segunda-feira, 23 de junho de 2025

Marinha de Guerra da Guiné-Bissau está em quartel vendido há uma década... O presidente guineense anunciou hoje que as instalações do quartel da Marinha de Guerra foram vendidas em 2014 a um grupo empresarial espanhol e que este ramo das Forças Armadas será instalado num outro espaço "com dignidade".

Por LUSA 

O presidente guineense anunciou hoje que as instalações do quartel da Marinha de Guerra foram vendidas em 2014 a um grupo empresarial espanhol e que este ramo das Forças Armadas será instalado num outro espaço "com dignidade".

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao novo parque de transportes terrestres, nos subúrbios de Bissau, Umaro Sissoco Embaló confirmou que as instalações da Marinha foram adquiridas pela empresa Santy Comercial.

"As instalações da Marinha foram compradas pela empresa Santy antes de eu ser Presidente da República, penso que em 2014. Agora disse ao Governo que isso tem de ser formalizado para depois apresentar ao Fundo Monetário Internacional, se perguntarem", declarou Embaló.

Na sua reunião semanal de quinta-feira passada, o Conselho de Ministros autorizou a alienação das instalações da Marinha, situadas na baixa de Bissau, por falta de condições, nomeadamente registando infiltrações durante a época das chuvas.

O comunicado do Conselho de Ministros não especificou, então, a quem é que o espaço foi alienado.

"O Conselho de Ministros deu anuência ao ministro das Finanças para que formalize a alienação, enquanto titular do património do Estado", explicou o chefe de Estado, sublinhando que as atuais instalações da Marinha "não oferecem condições" para os militares que lá trabalham.

O Presidente guineense notou que aqueles militares estão a servir o país numa esfera prestigiada, que é a Defesa e Segurança, pelo que serão transferidos para "um lugar condigno".

"Já existe um espaço com dignidade (...) estrategicamente, em momento oportuno, o chefe da Armada irá anunciar o que é", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

O chefe de Estado guineense disse que a empresa que adquiriu as instalações da Marinha de Guerra até já colocou no local os seus contentores.

Entre outros bens, o grupo Santy é detentor de um hotel e um supermercado em Bissau.

Guiné-Bissau volta a testar exames nacionais com contestação

Por  LUSA 

O titular da pasta da Educação aceita que "as escolas têm dinâmicas diferentes", mas rejeita a alegada diferença nos conteúdos.

O Ministério da Educação da Guiné-Bissau tem programada para agosto a realização de exames nacionais a título experimental, em mais uma tentativa de introduzir no sistema de ensino a avaliação contestada nas escolas.

Para a experiência foram apenas selecionadas algumas escolas, segundo disse hoje o ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, Herry Mané, à margem do primeiro Congresso Internacional do Ensino da Língua Portuguesa na Guiné-Bissau.

O país já experimentou realizar exames nacionais em 2021, entre contestação, e este ano retoma a iniciativa, também com protestos, nomeadamente sobre a diferença dos conteúdos ministrados nas diferentes escolas.

O titular da pasta da Educação aceita que "as escolas têm dinâmicas diferentes", mas rejeita a alegada diferença nos conteúdos.

Herry Mané assegura que "antes do início das aulas todas têm as mesmas orientações do Ministério da Educação, se não for cumprido, o culpado não é o Ministério da Educação".

Ainda assim, afirmou que o gabinete dos exames nacionais vai fazer uma ronda por todas as escolas para elaborar uma prova que seja igual para todos.

O ministro explicou que foram selecionadas algumas escolas para fazer este ano os exames a título experimental e que, no próximo ano letivo, a medida será alargada a todo o sistema de ensino.

Segundo do governante, trata-se de uma diretriz da União Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA), organização da qual a Guiné-Bissau faz parte.

"A Guiné faz parte da UEMOA, que tem essas diretrizes, tem regras. Uma das regras é haver exames nacionais em todos os países que fazem parte, têm que fazer exames nacionais", enfatizou.

"Mantenham os preços do petróleo baixos. Estou de olho", avisa Trump... O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou as empresas a manterem os preços do petróleo baixos, alertando que o contrário pode beneficiar "o inimigo". A declaração surge numa altura em que há temores de um aumento de preços devido ao conflito no Médio Oriente.

Por LUSA 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu à Truth Social, esta segunda-feira, para fazer um aviso. O chefe de Estado norte-americano instou as empresas a manterem "os preços do petróleo baixos" ou correm o risco de "cair nas mãos do inimigo".

A publicação surge numa altura em que aumentam os receios de que os combates em curso no Médio Oriente possam provocar um aumento dos preços.

"TODOS, MANTENHAM OS PREÇOS DO PETRÓLEO BAIXOS. ESTOU DE OLHO! ESTÃO A JOGAR NAS MÃOS DO INIMIGO. NÃO FAÇAM ISSO", escreveu Trump. 

Note-se que a escalada das tensões no Médio Oriente tem impacto direto nos preços. Depois dos Estados Unidos atacarem três instalações nucleares, intervindo diretamente no conflito entre Israel e o Irão, Teerão equaciona vir a interromper a navegação no Estreio de Ormuz - tal como recomendou o parlamento iraniano - um dos principais corredores comerciais e económicos do mundo. 

Note-se que por este estreito passam cerca de 20% do petróleo mundial e uma parte significativa do gás natural.

Um bloqueio poderia não só levar a uma escassez de energia entre os países europeus que dependem do petróleo e gás natural que importam dos países do Golfo, mas também à subida exponencial dos preços do petróleo a nível mundial e afetar as cadeias de abastecimento.

O encerramento do Estreito de Ormuz afetaria particularmente a China, parceira do Irão e o maior importador de crude iraniano. Os dois países assinaram um acordo de cooperação económica em 2021 que inclui um investimento chinês nos setores da energia e das infraestruturas do Irão.

O país já ameaçou encerrar o corredor por diversas vezes, mas nunca chegou a fazê-lo, já que está dependente do estreio para exportar a maioria do seu petróleo bruto, à semelhança de outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Kuwait e o Iraque.

Também a Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Kaja Kallas, alertou hoje que a ameaça iraniana de encerrar do Estreito de Ormuz é extremamente perigosa.

"O Parlamento iraniano exigiu o encerramento do Estreito de Ormuz, o que seria extremamente perigoso e não seria bom para ninguém", afirmou.

Kallas disse ainda que a União Europeia sempre foi a favor da diplomacia e recordou que o bloco europeu falou com o governo do Irão na sexta-feira.

