segunda-feira, 14 de abril de 2025

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou-se "profundamente alarmado e chocado" com o ataque de mísseis russos à cidade ucraniana de Sumy, que matou 34 pessoas e feriu mais de uma centena.

Por LUSA 

Guterres manifesta-se "alarmado e chocado" com ataque russo contra Sumy

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou-se "profundamente alarmado e chocado" com o ataque de mísseis russos à cidade ucraniana de Sumy, que matou 34 pessoas e feriu mais de uma centena.

Oataque perpetua "uma série devastadora de ataques semelhantes a cidades e aldeias ucranianas nas últimas semanas, que causaram vítimas civis e destruição em grande escala", afirma Guterres, este domingo, num comunicado assinado pelo porta-voz, Stéphane Dujarric.

"O secretário-geral sublinha que os ataques contra civis e objetos civis são proibidos pelo direito humanitário internacional e que tais ataques, onde quer que ocorram, devem cessar imediatamente", acrescenta o texto.

O comunicado acrescenta que Guterres "renova o seu apelo a um cessar-fogo duradouro na Ucrânia e reitera o apoio das Nações Unidas aos esforços significativos para alcançar uma paz justa, duradoura e abrangente que defenda plenamente a soberania, a independência e a integridade territorial da Ucrânia", em conformidade com o direito internacional e as regras e resoluções da Organização das Nações Unidas.

De acordo com o Serviço de Emergência do Estado ucraniano, pelo menos 34 pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas no ataque contra Sumi, no Domingo de Ramos, numa zona movimentada da cidade onde existe uma igreja, e 117 outras pessoas, incluindo 15 menores, ficaram feridas.

O chefe dos serviços secretos militares ucranianos, Kiril Budanov, explicou que a Rússia utilizou dois mísseis Iskander-M/KN-23, que foram lançados pelas brigadas 112 e 448 do exército russo a partir do território das regiões russas de Voronezh e Kursk.

A Rússia lançou uma ofensiva nesta primavera contra as regiões de Sumy e da vizinha Kharkov, numa altura em que os Estados Unidos estão a tentar orquestrar um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia.

Em março, Kiev concordou com um cessar-fogo total de 30 dias, mas Moscovo tem recusado e, até agora, apenas foi acordada uma trégua contra o sistema energético e uma trégua contra o sistema marítimo no Mar Negro, embora nenhuma delas esteja a ser implementada.

A Casa Branca considerou que o ataque constitui "uma lembrança clara" do imperativo de negociar para acabar com "esta guerra terrível".

"O ataque com mísseis em Sumy é uma lembrança clara e forte da razão pela qual os esforços do Presidente [norte-americano] Donald Trump para tentar pôr fim a esta terrível guerra chegam num momento crucial", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, num comunicado.


Leia Também: O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sugeriu que o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, visite à Ucrânia para ver a destruição causada pela Rússia, numa entrevista transmitida no domingo pelo canal de televisão norte-americano CBS

A CNN Portugal fez um levantamento dos registos da Assembleia da República e descobriu 23 parlamentares sem qualquer intervenção, ainda que muitos tenham declarações de voto ou questões a ministros. São todos do PS ou do PSD, muitos estreantes, mas há caras conhecidas como Sérgio Sousa Pinto e Fernando Medina

Por Henrique Magalhães Claudino  CNN Portugal 

Há deputados sem qualquer intervenção em plenário. "Se tivesse sido mais espalhafatoso, se calhar tinha tido mais valor"

A CNN Portugal fez um levantamento dos registos da Assembleia da República e descobriu 23 parlamentares sem qualquer intervenção, ainda que muitos tenham declarações de voto ou questões a ministros. São todos do PS ou do PSD, muitos estreantes, mas há caras conhecidas como Sérgio Sousa Pinto e Fernando Medina.

 Telmo Faria estava num dos camarotes do Estádio da Luz quando o árbitro apitou para o intervalo. Enquanto os amigos se juntavam para beber um copo o telefone começou a tocar. “Vi que era o número do Luís Montenegro. Fiquei um bocado nervoso, pedi desculpa e saí.” Era perto das 20:00, faltava um par de meses para as legislativas do ano passado e, na confusão de filas de adeptos, Telmo ouviu o líder do PSD a vender-lhe a ideia de colocar os projetos que tinha para abrir um novo hotel em Óbidos em pausa para poder encabeçar a lista do partido a Leiria.

Seria o fim de um hiato político de onze anos após ter cumprido três mandatos à frente da Câmara Municipal de Óbidos. “Foi uma surpresa, eu não tinha preparado a minha vida para a vida política, mas o Luís Montenegro disse que precisava de mim porque não queria as pessoas do costume. Eu lembro-me de dizer: 'olha Luís, se eu for pensar, vou acabar por desistir'”. Então aceitou, a AD acabou por vencer em Leiria e Telmo chegou disparado ao Parlamento cheio de vontade de se inaugurar no combate político no plenário. Acabou por não fazer nada disso.

Teve discussões azedas com embaixadores, trouxe Enrico Letta ao Parlamento, mas não há um segundo seu de intervenções no plenário registado nos arquivos da Assembleia da República. “Se calhar, se eu estivesse a espernear na sala de sessões com argumentos muito confrontacionais com adversários, se tivesse abraçado esse lado mais espalhafatoso da política, tinha mais importância e mais valor.” 

O deputado não é caso único. A CNN Portugal fez um levantamento dos registos da Assembleia da República e descobriu 23 parlamentares na mesma situação. Muitos têm declarações de voto, ou questões a ministros, mas sem intervenções em plenário - aquelas que têm maior exposição pública e que, segundo especialistas na matéria, são as mais valorizadas pelos grupos parlamentares. São todos do PS ou do PSD, muitos estreantes, mas há caras conhecidas como Sérgio Sousa Pinto e Fernando Medina, que decidiram não integrar as listas de Pedro Nuno Santos este ano. Como eles, também Telmo Faria tomou a mesma decisão em rota de colisão com elementos do seu próprio partido. 

João Mineiro, antropólogo e investigador no ISCTE, está familiarizado com esta realidade. Durante quase cinco anos foi uma sombra no Parlamento, acompanhando o trabalho parlamentar dos deputados, ouvindo em surdina as suas queixas nos corredores e traçando o perfil de muitos que viram as suas ambições frustradas por não terem tido tempo de antena em debates quinzenais ou intervenções temáticas. No final, escreveu um livro que espelha este ambiente e apresenta uma conclusão: “Os deputados têm todos os mesmos direitos, mas na prática esse princípio é posto em causa por uma série de hierarquias e autoridades que determinam quem tem ou não tem acesso, por exemplo, a encarar um debate na Assembleia da República”, afirma à CNN Portugal. 

