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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Família de Domingos Simões Pereira pede "prova de vida"... A família de Domingos Simões Pereira quer "uma prova de vida" do político guineense que estará detido numa esquadra de Bissau, desde o golpe de 26 de novembro, uma informação que, segundo a filha, permanece por confirmar.

Por LUSA 

Denisa Pereira disse hoje à Lusa, numa entrevista telefónica, que a família "teme pela vida" de Simões Pereira, que não consegue contactar há quase 15 dias, e que aquilo que sabe é o que lhe contam terceiros, que "supostamente ele está na segunda esquadra".

"Sem o contacto, depois de quase 15 dias, nós precisamos de uma prova de vida, se houvesse alguém, algum organismo que tivesse entrado e confirmasse que estão detidos em tal sítio e encontram-se vivos, já era qualquer coisa", afirmou.

A filha contou que a última vez que a família viu o político guineense foi "antes da hora de almoço" de 26 de novembro, dia em que, depois de um tiroteio, os militares tomaram o poder na Guiné-Bissau.

"O que eu sei do meu pai é aquilo que nos contam, supostamente que ele está na segunda esquadra, que pertence ao Ministério do Interior, e é para lá que nós temos enviado alimentação", afirmou à Lusa.

Fora isso, acrescentou, "não existe telefonema, nem existiu, não existe contacto direto" nem com a filha, "nem outro membro da família, nem com advogados, nem com nenhum membro da sociedade civil".

Denisa Pereira indicou que, "inclusive, organizações religiosas já tentaram fazer essa aproximação e ninguém conseguiu" saber de Simões Pereira e de outros políticos que terão sido detidos a 26 de novembro.

A informação da detenção, segundo disse, chegou através de pessoas que "conseguiram perceber o trajeto que foi feito" da base aérea próxima do aeroporto de Bissau, onde estaria inicialmente Simões Pereira, até ao Ministério do Interior.

Das autoridades guineenses disse não terem tido, até agora, qualquer informação.

A filha adiantou que a família decidiu "partir para outras formas de luta", que passam por "chamar a atenção da comunidade internacional, das pessoas dentro e fora da Guiné", para a situação.

"Tudo o que nós podemos fazer é chamar a atenção para aquilo que está a acontecer, explicarmos que é uma situação, [que] os direitos e liberdades e garantias das pessoas que foram detidas, nomeadamente Domingos Simões Pereira, que é o meu pai, estão a ser espezinhados completamente", declarou.

Para a família, estas pessoas encontram-se "sequestradas" por não haver uma explicação e não terem acesso à família e a advogados ou outros direitos que a lei confere.

Denisa Pereira disse ainda que a família não tem tido apoio de entidades regionais e dirigiu-se em concreto à CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para dizer que não se sentem protegidos por esta organização, da qual a Guiné-Bissau faz parte.

Denisa lembrou que a CEDEAO esteve no país depois do golpe e que teve "encontros com alguns membros do Governo, com o Presidente de transição e não houve nenhuma movimentação no sentido de tentar chegar junto à segunda esquadra para perceber qual a real situação de Domingos Simões Pereira e demais detidos".

"Nós sentimo-nos desprotegidos, não estamos a sentir uma mão firme da parte de uma organização que devia ter uma voz firme em relação à Guiné-Bissau. Em comparação, curiosamente tivemos notícias há dois dias de uma tentativa de golpe de Estado no Benim, que é um país que faz parte da CEDEAO tal como a Guiné-Bissau, e conseguimos perceber que a CEDEAO consegue agir, às vezes, quando quer", comparou.

Denisa Pereira apontou também a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), atualmente presidida pela Guiné-Bissau, para lamentar a falta de "voz firme".

"Toda a gente condena [o] ato e depois ficamos pela intenção, marcam reuniões distantes da data em que os acontecimentos se deram, nós não entendemos", observou.

Domingos Simões Pereira era considerado o principal adversário do Presidente guineense Umaro Sissoco Embaló, com quem disputou as presidenciais de 2019.

Simões Pereira preparava-se para voltar à corrida eleitoral, mas foi excluído das candidaturas pelo Supremo Tribunal de Justiça, assim como a coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Enquanto líder da coligação e do histórico partido da libertação, Simões Pereira decidiu apoiar o candidato independente Fernando Dias que reclamou vitória sobre Sissoco Embaló, que concorreu a um segundo mandato, nas eleições gerais, presidenciais e legislativas, de 23 de novembro.

Três dias depois das eleições, e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados, os militares tomaram o poder, destituíram o Presidente cessante e suspenderam o processo eleitoral.

Um Alto Comando Militar nomeou Presidente de transição o general Horta Inta-A e este deu posse a um Governo com 23 ministérios e cinco secretarias de Estado, tutelados por vários nomes ligados ao Presidente deposto.

Os militares suspenderam parcialmente a Constituição e fixaram uma estrutura política com o Presidente da República de Transição, o Alto Comando Militar, o Conselho Nacional de Transição com as funções do parlamento e o Governo de Transição.

As organizações regionais africanas de que a Guiné-Bissau faz parte, suspenderam o país dos seus órgãos, nomeadamente a CEDEAO (Comunidade Económica dos Países da África Ocidental) e a União Africana (UA).

Os chefes de Estado e de Governo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) irão analisar a situação na próxima cimeira, com a recomendação do Conselho de Ministro de suspender e substituir a Guiné-Bissau na presidência da organização.

A delegação da agência Lusa na Guiné-Bissau está suspensa desde agosto após a expulsão pelo Governo dos representantes dos órgãos de comunicação social portugueses. A cobertura está a ser assegurada à distância

Guiné-Bissau: Portugal e Moçambique "preocupados" com situação na Guiné-Bissau... Os governos de Portugal e Moçambique condenaram hoje a "tomada do poder pela força na Guiné-Bissau", e manifestaram "preocupação com a evolução da situação no país, uma posição assumida na sexta cimeira bilateral, realizada no Porto.

© Lusa    09/12/2025 

Na declaração final da cimeira, em que participaram o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, os dois governos "reafirmaram o seu empenho no reforço" da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como "fórum de concertação política e de cooperação no espaço constituído pelos países de língua oficial portuguesa". 