No mesmo contacto, afirmou Kallas, o Irão mostrou-se disponível para falar sobre a questão nuclear e também sobre assuntos de segurança mais amplos e que preocupam a Europa.

Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.

O Irão tem repetidamente negado o desenvolvimento de armas nucleares e reivindica o direito a realizar atividades nucleares pacíficas.

Os ataques de Telavive destruíram infraestruturas nucleares do Irão e mataram altos comandos militares e cientistas iranianos que trabalhavam no programa nuclear.

Teerão tem respondido com vagas de mísseis sobre as principais cidades israelitas e várias instalações militares espalhadas pelo país.

Na noite de sábado para domingo os Estados Unidos envolveram-se militarmente no conflito, com recurso a aviões bombardeiros B-2, que, segundo o Pentágono (Departamento de Defesa), conseguiram "eliminar" as ambições nucleares do Irão.

PR Umaro Sissoco Embaló classifica caso de “TCHERNINHO” como assunto para o Fórum Militar.

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, lançou hoje (23/06) um desafio firme ao referir que o conturbado caso envolvendo o ex-chefe de segurança da Presidência, Tcherno Barry, também conhecido como “Tcherninho”, não será tratado pela via política, mas sim no Fórum Militar.

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Bissau, 23-06-2025, Presidente da Câmara Municipal de Bissau, José Medina Lobato, assinou acordo de parceria com a empresa UK DATA SA, que atua no funcionamento e exploração de painéis Publicitários dinâmicos e modernos. Cerimónia decorreu hoje, nas instalações da Câmara Municipal de Bissau.

Sindicato base dos funcionários da Câmara Municipal de Bissau, acusa o presidente da referida instituição de má gestão e por sua vez, este, José Medina Lobato, desvaloriza as acusações que foi alvo, afirmando que tudo não passa meramente de "sabotagem" de um bom trabalho que a CMB está desempenhar desde que assumiu a presidência.

Presidente em exercício de sindicato de trabalhadores de câmara municipal de Bissau reage sobre atraso salarial na Câmara Municipal.


 O DEMOCRATA  23/06/2025 
O Sindicato de Base dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Bissau (CMB) denunciou a má gestão nessa instituição e retirou a confiança à atual direção liderada por José Medina Lobato, por má gestão e falta de pagamento de treinamento.

A posição foi tornada pública esta segunda-feira, 23 de junho de 2025, pelo presidente do sindicato de base dos trabalhadores da CMB, Ivo Ndafa, em conferência de imprensa, que revelou que não traz os seus contratos há dois meses.
Ivo Ndafa descreve a demissão, em bloco, da direção liderada por José Medina Lobato, “tendo em conta a má gestão” e “acumulação das dívidas que nunca existiram na CMB com outros presidentes”. 

O sindicalista denunciou a falta de pagamento de 500 milhões da dívida da segurança social descontada aos funcionários.

Perante esta situação, Ivo Ndafa pediu a intervenção do ministro da Administração, caso contrário, ameaçou paralisar a instituição nos próximos dias até que as exigências sejam atendidas pelo patronato.

Confrontado com a situação, o presidente da Câmara Municipal de Bissau negou que tenha dívidas existentes há dois meses e que apenas o mês de maio não foi pago e assegurou que será pago em breve.

Apesar disso, o presidente da CMB manifestou-se disponível em sentar-se à mesa de negociações com o sindicato para encontrar consensos e superar o impasse.

Por: Carolina Djeme

Guineenses no Irão pedem apoio para sair do país devido à guerra

Por   LUSA 

Em entrevista telefónica à agência Lusa a partir da cidade iraniana de Qom, Idrissa Ganó, guineense formado no Irão em Relações Internacionais, afirmou que "alguns guineenses querem sair do Irão" porque "temem que a guerra se intensifique".

O representante da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau no Irão, Idrissa Ganó, disse hoje que alguns cidadãos guineenses no estado persa, a maioria estudantes, querem regressar ao seu país devido à guerra e pedem apoio às autoridades.

Em entrevista telefónica à agência Lusa a partir da cidade iraniana de Qom, Idrissa Ganó, guineense formado no Irão em Relações Internacionais, afirmou que "alguns guineenses querem sair do Irão" porque "temem que a guerra se intensifique".

O também professor universitário da língua portuguesa, árabe e ciências discursivas, descreveu dificuldades para as pessoas se deslocarem, com estradas fechadas, depois de domingo os Estados Unidos terem entrado no conflito, iniciado a 13 de junho com ataques de Israel ao Irão, bombardeando instalações nucleares naquele país do Médio Oriente.

Ganó ressalvou não ser representante oficial da Guiné-Bissau na República Islâmica do Irão, mas disse que tenta ajudar os guineenses valendo-se do conhecimento que tem no país e da língua persa.

De acordo com Idrissa Ganó, o número de cidadãos guineenses no Irão "não ultrapassa 50 pessoas, contando com crianças recém-nascidas" e que a sua maioria são estudantes.

As pessoas que estariam interessadas em regressar à Guiné-Bissau seriam na sua maioria estudantes residentes na cidade de Qom, a 156 quilómetros a sudeste de Teerão, detalhou o representante da Câmara do Comércio guineense.

O próprio Ganó vive e trabalha em Qom, cidade que, além de albergar grande número de estrangeiros, também é onde ficam as instalações de uma central de enriquecimento do urânio, bombardeada pelos Estados Unidos, no domingo.

O professor guineense disse à Lusa que "não deu para ouvir as explosões" na zona onde se encontrava no dia do ataque norte-americano, mas que a vida em Qom "sofreu mudanças" ao ponto de o próprio não conseguir viajar para Teerão como costuma fazer.

"Não se consegue viajar. Algumas estradas estão cortadas", afirmou Ganó que pede às autoridades guineenses para providenciarem apoios para os cidadãos que querem sair do Irão.

Idrissa Ganó observou que as embaixadas de países africanos como Nigéria, Senegal e Serra-Leoa estão a recensear os seus cidadãos em Qom no sentido de os tirar do país assim que possível.

Em agosto de 2010, o então presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, entretanto falecido, efetuou uma visita de Estado ao Irão e anos depois os dois países estabeleceram relações diplomáticas que resultaram na abertura de uma embaixada do país africano em Teerão.

Na entrevista à Lusa, Idrissa Ganó avançou, contudo, que a embaixada guineense "fechou as portas há muitos anos".

EUA querem diplomacia focada nos negócios e mais empresas em África... Troy Fitrell, que discursava na cerimónia de abertura da 17.ª edição da Cimeira Empresarial EUA-África.

