segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Níger. Mali e Burkina Faso vão enviar uma delegação oficial conjunta

© Getty Images

POR LUSA   07/08/23 

O exército maliano anunciou hoje que o Mali e o Burkina Faso vão enviar uma delegação oficial conjunta a Niamey em "solidariedade" com o Níger, palco de um golpe militar no final de julho e ameaçado de intervenção militar.

"O Burkina Faso e o Mali enviam uma delegação a Niamey, chefiada pelo ministro maliano Abdoulaye Maïga, um dos homens fortes da junta do Mali, anunciou o exército maliano nas redes sociais. "O objetivo é demonstrar a solidariedade dos dois países para com o povo irmão do Níger", acrescentou.

A delegação deverá chegar hoje ao Níger, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Níger.

O anúncio desta visita surge pouco depois de ter expirado, à meia-noite de domingo, o ultimato estabelecido pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que os militares nigerinos reinstaurem o Presidente deposto Mohamed Bazoum. A CEDEAO ameaçou recorrer à força após o termo do prazo.

O Mali e o Burkina Faso, onde os militares também tomaram o poder pela força em 2020 e 2022, avisaram numa declaração conjunta que considerariam essa intervenção como uma "declaração de guerra".

A 26 de julho, soldados amotinados instalaram o líder, general Abdourahamane Tiani, como novo chefe de Estado do Níger.

O golpe de Estado vem acrescentar mais um motivo de preocupação na região da África Ocidental, que se debate com a tomada de poder pelos militares no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso, o extremismo islâmico e uma mudança de atitude de alguns Estados em relação à Rússia e ao grupo de mercenários Wagner.


Leia Também: Mar Vermelho: Mais de 3.000 soldados dos Estados Unidos chegaram ao Mar Vermelho a bordo de dois navios de guerra, como parte de um novo destacamento militar para impedir o Irão de apreender petroleiros, declarou hoje a Marinha norte-americana.

Formação dos Agentes de Guarda Prisional, Força de Defesa e Segurança organizado pelo Casa dos Direitos e RENLUV-GC/GB com apoio do UNFPA na promoção dos Direitos das Mulheres e Meninas.

 Radio Voz Do Povo 

Barata, inovadora e mortífera. A nova arma ucraniana para recuperar o controlo do Mar Negro

Por Cnnportugal.iol.pt   07/08/23

Com algumas centenas de milhares de euros tornou-se possível afundar navios de guerra de muitos milhões. A tecnologia está a ser criada e desenvolvida na Ucrânia e Moscovo ainda não encontrou forma de lidar com ela

É a primeira frota de drones navais militares da história e a sua lista de vítimas é cada vez maior. São capazes de navegar longas distâncias controlados remotamente e a bordo trazem consigo centenas de quilos de explosivos, capazes de destruir navios de guerra que custam centenas de milhões. Foi esse o caso do navio de transporte militar atingido esta sexta-feira a mais de 500 quilómetros da sua costa, na base naval de Novorossiysk, o maior porto da Rússia, e os especialistas alertam: o número de ataques vai continuar a aumentar.

“É uma nova realidade com que a Rússia vai ter de viver todos os dias. A partir de agora, a Rússia vai ter de estar em constante estado de alerta no Mar Negro e isso vai implicar um esforço militar muito maior para a neutralização desta ameaça. Estes drones podem tornar-se fortes elementos dissuasores”, afirma o comandante João Ribeiro.

Tal como os veículos aéreos não tripulados, estes dispositivos estão a alterar a dinâmica da guerra no Mar Negro. Estes drones navais, que a CNN pode testemunhar em exclusivo no final de julho, têm pouco mais de cinco metros de comprimento, mas conseguem carregar cerca de 300 quilos de explosivos a uma velocidade de 80 quilómetros por hora e atingir um alvo a 800 quilómetros de distância. Podem levar três câmaras HD a bordo e o seu sistema de controlo por satélite é encriptado.

Cada um destes drones tem um custo aproximado de 250 mil dólares, o que pode parecer um valor elevado, principalmente quando estamos a falar de uma arma que é feita para se destruir. Mas o custo destas pequenas embarcações kamikazes é muito inferior aos muitos milhões necessários para adquirir um navio de guerra e a sua tripulação altamente especializada.

“Têm uma relação custo-eficácia bastante grande. Pode-se pegar num casco idêntico ao de uma mota de água, colocam-lhe explosivos, comunicações e visão e podem destruir um alvo de milhões”, destaca João Ribeiro.