"Neste quadro, condenaram, veementemente, a tomada do poder pela força na Guiné-Bissau, expressando a preocupação com a evolução da situação naquele país parceiro. Apoiaram, de igual modo, as iniciativas que assegurem o regresso à ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral naquele país", refere a declaração final.

Nesta cimeira, ainda na esfera diplomática, "Portugal felicitou Moçambique pelo exercício do seu primeiro mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas", no biénio de 2023-2024.

"Por seu turno, Moçambique reafirmou o seu apoio à candidatura de Portugal para o biénio de 2027-2028, nas eleições que terão lugar em junho de 2026", refere a declaração final.

A candidatura de Fernando Dias, que reclama vitória nas presidenciais na Guiné-Bissau, exigiu na quarta-feira à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a convocação da plenária do órgão para que os resultados eleitorais sejam declarados "o mais rápido possível".

Em comunicado consultado pela Lusa nas redes sociais, reagia ao anúncio feito pela CNE, que se mostrou indisponível para dar continuidade ao processo eleitoral e divulgar os resultados das legislativas e presidenciais de 23 de novembro, devido a alegados atos de vandalismo às suas instalações.

Na voz do seu secretário executivo adjunto, o juiz Idriça Djaló, a CNE disse que os alegados atos teriam sido protagonizados por "homens armados e encapuzados" no dia 26 de novembro, véspera do anúncio dos resultados provisórios.

A candidatura de Fernando Dias da Costa, atualmente exilado na embaixada da Nigéria em Bissau, condena o "posicionamento ilegal" do secretariado executivo da CNE, que acusa de "usurpação de competências" da plenária do órgão que deveria, defende, ter sido convocada a pronunciar-se sobre o processo.

Assim sendo, o candidato exige a convocação da plenária da CNE e a divulgação dos resultados "o mais rápido possível para que se respeite a vontade popular expressa nas urnas".

A Guiné-Bissau está suspensa da CEDEAO, assim como de outra organização regional, a União Africana, consequência do golpe de Estado em 26 de novembro, quando um Alto Comando Militar tomou o poder, destituiu o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspendeu o processo eleitoral.

As eleições gerais, presidenciais e legislativas, tinham decorrido sem incidentes mas na véspera da divulgação dos resultados oficiais, um tiroteio em Bissau antecedeu a tomada do poder pelo Alto Comando Militar que nomeou o Presidente de transição, o general Horta Inta-A.

O general anunciou que o período de transição terá a duração máxima de um ano e nomeou como primeiro-ministro e ministro das Finanças Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló.

Um novo Governo de transição foi entretanto empossado, com nomes do executivo deposto e cinco militares entre os 23 ministros e cinco secretários de Estado.

No golpe, o líder do PAIGC, Simões Pereira, foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

domingo, 7 de dezembro de 2025

União Africana e CEDEAO condenam golpe de Estado falhado no Benim... A União Africana (UA) e a Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram hoje a tentativa de golpe de Estado no Benim, classificando-a como uma "subversão da vontade do povo beninense".

Por LUSA 

O presidente da Comissão da UA, Mahmoud Ali Youssouf, condenou a tentativa de golpe no Benim, sublinhando que "qualquer forma de interferência militar em processos políticos constitui uma grave violação dos princípios e valores fundamentais" do bloco.

Em comunicado, lembrou que os quadros normativos da UA "rejeitam categoricamente" a intervenção militar na governação e afirmam a primazia da ordem constitucional e da legitimidade democrática "como pilares da paz e da estabilidade no continente".

Youssouf apelou aos envolvidos para que cessem "imediatamente todas as ações ilegais", respeitem a Constituição e regressem às suas funções legítimas.

Manifestou ainda preocupação com a proliferação de golpes na região, alertando que tais ações minam a estabilidade continental e corroem a confiança dos cidadãos nas instituições públicas.

O responsável reiterou a "tolerância zero" da UA para mudanças inconstitucionais de governo e expressou apoio ao Presidente o Benim, Patrice Talon, e ao povo beninense.

A CEDEAO também condenou "veementemente este ato inconstitucional", classificando-o como "subversão da vontade do povo beninense", e elogiou o governo e as Forças Armadas por restabelecerem a ordem.

O organismo prometeu apoiar o Benim na defesa da Constituição e da integridade territorial.

Patrice Talon, de 67 anos, empresário conhecido como o "Rei do Algodão", cumpre o segundo mandato iniciado em 2021 e já anunciou que não se recandidatará em 2026, conforme a Constituição do Benim.

O ministro da Economia e Finanças, Romuald Wadagni, foi designado candidato presidencial pela coligação governamental.

O candidato da oposição, Renaud Agbodjo, foi rejeitado pela comissão eleitoral, que alegou falta de patrocinadores suficientes.

O ministro do Interior, Alassane Seidou, confirmou que "um pequeno grupo de soldados organizou um motim para desestabilizar o Estado", mas destacou que as Forças Armadas "mantiveram-se republicanas" e frustraram a manobra.

Horas antes, militares rebeldes tinham anunciado na televisão pública a criação do Comité Militar para a Refundação (CMR), liderado pelo tenente-coronel Pascal Tigri, declarando a destituição de Talon, o encerramento das fronteiras e a dissolução da Constituição.

Não há notícias oficiais sobre o presidente Patrice Talon desde que foram ouvidos tiros nos arredores da residência presidencial.

O sinal da televisão estatal e da rádio pública foram cortados após o anúncio militar.

A Guarda Republicana, porém, retomou o controlo da estação e neutralizou os insurgentes.

Após a independência da França, em 1960, este país da África Ocidental sofreu vários golpes de Estado, sobretudo nas décadas a seguir à independência.

Desde 1991, o país tem estado politicamente estável após duas décadas de governo do marxista-leninista Mathieu Kérékou.

Em janeiro, dois associados de Talon foram condenados a 20 anos de prisão por uma suposta conspiração para um golpe de Estado, em 2024.

No mês passado, o poder legislativo do país prolongou o mandato presidencial de cinco para sete anos, mantendo o limite de dois mandatos.

O aparente golpe que o ministro do Interior afirma ter sido "frustrado" é o mais recente de uma série de insurreições que abalaram a África Ocidental.