Por LUSA 

O diretor do Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento de Estado norte-americano garantiu hoje que a diplomacia económica dos EUA está focada no setor privado e na criação de oportunidades de negócio em África, destacando Angola como exemplo de transformação.

Troy Fitrell, que discursava na cerimónia de abertura da 17.ª edição da Cimeira Empresarial EUA-África, que decorre em Luanda até quarta-feira, sublinhou o seu vínculo pessoal com o país onde se sente em casa.

"Vim pela primeira vez há 25 anos e Angola mudou muito. Pensem em como era há 25 anos agora e vejam que estão numa trajetória espantosa", afirmou.

"Às vezes focamo-nos no negativo e temos de olhar para o positivo. Quando olhamos para o que Angola fez nos últimos 25 anos é espantoso e isso reflete tudo o que tem acontecido no continente. África não é o mesmo lugar de há 25 anos e as relações também evoluem", destacou.

O responsável recordou que os EUA apresentaram recentemente, em Abidjan, uma nova estratégia comercial para o continente, adaptada ao contexto atual. "Fizemos isso porque o mundo mudou, os EUA mudaram, os mercados mudaram, as economias são muito diferentes do que eram há 25 anos", explicou, justificando a mudança de abordagem na diplomacia económica.

Fitrell enfatizou que as embaixadas norte-americanas devem atuar em função dos resultados junto do setor privado: "As nossas embaixadas trabalham para vocês, setor privado. É por aí que avaliamos os nossos embaixadores, pela forma como vos apoiam. Se os nossos embaixadores não nos trazem acordos empresariais e novas oportunidades de negócios e crescimento económico sustentável, perguntem-lhes porquê. Devem estar a oferecer-nos oportunidades todos os dias".

Acrescentou ainda que os Estados Unidos trabalham de perto com as câmaras de comércio e os empresários numa "verdadeira parceria".

Como prioridade, apontou os investimentos em infraestruturas que incluem também a modernização digital: "Precisamos de investimento maciço em infraestruturas. Normalmente pensamos em estradas, redes elétricas, mas não podemos esquecer o digital. Não podemos participar na economia moderna sem ter uma arquitetura digital moderna e segura".

O responsável norte-americano lembrou que, nesta cimeira, os EUA trouxeram "quase mil empresários" e que a aposta em missões comerciais vai continuar para trazer mais empresas americanas para fazer negócios em África.

Destacou ainda o papel das agências governamentais e outras instituições como a US International Development Finance Corporation (DFC), a instituição norte-americana de financiamento para o desenvolvimento, o EximBank e o Departamento de Comércio, que devem também ser mais rápidas.

Fitrell concluiu reforçando que o modelo de negócios "à americana" é benéfico e útil para África, salientando que está focado na tecnologia, inovação e força de trabalho. "Investir no capital humano é a maneira americana de fazer negócios. Temos um objetivo comum e estamos juntos. Esta é uma grande oportunidade - vamos fazer negócios esta semana e nos próximos anos", reforçou.

FUNCIONÁRIOS DA CMB AMEAÇAM FECHAR PORTAS DA DIREÇÃO DESTA EDILIDADE

Por Radiosolmansi.net

Os funcionários da Câmara Municipal de Bissau (CMB) ameaçam fechar as portas da Direção desta edilidade caso, dentro de sete dias, não sejam pagos os 53 dias de salário em atraso.

A ameaça foi feita, hoje, em conferência de imprensa, para denunciar as possíveis irregularidades no funcionamento administrativo da CMB, onde Ivo Indafa, presidente do Sindicato de Base dos Funcionários da CMB, garante que esta é uma decisão que está a ser apoiada por todos os funcionários.

"Se não haver dinheiro dentro de esta semana, vamos fechar o portão da CMB e iremos tomar as mesmas decisões tomadas com a direção cessante", ameaça.

Os funcionários denunciam ainda, que há ano que a direção da CMB não proceder a entrega dos fundos descontados para a previdência social, apesar de procederem todos os meses o desconto aos funcionários dos impostos, destinado a essa instituição de benevolência.

"Esta direção passou o ano inteiro a descontar dinheiro aos funcionários mas não pagaram a Segurança Social", denuncia.

Diante de toda esta situação, Ivo Ndafa, presidente do Sindicato dos Funcionários da Câmara Municipal de Bissau, anuncia a retirada de confiança a atual direção, e exige a sua demissão em bloco, porque "amontoaram uma dívida nunca feita por nenhum dos presidentes da Câmara" que já exerceram as funções.

Os funcionários exigem ainda explicações sobre a utilização dos fundos pagos pelos próprios utentes dos mercados e das vias públicas.

Sobre estas denúncias, o presidente da Câmara Municipal de Bissau, José Medina Lobato, explica que a direção enfrenta difíceis situações financeiras, mas que ainda esta semana a situação será resolvida.

"Se Deus quiser este atraso será resolvido", garante.

Lobato disse que a direção está a amortizar as dívidas na segurança social e nega as acusações dos funcionários.

"A dívida da Segurança Social é desde 2018 e já fizemos acordos neste momento e desde este ano não devemos nada e apenas este mês está em atraso", sustenta.

A Rádio Sol Mansi sabe que os funcionários estiveram num encontro com o presidente da CMB, o qual os havia garantido o pagamento dos salários até à última sexta-feira.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos Camará

Teerão confirma ataque israelita a prisão com detidos estrangeiros

Por LUSA 

O poder judicial iraniano confirmou hoje que os ataques israelitas atingiram a prisão de Evin, em Teerão, danificando partes das instalações, depois de Israel ter anunciado o estabelecimento prisional como um dos alvos dos bombardeamentos.

O poder judicial iraniano confirmou hoje que os ataques israelitas atingiram a prisão de Evin, em Teerão, danificando partes das instalações, depois de Israel ter anunciado o estabelecimento prisional como um dos alvos dos bombardeamentos.

"Durante o último ataque do regime sionista a Teerão, os projéteis atingiram infelizmente a prisão de Evin, causando danos em algumas secções", declarou o órgão do sistema judicial, Mizan Online.

Os edifícios da prisão no norte da capital iraniana permanecem "sob controlo" das autoridades, disse a mesma fonte, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

A televisão estatal iraniana mostrou o que pareciam ser imagens de vigilância a preto e branco do ataque.

A prisão é conhecida por deter cidadãos com dupla nacionalidade e ocidentais, frequentemente utilizados pelo Irão como moeda de troca nas negociações com o Ocidente.

Evin tem também unidades especializadas para prisioneiros políticos e para os que têm ligações com o Ocidente, geridas pelos Guardas da Revolução, que respondem apenas perante o líder supremo, 'ayatollah' Ali Khamenei.