Há 23 deputados sem intervenções no plenário

Plenário da Assembleia da República no momento do debate da moção de confiança a Luís Montenegro (Lusa)

A zeros nesta categoria ficou também o deputado Davide Amado. Presidente da Junta de Alcântara, o socialista teve um 2024 atípico. Em 16.º nas listas de Pedro Nuno Santos, ficou a ver o seu nome exatamente travado na linha entre os que entraram e os que, como ele, ficaram fora do Parlamento. Isto até às eleições europeias, que levaram Marta Temido para Bruxelas e deram oportunidade a Davide para a substituir e estrear-se na casa da República.

Só que quando chegou, em julho, o Parlamento foi de férias. E quando voltou, passado alguns meses, o Parlamento foi dissolvido após o chumbo da moção de confiança a Luís Montenegro. Exatamente no momento em que tinha previsto estrear-se no plenário. “Apresentei pelo PS um projeto de resolução que recomendava ao Governo um debate público alargado, tendo em vista o plano de requalificação da Praça do Comércio”, “certamente seria a minha primeira intervenção em plenário, mas já não fui a tempo”.

Davide Amado conta também que quando chegou ao Parlamento se deparou com um quadro diferente daquele que esperava. “Confesso-lhe que não tinha ideia da quantidade de trabalho que existe enquanto deputado em todas estas matérias.” Ao mesmo tempo, manteve o seu cargo na Junta. “Obviamente, tenho menos tempo, mas geralmente chego à Junta às sete e meia, oito da manhã. Como moro aqui em Alcântara também é mais fácil. Quando saio da Assembleia venho para Alcântara e volto a trabalhar. Tenho dois trabalhos, mas só tenho um salário, porque não tenho qualquer tempo na junta.” 

O deputado foi colocado na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto e foi a partir dela que conduziu a maior parte da sua ação política. Mas aí notou uma grande disparidade entre a sua esfera de ação autárquica e aquilo que efetivamente podia fazer no Parlamento. “Muitas vezes, estes problemas são problemas muito localizados e a burocracia e todo o processo que leva à resolução ou a criar o caminho para a resolução destes problemas às vezes é muito demorada. Não é uma coisa tão imediata, como ser autarca e poder ter mais facilidade de resolver problemas, embora problemas muito mais pequenos.” 

Para muitos estreantes no Parlamento, como aponta João Mineiro, a maior desilusão reportada é a quantidade de entraves que os leva a ter de desistir das ideias e objetivos que estiveram na base da confiança que os eleitores neles depositaram. E muito dessa problemática surge, sublinha o investigador, por causa do funcionamento hierárquico dos grupos parlamentares que começa no líder da bancada e vai descendo degraus até acabar na maior parte dos deputados. “Em cada lugar que se ocupa tem-se mais ou menos margem para o exercício de determinados direitos, por exemplo, de se conseguir inscrever para uma intervenção no plenário, ou para coordenar um processo legislativo, ou para ser protagonista mediático sobre algum tema”, continua. “Mas além dessas hierarquias, que são mais de âmbito parlamentar, há também outras, por exemplo, a relação particular que o deputado tem não com a direção do grupo parlamentar, mas com a direção do partido, que é uma estrutura que está fora do Parlamento. Portanto, há deputados que podem não ter uma posição hierárquica dentro do Parlamento, dentro dos partidos, faz com que tenham muito mais margem de autonomia política interna.” 

"Ninguém quer saber"

Telmo Faria durante uma reunião da Comissão de Assuntos Europeus (Lusa)

Na maior parte das vezes, essa desilusão é transmitida logo nos primeiros dias em que os deputados assumem funções. “Logo quando se chega, as pessoas têm de ser organizadas do ponto de vista das comissões a que vão pertencer, das responsabilidades concretas que vão assumir e, portanto, aí percebem imediatamente que há um conjunto de redes já pré-estabelecidas às quais eles têm de se adaptar”, refere João Mineiro, acrescentando que, “muitas vezes, os deputados não se conseguem adaptar para exercer aquilo que esperavam que poderiam vir a exercer ali no Parlamento”.

Na estrutura que o investigador assinala, Telmo Faria ficou bem posicionado. Foi designado presidente da Comissão de Assuntos Europeus (CAE). Mas, com esse cargo, de dentro do partido, foi-lhe passada a mensagem de que teria de se resguardar do combate político no plenário. Algo que não o perturbou. “Eu queria muito mais informação e muito menos representação numa primeira fase, a minha preocupação foi inteirar-me das pastas e passar uma mensagem de que o novo presidente da CAE era uma pessoa disponível e que queria afirmar os assuntos europeus na sua dimensão parlamentar, junto dos diplomatas acreditados na cidade de Lisboa.” 

Nesse trabalho, recorda uma intervenção “duríssima” que teve junto do embaixador da Geórgia durante as manifestações de dezembro nas ruas de Tbilisi a exigir novas eleições e o reinício das negociações de adesão à UE. “Posso lhe dizer que com o embaixador foi uma reunião de uma hora muito difícil, porque estava também em causa a contestação aos resultados eleitorais e tinham sido chamadas instituições europeias, como o Parlamento Europeu, para fazer observação eleitoral e depois não gostaram dos relatórios aprovados pelo Parlamento Europeu. Diziam que houve interferência, e eu tive de perguntar ao embaixador porque é que chamam organismos internacionais se depois não aceitam o que eles dizem. E, no final, o embaixador acabou por me agradecer ter sido chamado ao Parlamento, porque tinha sido até àquela data a única instituição que tinha manifestado preocupação por aquilo que se estava a passar na Geórgia.”

O que mais o decepcionou foi a falta de reconhecimento desse trabalho fora do seu staff e dos colegas da comissão. “Pouca gente sabe, além das pessoas que trabalharam comigo, porque ninguém pergunta. Ninguém quer saber. De certa maneira, o trabalho que você realiza não é aquilo que é mais valorizado de alguma maneira.” 

Telmo Faria decidiu recusar este ano entrar nas listas da AD em Leiria, após ter visto o seu nome ser colocado em terceiro lugar, atrás da ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, e de Hugo Oliveira, presidente daquela distrital. “Ia passar de primeiro para terceiro, mas a questão nem era tanto de lugares, era ir atrás de uma pessoa que não estabelecia um ideal de referência que eu gostaria de ver. Fazer listas para que pessoas que não são referências na sociedade as ocupem só porque são presidentes das Distritais é que me parece uma intervenção partidária demasiada e, portanto, não gostei dessa situação e anunciei que a manterem a proposta eu sairia e saí.”