Num vídeo publicado esta sexta-feira, é possível espreitar o potencial efeito devastador que estas armas já estão a ter. No vídeo, é possível ver através da perspetiva do operador do drone naval ucraniano, que se aproxima do navio de guerra russo, o Olenogorsky Gornyak, até ao momento em que o sinal desaparece, quando se dá a explosão. Segundo uma fonte da marinha ucraniana, a bordo da embarcação seguiam cem marinheiros. Horas depois, perto do estreito de Kerch, novo incidente. Os locais escutaram três explosões em alto mar, um navio petroleiro russo alvo de sanções tinha sido atingido por uma vaga de drones marítimos. A tripulação sobreviveu, mas os seus efeitos foram devastadores, com um gigantesco buraco no casco do navio.

Não foi a primeira vez que os ucranianos demonstraram as capacidades destas armas. As autoridades ucranianas admitiram que o ataque de 14 de julho à ponte de Kerch também foi executado com um drone naval. A operação vai levar a estrutura que liga a península da Crimeia ao território russo – e que é uma das grandes obras públicas da era de Vladimir Putin - fique fora de serviço até ao final de setembro. A ponte é um dos principais alvos militares ucranianos desde o início da guerra, uma vez que é utilizada pelas forças armadas russas para reabastecer o esforço logístico na Crimeia e no sul do território ocupado na Ucrânia.

Estes sistemas são também uma prova de resiliência e de adaptação por parte do povo e do exército ucraniano. Os drones que têm protagonizado todos estes ataques são produzidos quase totalmente na Ucrânia. Toda a engenharia necessária é desenvolvida internamente. A própria produção dos cascos, dos componentes eletrónicos e do software acontece na Ucrânia. É a resposta “natural” de uma marinha de guerra que perdeu perto de 80% de toda a sua frota desde o início da guerra, mas com muito apoio da sociedade civil.

Parte dos fundos para este desenvolvimento e produção é obtido através da organização United24, que recebe doações de indivíduos e empresas de todo o mundo para financiar várias iniciativas. “A nossa primeira tarefa é montar uma frota de 100 destas embarcações. Eles defenderão as águas de nossos mares, impedirão que navios russos que transportam mísseis saiam da baía, protegerão navios mercantes e realizarão missões secretas”, escreve a organização na página de angariação de fundos. A partir de 100 dólares pode contribuir para a construção da nova “armada” ucraniana.

A Ucrânia descreve mesmo estes ataques com drones no Mar Negro como “perfeitamente lógicos”, segundo líder dos serviços de segurança ucranianos (SBU), Vasyl Maliuk, e Kiev apressou-se a prometer mais ataques. A Rússia já prometeu responder contra o que considera serem “ataques terroristas”, mas, para João Ribeiro, Moscovo tem um problema complexo para resolver, porque, apesar de serem relativamente fáceis de abater, são objetos muito pequenos na vastidão da superfície do mar, o que os torna difíceis de detetar.

"A Ucrânia está a adquirir cada vez mais estas capacidades, por isso, vamos ver um aumento da recorrência destes ataques. Os modelos atuais, são fáceis de abater, mas são difíceis de detetar por serem pequenos. Uma vez detetados é possível destruí-los. Por isso, o próximo passo vai ser o aparecimento de drones submarinos”, antevê o comandante João Ribeiro.

E Kiev já o está a fazer. No final de abril, o Ministério da Transição Digital ucraniano anunciou a criação de um grupo de trabalho chamado BRAVE1, que tem como objetivos criar uma base tecnológica que ligue o governo, o exército e o setor privado para desenvolver armamento que dê vantagem à Ucrânia no campo de batalha. Durante o seu anúncio, um dos projetos mostrados era um pequeno submarino robótico não-tripulado, com pouco menos de dois metros, com o nome de Toloka TLK-150.

A necessidade aguça o engenho e, talvez por isso, o seu design seja tão pouco convencional. Segundo a imagem tornada pública, o submarino tem estabilizadores muito maiores do que outros modelos conhecidos e as hélices dos propulsores, montadas em pequenas asas estabilizadoras, estão a uma distância muito maior uma da outra. Estas características, combinadas com o leme separado e com as pás de mergulho montadas na frente do drones sugerem que os seus criadores estão a optar por um design ágil. A meio do submarino existe um pequeno mastro, que traz à superfície o sistema de comunicações e de captação e transmissão de imagem.


Leia Também: O que se sabe sobre o homicídio que envolve filho de ator espanhol

CHINA: Um novo documentário produzido pela televisão estatal chinesa CCTV enalteceu a preparação das Forças Armadas chinesas para atacar Taiwan, numa altura em que Pequim intensifica a sua estratégia de intimidação sobre o território.

© Getty Images

POR LUSA   07/08/23

 Documentário chinês exibe capacidade militar para atacar Taiwan

Um novo documentário produzido pela televisão estatal chinesa CCTV enalteceu a preparação das Forças Armadas chinesas para atacar Taiwan, numa altura em que Pequim intensifica a sua estratégia de intimidação sobre o território.