O último data de novembro, na Guiné-Bissau, onde um grupo de militares tomou o poder, destituindo o Presidente Umaro Sissoco Embaló, suspendendo os resultados das eleições de 23 de novembro e empossando o general Horta Inta-A como presidente de transição por um ano.


Leia Também: Bélgica condena tentativa de golpe Estado no Benim e pede "respeito"

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Maxime Prévot, condenou hoje a tentativa de golpe de Estado no Benim e apelou ao "respeito pelo processo democrático" antes das eleições presidenciais de 2026.


Treze militares detidos após tentativa de golpe de Estado no Benin... Pelo menos 13 militares foram hoje detidos na cidade de Cotonou, no Benim, após uma tentativa de golpe de Estado frustrada, de acordo com fontes do Exército.

Por LUSA 

"Todos os detidos são militares, incluindo um que já tinha sido expulso do serviço", indicou uma fonte militar à agência France-Presse (AFP).

Entre eles estão responsáveis pela operação, embora o tenente-coronel Pascal Tigri, apontado como líder, e outro membro tenham conseguido fugir.

O grupo tinha invadido a sede da Rádio e Televisão do Benim (RTB) na madrugada de hoje, anunciando a destituição do Presidente, Patrice Talon.

A ação foi rapidamente neutralizada pela Guarda Republicana, que retomou o controlo do edifício e repôs a ordem.

Um grupo de soldados surgiu hoje na televisão estatal do Benim a anunciar a dissolução do Governo num aparente golpe de Estado.

O grupo, que se autointitulou Comité Militar para a Refundação, anunciou hoje a remoção do presidente e de todas as instituições estatais.

Patrice Talon está no poder desde 2016 e deveria sair em abril, após as eleições presidenciais.

O candidato escolhido pelo partido de Talon, o ex-ministro das Finanças Romuald Wadagni, era dado como favorito e o candidato da oposição Renaud Agbodjo tinha sido rejeitado pela comissão eleitoral por não ter apoios suficientes.

No mês passado, o país alargou os mandatos presidenciais de cinco para sete anos, mantendo um limite máximo de dois mandatos.

Este é o mais recente golpe militar na África Ocidental, depois de, na semana passada, um grupo de militares tomar o poder na Guiné-Bissau, destituindo o Presidente Umaro Sissoco Embaló, suspendendo os resultados das eleições de 23 de novembro e empossando o general Horta Inta-A como presidente de transição por um ano.

Um grupo de cidadãos livres, que se apresenta como um movimento pela estabilidade e entendimento nacional, realizou neste domingo (07/12) uma conferência de imprensa.

Durante a declaração aos jornalistas, o porta-voz do grupo, Atanásio Manessim, defendeu a necessidade de serem criadas condições para o regresso de Umaro Sissoco Embaló ao país.

Tentativa de golpe no Benin frustrada por tropas legalistas, diz ministro do Interior

Por cinetotal.com.br - 7 Dezembro 2025

Tentativa de golpe no Benin frustrada por tropas legalistas, diz ministro do Interior

Paul Njie, Thomas Naadi, repórteres da BBC África e Lucy Fleming BTV Os soldados apareceram na TV estatal na manhã de domingo para dizer que estavam suspendendo a constituição O ministro do Interior do Benin apareceu na TV nacional para anunciar que uma tentativa de golpe no país da África Ocidental foi frustrada.

 Anteriormente, um grupo de soldados, liderado pelo tenente-coronel Pascal Tigri, fez uma transmissão dizendo que haviam deposto o presidente Patrice Talon e suspendido a constituição. A embaixada no Benin disse que foram relatados tiros perto da residência do presidente na principal cidade de Cotonou, que é a sede do governo.

 Testemunhas oculares disseram à BBC que ouviram tiros e alguns jornalistas que trabalhavam para a emissora estatal foram mantidos reféns. Desde então, um conselheiro presidencial disse à BBC que o presidente está seguro e na embaixada francesa.”Na manhã de domingo, 7 de dezembro de 2025, um pequeno grupo de soldados lançou um motim com o objetivo de desestabilizar o estado e suas instituições”, disse o ministro do Interior, Alassane Seidou. “Diante desta situação, as forças armadas beninenses e sua liderança, fiéis ao seu juramento, permaneceram comprometidos com a república. 

A sua resposta permitiu-lhes manter o controlo da situação e frustrar a tentativa”, disse ele. “O governo, portanto, insta a população a realizar as suas actividades normalmente.” Os países mais pobres do mundo.As embaixadas da França e da Rússia instaram os seus cidadãos a permanecerem em casa para sua segurança.

O conselho da embaixada dos EUA foi manter-se longe de Cotonou, especialmente da área em torno do complexo presidencial. Os soldados que lideraram a tentativa de golpe justificaram as suas ações criticando a gestão do país pelo Presidente Talon.”O exército compromete-se solenemente a dar ao povo beninense a esperança de uma era verdadeiramente nova, onde prevaleçam a fraternidade, a justiça e o trabalho”, dizia um comunicado lido por um dos soldados.

Talon, que tem 67 anos e é considerado um aliado próximo do Ocidente, deve renunciar no próximo ano após completar seu segundo mandato, com eleições marcadas para abril. Um empresário conhecido como o “rei do algodão”, ele chegou ao poder pela primeira vez em uma eleição em 2016. 

Ele prometeu não concorrer a um terceiro mandato e apoiou o ministro das Finanças Romuald Wadagni como seu sucessor. 

Talon foi elogiado por apoiadores por supervisionar o desenvolvimento econômico, mas seu governo também foi alvo de críticas por suprimindo vozes dissidentes. Em outubro, a comissão eleitoral proibiu o principal candidato da oposição de concorrer, alegando que ele não tinha patrocinadores suficientes. 

No mês passado, várias emendas constitucionais foram aprovadas pelos deputados, incluindo a criação de uma segunda câmara parlamentar, o Senado. Os mandatos dos funcionários eleitos foram estendidos de cinco para sete anos, mas o limite presidencial de dois mandatos permaneceu em vigor. 