A prisão é objeto de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, disse nas redes sociais que o ataque à prisão era uma resposta aos últimos ataques do Irão a Israel, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

"Avisámos o Irão vezes sem conta: parem de atacar civis! Continuaram, incluindo esta manhã. A nossa resposta: 'Viva a liberdade, caramba!'", escreveu Saar, usando uma frase do Presidente argentino, Javier Milei.

O líder argentino estava em visita oficial a Israel pouco antes do início da ofensiva contra o Irão, em 13 de junho.

A irmã da francesa Cécile Kohler, detida na prisão de Evin com o companheiro Jacques Paris há mais de três anos, considerou como "completamente irresponsável" o ataque israelita.

"Não temos notícias, não sabemos se ainda estão vivos, estamos em pânico", disse Noémie Kohler à AFP.

O ataque "coloca os nossos entes queridos em perigo de vida", afirmou.

Kokler apelou às autoridades francesas para que "condenem estes ataques extremamente perigosos" e libertem os prisioneiros franceses.

"Isto é realmente o pior que poderia ter acontecido", continuou Noémie Kohler, que luta incansavelmente há mais de três anos para libertar a irmã e o companheiro, acusados de espionagem e considerados "reféns do Estado" iraniano pela França.

"Este ataque é completamente irresponsável, Cécile e Jacques e todos os prisioneiros correm perigo de vida", insistiu, preocupando-se também com o risco de caos e motins que o ataque poderá provocar na prisão.

A advogada da família Kohler, Chirinne Ardakani, condenou o "ataque ilegal".

"O risco de motins, de confusão geral e de represálias das forças de segurança contra os detidos insurrectos faz temer um derramamento de sangue. A vida das pessoas está a ser posta em causa por ambos os lados", disse à AFP.

Israel lançou a ofensiva contra o Irão sob a alegação de que o país persa da Ásia central estava prestes a obter uma bomba atómica.

Desde então, os dois países têm-se atacado mutuamente, com mais de 400 mortos do lado iraniano, incluindo altos oficiais militares e cientistas do programa nuclear, e pouco mais de duas dezenas de mortos do lado israelita.

O conflito teve um desenvolvimento inesperado no fim de semana, quando os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas, incluindo a de Fordo, construída no interior de uma montanha a sul de Teerão.

O Irão prometeu vingar a entrada dos Estados Unidos na guerra ao lado de Israel.


Leia Também: Israel atacou, esta manhã, o estabelecimento prisional de Evin, onde estavam detidos membros pertencentes à oposição do regime do Irão. Outras infraestruturas, como o Relógio da Destruição, também foram danificadas.

Portugueses são dos mais preocupados com uso de armas nucleares e eventual terceira guerra mundial... Um estudo de opinião abrangeu 12 países (Portugal, Dinamarca, Estónia, França, Alemanha, Hungria, Itália, Polónia, Roménia, Espanha, Suíça e Reino Unido) e 16.440 inquiridos com mais de 18 anos.

Por  sicnoticias.pt

Os inquiridos portugueses foram os que demonstraram, num estudo de opinião realizado em 12 países europeus, ter mais receio sobre o uso de armas nucleares, uma eventual terceira guerra mundial e uma guerra europeia além da Ucrânia.

"A maioria dos europeus está a acordar para a realidade de que vive num mundo muito diferente. Embora o receio de um ataque russo ao território da NATO seja menos generalizado do que alguns analistas sugerem - embora seja sentido com intensidade em certos Estados fronteiriços, como a Polónia, a Estónia e a Roménia, bem como em Portugal - é o medo crescente de um conflito nuclear que capta mais claramente a nova ansiedade europeia", indica o Conselho Europeu das Relações Externas (ECFR, na sigla inglesa) num estudo publicado esta segunda-feira.

Um dia antes do início da cimeira de dois dias da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) marcada por fortes tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia e pela necessidade de aumentar o investimento em defesa, o ECFR divulga um estudo de opinião que abrange 12 países (Portugal, Dinamarca, Estónia, França, Alemanha, Hungria, Itália, Polónia, Roménia, Espanha, Suíça e Reino Unido) e 16.440 inquiridos com mais de 18 anos.

Questionados sobre se estariam preocupados com potenciais acontecimentos, os inquiridos portugueses indicaram ter maior preocupação relativamente ao uso de armas nucleares (85%), a uma terceira guerra mundial (82%) e a uma guerra ainda maior em solo europeu além da Ucrânia (77%). Foram as percentagens mais altas entre os países ouvidos.

Em sentido inverso, os questionados portugueses demonstraram-se menos preocupados sobre uma eventual invasão russa do país (54%) e o desmembramento da União Europeia (UE) ou da NATO (65% e 66%, respetivamente).

Os inquiridos portugueses (que foram 1.010, ouvidos entre 16 e 28 de maio) também disseram estar mais inquietos que o Estado invista demasiado em defesa e descure outras políticas do que não invista o suficiente e isso ponha em causa a segurança do país.

Quando ao Presidente norte-americano, Donald Trump, a maioria dos questionados em Portugal (54%) considera que o republicado afetou a relação entre a Europa e os Estados Unidos, mas tal ligação melhorará quando ele sair.

Os 12 países selecionados pelo ECFR para este estudo de opinião têm por base critérios como equilíbrio geográfico e a dimensão.

Aliados da NATO reúnem-se em Haia

Os aliados da NATO reúnem-se na terça-feira e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia sob a urgência de gastar mais em defesa, esperando que não haja guerra, mas preparando-se para o pior.

Esta reunião de líderes e de ministros da NATO servirá para debater os acontecimentos mundiais e o seu impacto na segurança euro-atlântica, com os aliados a preparem-se para a guerra sem esperar que realmente ocorra.

Fala-se de uma meta de atingir 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) com gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.

Em Portugal, o Governo anunciou que iria antecipar a meta de 2% do PIB em defesa para 2025.

Na passada quarta-feira, Mark Rutte saudou este anúncio português, afirmando que esta é "uma ótima notícia", que chegou ainda antes do arranque da cimeira.

Em 2024, Portugal investiu cerca de 4.480 milhões de euros em defesa, aproximadamente 1,58% do seu PIB, o que colocou o país entre os aliados da NATO com menor despesa militar - abaixo da meta dos 2% -, segundo estimativas do Governo e da organização.

Portugal estará representado na cimeira de Haia pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Paulo Rangel e Nuno Melo.

PR Umaro Sissoco Embaló, visita às instalações do novo parque dos Transportes urbanos de Bissau e Centro de Pesagem da UEMOA.