"Há deputados sem qualquer apoio técnico"

Davide Amado, deputado do PS e presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, em Lisboa

Já Davide Amado volta a integrar as listas do PS no círculo de Lisboa, mas desta vez numa posição mais avançada - vai em 12.º. Conta ser eleito este ano, o mesmo em que deverá abandonar por definitivo a Junta de Alcântara e também o mesmo em que foi pronunciado para julgamento num processo em que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa terá sido lesada em mais de um milhão de euros. “Obviamente que é difícil lidarmos com este tipo de exposição mediática, mas eu estou neste processo porque era funcionário de uma empresa para a qual comecei a trabalhar em 2002. Nem sequer era presidente da junta. E, neste momento, por ter exposição política, que tem esta questão mediática, agora eu estou muito sereno em relação a isso.” 

Quando foi acusado, em fevereiro de 2023, Davide Amado demitiu-se da liderança da concelhia de Lisboa do PS. Em julho do ano passado, ao mesmo tempo que deu os seus primeiros passos no Parlamento, voltou a candidatar-se e a ser eleito. “Em relação a isso, revela apenas e só que os militantes de Lisboa confiam em mim, tal como os alcantarenses, que sempre confiaram em mim.”

Já Telmo Faria, que não vai reeditar a sua passagem pelo Parlamento, aponta que o mais difícil é deixar a comissão que liderava, onde tinha posto em curso um plano para dotar o Parlamento de assessores independentes e especializados em assuntos europeus e que tinha tido luz verde recentemente. “Uma espécie de UTAO para os temas europeus. Esta é a minha última batalha, na qual vou trabalhar até junho e talvez pro bono a seguir a isso.”

Curiosamente, o plano que Telmo Faria tinha posto em curso é paralelo a muitas das frustrações dos deputados ouvidos pelo antropólogo João Mineiro, que dão conta de que a falta de assessoria tem levado ao bloqueio da ação de muitos parlamentares. “Afeta muito, especialmente porque no regulamento da Assembleia consta que todos os deputados deveriam ter uma assessoria individual o que permitiria, teoricamente, que um deputado poderia ter uma ideia que gostaria de apresentar a partir de uma leitura política que faz e depois encontraria nesse apoio técnico uma forma de a concretizar do ponto de vista concreto da lei ou do escrutínio de uma lei existente.” 

Na prática, contudo, o que “acontece é que as assessorias dos grupos parlamentares que deveriam ser para apoio ao trabalho individual são assessorias que fazem apoio aos coordenadores dos partidos nas comissões”. “E, portanto, os deputados, a não ser que ocupem um lugar hierárquico nas estruturas do partido ou nas comissões, não têm esse apoio, mesmo que a pessoa queira exercer esse direito político de trabalho.”

Equador: O milionário Daniel Noboa foi declarado vencedor das eleições presidenciais de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda Luisa González.

Por Sicnoticias   14/04/2025

Presidências no Equador: presidente em exercício declarado vencedor

O milionário Daniel Noboa foi declarado vencedor das eleições presidenciais de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda Luisa González.

O presidente em exercício do Equador, o milionário Daniel Noboa, foi declarado vencedor da segunda volta das eleições de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda, Luisa González.

De acordo com os resultados ainda provisórios, mas com 92% dos boletins de voto escrutinados, Noboa estava bem à frente de Luisa González, 56% contra 44%.

A candidata da esquerda às presidenciais no Equador afirmou, porém, no domingo à noite, que não reconhece os resultados parciais das eleições, e pediu já uma recontagem dos votos.

"Recuso-me a acreditar que exista um povo que prefira a mentira à verdade (...) vamos pedir a recontagem dos votos e a abertura das urnas", declarou em Quito, capital do país, a candidata, delfim do ex-líder socialista Rafael Correa (2007-2017).

Logo após a declaração de vitória pelo Conselho Eleitoral Nacional (CNE), centenas de apoiantes de Daniel Noboa vieram para as ruas em Quito e Guayaquil, as duas maiores cidades do país, para festejar um "Noboa, presidente!" para os próximos quatro anos, ao som de buzinas, levantado cartazes do movimento Ação Democrática Nacional e agitando bandeiras equatorianas.

Apoiantes de Daniel Noboa nas ruas, no Equador, a festejar a vitória nas presidenciais

Entretanto, Noboa aguardava o anúncio oficial do CNE para celebrar a vitória na sua residência à beira-mar na província de Santa Elena, onde permaneceu com a família, desde que votou na manhã de domingo.

O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (2019-2022) encontra-se em estado estável na unidade de cuidados intensivos, após ter sido submetido a uma cirurgia que durou 12 horas, divulgou este domingo o Hospital de Brasília, onde está internado.

 Agência Lusa,  14/04/2025

Bolsonaro está estável nos cuidados intensivos após cirurgia de 12 horas

 Antigo presidente brasileiro teve de ser operado a uma obstrução parcial do intestino.

O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (2019-2022) encontra-se em estado estável na unidade de cuidados intensivos, após ter sido submetido a uma cirurgia que durou 12 horas, divulgou este domingo o Hospital de Brasília, onde está internado.

O antigo presidente, de 70 anos, teve de ser operado a uma obstrução parcial do intestino, associada às sequelas de um ataque à faca que sofreu em 2018, e está internado desde sexta-feira, depois de ter sentido fortes dores abdominais durante uma digressão política.

"Operação concluída com sucesso!", escreveu a mulher de Jair Bolsonaro, Michelle, na rede social Instagram, no final da cirurgia.

domingo, 13 de abril de 2025

O líder da junta militar do Gabão, Brice Oligui Nguema, à frente do país desde o golpe de Estado de 2023, venceu as eleições presidenciais de sábado, recolhendo mais de 90% dos votos, segundo dados provisórios hoje divulgados

Por LUSA   13/04/2025

Dados provisórios dão presidência do Gabão a Brice Oligui Nguema

O líder da junta militar do Gabão, Brice Oligui Nguema, à frente do país desde o golpe de Estado de 2023, venceu as eleições presidenciais de sábado, recolhendo mais de 90% dos votos, segundo dados provisórios hoje divulgados.

Os resultados provisórios foram hoje divulgados pelo ministro do Interior, Hermann Immongault, em conferência de imprensa na capital, Libreville, noticia a Efe.

Oligui Nguema recolheu 90,35% dos votos, ficando à frente do segundo classificado, o antigo primeiro-ministro Alain-Claude Bilie-By-Nze, que reuniu 3,02% dos votos. Os outros seis candidatos não ultrapassaram a barreira do 1%.

As eleições formalizam constitucionalmente o fim da dinastia Bongo, que estava no poder desde 1967.

Independente da França em 1960, o Gabão passou a ser governado desde 1967 pela família Bongo: primeiro por Omar Bongo (1967-2009) e depois pelo filho, Ali Bongo (2009-2023).