O presidente da AFPP, Patrice Talon, um empresário conhecido como o “rei do algodão”, disse que pretende renunciar no próximo ano, após dois mandatos Esta tentativa de golpe no Benim ocorre pouco mais de uma semana depois de Umaro Sissoco Embaló ter sido deposto como presidente na vizinha Guiné-Bissau. 

Ecowas deveria formar seu próprio grupo, a Aliança dos Estados do Sahel. De acordo com a BBC Monitoring, a notícia da tentativa de golpe foi saudada por vários relatos de influenciadores pró-Rússia nas redes sociais.

Soldados anunciam golpe de Estado no Benin... Um grupo de soldados surgiu hoje na televisão estatal do Benin a anunciar a dissolução do Governo num aparente golpe de Estado, noticia a agência Associated Press.

Por LUSA 

O grupo, que se autointitulou Comité Militar para a Refundação, anunciou hoje a remoção do presidente e de todas as instituições estatais.

O Presidente, Patrice Talon, está no poder desde 2016 e deveria sair em abril, após as eleições presidenciais.

O candidato escolhido pelo partido de Talon, o ex-ministro das Finanças Romuald Wadagni, era dado como favorito e o candidato da oposição Renaud Agbodjo tinha sido rejeitado pela comissão eleitoral por não ter apoios suficientes.

No mês passado, o país alargou os mandatos presidenciais de cinco para sete anos, mantendo um limite máximo de dois mandatos.

Este é o mais recente golpe militar na África Ocidental, depois de, na semana passada, um grupo de militares tomar o poder na Guiné-Bissau, destituindo o Presidente Umaro Sissoco Embaló, suspendendo os resultados das eleições de 23 de novembro e empossando o general Horta Inta-A como presidente de transição por um ano.

sábado, 6 de dezembro de 2025

Hoje, confrontada com a derrocada do seu modelo político, Odete Semedo refugia-se em atas falsificadas, fabricadas por marginais digitais, e tenta instrumentalizar instituições internacionais com argumentos desacreditados. A comunidade internacional, porém, já reconhece a fragilidade e a artificialidade dessas construções...

A intervenção de Odete Costa Semedo, evidencia, mais uma vez, a retórica ornamental que historicamente a acompanha: um discurso apurado na forma, mas vazio na substância, utilizado ciclicamente para encobrir práticas que, quando confrontadas com o exercício real do poder, se revelam diametralmente opostas ao que proclama. A discrepância entre o enunciado e a ação tornou-se marca distintiva da sua trajetória.

A tentativa de reabilitar politicamente Fernando Dias constitui um movimento calculado, sustentado numa teia de inverdades e manipulações estruturadas. A própria sabe que Fernando Dias não venceu as eleições presidenciais, mas insiste em fabricar uma narrativa de vitória artificial, impulsionada por uma obsessão crónica pelo poder e por uma recusa sistemática em aceitar a soberania popular. Trata-se de uma reedição, quase mecânica, da estratégia de 2019: negar resultados, fabricar dúvidas e instrumentalizar a opinião pública.

A construção apressada de uma “vitória na primeira volta”, anunciada meras horas após o fecho das urnas, demonstra não apenas fragilidade argumentativa, mas um ato deliberado de manipulação comunicacional, concebido para produzir confusão e tensionar o espaço mediático nacional e internacional. A mentira, revestida de moralismo teatral, é transformada por Odete Semedo num instrumento político diário.

No entanto, o que verdadeiramente a incomoda é o fracasso reiterado das suas estratégias. A resistência das Forças Armadas às tentativas de instrumentalização política, associada às medidas preventivas que inviabilizaram qualquer escalada militar, desmontou completamente a engenharia golpista que vinha sendo preparada. Há registos, áudios e vídeos que testemunham essa arquitetura subversiva - elementos que a narrativa fabricada não consegue apagar.

O compromisso de Odete Semedo com a instabilidade estrutural do país manifesta-se na promoção ativa do discurso de ódio, na incitação a tensões tribais e na manipulação de jovens para a destruição de património público, incluindo infraestruturas estratégicas recentemente construídas. Estes atos revelam não apenas irresponsabilidade histórica, mas também uma inveja política visceral perante a capacidade de reconstrução nacional demonstrada no curto intervalo em que o General Umaro Sissoco Embaló reorganizou setores críticos do Estado - feitos que os últimos 45 anos de governação decadente do PAIGC foram incapazes de alcançar.

A sua herança política não se distancia da ruína pública que ajudou a consolidar: escolas degradadas, serviços básicos colapsados, sistema de saúde fragilizado e um povo condenado à miséria enquanto as elites partidárias, nas quais se inclui, prosperavam à custa do erário público. A captura das riquezas marítimas por interesses estrangeiros, a criação de empresas fora do país e a entrega do mar nacional sem fiscalização configuram uma traição material ao povo guineense.

O ressentimento de Odete Semedo perante as reformas e neutralizações anticorrupção implementadas pelo General Umaro Sissoco Embaló e por Braima Camará é evidente. O confronto frontal a que estes líderes se dispuseram - sem medo, sem subterfúgios e com determinação política firme - destrói a estrutura de privilégios que durante décadas parasitou o Estado. É esta perda de domínio que alimenta a sua obsessão doentia e a sua campanha sistemática de desinformação.

Hoje, confrontada com a derrocada do seu modelo político, Odete Semedo refugia-se em atas falsificadas, fabricadas por marginais digitais, e tenta instrumentalizar instituições internacionais com argumentos desacreditados. A comunidade internacional, porém, já reconhece a fragilidade e a artificialidade dessas construções.

Em suma: a era em que estas estratégias conseguiam capturar o Estado terminou. A Guiné-Bissau não voltará a ser refém de elites que transformaram o país num laboratório de corrupção, miséria e manipulação política. As eleições podem repetir-se mil vezes: a sociedade guineense amadureceu, e o projeto de poder de Odete Semedo não encontrará mais espaço para se reinstalar no comando da nação.

Abel Djassi Primeiro 

06/12/2025


sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

A solução dos problemas da Guiné-Bissau passa pelos próprios guineenses

Por  Presidência da República de Cabo Verde

“Do meu ponto de vista, a solução dos problemas da Guiné-Bissau passa pelos próprios guineenses.”