Passo a passo, com mapas, ilustrações e imagens antes e depois: como decorreu o ataque americano

Por CNN Portugal

Os detalhes dos ataques foram apresentados em conferência de imprensa no domingo pelo presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA

Como ocorreram os ataques 

O ataque dos EUA às instalações nucleares do Irão envolveu mais de 125 aeronaves, de acordo com autoridades americanas. Bombardeiros furtivos B-2 lançaram mais de uma dúzia de gigantescas "bunker buster" (bombas antibunker) nas instalações de Fordow e Natanz, no Irão, enquanto mísseis Tomahawk atingiram um local na cidade de Isfahan.

Eis um um guia com o que sabemos até agora sobre o ataque:

Como se desenrolou a Operação Martelo da Meia-Noite: 

Nota: os horários e locais são aproximados.. Fonte: Departamento de Defesa dos EUA. Grafismo: Henrik Pettersson e Renée Rigdon, CNN. Tradução e adaptação CNN Portugal

Os detalhes dos ataques foram apresentados em conferência de imprensa no domingo pelo presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Dan Caine, que mostrou apresentou uma cronologia:

MEIA-NOITE (horário da costa leste dos EUA, 5 da manhã em Lisboa): a operação começou na madrugada de sexta-feira para sábado, disse Caine na conferência de imprensa no Pentágono. Quando os bombardeiros B-2 descolaram dos EUA, alguns seguiram para oeste como "isco", enquanto os restantes “prosseguiram silenciosamente para leste com comunicações mínimas durante todo o voo de 18 horas”.

POR VOLTA DAS 17H00  (horário da costa leste dos EUA, 22h00 em Lisboa): segundo Caine, um submarino norte-americano "lançou mais de duas dúzias de mísseis de cruzeiro Tomahawk contra alvos-chave da infraestrutura de superfície" na instalação nuclear de Isfahan, no Irão.

Quando os B-2 entraram no espaço aéreo iraniano, os EUA "empregaram várias táticas de dissimulação, incluindo iscos, enquanto as aeronaves de quarta e quinta geração avançavam à frente em alta altitude e alta velocidade, varrendo a frente do bloco em busca de caças inimigos e ameaças de mísseis terra-ar”, disse Caine.

O responsável acrescentou que, ao aproximarem-se das instalações de Natanz e Fordow, os EUA empregaram "armas de supressão de alta velocidade" com caças para "garantir a passagem segura" dos bombardeiros B-2.

CERCA DAS 18h40 (hora da costa leste dos EUA, 23H40 em Lisboa): o bombardeiro B-2 líder lançou duas enormes bombas "bunker-buster" no local nuclear de Fordow, disse Caine, e "os bombardeiros restantes atingiram então os seus alvos".

Esses alvos adicionais foram atingidos, disse Caine, “entre as 18h40 e as 19h05, hora da costa leste dos EUA”.

Isso coloca o horário desses ataques por volta das 2h10, hora local no Irão, já no domingo.

No total, disse Caine, foram lançadas 14 bombas GBU-57, "Massive Ordnance Penetrators".

VOO DE REGRESSO AOS EUA: as forças dos EUA “iniciaram o seu regresso a casa”, disse Caine, salientando que o Irão não disparou contra as aeronaves dos EUA durante a entrada ou saída.

Esta é a bomba "destruidora de bunkers" que os norte-americanos usaram

Nesta foto divulgada pela Força Aérea dos Estados Unidos a 2 de maio de 2023, pilotos observam uma GBU-57, conhecida como "Massive Ordnance Penetrator", na Base Aérea de Whiteman, no Missouri. Crédito:Força Aérea dos Estados Unidos/AP via CNN Newsource

Os Estados Unidos usaram a bomba GBU-57A/B Massive Ordnance Penetrator (MOP), conhecida como “bunker buster”, nos seus ataques a instalações nucleares iranianas, disseram duas fontes familiarizadas com a operação.

É a primeira vez que se tem conhecimento do uso operacional da bomba. Não é ainda claro quantas MOP foram lançadas.

Antes dos ataques de sábado, alguns funcionários norte-americanos levantaram questões pertinentes sobre se a MOP seria capaz de destruir completamente a arquitetura nuclear do Irão, especialmente onde as instalações de enriquecimento estão enterradas a grandes profundidades.

Acredita-se que a MOP seja o único armamento capaz de atingir instalações profundamente enterradas, embora haja dúvidas de que uma única munição seja capaz de penetrar profundamente o suficiente para alcançá-las. Os bombardeiros B-2 Spirit dos EUA são as únicas aeronaves capazes de transportar as bombas. A CNN informou no sábado que os B-2 foram usados na operação.

 A bomba "destruidora de bunkers" (“bunker buster”) dos EUA é a única arma capaz de destruir a Fábrica de Enriquecimento de Combustível de Fordow, uma instalação considerada fundamental para o programa nuclear de Teerão, que foi construída dentro de uma montanha e se estende profundamente no subsolo.

A munição perfurante de grande calibre GBU-57A/B (MOP - Massive Ordnance Penetrator)  foi concebida para "atingir e destruir as armas de destruição maciça dos nossos adversários localizadas em instalações bem protegidas", de acordo com uma ficha informativa da Força Aérea dos EUA.

Trata-se de uma bomba de 13,6 toneladas, com 2,7 toneladas de "explosivos de alta potência", explicou Masao Dahlgren, membro do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais do Projeto de Defesa Antimísseis.

A bomba tem "um invólucro espesso e duro", explicava Dahlgren, para que os explosivos resistam ao impacto do solo e penetrem nas profundezas que se pretende atingir. “Há a estrutura e há o explosivo no detonador – o explosivo precisa ser robusto o suficiente para não detonar sem ser acionado, a estrutura precisa ser forte o suficiente para descer tão fundo e atingir com tanta força e transmitir energia suficiente para chegar tão fundo. E então o detonador precisa de ser resistente o suficiente para sobreviver a tudo isso e inteligente o suficiente para saber quando explodir”, disse Dahlgren.

Os testes com a bomba começaram em 2004, entre uma crescente preocupação com armas de destruição em massa, contou Dahlgren. Um dos fatores que levaram ao seu desenvolvimento, acrescentou, foram estudos que mostraram que bombardear a entrada de uma instalação “não geraria pressão de explosão suficiente para destruir toda a instalação”.

Em 2009, a Boeing ganhou o contrato para integrar o sistema de armas nas aeronaves dos EUA. O B-2 Spirit da Força Aérea – um bombardeiro pesado multifuncional – é a única aeronave capaz de desacarregar a bomba operacionalmente.

