domingo, 3 de dezembro de 2017

PCD ACUSA O SENEGAL DE IMISCUIR NOS ASSUNTOS DA GUINÉ-BISSAU


O Líder da Convergência Democrática (PCD), terceira força no Parlamento da Guiné-Bissau, acusou este sábado, 02 de Dezembro 2017, os Estados membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), principalmente o Senegal de imiscuir nos assuntos internos do país para impedir o cumprimento do Acordo de Conacri.

Visivelmente desapontado com a organização sub-regional e o próprio Presidente do Senegal,MackySall, Vicente Fernandes, revela que esta pessimista relativamente a intervenção da “CEDEAO” na resolução da crise que se vive no país há mais de dois anos.

“Eu pessoalmente não quero defraudar a expectativa do povo guineense, mas pessoalmente não vejo que a missão da “CEDEAO” traga uma novidade. Poderá a semelhança das outras etapas, outros roteiros que não passou de meras visitas turísticas. Eles não fazem mais do que uma visita turística porque já tem o seu relatório e depois nas conferências dos chefes de estados, vão mais uma vez criar os comunicados e dizem que aconselhamos e exortamos. São palavras vagas que não trazerem nada”, argumentou Fernandes.

O Líder da “PCD”, falava a imprensa a saída do encontro com uma missão da organização sub-regional que está em Bissau para manter encontros com as autoridades e com partidos políticos, para o cumprimento do acordo de Conacri que pretende colocar um fim na crise política na Guiné-Bissau.

Para Vicente Fernandes, a “CEDEAO”, enquanto organismo internacional deve perfeitamente exigir o cumprimento do acordo que mediou há mais de um ano em Conacri para resolver o bloqueio institucional na Guiné-Bissau.

“A organização sub-regional deve exigir o cumprimento do documento que mediou e assinado pelos atores políticos. Como é possível um presidente desobedecer uma organização, portanto cabe a nós guineenses, como referiu o representante do Senegal no encontro, a resolver os nossos problemas”, declarou o Líder da “PCD”, num tom de revolta com a CEDEAO.

Para além do encontro com a delegação do “PCD”, a missão interministerial chefiada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Togo, avistou-se com a delegação do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Partido da Renovação Social (PRS), grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, União para Mudança (UM) e o Partido da Nova Democracia (PND).

A saída do encontro que decorreu na instalação do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), o Líder da “UM”, Agnelo Regalla, mostrou-se reticente em relação a determinação da “CEDEAO”sobre o cumprimento do acordo, embora referiu que vai aguardar a posição da organização na cimeira dos Chefes de Estados que vai ter lugar no dia 16 do mês em curso.

“ Temos alguns pontos de interrogações porque já houve três missões, já vieram vários chefes de estados e até hoje o nosso presidente continua teimosamente renitente, mas como é passo a percorrer vamos aguardar a decisão da CEDEAO e aí também isso irá definir a estratégias que nós iremos estabelecer internamente a nível do colectivo dos partidos políticos democráticos”, vincou a Regalla.

Tanto o “PRS”  bem como grupo dos 15 deputados dos PAIGC, exigem o cumprimento integral do Acordo de Conacri, que passa necessariamente pela reintegração dos dirigentes expulsos no partido liderado por Domingos Simões Pereira.

Em representação do partido fundado por “Kumba Yala”, antigo Chefe de Estado, Sola Nquilim Nabichita, afirmou que aspectos que têm bloqueado o cumprimento de acordo é a não reintegração do grupo dos 15 deputados e o fecho do parlamento.

O coordenador do grupo, BraimaCamara, assegurou que o grupo está aberto na busca do melhor consenso para tirar o país na crise, mas é fundamental reintegrar os militantes expulsos sem uma condição.

Para o PAIGC, o responsável numero um para implementação do documento assinado em Outubro 2016, é o Presidente da República, José Mário Vaz.

A posição do partido foi transmitida a missão da “CEDEAO” pelo primeiro vice-Presidente do PAIGC, Carlos Correia.

De relembrar também  que a missão reuniu-se com o Presidente da República, Presidente do Parlamento e o primeiro-ministro. A saída do encontro no palácio da república, o chefe da missão, Robert Dussey, disse a imprensa que a delegação está no país para  encorajar ao Presidente da República e todos atores políticos no sentido de encontrarem a solução para o atual impasse político na Guiné-Bissau.

O comunicado final da missão de alto nível da “CEDEAO” vai ser divulgado este domingo, 03 de Dezembro de 2017, segundo a indicação do gabinete da assessoria da delegação.

Por: Alison Cabral(AC)
Radiojovem.info

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