Numa altura em que a Guiné-Bissau volta a enfrentar momentos de tensão e incerteza, com rumores, interpretações e especulações a circularem tanto na comunicação social quanto nas redes sociais, vale a pena revisitar estas palavras escritas em abril de 2020 pelo então cidadão comum, José Maria Neves, no seu livro de Crónicas “Nos Tempos de Pandemia” que, aliás, vale ler para compreender a sua visão política.

Seguindo, nesse texto — verdadeiro testemunho de amizade, respeito e profunda admiração pela Guiné-Bissau e pelas suas gentes — José Maria Neves sublinhava não apenas o seu afeto pelo país, mas sobretudo a sua confiança inabalável na capacidade dos guineenses de resolverem as suas próprias contendas. Já então defendia o diálogo como ponto de partida e o “sacrifício” da elite política como imperativo ético em prol do bem comum, num momento em que se vivia outra crise institucional, com as eleições de 29 de dezembro de 2019, que viriam a consagrar Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República.

Cinco anos se passaram e hoje, como Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves mantém exatamente a mesma convicção: a solução para os problemas da Guiné-Bissau reside, antes de tudo, nos próprios guineenses, na sua capacidade de diálogo, de reconciliação, de construção de consensos fundamentais e de renúncia às lógicas de confronto que apenas adiam a paz e o progresso.

A citação de Amílcar Cabral que então evocou — “Por mais quente que seja a água da fonte, ela não cozerá o teu arroz” — continua atual e pertinente. Ela recorda-nos que nenhum ator externo, por mais empenhado que esteja, pode substituir-se à responsabilidade nacional de refundar o Estado, estabilizar as instituições, reconstruir consensos e abrir caminho ao desenvolvimento político e económico.

À CEDEAO e à comunidade internacional cabe, naturalmente, um papel de mediação ou facilitação — discreto, prudente e respeitador da soberania — apoiando processos de diálogo genuinamente conduzidos pelos próprios guineenses, cujo desejo coletivo de estabilidade, paz e desenvolvimento é claro e inequívoco.

Cabo Verde, país irmão, não esquece a dívida histórica e moral que tem para com a Guiné-Bissau, berço de uma luta conjunta pela liberdade e independência. E José Maria Neves, como Chefe de Estado cabo-verdiano, reafirma a sua confiança e solidariedade para com o povo guineense — um povo resiliente, generoso e profundamente comprometido com a construção de um futuro melhor.

A Guiné-Bissau já demonstrou, ao longo da sua história, que sabe superar adversidades.

Sabê-lo-á fazer novamente.

Movimento Umaro Sissoco Embaló de Gabú “saudou a decisão do Alto Comando Militar” (ACM), no passado dia 26 mês de Novembro. A posição do movimento foi feito nesta Sexta-feira, pelo seu Presidente Amadu Marinha Djaló.

 

GUINÉ-BISSAU: CEDEAO quer Embaló de volta ao poder na Guiné-Bissau e aceita eleições anuladas

Por  publico.pt

Líderes da organização junto com Macron congeminaram a solução que devolve o Presidente guineense ao cargo e repete eleições para daqui a um ano na melhor das hipóteses. Embaló vem a Lisboa.

Tudo indica que Umaro Sissoco Embaló regressará em breve à Guiné-Bissau para recuperar o cargo de Presidente da República, perdido no golpe de Estado de 26 de Novembro. 

O volte-face foi promovido por vários chefes de Estado amigos, incluindo Emmanuel Macron, numa solução em que Sissoco se mantém no cargo, os militares voltam para os quartéis, é formado um governo de unidade nacional sem a participação de gente próxima do Presidente deposto e daqui a um ano, um ano e meio repetem-se as eleições...


quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

CABO VERDE ENTRE O PODER EXTERNO E A SOBERANIA: CASO EMBALÓ E A NECESSIDADE DE INTELIGÊNCIA SOBERANA. Seguidores!

Por Pioneiros De Cabo Verde 

UM PIVÔ REGIONAL DERRUBADO

O golpe militar na Guiné-Bissau, que depôs o Presidente Umaro Sissoco Embaló em novembro de 2025, destruiu um paradigma emergente de segurança regional e expôs uma vulnerabilidade crítica para Cabo Verde. O mandato de Embaló representou uma iniciativa apoiada pelo Ocidente para reduzir o papel da Guiné-Bissau como hub de trânsito de cocaína para a Europa. Sua queda, coincidindo com a expansão diplomática dos EUA na região, evidencia os riscos de navegar numa geopolítica complexa sem inteligência independente.

O MODELO EMBALÓ: CONTRA O TRÁFICO E ALINHAMENTO INTERNACIONAL

Embaló implementou reformas profundas:

• REVITALIZAÇÃO DO SETOR DE SEGURANÇA: Reestruturação de lideranças militares e de segurança historicamente coniventes com o tráfico.

• ESTRUTURAS LEGAIS E FINANCEIRAS: Reforço das leis anti-lavagem de dinheiro e da capacidade judicial.

• PARCERIA INTERNACIONAL: Cooperação com DEA, INTERPOL, UNODC e agências europeias.

• CONTROLE DE INFRAESTRUTURAS: Monitoramento portuário e marítimo ampliado.

As medidas receberam reconhecimento internacional e consolidaram o alinhamento político com Cabo Verde, incluindo honrarias de ex-presidentes e apoio de autoridades atuais.

EXPANSÃO DIPLOMÁTICA

Em julho de 2025, Embaló anunciou a construção de uma embaixada dos EUA em Bissau; simultaneamente, os EUA constroem outra em Praia. Estes projetos indicam uma estratégia ocidental integrada, envolvendo segurança, governança e comércio, que fortalece laços com Cabo Verde e a Guiné-Bissau.

O GOLPE

O golpe suspendeu a constituição e colocou em dúvida o futuro das reformas anti-tráfico. Para Cabo Verde, expôs a incapacidade de antecipar ou reagir a crises regionais e revelou que outras potências, como China e França, podem explorar a instabilidade.