O brigadeiro-general Brice Oligui Nguema chega ao poder depois de liderar golpe que derruba o primo, Ali Bongo, em 30 de agosto de 2023, no mesmo dia em que foram anunciados os resultados oficiais das eleições presidenciais.

Os militares justificaram o derrube de Ali Bongo com a manipulação e falta de credibilidade do escrutínio, e Oligui Nguema, em vez de apelar a uma análise independente da contagem dos votos para reconhecer o vencedor legítimo, decidiu nomear-se a si próprio como Presidente de transição.

A missão de observação eleitoral da União Africana é liderada pelo antigo primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, e integra 50 observadores de 24 Estados-membros da organização continental, designadamente dos lusófonos Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

Apesar da riqueza petrolífera de que dispõe e do rendimento 'per capita' de 9 mil dólares (cerca de 8 mil euros), um dos mais elevados de África, a taxa de desemprego é de 30% e, segundo a ONU, 44,7% da população vive abaixo do limiar de pobreza.

Depois das denúncias de maus tratos: GOVERNO ANUNCIA A EMISSÃO DE PASSAPORTES AOS CIDADÃOS GUINEENSES NA DIÁSPORA

 Por: Filomeno Sambú   O DEMOCRATA

O diretor-geral das Comunidades, Luís Mendes, anunciou na terça-feira 08 de abril de 2025, que já foram dadas as orientações para a emissão de passaportes para todos os cidadãos guineenses na diáspora, África e Europa, tendo tranquilizado a   comunidade guineense na Líbia que nos últimos tempos, tem manifestado preocupação em relação à falta de documentos de que a situação que têm denunciado será ultrapassada.

Em entrevista à Rádio Popular e ao jornal O Democrata para anunciar as medidas das autoridades nacionais face à situação dos guineenses na Líbia e na Mauritânia, Luís Mendes afirmou que uma equipa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional já se encontra neste momento numa cidade da Gâmbia e tudo indica que, num horizonte temporal muito curto, estará na Líbia para atender as necessidades da comunidade guineense neste país magrebino.

“Temos acompanhado atentamente as preocupações e as mensagens de apelo deixadas pelas comunidades guineenses na Líbia e na Mauritânia. Quero encorajá-los e dizer-lhes que a situação está a normalizar-se aos poucos. Neste momento, temos uma equipa de emissão de passaportes que se encontra na Gâmbia. Depois da Gâmbia, a delegação seguirá a viagem para a Mauritânia, onde o demissionário Secretário de Estado esteve em visita de uma semana e manteve vários encontros com a comunidade guineense”, anunciou.

Segundo  Luís Mendes, depois da Gâmbia, a missão regressa a Bissau para preparar nova deslocação à Trípoli, Líbia, Congo e outros países onde os emigrantes guineenses apresentam os mesmos problemas, por ter havido já orientações expressas do governo, com a anuência do Presidente da República,  para emitir documentos a todos os cidadãos, ou seja, a todas as comunidades emigradas guineenses na diáspora, tanto na Europa quanto na África, antes das eleições simultâneas(presidenciais e legislativas antecipadas).

LUÍS MENDES RECONHECE A SITUAÇÃO CRÍTICA DOS EMIGRANTES GUINEENSE NA LÍBIA E PEDE CALMA

Embora reconheça que os emigrantes guineenses na Líbia estejam numa situação de aflição, Luís Mendes pediu calma aos concidadãos guineenses nesse país e que aguardem as diligências das autoridades nacionais, tendo afirmando que a promessa feita pelo chefe de Estado em 2024 relativamente a resolução dos problemas que estão a enfrentar está a ser seguida pelas autoridades guineenses

Os emigrantes guineenses na Líbia criticaram a passividade do governo guineense no concernente ao subsídio de reintegração da Organização Internacional de Migração (OIM) a que os imigrantes deportados têm direito.

Em reação, o diretor-geral das Comunidades admitiu ter trocado correspondências com a OIM, no âmbito das interações de rotina e esclareceu que o dinheiro não é entregue aos emigrantes deportados mediante um projeto e uma fatura para justificar as despesas ou como pretendem utilizar o dinheiro, não em mãos.

“Às vezes são aconselhados a trabalharem em grupos de dois ou três elementos para terem mais rendimentos. Temos um exemplo concreto de um dos deportados que tem uma oficina de serralharia no Bairro d’Ajuda. Os orçamentos não são os mesmos. Por exemplo, se um retornado de 2025 falhar ou não conseguir ter acesso a esse fundo de reintegração, significa que no próximo orçamento pode não ser a mesma fatia”, esclareceu, para de seguida afirmar que talvez os guineenses não tenham beneficiado desse privilégio, devido à demora do próprio processo.

Luís Mendes disse ter recebido, este ano, 2025, uma correspondência da OIM assinada pelo seu coordenador residente a informá-lo que a verba tinha sido cortada pelo governo dos Estados Unidos da América e disse que apenas soube dessa situação quando pediu a assistência da OIM para repatriar os guineenses que se encontram no Congo numa situação de irregularidade, por ser uma entidade que dá apoio em colaboração com o governo ao departamento dos emigrantes e “ foi assim que aconteceu na Líbia, na Tunísia, no Níger  e em vários outros países”.

De acordo com o diretor-geral das Comunidades, neste momento há registos de várias situações relacionadas com os emigrantes guineenses no Congo, no Côte-d´Ivoir, no Paquistão, na Rússia e que a direção-geral das comunidades, enviou uma correspondência a solicitar fundos de apoio, mas a OIM informou que foi cortado pelos Estados Unidos da América que o dotava de meios, na sequência das medidas adotas pela administração Trump.   

COMUNIDADE GUINEENSE NA LÍBIA QUER A EMISSÃO DE DOCUMENTOS COM A MÁXIMA URGÊNCIA

O presidente da Comunidade guineense na Líbia, Ussumane Sané, exigiu das autoridades a emissão, com máxima urgência, de documentos aos guineenses na Líbia e criticou o que considerou a “passividade” do governo guineense em relação ao subsídio de reintegração da Organização Internacional de Migração a que os imigrantes deportados têm direito que, segundo o diretor-geral das Comunidades, foi cortado pelos Estados Unidos da América.

Ussumane Sané recordou que o subsídio é um fundo internacional, não do tesouro público guineense e que todos os emigrantes do mundo beneficiam dele para a sua reintegração, razão pela qual o assunto tinha que ser esclarecido aos emigrantes, por não se tratar de uma situação de apenas de 2025, mas de há vários anos.

Segundo Ussumane Sané, um dos maiores problemas que enfrentam na Líbia prende-se com a falta de documentos.