O B-2, fabricado pela Northrop Grumman, é a “espinha dorsal da tecnologia furtiva”, de acordo com a empresa. A aeronave voa a partir da Base Aérea de Whiteman, no Missouri, EUA, e foi exibida publicamente pela primeira vez em novembro de 1988. Os EUA utilizaram bombardeiros B-2 em 2024 para atacar os houthis apoiados pelo Irão no Iémen, visando instalações subterrâneas de armazenamento de armas.

O bombardeiro – pilotado por uma tripulação de dois homens – pode voar aproximadamente 11 mil quilómetros sem reabastecimento, de acordo com a Força Aérea dos EUA. As suas capacidades de “furtividade” permitem-lhe “penetrar nas defesas mais sofisticadas do inimigo e ameaçar os seus alvos mais valiosos e fortemente defendidos”, detalha a Força Aérea.

Não é claro quantas munições os EUA têm em inventário; em 2009, a Boeing entregou 20 à Força Aérea, que estavam em vigor em 2015. Dahlgren estima que há cerca de 30 munições no arsenal dos EUA.

Qual a gravidade dos danos causados pelos ataques dos EUA às instalações nucleares do Irão? 

Imagem de satélite mostra pelo menos seis crateras de impacto na instalação nuclear de Fordow, no Irão, no domingo, após os ataques dos EUA. Maxar Technologies/CNN

Aeronaves de guerra. Submarinos. Mísseis de cruzeiro. Bombas que pesam quase 14 toneladas. Depois de inicialmente favorecer a diplomacia, Donald Trump recorreu a um uso extraordinário da força contra o Irão na noite de sábado, atacando três das principais instalações nucleares do regime.

Segundo Trump, as instalações nucleares do Irão foram “destruídas”, mas algumas autoridades iranianas minimizaram o impacto dos ataques — assim como fizeram quando Israel atacou pela primeira vez as instalações do Irão em 13 de junho.

Com as imagens de satélite dos ataques noturnos a começarem a surgir, eis o que sabemos sobre os danos que os EUA infligiram ao programa nuclear do Irão.

Trump anuncia ataques dos EUA a instalações nucleares no Irão

Fordow

Fordow é a instalação de enriquecimento nuclear mais importante do Irão, enterrada nas profundezas de uma montanha para protegê-la de ataques. Acredita-se que as salas principais estejam a cerca de 80 a 90 metros abaixo do solo.

Analistas afirmam há muito que os EUA são o único exército do mundo com o tipo de bomba necessária para atingir uma profundidade tão grande – a enorme GBU-57, de quase 14 toneladas.

Os EUA utilizaram seis bombardeiros B-2 para lançar 12 dessas bombas “destruidoras de bunkers” no local, segundo disse uma autoridade norte-americana à CNN.

Uma análise da CNN a imagens de satélite mostra que os ataques dos EUA deixaram pelo menos seis grandes crateras no local de Fordow, indicando o uso de bombas destruidoras de bunkers.

As imagens, captadas pela Maxar, mostraram seis crateras de impacto separadas em dois locais próximos em Fordow. As crateras são visíveis ao longo de uma crista que atravessa o complexo subterrâneo.

Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear da ONU, disse à CNN que houve um “impacto cinético direto” em Fordow, mas que era muito cedo para avaliar se isso causou danos internos ao local subterrâneo.

“É claro que não se pode excluir (a possibilidade) de que haja danos significativos lá”, afirmou.

David Albright, presidente do Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional (ISIS), disse à CNN que as imagens de satélite sugeriam que “poderia ter havido danos consideráveis na sala de enriquecimento e nas salas adjacentes que dão apoio ao enriquecimento”.

“A destruição total da sala subterrânea é bastante possível”, disse Albright, ao mesmo tempo em que enfatizou que uma avaliação completa dos danos levará tempo.

N.R. Jenzen-Jones, especialista em munições e diretor da empresa de pesquisa Armament Research Services (ARES), concordou que há pelo menos seis pontos de entrada em Fordow após os ataques dos EUA.

"Os buracos de entrada maiores e centrais nos dois grupos têm formas irregulares e sugerem que várias munições atingiram o mesmo local preciso", disse Jenzen-Jones à CNN.

"Isto é consistente com a teoria de um ataque a um alvo tão profundamente enterrado como o local de Fordow, que exigiria várias munições penetrantes, lançadas com precisão e cuidadosamente calibradas, para essencialmente “esmagar” e abrir caminho até às áreas mais profundas e protegidas do local", acrescentou.

Imagens de satélite mostraram também mudanças significativas na cor da encosta da montanha onde a instalação está localizada, indicando que uma vasta área foi coberta por uma camada de cinzas cinzentas após os ataques.

Uma análise da CNN às imagens recolhidas antes dos ataques dos EUA sugeriu que o Irão tinha tomado medidas para reforçar as entradas dos túneis que se acredita conduzirem à instalação subterrânea, provavelmente em antecipação a um ataque iminente. Essas imagens mostravam terra empilhada frente a pelo menos duas das seis entradas.

Embora o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão tenha afirmado que os EUA ultrapassaram uma “linha vermelha muito importante”, outros líderes iranianos minimizaram o impacto dos ataques. Manan Raeisi, um deputado que representa a cidade de Qom, perto de Fordow, disse que os danos causados pelo ataque foram “bastante superficiais”.

Mas Albright, do ISIS, disse à CNN que os relatórios iniciais do Irão “devem ser descartados”. E afirmou que, durante as rondas anteriores de ataques às instalações nucleares do Irão, Teerão minimizou o seu impacto, mas as imagens de satélite mostram uma realidade muito diferente.

Natanz

Natanz é o local do maior centro de enriquecimento nuclear do Irão e foi alvo do ataque inicial de Israel ao Irão em 13 de junho. O local tem seis edifícios acima do solo e três estruturas subterrâneas, que abrigam centrífugas — uma tecnologia fundamental no enriquecimento nuclear, que transforma urânio em combustível nuclear.

As instalações acima do solo foram danificadas no ataque inicial de Israel. A AIEA disse que os ataques danificaram a infraestrutura elétrica da usina.

Embora não esteja claro se os ataques de Israel causaram danos diretos às instalações subterrâneas, a AIEA afirmou que a perda de energia na sala subterrânea em cascata “pode ter danificado as centrífugas que lá se encontravam”.