A LACUNA DE INTELIGÊNCIA DE CABO VERDE

Sem uma agência própria ou coleta regional de dados, Cabo Verde depende de análises estrangeiras, principalmente ocidentais, comprometendo sua soberania. O país não consegue verificar a estabilidade de parceiros, avaliar impactos regionais ou formular política externa baseada em análise própria. Nesse contexto, a presença crescente dos EUA é tanto uma oportunidade quanto um risco de influência externa.

O IMPERATIVO DA SOBERANIA

A ascensão e queda de Embaló, a expansão das embaixadas e o déficit de inteligência revelam um imperativo claro: neutralidade sem capacidade não é soberania. Cabo Verde deve investir em inteligência estratégica independente, liderada por civis, para avaliar ameaças, alianças e decisões geopolíticas. O desafio é transformar atenção externa em capacidade própria de proteger seu futuro.

PAICV - Partido Africano da Independência de Cabo Verde

MpD - Movimento para a Democracia

Grupo Parlamentar do MpD Grupo Parlamentar do PAICV UCID Ulisses Correia E Silva 

Francisco Carvalho Cabo Verde

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA!: Marrocos - Umaro Sissoco Embaló volta a mudar de residência

Na quarta-feira, 3 de dezembro, Umaro Sissoco Emballo partiu de Brazzaville, acompanhado de sua família, rumo ao Marrocos, onde espera encontrar refúgio após o "golpe" que o depôs do poder na Guiné-Bissau. Esta é a sua terceira viagem em uma semana, após as viagens a Dakar e Brazzaville.

Segundo informações da Jeune Afrique, Umaro Sissoco Emballo não foi "expulso" de Dakar, onde permaneceu apenas 48 horas. Ele teria decidido deixar a capital senegalesa por conta própria, buscando refúgio em outro lugar. 

O motivo da saída de Dakar: declarações feitas por Ousmane Sonko durante uma sessão de perguntas e respostas na Assembleia Nacional, na qual afirmou que o golpe na Guiné-Bissau foi um "esquema" orquestrado pelo próprio Sissoco Emballo. Essas declarações aparentemente não foram bem recebidas pelo então chefe de Estado.

Mas em declarações divulgadas pela Jeune Afrique, o ex-presidente da Guiné-Bissau classificou como "notícias falsas" as informações de que estaria por trás do golpe. "Se eu tivesse organizado tudo isso sozinho, ainda estaria no poder"..

Por Balde Balde Balde

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Uma análise séria exige conhecimento profundo da Guiné-Bissau — algo que claramente falta a Sonko, um político que não respeita sequer os protocolos diplomáticos, quanto mais a figura do Chefe de Estado.

 

Caros compatriotas, chegou o momento de tratarmos com rigor o destino da nação que nos pertence.

Fernando Dias e Domingos Simões Pereira iniciaram, desde junho, uma estratégia calculada de instabilidade, com claras pretensões de ruptura institucional. A tentativa de produzir um cenário de golpe fracassado não se sustentou, mas deixou marcas inequívocas no ambiente político.

A reunião dos anciãos Balantas em Nhacra elucidou o clima que se viveu em Bissau na véspera da divulgação dos resultados eleitorais. As declarações ali produzidas provocaram uma fissura profunda nas Forças Armadas, cuja composição é majoritariamente Balanta. Esse ambiente gerou tensões internas sérias, sobretudo diante da possibilidade de os resultados não favorecerem o candidato Fernando Dias, que, prematuramente, se autoproclamara vencedor apenas três horas após o encerramento das urnas.

Quando um Chefe de Estado perde o controlo efetivo das tropas, resta-lhe apenas negociar a retirada digna do comando e assegurar a própria integridade. O General Umaro Sissoco Embaló, ponderando os riscos para a estabilidade nacional, não ofereceu resistência. Recebeu proteção institucional até a sua saída do país — atitude que só foi possível graças à postura patriótica do General Biaguê N’Tam, cuja conduta corresponde ao que se espera de um verdadeiro Chefe Militar.

O Alto Comando das Forças Armadas assumiu o poder para evitar um derramamento de sangue que seria inevitável caso os resultados fossem anunciados num ambiente já inflamado. Fernando Dias e Domingos Simões Pereira haviam semeado ressentimento e hostilidade entre segmentos dos Brasa (Balantas), ao mesmo tempo em que tentavam manipular o processo eleitoral com apoios obscuros de figuras conhecidas no narcotráfico nacional.

A narrativa que tentam impor — a de que o Presidente foi derrubado por um golpe dos seus próprios homens — é uma distorção que subestima a inteligência do povo. Em qualquer cadeia de comando, a ruptura vem sempre de dentro, e é precisamente por isso que a responsabilidade política torna-se inescapável.

Os factos históricos não podem ser ignorados. Cumba Ialá foi removido do poder sem derramamento de sangue num contexto de divergências profundas entre os quartéis Balantas do Norte e do Sul. Essas fraturas internas, persistentes até hoje, explicam grande parte da instabilidade crónica que assombra o país.

Ussumane Sonko deveria reconhecer essa história — uma história dura, dolorosa e complexa — antes de se permitir comentários irónicos ou levianos.

Este é um alerta sereno, mas firme, de um guineense que ama a sua pátria e que analisou todo o processo com distanciamento crítico, sem defesa de interesses particulares. A Guiné-Bissau precisa de políticos orientados pelo dever nacional, não por ambições pessoais.

Bissau, 01/12/2025

Anónimo, carregando a dor do seu país.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

PR cabo-verdiano distancia-se da mediação na Guiné-Bissau... O presidente cabo-verdiano distanciou-se hoje de um grupo de chefes de Estado que deverá deslocar-se à Guiné-Bissau, para tentar mediar a crise no país, justificando-se com as relações históricas entre os dois países.

© Lusa   01/12/2025 
"Alguns chefes de Estado deverão deslocar-se à Guiné-Bissau. Nós, fazendo uma avaliação mais fina da situação, decidimos distanciar-nos da comissão de mediação, tendo até em conta as relações históricas entre Cabo Verde e Guiné-Bissau, mas desejamos o melhor para que se consiga ultrapassar este momento de crise política", afirmou José Maria Neves, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV).
 
"Vamos continuar a dar a nossa contribuição no quadro da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] para a resolução desta situação de golpe de Estado", acrescentou.