“Quando o presidente esteve de visita à Líbia a 26 de fevereiro de 2024, prometeu-nos que enviaria uma equipa para resolver os problemas relacionados com a documentação, mas até ao momento não vimos nenhum sinal. Se se tratasse de um deputado ou um membro do governo, diríamos que talvez tivesse esquecido, mas o Presidente da República…”  

Ussumane Sané, que lida com os imigrantes neste país desde 1992, revelou que as atuais autoridades senegalesas, depois de assumirem as rédeas de governação, desencadearam uma operação à Líbia e num espaço de apenas um mês emitiram passaportes e outros documentos a todos os imigrantes senegaleses na Líbia.

Lamentou, neste particular, que tenham recebido promessas da primeira figura do país há um ano sem que tenha feito algo para resolver a sua situação e revelou ter visitado uma prisão nova de sete compartimentos em Trípoli, Líbia, onde estão detidos três guineenses, um da região de Gabú e dois de Oio.

“Estão numa situação deplorável. Tenho feito diligências e acredito que as minhas relações com o diretor deste centro podem influenciar a sua libertação, mas não posso retornar uma pessoa que não quer voltar para o seu país, porque arcará com as futuras consequências, caso cometam outras infrações, sou eu”, lamentou, para de seguida descrever a situação de um dos detidos, Siradjo Baldé, região de Gabú,  detido  a caminho de Trípoli há  mais de 4 meses, como a  mais crítica situação, por estar incontactável como resto da família, não  tem contacto e ele [Ussumane Sané] nem sequer conhece ninguém com quem possa estabelecer contactos a partir de  Bissau para identificar a sua família.

“Deixou na Guiné-Bissau duas esposas e seis filhos. Neste momento, está incomunicável. Se tivesse alguma documentação teria facilitado as diligências e talvez encontrássemos meio caminho para tirá-lo da prisão e aconselhá-lo a voltar para o país, mas sem documentos todos estamos cegos e cada um está por conta própria, Deus dará”, lamentou em voz crítica à situação que enfrentam.

Aconselhou, neste sentido, os emigrantes retornados a recolherem directamente para as suas aldeias e começar a traçar outros horizontes com menos riscos.   

EMIGRANTES GUINEENSES NA MAURITÂNIA DENUNCIAM DETENÇÕES E DEPORTAÇÕES ILEGAIS

Na sequência de falta de documentos e de informações sobre a situação dos emigrantes guineenses, tem havido várias denúncias relativamente à situação desumana que enfrentam na diáspora, sobretudo na diáspora africana. Por exemplo, os guineenses na Mauritânia têm denunciado, nos últimos tempos, detenções e deportações ilegais.

Os emigrantes guineenses na Mauritânia queixam-se de estar a ser vítimas de detenções e deportações nos últimos dias, por alegada falta de documentação, denunciaram hoje à Lusa dois membros da comunidade guineense naquele país.

 Aladje Tcham e Augusta da Silva disseram à Lusa, em entrevista telefónica, que os emigrantes guineenses na Mauritânia “receiam sair de casa” e que muitos deixaram de ir trabalhar ou mandar os filhos para a escola, “com medo de serem deportados”.

Tcham é um conhecido membro da associação dos emigrantes guineenses na Mauritânia e nos últimos dias tem sido o elo daqueles que foram deportados para países como o Senegal ou o Mali.

As autoridades mauritanas justificam a operação com alegada falta de documentação em dia, nomeadamente o Cartão de Residência, referiu Aladje Tcham.

“A polícia da Mauritânia apanha qualquer emigrante na rua e pede-lhe esse Cartão de Residência. Se a pessoa não tiver, é imediatamente detida e levada para a fronteira do Senegal ou do Mali, deportada”, afirmou Aladje Tcham.

A maioria de guineenses do sexo masculino emigrantes na Mauritânia trabalha na construção civil, mas nas últimas três semanas, quase ninguém tem ido trabalhar, explicou Tcham, corroborado por Augusta da Silva.

Tcham destacou que 90% dos emigrantes guineenses na Mauritânia estão com passaporte fora de prazo de validade, o que dificulta na obtenção do Cartão de Residência, cujo processo agora envolve “muita burocracia”.

“O Cartão de Residência antigamente era feito com 50 mil francos CFA [76 euros], mas era só levar o passaporte ou bilhete de identidade, mas agora pedem o passaporte válido, a seguir pedem o visto de entrada na Mauritânia, depois pedem o certificado de casamento, depois pedem a fatura da eletricidade, a seguir pedem ainda fatura das telecomunicações”, contou Tcham.

Se o emigrante apresentar toda esta documentação, as autoridades da Mauritânia pedem-lhe que traga dois cidadãos nacionais que possam comprovar que vive e trabalha legalmente no país, reforçou Tcham.

“Caso contrário, a pessoa é imediatamente detida e deportada”, enfatizou. Aladje Tcham apelou às autoridades guineenses para mandarem uma equipa de técnicos para a renovação dos passaportes dos emigrantes na Mauritânia, “como fazem nos outros países”.

Fonte da secretaria de Estado das Comunidades, na tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, disse à Lusa que o secretário de Estado, Nelson Pereira, deslocou-se, na terça-feira, à Mauritânia para se inteirar da situação.

Aladje Tcham disse ter sido informado pela embaixada do país da chegada do responsável político guineense, mas lamentou que aquele se encontre primeiro com as autoridades mauritanas quando antes, devia encontrar-secom os emigrantes.

“Assim ele não vai saber de concreto o que estamos a passar aqui”, considerou.

A maioria das mulheres guineenses emigrantes na Mauritânia são lavadeiras, cozinheiras ou empregadas domésticas.

Augusta da Silva, lavadeira, disse à Lusa que muitas mulheres foram apanhadas no mercado e levadas para parte incerta.

“Apanham as mulheres até no mercado, levam-nas para a polícia e de lá não se sabe para onde”, lamentou Augusta da Silva, que vive e trabalha na Mauritânia há um ano.

Augusta da Silva deixou um apelo ao Governo guineense: “Pedimos ao nosso Estado que mande para cá a máquina de tirar passaporte, porque não temos como ir até à Guiné para tirar o passaporte”.

Donald Trump voltou ao UFC... e não foi sozinho. Levou a neta e filho de Musk... Presidente norte-americano foi ovacionado na chegada ao evento.

© MANDEL NGAN/AFP via Getty Images   Notícias ao Minuto  13/04/2025 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a participar, no sábado, num evento do UFC, na Florida, e foi ovacionado de pé. 

À chegada, Trump apertou a mão a alguns apoiantes e, mais tarde, viria mesmo a dizer que a forma como foi recebido no Kaseya Center, em Miami, foi uma "grande honra". 

