya - terminam hoje a sua campanha eleitoral para tentar ganhar o voto dos 6,8 milhões de eleitores inscritos.
O atual líder do país candidata-se de forma independente, mas com o apoio do movimento Geração para a Modernidade e o Desenvolvimento (GMD, na sigla em francês).
Segundo noticiou a agência France-Presse (AFP), Doumbouya parece ter o escrutínio ganho devido à ausência de uma oposição forte.
A sua campanha tem o 'slogan' "Construir Juntos" e Doumbouya prometeu, num vídeo publicado no início do mês, paz e estabilidade aos cerca de 13 milhões de cidadãos guineenses.
Essa foi a única intervenção de campanha do general que está à frente do país desde 2021 - após ter protagonizado um golpe de Estado e deposto o ex-Presidente Alpha Condé - e que se candidata às eleições presidenciais apesar de, inicialmente, ter prometido devolver o poder aos civis.
A tomada de poder deste militar foi inicialmente acolhida com alegria pela população, após meses de manifestações duramente reprimidas contra um terceiro mandato de Condé.
Desde então, o general tem governado o país viznho da Guiné-Bissau com mão-de-ferro.
Sob a sua presidência, vários partidos políticos e meios de comunicação social foram suspensos, as manifestações foram proibidas em 2022 e são reprimidas.
Numerosos líderes da oposição e da sociedade civil foram detidos, condenados ou empurrados para o exílio e as notícias de desaparecimentos forçados e raptos multiplicaram-se nos últimos anos.
Para se poder candidatar a este escrutínio, realizou um referendo no país, em setembro, para alterar a Constituição, que contou com uma participação de 91%, mas foi fortemente criticado pela oposição.
Nesse novo texto passou a ser permitido que membros da junta militar se candidatassem ao poder e o mandato presidencial foi aumentado para sete anos.
Os restantes oito candidatos destas eleições são Faya Millimono, líder do Bloco Liberal; Bouna Keïta, candidato do Comício do Povo Guineense (RPG na sigla em francês) e eleito deputado em 2020; Abdoulaye Yéro Baldé, líder do Frondeg, trabalhou no Banco Mundial, foi vice-governador do Banco Central e ex-ministro de Condé; Makalé Camara, líder do Fan, ex-ministra da Agricultura e dos Negócios Estrangeiros e única mulher entre os candidatos.
A lista integra ainda Ibrahima Abé Sylla, candidato do partido Novo Compromisso pela República (NGR, na sigla em francês), foi ministro da Energia; Abdoulaye Kourouma líder do Renascimento e Desenvolvimento (RRD, na sigla em francês); Mohamed Nabé e Mohamed Tounkoura.
O escrutínio está a ser organizado pelo Ministério da Administração Territorial e não por um órgão independente.
As urnas vão estar a funcionar entre as 07h00 e as 18h00 (o mesmo horário em Lisboa), mas a data do anúncio dos resultados não foi ainda comunicada.
A Guiné-Conacri continua a ser um dos países mais pobres do mundo, com 52% dos habitantes a viverem abaixo do limiar da pobreza, apesar das suas riquezas naturais, como bauxite, ferro, ouro e diamantes.

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