O chefe de Estado recordou, tendo em conta a "sensibilidade da questão", que Cabo Verde mantém relações muito próximas com a Guiné-Bissau e os dois países partilharam uma luta de libertação do regime colonial português.

Por isso, "convém que Cabo Verde, nesta fase, não esteja muito envolvido nesta questão, de modo a poder dar uma contribuição mais ampla no quadro da CEDEAO. No dia 14 deverei estar em Abuja, para participar na cimeira da comunidade e nessa ocasião daremos, com certeza, a nossa contribuição, relativamente aos resultados dessa primeira deslocação dos chefes de Estado à Guiné-Bissau", disse.

"Não queremos imiscuir-nos nos assuntos internos da Guiné-Bissau, nem comentar ou analisar esta situação, até para não complicar o quadro negocial (...). Houve um golpe, já há um Presidente de transição, um novo Governo nomeado e são esses os dados com que devemos trabalhar", acrescentou.

José Maria Neves disse ainda desejar "o melhor para o povo da Guiné-Bissau" e esperar que a situação se resolva "de forma pacífica, através de negociações entre as partes", prometendo contribuir para o diálogo e para que se alcancem soluções.

Grupo de militantes tomou o poder após eleições na Guiné-Bissau
A crise na Guiné-Bissau começou quando um grupo de militares tomou o poder a 26 de novembro, destituindo o presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspendeu a divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

O general Horta Inta-A foi empossado presidente de transição pelo período de um ano, após o golpe, e nomeou Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló, como primeiro-ministro e ministro das Finanças.

As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a participação do principal partido da oposição, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, que foram excluídos da disputa.

Simões Pereira apoiou Fernando Dias da Costa, outro candidato opositor, que reivindicou a vitória na primeira volta.

A detenção de Domingos Simões Pereira e a tomada de poder pelos militares estão a ser denunciadas pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

O golpe militar foi condenado pela comunidade internacional, e a Guiné-Bissau foi suspensa da CEDEAO e da União Africana (UA) até que a ordem constitucional seja restabelecida.

domingo, 30 de novembro de 2025

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DA ÁFRICA OCIDENTAL EXIGEM REGRESSO INCONDICIONAL DO GENERAL UMARO SISSOCO EMBALÓ

Um conjunto de várias organizações sociais da África Ocidental denunciaram a detenção do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, considerando de inaceitável essa atitude antidemocrática.

A denúncia veio na sequência de um grupo de militares aliados de Domingos simões e  Candidato derrotado Fernando Dias terem invadido a presidência da República e da CNE com objetivo de alterar os resultados eleitorais, onde tudo indica o General Umaro Sissoco Embaló obteve 65.24% de votos e 87 mandatos para a Plataforma Republicana Nô Kumpu Guiné.

As forças Armadas tinham denunciado um plano maquiavélico e a entrada de armas por grupos de narcotraficantes que apoiavam financeiramente Fernando Dias, alguns destacados como Nick, entre outros.

O objetivo era claramente impedir a proclamação dos resultados eleitorais que declararam a reeleição do General Umaro Sissoco Embaló, vencedor destas eleições na primeira volta.

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, já tinha denunciando esse plano de golpe.

Entretanto, a CEDEAO e a União Africana não podem mais ignorar fatos que comprovam varias tentativas falhadas de golpe de Estado e que acabou por consumar no dia 26 de Novembro.

Juntamos a voz com o povo da Guiné-Bissau para exigir entre outras:

1. O Regresso imediato do Presidente da República da Guiné-Bissau às suas funções. 

2. Exigir a criação de condições para o anúncio dos resultados eleitorais provisórios pela CNE.

3. Responsabilizar o candidato Fernando Dias e Domingos Simões Pereira pela desobediência e violência ao povo guineense.

4. Apelar a CEDEAO uma posição firme contra aqueles que incentivam a violência e a guerra civil.

Assinantes do pacto das organizações sociais da África Ocidental:

1. Alioune Tine, fundadora do Afrikajom Center (Senegal) 

2. Salieu Taal, ativista e ex-presidente da Ordem dos Advogados (Gâmbia)

3. Madi Jobarteh, defensora dos direitos humanos (Gâmbia) 

4. Paul Amegakpo, especialista em governança, Instituto Tamberma (Togo) 

5. Hardi Yakubu, coordenador do movimento Africans Rising (Gana)

6. Ibrahima Kane, ativista de direitos humanos (Senegal) 

7. Abdou Aziz Cissé, ativista da Web e defensor dos direitos humanos (Senegal) 

Eng. Santos Pereira,  30/11/2025


sábado, 29 de novembro de 2025

Governo de transição da Guiné-Bissau nomeado hoje e integra 6 militares

O Governo de transição da Guiné-Bissau nomeado hoje integra seis militares titulares das pastas relacionadas com a Defesa, Ordem Pública e Saúde, segundo o decreto presidencial, a que a Lusa teve acesso.

Por decisão do Presidente da República de Transição, o general Horta Inta-A, entram para o Governo Mamasaliu Embalo, como ministro do Interior e Ordem Interna, Steve Lassana Mansaly, ministro da Defesa Nacional, Quinhin Nantote, ministro da Saúde, Salvador Soares, secretário de Estado da Ordem Pública e Carlos Mandungal, secretário de Estado dos Combatentes.

O novo ministro do Interior, Mamasaliu Embalo, era até aqui comandante do batalhão dos Comandos, Lassana Mansaly inspetor-geral do Ministério da Defesa, Quinhin Nantote, diretor da medicina militar.

Salvador Soares era até agora comissário nacional da Polícia de Ordem Pública (POP) e Carlos Mandungal é o antigo comandante da Marinha de Guerra guineense.

Do novo executivo fazem também parte nomes do Governo deposto pelos militares, nomeadamente Carlos Pinto Pereira  que deixa os Negócios Estrangeiros e passa para a Justiça e Direitos Humanos, e José Carlos Esteves, que continua na pasta das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo.

 Fatumata Jaú também se mantém no Governo com o pelouro da secretaria de Estado da Cooperação Internacional, assim como os secretários do ministério das Finanças, Mamadu Baldé, continua no Tesouro e Elísio Gomes Sá, no Orçamento e Assuntos Fiscais.