Imagem de satélite mostra duas crateras acima das salas subterrâneas da instalação nuclear de Natanz após o local ter sido bombardeado pelos Estados Unidos em 22 de junho. Imagem de satélite ©2025 Maxar Technologies/Gráfico: Thomas Bordeaux/CNN

Os EUA também atacaram Natanz na operação de sábado à noite. Um funcionário norte-americano afirmou que um bombardeiro B-2 lançou duas bombas antibunker no local. Submarinos da Marinha dos EUA também dispararam 30 mísseis de cruzeiro TLAM contra Natanz e Isfahan, o terceiro local iraniano alvo dos EUA.

Uma análise da CNN de imagens de satélite mostrou que duas novas crateras surgiram no local, provavelmente causadas pelas bombas antibunker. As crateras — uma com um diâmetro de cerca de 5,5 metros e a outra com cerca de 3,2 metros, de acordo com as imagens da Maxar — ficam diretamente acima de partes do complexo localizado no subsolo.

A extensão dos danos subterrâneos no local ainda não é clara neste momento.

Isfahan

Isfahan, no centro do Irão, abriga o maior complexo de pesquisa nuclear do país.

A instalação foi construída com o apoio da China e inaugurada em 1984, de acordo com a organização sem fins lucrativos Nuclear Threat Initiative (NTI). Cerca de 3.000 cientistas trabalham em Isfahan, diz a NTI, e o local é “suspeito de ser o centro” do programa nuclear do Irão.

Após os ataques dos EUA, pelo menos 18 estruturas destruídas ou parcialmente destruídas puderam ser vistas em imagens de satélite, segundo uma análise da CNN. O local ficou visivelmente enegrecido devido à quantidade de escombros lançados pelos ataques.

Segundo Albright, os relatórios iniciais sugeriam que os EUA também atacaram complexos de túneis perto do local de Isfahan, “onde normalmente armazenam urânio enriquecido”.

Se tal se confirmar, isso mostrará que os EUA estavam a tentar eliminar os stocks de urânio do Irão que haviam sido enriquecidos a 20% e 60%. O urânio para uso militar é enriquecido a 90%.

Uma avaliação publicada no domingo pelo Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional afirmou que Isfahan tinha sido "gravemente danificada".

A principal instalação de conversão de urânio do complexo, que converte urânio natural na forma de urânio introduzido em centrifugadoras a gás, ficou "gravemente danificada", afirmou o instituto na sua avaliação.

As entradas dos túneis que conduzem ao complexo subterrâneo também foram observadas como estando danificadas, com pelo menos três das quatro entradas dos túneis a terem desabado.

O instituto afirmou ter visto imagens de satélite de sexta-feira que mostram as entradas dos túneis a ser preenchidas com terra.

"Esta é provavelmente uma medida de precaução para conter uma explosão ou impedir a dispersão de materiais perigosos para fora das instalações", afirmou.

A CNN não conseguiu verificar de forma independente as notícias de que complexos de túneis perto do local de Isfahan foram alvo de ataques. Numa conferência de imprensa no Pentágono no domingo, o general Dan Caine, presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, afirmou que um submarino norte-americano tinha «lançado mais de uma dúzia de mísseis de cruzeiro Tomahawk contra alvos-chave de infraestruturas de superfície» no local de Isfahan.

Netanyahu diz ter informações "interessantes" sobre urânio enriquecido

Por LUSA 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou no domingo ter informações "interessantes" sobre a localização de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%, após especulações sobre a ocultação deste material radioativo antes dos bombardeamentos norte-americanos contra instalações nucleares iranianas.

Referindo que obviamente não partilhava as suas informações, o chefe do Governo de Israel justificou, em conferência de imprensa, que precisava agir depois de a República Islâmica ter acelerado a sua busca por uma bomba nuclear, no seguimento do assassínio do antigo líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, aliado de Teerão, num ataque israelita em Beirute, em setembro de 2024.

Além das suas ambições nucleares, segundo Netanyahu, o Irão planeava fabricar 300 mísseis balísticos por mês, uma informação que disse ter partilhado com o Presidente norte-americano, Donald Trump.

"Eu disse-lhe que precisávamos de agir, e ele compreendeu perfeitamente. Sabia que, quando chegasse a altura, faria a coisa certa. Faria a coisa certa pela América. Faria a coisa certa pelo mundo livre. Faria a coisa certa pela civilização", comentou.

O líder israelita, que falava após os ataques dos Estados Unidos na madrugada de domingo no Irão, que se seguiram ao início da ofensiva de Israel em 13 de junho, alegou que os bombardeiros norte-americanos causaram "danos gravíssimos" nas instalações nucleares de Fordow.

"Estamos a eliminar a ameaça", assinalou, afastando a possibilidade de este ser o início de uma "guerra de atrito", embora indique que não vai ser parada até que Telavive atinja os seus objetivos.

No plano político, Netanyahu destacou que a ofensiva no Irão levará a uma expansão dos Acordos de Abraão, que visam a normalização das relações de Israel com o mundo árabe.

"Estão a abrir-se oportunidades extraordinárias, oportunidades que nem sequer poderíamos imaginar", declarou o líder israelita, vaticinando "uma enorme expansão dos acordos de paz" e relações que "agora parecem uma fantasia" em direção a "um futuro brilhante de segurança, prosperidade, esperança e também paz".

Nas suas declarações de domingo, o primeiro-ministro israelita alegou que o seu país "ficou mais perto" dos objetivos que traçou para o Irão, após os bombardeamentos da aviação norte-americana.

"Já conquistámos muito e, graças ao Presidente Trump, estamos mais perto de atingir os nossos objetivos", declarou.

Netanyahu disse que um dia contará as conversas com Trump, que designou como seu amigo, com "detalhes muito interessantes" e que, a par dos dois serviços de informações (norte-americano e israelita), resultaram em "golpes muito duros" para o Irão.

Israel indicou ainda que concluiu os seus ataques contra "todas as bases iranianas" usadas para lançamento de mísseis contra o seu território.

Aviões norte-americanos bombardearam na madrugada de domingo três instalações nucleares no Irão, juntando-se à ofensiva lançada por Israel em 13 de junho, justificada pela criação iminente de uma bomba nuclear, o que é refutado por Teerão.

Poucas horas depois, o Irão lançou cerca de 40 mísseis contra Israel, acusando os Estados Unidos de destruir as possibilidades de uma solução diplomática para a questão nuclear.

No domingo, em conferência de imprensa no Pentágono, o secretário da Defesa norte-americano comentou que os Estados Unidos "não pretendem entrar em guerra" com o Irão, mas avisou que vão agir "rápida e decisivamente" caso os seus interesses sejam ameaçados por Teerão como forma de retaliação.