@Crowd Goes Wild As Trump Enters UFC Fight 314 Alongside Granddaughter Kai, Byron Donalds, And More

"Diz que estamos a fazer um bom trabalho. Se não estivéssemos a fazer um bom trabalho, receberíamos o contrário", disse aos jornalistas que o acompanhavam a bordo do Air Force One, no regresso a casa, para Palm Beach, segundo cita a AP. 

Mas, Trump não foi sozinho. Fez-se acompanhar da neta Kai Trump, que disse que o evento foi "incrível" e ao seu lado esteve também Elon Musk, que levou o filho X Æ A-Xii, já bem conhecido na Casa Branca. 

Note-se que Trump é amigo próximo do presidente do UFC, Dana White, e considera os fãs do desporto parte da sua base política.

Também estiveram presentes no evento vários membros da administração Trump, incluindo o secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., o diretor do FBI, Kash Patel, a Diretora da Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, e o secretário de Estado, Marco Rubio.


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EUA: Jovem de 17 anos assassinou pais como parte de plano para matar Trump... Nikita Casap, de 17 anos, foi detido em março e acusado de dois crimes de homicídio qualificado e dois crimes de ocultação de cadáver.

© MANDEL NGAN/AFP via Getty Images   Notícias ao Minuto  13/04/2025 

O jovem de Waukesha, no estado norte-americano do Wisconsin, que assassinou o padrasto e a mãe, no passado mês de março, terá cometido os crimes como parte de um plano para matar o presidente Donald Trump e derrubar o governo dos Estados Unidos. 

A informação foi confirmada pelo FBI em documentos judiciais. Segundo cita a ABC News, o objetivo era "obter os meios financeiros e a autonomia necessários" para assassinar Trump. 

Nikita Casap, de 17 anos, foi detido em março e acusado de dois crimes de homicídio qualificado e dois crimes de ocultação de cadáver. Enfrenta ainda acusações de roubo e apropriação indevida de identidade. 

Agora, os documentos judiciais mostram que os investigadores estão a investigar acusações federais que incluem conspiração, assassinato presidencial e uso de armas de destruição maciça.

De realçar que o padrasto do menor, Donald Mayer, de 51 anos, e a mãe, Tatiana Casap, de 35, foram encontrados mortos dentro de casa, em 1 de março. Na altura, as autoridades encontraram, no telemóvel do jovem, material relacionado com 'A Ordem dos Nove Ângulos', descrita como "uma rede de indivíduos com opiniões extremistas de motivação racial neonazi". 

O FBI analisou também documentos alegadamente escritos pelo menor, que apelam ao assassinato de Trump e ao início de uma revolução para "salvar a raça branca". Estes documentos incluem imagens de Adolf Hitler.

"Esteve em contacto com outras partes sobre o seu plano para matar o presidente e derrubar o governo dos Estados Unidos. E pagou, pelo menos em parte, um drone e explosivos para serem usados como arma de destruição maciça para cometer um ataque", disseram os investigadores do FBI. 

Casap deverá comparecer em tribunal no dia 7 de maio.


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Mensagem do Presidente do PAIGC, da Coligação PAI-Terra Ranka e da ANP, Camarada Domingos Simões Pereira, sobre a situação sociopolítica na Guiné - Bissau.

 

 PAIGC 2023

O sexo não deve ser doloroso. Eis o que fazer se for

Por  Cnnportugal.iol.pt, 13/04/2025

Embora muitas mulheres tenham relações sexuais dolorosas ao longo da vida, há formas de receber apoio de profissionais de saúde ou do parceiro

CNN - Quando Nicole começou a sentir dores durante o ato sexual, há quase uma década, estava determinada a encontrar uma solução. 

Depois de consultar vários especialistas, foi-lhe diagnosticada hipoplasia labial, uma condição em que os seus lábios exteriores estavam apenas parcialmente formados. Após a cirurgia para corrigir o problema, encontrou um alívio significativo e manteve-se relativamente livre de dores, incorporando o ioga na sua rotina para ajudar ainda mais a sua cura. 

Mas a dor voltou seis anos mais tarde, desta vez durante a fase inicial da penetração. 

A californiana de 33 anos luta há três anos para receber um diagnóstico formal, uma vez que a origem do seu mal-estar continua por esclarecer. Por questões de privacidade, pediu que fosse utilizado apenas o seu primeiro nome. 

"Dizem-me muito 'provavelmente é ansiedade ou está relacionado com a saúde mental'", afirma. "É dececionante porque fiz muitos progressos e agora sinto que estou a ser posta de lado." 

A experiência de Nicole com relações sexuais dolorosas não é única. De acordo com o Faculdade Americana de Obstetras e Ginecologistas, cerca de 3 em cada 4 mulheres terão relações sexuais dolorosas em algum momento das suas vidas, quer se trate de um problema temporário ou de longo prazo. 

"O sexo nunca deve ser doloroso", afirma Eva Dillon, terapeuta sexual sediada em Nova Iorque. "É algo que as mulheres nunca deveriam ter de suportar". 

O que causa a dor durante a relação sexual? 

As relações sexuais dolorosas podem ser causadas por vários problemas comuns. 

As mulheres que sentem dor pélvica ou dor com a atividade sexual, exames ginecológicos ou utilização de tampões podem ter os músculos do pavimento pélvico tensos. 

A condição pode aumentar a tensão e causar dor, explica Anna Falter, fisioterapeuta especializada em terapia do pavimento pélvico na Cleveland Clinic, por email. 

A dor pélvica também pode estar ligada a tensões noutras áreas do corpo, incluindo o pescoço, a zona lombar e as ancas - problemas que podem não parecer imediatamente ligados ao desconforto sexual. O stress, as cirurgias anteriores, as experiências traumáticas ou mesmo a tensão muscular inconsciente também podem contribuir para esta dor. 

Além disso, as alterações hormonais, como a diminuição dos níveis de estrogénio durante a menopausa ou no pós-parto, especialmente durante a amamentação, podem levar à secura vaginal, o que pode tornar as relações sexuais desconfortáveis ou dolorosas. 

Obter tratamento 

Para as mulheres que sofrem de tensão nos músculos do pavimento pélvico, a fisioterapia do pavimento pélvico é muitas vezes uma opção de tratamento eficaz para reduzir a dor e evitar que os músculos se tornem demasiado tensos no futuro, afirma Falter. 

Uma técnica comummente utilizada na fisioterapia do pavimento pélvico é a terapia dos pontos de gatilho, que envolve a aplicação de pressão nos músculos tensos para os ajudar a relaxar. Um fisioterapeuta do pavimento pélvico pode executar este método por via vaginal, utilizando um dedo enluvado e lubrificado para direcionar e massajar áreas específicas de tensão ou pontos de gatilho, explicou Falter. 