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros é o advogado e candidato às últimas eleições presidenciais, João Bernardo Vieira, das fileiras do PAIGC que avançou para a corrida eleitoral como independente com críticas ao partido que decidiu apoiar outro candidato, Fernando Dias.

O Governo de transição hoje nomeado e empossado tem um total de 23 ministros e cinco secretários de Estado.

O ministro da Presidência de Conselho de Ministros e dos assuntos parlamentares é Usna António Quadé, um economista que já integrou um governo guineense como secretário de Estado do Tesouro.

O novo ministro dos Recursos Naturais é Celedonio Vieira, que presidia à estatal dos petróleos guineenses, a Petroguin, e Florentino Mendes Pereira, antigo secretário-geral do Partido de Renovação Social (PRS), vai liderar a pasta dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital.

Seis mulheres integram o governo, sendo que a ministra do Desporto, Juventude e Cultura, Juelma Cubala, é a esposa do antigo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.

As outras mulheres do governo são: Khady Florence Dabo Correia, ministra da Mulher e Solidariedade Social, Catarina Raquel Mendonça Taborda, ministra de Turismo e Artesanato, Assucénia Nesbi Emilia Seide Donate de Barros, ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Virgínia Maria da Cruz Godinho Pires Correia, ministra das Pescas e Economia Marítima e Fatumata Jaú, secretária de Estado da Cooperação Internacional e das Comunidades.

Mamadú Badji é o ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, já foi ministro da Agricultura e diretor do grupo Malaika, cujo proprietário é o ex-primeiro-ministro, agora deposto, Braima Camará.

A ativista e antiga secretária de Estado do Turismo e Artesanato Catarina Raquel Mendonça Taborda é a ministra de Turismo e Artesanato e  com a pasta da comunicação social fica Abduramane Turé, jornalista e atual diretor da Radio África FM, cujo proprietário é Umaro Sissoco Embaló, o Presidente deposto.

Fazem ainda parte do Governo de transição Mamadú Mudjetaba Djaló, ministro da Economia Plano e Integração Regional, Amadu Uri Guissé, ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural e Augusto Idrissa Embalo, ministro do Ambiente e Ação Climática.

 O novo MNE e outros cinco elementos do novo Governo são dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), mas que se incompatibilizaram com o líder, Domingos Simões Pereira, nomeadamente Carlos Nelson Sano, ministro da Administração Territorial e do Poder Local, José Carlos Esteves, ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Mário Muzante da Silva Loureiro, ministro da Energia, Jaimentino Có Ministro de Comércio e Indústria e Carlos Pinto Pereira, ministro da Justiça e Direitos Humanos.

O novo Governo guineense foi nomeado pelo Presidente da República de Transição, o general Horta Inta-A, empossado pelos militares que tomaram o poder a 26 de novembro, na Guiné-Bissau.

Os militares destituíram o Presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspenderam a divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

O general Horta Inta-A anunciou que o período de transição terá a duração máxima de um ano e nomeou como primeiro-ministro e ministro das Finanças Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló.

As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem participação do principal partido da oposição, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da disputa e que declararam apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa.

Dias tinha reclamado vitória na primeira volta sobre o Presidente Embaló, candidato a um segundo mandato. A divulgação dos resultados oficiais das eleições estava agendada para quinta-feira, 27 de novembro.

Simões Pereira foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.




Leia Também: PAIGC exige restituição da sede nacional após "ocupação forçada"

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) exigiu hoje a restituição da sede nacional, em Bissau, após a sua ocupação por indivíduos "fortemente armados".


Guiné-Bissau. PAIGC denuncia invasão armada à sua sede nacional... O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou este sábado que um grupo de homens armados e encapuçados invadiu a sua sede, em Bissau, agredindo dirigentes e colaboradores presentes no local.

Por  Rtp.pt/   29 Novembro 2025

Segundo "relatos internos" recolhidos pelo partido, esta situação "está a ocorrer neste momento na sua sede nacional" e "representa uma séria ameaça à integridade física dos membros do partido", bem como um "atentado à estabilidade, à democracia e ao Estado de Direito na Guiné-Bissau", avançou em comunicado o secretariado da Plataforma dos Presidentes das Comissões Políticas na Diáspora Europa, América do PAIGC.

Numa mensagem enviada à Lusa, o porta-voz do PAIGC, Muniro Conte, adiantou que Polícias de Intervenção Rápida (PIR) assaltaram a sede do partido, expulsando todos os que lá se encontravam. Segundo o responsável, o objetivo é "introduzir armas [no local] para depois acusarem o partido".

Na nota enviada à comunicação social, o PAIGC condenou "de forma veemente qualquer ato de violência política" e apelou às autoridades nacionais "para que atuem imediatamente no sentido de garantir a segurança de todos os cidadãos presentes na sede do partido" e para "esclarecer a situação do seu líder", Domingos Simões Pereira, que está detido desde 22 de novembro.

O partido apelou ainda à comunidade internacional "para que acompanhe de perto estes acontecimentos e apoie todos os esforços que visem preservar a legalidade democrática" e à população para que "mantenha a serenidade, rejeitando qualquer forma de provocação ou escalada de violência".

"O PAIGC reafirma o seu compromisso inabalável com a paz, a democracia e o diálogo, e espera que os responsáveis por estes factos sejam identificados e responsabilizados", refere a mesma nota.

Um grupo de militares anunciou na quarta-feira ter tomado o poder na Guiné-Bissau e ter destituído o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que viajou entretanto para o Senegal.

A junta militar nomeou general Horta Inta-A como presidente de transição pelo período de um ano e suspendeu do processo eleitoral na véspera da divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a participação do principal partido da oposição, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da corrida eleitoral e que declararam apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa.

Simões Pereira foi detido após o anúncio da junta militar.

A oposição, que reclamou vitória nas eleições presidenciais, denuncia a intervenção militar como uma manobra orquestrada pelo Presidente cessante para travar a divulgação dos resultados eleitorais.

A União Africana (UA) anunciou hoje que suspendeu "de forma imediata" a Guiné-Bissau até que a ordem constitucional seja restabelecida.