Preços do petróleo sobem 4% na abertura dos mercados asiáticos

Por LUSA 

Os preços do petróleo subiram 4% no início das negociações das bolsas asiáticas de segunda-feira, antes de limitarem a sua subida, por receios de perturbações no abastecimento devido à guerra entre o Irão e Israel.

Os preços do petróleo subiram 4% no início das negociações das bolsas asiáticas de segunda-feira, antes de limitarem a sua subida, por receios de perturbações no abastecimento devido à guerra entre o Irão e Israel.

Os preços subiram depois de os ataques norte-americanos que visaram no fim de semana centrais nucleares iranianas e das ameaças de retaliação de Teerão terem provocado receios.

No início do dia, o barril de petróleo WTI americano subia 2,53% para 75,71 dólares, depois de ter ultrapassado os 77 dólares, enquanto o barril de petróleo Brent do Mar do Norte subia 2,42% para 78,87 dólares, depois de ter ultrapassado os 81 dólares, o seu nível mais elevado dos últimos seis meses.

Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.

O Irão tem repetidamente negado o desenvolvimento de armas nucleares e reivindica o direito a realizar atividades nucleares pacíficas.

Os ataques de Telavive destruíram infraestruturas nucleares do Irão e mataram altos comandos militares e cientistas iranianos que trabalhavam no programa nuclear.

Teerão tem respondido com vagas de mísseis sobre as principais cidades israelitas e várias instalações militares espalhadas pelo país.

Na noite de sábado para domingo os Estados Unidos envolveram-se militarmente no conflito, com recurso a aviões bombardeiros B-2, que, segundo o Pentágono (Departamento de Defesa), conseguiram "eliminar" as ambições nucleares do Irão.

Os ataques "terão consequências eternas", garantiu o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, afirmando que Teerão mantém em aberto "todas as opções para defender a sua soberania, os seus interesses e o seu povo".


Leia Também: A Austrália e o Japão declararam hoje apoio aos Estados Unidos após o ataque de sábado à noite a três instalações nucleares iranianas. 


Kyiv alvo de "ataque maciço" de drones

Por LUSA 

Um "ataque maciço" de drones russos está a acontecer em Kyiv esta noite, tendo deixado pelo menos uma pessoa ferida, segundo as autoridades locais, com os jornalistas da agência francesa AFP a relatarem fortes detonações na capital ucraniana.

Um "ataque maciço" de drones russos está a acontecer em Kyiv esta noite, tendo deixado pelo menos uma pessoa ferida, segundo as autoridades locais, com os jornalistas da agência francesa AFP a relatarem fortes detonações na capital ucraniana.

"Outro ataque maciço à capital. Possivelmente várias vagas de drones inimigos", escreveu o chefe da administração de Kyiv, Timur Tkatchenko, na rede social Telegram.

"Neste momento, há uma pessoa ferida no bairro de Solomyanski", escreveu o presidente da Câmara de Kyiv, Vitali Klitschko.

Os jornalistas da agência de notícias AFP na capital ouviram o som de drones em voo e uma série de detonações, provavelmente fogo da defesa aérea ucraniana.

Num abrigo na cave de um edifício residencial no centro de Kyiv, os jornalistas viram cerca de dez pessoas à espera que o ataque terminasse, sentadas em cadeiras ou bancos, a maioria delas a verificar os seus telemóveis para obter informações. Uma mulher e o seu filho dormiam em camas desdobráveis trazidas antecipadamente para o abrigo.

Todas as noites, as cidades ucranianas são alvo de ataques russos, numa altura em que as negociações de cessar-fogo estão num impasse.

Pelo menos 28 pessoas morreram e mais de 130 ficaram feridas em Kyiv, na noite de 16 para 17 de junho, num ataque russo que utilizou mais de 440 drones e 32 mísseis, de acordo com as autoridades ucranianas.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


Leia Também: Ucrânia apoia ataques dos EUA no Irão por serem justificados 

Exército ucraniano impede avanço russo e recupera posições em Sumi

O comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Sirski, assegurou este domingo que as tropas ucranianas conseguiram travar o avanço russo na região nordeste de Sumi, recuperando a localidade de Andriivka e avançando na zona de Yunakivka.
© Fornecido por RTP

O comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Sirski, assegurou este domingo que as tropas ucranianas conseguiram travar o avanço russo na região nordeste de Sumi, recuperando a localidade de Andriivka e avançando na zona de Yunakivka.

"A situação ali foi estabilizada. Recuperámos Andriivka e avançámos entre 200 e 700 metros em Yunakivka, numa semana", afirmou o general, durante um encontro com meios de comunicação locais, noticia a agência EFE.

Também a plataforma de análise militar DeepState confirmou hoje que a Ucrânia recuperou o controlo de Andriivka.

A Rússia tenta estabelecer uma zona de segurança nas províncias fronteiriças de Sumi e Kharkiv (no leste) para evitar ataques ucranianos contra o outro lado da fronteira, ou seja, as regiões russas de Kursk e Belgorod.

Na região de Kursk, a Ucrânia controla atualmente uma pequena área, cerca de 90 quilómetros quadrados no distrito de Glushkovo, onde as tropas de Kiev enfrentam cerca de 10 mil soldados russos, segundo Oleksandr Sirski.

A Ucrânia lançou a ofensiva transfronteiriça em Kursk, fronteiriça com Sumi, em agosto passado, e conquistou inicialmente cerca de 1.300 quilómetros quadrados, mas desde então perdeu a maior parte desse território, devido a uma contraofensiva russa no início deste ano.

A Rússia declarou em abril que havia libertado totalmente a região, mas a Ucrânia sempre negou essa afirmação.

Kiev procurava antecipar-se a uma ofensiva russa em Sumi e forçar Moscovo a redistribuir tropas colocadas em Donetsk.

Na região de Kursk chegaram a combater cerca de 60 mil soldados russos, reforçados com militares norte-coreanos, mas depois de considerar o território sob controlo, Moscovo pretendia deslocá-los para as frentes de Donetsk, Zaporíjia e Kherson.

No entanto, segundo Sirski, foi necessário manter 10 mil militares em Glushkovo.

O general afirmou também que unidades de assalto russas chegaram perto da fronteira administrativa da província de Dnipropetrovsk, mas foram repelidas.

Segundo o DeepState, as forças russas ocuparam aproximadamente 449 quilómetros quadrados de território ucraniano em maio, o número mensal mais alto deste ano.

A guerra na Ucrânia, iniciada pela ofensiva militar russa no território vizinho a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).