As doentes também podem aprender a libertar os pontos de gatilho em casa, utilizando os seus próprios dedos, um parceiro, uma varinha pélvica ou dilatadores vaginais para ajudar a relaxar os músculos internos. 

Falter também referiu que os parceiros podem participar em sessões de terapia do pavimento pélvico, onde podem aprender estratégias para apoiar o seu parceiro se ambas as partes se sentirem confortáveis. 

Outra abordagem são os exercícios de alongamento do pavimento pélvico, que diferem dos exercícios de Kegel, mais conhecidos, explicou Falter. O alongamento envolve o relaxamento dos músculos do pavimento pélvico, muitas vezes associado à respiração diafragmática, em que o doente inspira profundamente, permitindo que o abdómen, a caixa torácica e o pavimento pélvico relaxem. 

Este movimento é mais difícil, pelo que Falter recomenda procurar ajuda de um fisioterapeuta do pavimento pélvico para garantir que está a utilizar a forma correta. 

A fisioterapeuta aconselha também as mulheres a observarem o seu corpo ao longo do dia, especialmente durante atividades como escovar os dentes ou sentar-se no sofá, para verificar se não estão a tensionar inconscientemente os músculos pélvicos. 

Certas posturas de ioga e alongamentos, como a postura da criança, o alongamento em borboleta e o agachamento profundo podem ajudar a libertar a tensão pélvica. 

Ainda assim, é bom lembrar que procurar tratamento individualizado é sempre a melhor abordagem, considerou Falter. 

Apoiar um parceiro que sofre com dores

Se o seu parceiro estiver a sentir dores durante o ato sexual, há medidas que pode tomar para lhe proporcionar conforto e apoio. 

Mais importante ainda, se houver alguma dor durante o ato sexual, é crucial parar imediatamente. Continuar apesar do desconforto pode criar associações negativas entre sexo e dor, tornando os encontros futuros ainda mais difíceis. 

"No final de qualquer encontro sexual, queremos ser capazes de olhar para a próxima vez com antecipação e prazer", explicou Dillon. "E, se o sexo for doloroso, pode começar a temer a próxima vez, e isso cria um ciclo, o que não se quer." 

A comunicação também é fundamental e é importante que ambos os parceiros sejam abertos e compreensivos em relação à dor e ao percurso do tratamento, especialmente se surgir vergonha ou sentimentos de inadequação. 

"Pode ser útil se o parceiro dedicar algum tempo a aprender sobre o que o outro está a sentir, bem como sobre as estratégias de tratamento em que está a trabalhar, para que o possa apoiar e encorajar ao longo da jornada de tratamento", disse Falter. 

Para os casais que estão temporariamente impossibilitados de ter relações sexuais, existem ainda muitas formas de se manterem ligados fisicamente. Dillon recomenda que se experimente o outercourse - atividades sexuais não penetrativas, como a estimulação manual ou o sexo oral - para manter a intimidade e o prazer. 

Se as relações sexuais ou outras formas de atividade sexual estiverem fora de questão, gestos simples como um beijo significativo ou abraços carinhosos podem reforçar a ligação emocional entre os parceiros. 

"Estas (formas de toque) são muito importantes para nós", afirma Dillon. "Dizem ao nosso sistema nervoso que estamos seguros e que não estamos sozinhos". 

A intimidade física continua a ser importante 

Apesar da falta de um diagnóstico claro, Nicole não desistiu do seu desejo de ter uma relação íntima satisfatória. Juntamente com o seu parceiro, ela tomou o assunto nas suas próprias mãos, explorando soluções alternativas. 

"Tenho tendência para me sentir muito frustrada com o meu corpo e com as dores, uma vez que não quero ter estes problemas", revelou Nicole por email. "A intimidade física pode ser uma parte muito importante de uma relação e, por vezes, sinto que estou a perder isso." 

Nicole e o namorado encontraram formas criativas de manter a intimidade sem relações sexuais ou penetração. Também incorporaram terapias para o pavimento pélvico na rotina, o que ajudou a aliviar alguma da dor durante os momentos íntimos. Mas isso não significa que ela viva sem desilusões. 

"Houve muita educação que teve de ser feita, o que pode não ser tão divertido e sexy quando as coisas são novas", conta. "No final, acabou por nos aproximar e criar uma ligação mais emocional íntima desde o início, uma vez que tivemos de ter estas conversas menos divertidas e bastante técnicas." 

A Ordem dos Advogados da Guiné Bissau tomou conhecimento da invasão e violação da residência do Presidente da LGDH, Dr. BUBACAR TURE, por homens fardados, na sequência da suposta declaração proferida a propósito da precariedade da situação dos doentes sujeitos a tratamentos de hemodiálise no país, tendo-se introduzido no interior da residência e efetuado busca sem habilitação e nem autorização judicial.

Por  LGDH - Liga Guineense dos Direitos Humanos

𝐍𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐑𝐄𝐏𝐔́𝐃𝐈𝐎 𝐄 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐋𝐈𝐃𝐀𝐑𝐈𝐄𝐃𝐀𝐃𝐄 𝐀𝐎 𝐃𝐑. 𝐁𝐔𝐁𝐀𝐂𝐀𝐑 𝐓𝐔𝐑𝐄, 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐈𝐃𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐀 𝐋𝐈𝐆𝐀 𝐆𝐔𝐈𝐍𝐄𝐄𝐍𝐒𝐄 𝐃𝐎𝐒 𝐃𝐈𝐑𝐄𝐈𝐓𝐎𝐒 𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍𝐎𝐒 - 𝐋𝐆𝐃𝐇‼️

A Ordem dos Advogados da Guiné Bissau tomou conhecimento da invasão e violação da residência do Presidente da LGDH, Dr. BUBACAR TURE, por homens fardados, na sequência da suposta declaração proferida a propósito da precariedade da situação dos doentes sujeitos a tratamentos de hemodiálise no país, tendo-se introduzido no interior da residência e efetuado busca sem habilitação e nem autorização judicial.

Entretanto, independentemente da verossimilhança de veridicidade ou não da declaração do Presidente da LGDH, aliás que o próprio desafia e interpela os jornalistas para a investigar e confirmar - abstraindo-se de qualquer ilação conclusiva, nada justifique a invasão a casa, com único propósito de intimidar e ameaçar o Presidente e sua família.

Assim, a OAGB, em nome dos inabaláveis Advogados comprometidos com a justiça e defesa do Estado de Direito justo e plural, manifesta:

1.  Veemente repúdio à perseguição contra o Presidente da LGDH, Dr. BUBACAR TURE, em virtude de prolação sobre a precariedade do tratamento dos pacientes de hemodiálise no país;

2. Tal conduta consubstancia graves intimidações e atropelos ao papel e missão primordial da LGDH enquanto observatório e parceiro incontornável do Estado no cumprimento das injunções dos direitos humanos plasmados nos instrumentos jurídicos internacionais, supranacional e transpostos para a nossa lei magna, v.g., artigo 24 e ss da CRGB;

3. Razão pela qual manifestamos de forma incondicional e integral nossa solidariedade a LGDH, na pessoa do seu Presidente DR. BUBACAR TURE, e concomitantemente condenamos e repudiamos qualquer tipo de violência e ameaça ao Presidente da LGDH e sua família, encorajando-o a prosseguir a sua missão em defesa dos sacrossantos valores universais, inalienáveis, irrenunciáveis e imprescritíveis dos direitos humanos dos cidadãos, e exortando a imediata cessação de perseguição e garantia da segurança à integridade do Presidente Dr. BUBACAR TURE;

4. Por fim, lembramos que, desde sua criação há quase 34 anos, a LGDH tem assumido de forma destemida, visceral e transversal aos tempos e regimes em vigor o seu papel histórico na sociedade guineense, em defesa dos direitos humanos, tendo-se posicionado sempre ao lado das vítimas, da justiça e do Estado de Direito, quer denunciando, repudiando e pressionando a cessação de violações dos direitos, liberdades, garantias fundamentais, direitos económicos e sociais dos cidadãos, violências, detenções ou prisões arbitrárias, e quer oferecendo todo conforto e apoio às vítimas, de base ao topo, dos simples cidadãos ao outrora governante e integrante na classe castrense, cujos direitos humanos violados pelas próprias instituições do Estado.

Portanto, nenhum Estado logrará existência, paz e desenvolvimento, senão respeitar e pontuar as suas acções e se posicionar sempre a favor dos valores defendidos pelos direitos humanos, pela justiça e pelo Estado de Direito democrático, justo e plural, sem exclusão.

Juntos somos + fortes.

Bissau, 12 de abril de 2025.

A Ordem dos Advogados da Guiné Bissau 

O Bastonário 

A Direção Nacional 

A Comissão dos Direitos humanos

Brasil: Cidadão senegalês abatido pela polícia em São Paulo que deixa uma companheira brasileira, grávida de sete meses.

No Brasil, a morte de um vendedor ambulante senegalês, abatido a tiro pela polícia no passado sábado, em São Paulo, provocou reacções políticas no Senegal e voltou a evidenciar o agravamento da violência policial, particularmente no estado de São Paulo. 

Ngagne Mbaye, de 34 anos, vivia no Brasil há mais de oito anos e deixa uma companheira brasileira, grávida de sete meses.  

"Ultrapassa limites da decência". Europa e EUA reagem a ataque a Sumy

Por LUSA   13/04/2025

Os Estados Unidos consideraram hoje que o ataque russo à cidade ucraniana de Sumy, que causou pelo menos 32 mortos e 80 feridos, "ultrapassa os limites da decência" e "é inaceitável".

"O ataque das forças russas a alvos civis em Sumy ultrapassa os limites da decência. Como antigo oficial militar, sei o que são ataques direcionados e isto é inaceitável", escreveu o enviado dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, na rede social X, citado pela AFP.

No mesmo sentido, vários líderes e governos europeus manifestaram-se chocados com o ataque com mísseis balísticos que a Rússia lançou esta manhã contra a cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia.

"Toda a gente sabe que só a Rússia queria esta guerra. Hoje, é claro que é a Rússia sozinha que escolhe prossegui-la", escreveu o Presidente Francês, Emmanuel Macron, também numa mensagem na rede social X.

Segundo Macron, "são necessárias medidas fortes para impor um cessar-fogo à Rússia", e "a França está a trabalhar incansavelmente neste sentido, com os seus parceiros".

Também o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, já se manifestou contra o ataque a Sumy, afirmando estar "chocado com os horríveis ataques".

"Estou chocado com os horríveis ataques da Rússia contra civis em Sumy e os meus pensamentos estão com as vítimas e os seus entes queridos", escreveu o líder trabalhista, igualmente na rede social X, citado pela AFP.

Segundo escreveu Starmer, "este último ataque assassino é uma recordação brutal do banho de sangue perpetrado por Putin", que apelou mais uma vez à Rússia para que aceite um cessar-fogo "total e imediato".

O chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou, numa declaração divulgada pelo Governo alemão, que "estes ataques russos demonstram a extensão da alegada vontade da Rússia em alcançar a paz", defendendo que "esta guerra tem de acabar e a Rússia tem de aceitar finalmente um cessar-fogo abrangente".

"As imagens do centro de Sumy, onde os mísseis russos mataram civis inocentes no Domingo de Ramos, são terríveis", afirmou Olaf Scholz.

A Itália, pela voz da primeira-ministra Giorgia Meloni condenou o ataque russo a Sumy: "Neste dia santo de Domingo de Ramos, um novo ataque russo horrível e cobarde teve lugar em Sumy, mais uma vez fazendo vítimas civis inocentes, incluindo, infelizmente, crianças".

"Condeno veementemente esta violência inaceitável, que contradiz qualquer verdadeiro empenhamento na paz (...). Continuaremos a trabalhar para pôr termo a esta barbárie", escreveu Meloni no Whatsapp, citada pela AFP.

O primeiro-ministro português, Luis Montenegro, condenou igualmente aquele ataque russo, que considerou ser "intolerável".

"Os ataques russos à cidade de Sumy são intoleráveis. Toda a solidariedade para com as vítimas e com o Presidente Zelensky. A Rússia continua em violação flagrante do direito internacional. Portugal está ao lado da Ucrânia e do lado do cessar-fogo proposto pelos EUA", escreveu Luis Montenegro numa publicação na rede social X.

Horas antes, o Governo português já tinha condenado aquele ataque russo numa publicação na conta oficial do Gabinete do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, na rede social X.

"O Governo português condena o terrível ataque russo a Sumy, que fez dezenas de vítimas. Apresenta pêsames às famílias e ao povo ucraniano. Insta a Federação Russa a abster-se de todas as hostilidades e a aceitar o cessar-fogo já aceite pela Ucrânia", declarou o Governo de Portugal.

Um ataque de mísseis russos realizado hoje de manhã no centro de Sumy, no nordeste da Ucrânia, matou pelo menos, 31 pessoas, incluindo duas crianças, e causou 84 feridos, segundo um balanço publicado pelos serviços de emergência ucranianos.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu, entretanto, uma "resposta forte do mundo" ao ataque a Sumy numa publicação na rede social Telegram.

"Precisamos de uma resposta forte do mundo. América, Europa, todos os que querem que esta guerra e estas mortes terminem. A Rússia quer exatamente este tipo de terror e está a arrastar esta guerra", sublinhou o chefe de Estado ucraniano.


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