'Chasing Dreams' ('Atrás do Sonho', em português) , um documentário de oito episódios exibido pela CCTV esta semana, para marcar o 96.º aniversário do Exército de Libertação Popular, apresenta exercícios militares e depoimentos de dezenas de soldados, entre os quais vários dizem estar dispostos a sacrificar a vida num possível ataque contra Taiwan.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

A imprensa estatal e o Exército chinês frequentemente divulgam conteúdo propagandístico sobre a modernização do exército, visando inflamar o crescente nacionalismo chinês e mostrar confiança contra Taiwan e os Estados Unidos, o principal aliado da ilha.

Embora os EUA não reconheçam Taiwan como um país soberano, Washington comprometeu-se a ajudar a ilha a defender-se no caso de invasão.

No mês passado, a Casa Branca anunciou um pacote de ajuda militar de 345 milhões de dólares (315 milhões de euros) para Taiwan.

O documentário 'Chasing Dreams' apresentou, entre outras coisas, os exercícios 'Joint Sword' do Exército de Libertação Popular, que simularam ataques de precisão contra Taiwan.

Os exercícios foram realizados ao redor da ilha, em abril passado, após a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, ter visitado os Estados Unidos.

Entre as partes mais dramáticas do documentário estão as promessas de soldados de várias divisões a expressarem a disposição de se sacrificarem num possível ataque contra Taiwan.

"Se a guerra estourar e as condições forem muito difíceis para remover com segurança as minas navais em combate real, usaríamos os nossos próprios corpos para abrir um caminho seguro para as nossas forças aterrarem", disse Zuo Feng, um soldado da unidade caça-minas.

Li Peng, um piloto do Esquadrão Wang Hai da Força Aérea chinesa, disse que o seu "jato de combate seria o último míssil avançando em direção ao inimigo numa batalha real", se tivesse usado já toda a munição.

Fan Lizhong, comandante da unidade de táticas especiais, disse no documentário que, embora seja doloroso perder companheiros, ele deve manter a calma para responder a emergências e estar sempre pronto para lutar.

O documentário também apresenta o Shandong, um dos três porta-aviões da China, a navegar em formação com vários outros navios de guerra.

As Forças Armadas chinesas repetidamente despacharam o Shandong para o Estreito de Taiwan nos últimos meses. Aviões de guerra chineses também cruzaram a linha mediana do estreito, uma zona de demarcação informal entre a China e Taiwan, com relativa frequência, nos últimos dois anos.


Leia Também: Conflito com a China teria "consequências desastrosas" para o mundo

Cedesa alerta para choque entre estratégia russa para África e Angola

© Shutterstock

POR LUSA  07/08/23 

Os académicos da Cedesa, entidade que analisa Angola, defendem haver um "cinturão russo" a ser criado em África que "choca diretamente com os interesses" regionais de Angola e vai afetar o país.

Para a Cedesa, é claro, depois do último golpe de Estado, que ocorreu na semana passada no Níger, mais um país na região do Shael, que há "uma linha quase contínua de leste a oeste de África onde se está a formar um 'cinturão russo'".

"Na prática, falta cair o Chade, onde a influência francesa é grande, mas a instabilidade e a existência de grupos de guerrilha já se faz notar", salienta o grupo de académicos que nasce do Angola Research Network.

Assim, não faltará muito tempo para que aquele país fique totalmente cercado, porque a norte, na Líbia, existe "uma forte presença" do grupo privado russo Wagner, como na fronteira sul na República Centro-Africana, a oeste está o Níger e a Leste o Sudão.

"Pode-se antecipar que o Chade está cercado e em breve poderá completar o 'cinturão russo'", adianta a Cedesa.

Perante este 'cinturão russo' em construção na zona do Sahel africano, os académicos assinalam as suas principais consequências quer globais quer para Angola.

"Angola foi tradicionalmente um aliado russo, um dos principais em África, mas "já não é", sublinham os académicos.

E o atual Presidente do país, João Lourenço, tenta colocar o país como uma potência regional próxima do Ocidente e com boas relações com a China e Rússia, mas tentando resolver os problemas africanos em África.

Por isso, para o grupo de académicos "torna-se evidente que a criação do 'cinturão russo' levanta obstáculos de monta a este desejo de Angola".

"Com uma Rússia forte na intermediação entre o Norte e o Sul de África, o papel de Angola como potência regional fica esvaziado, e tudo se volta a resumir aos embates da Guerra Fria, agora renovada", realçam.

Por isso, defendem: "o 'cinturão russo' choca diretamente com os interesses prospetivos regionais de Angola e com o seu desejo de paz e estabilidade no continente".

Depois da promoção que João Lourenço tem feito da normalidade constitucional, e condenando todas as alterações não constitucionais em África, o facto é que "as alterações promovidas pela Rússia são não constitucionais, assentam em golpes de força promovidos pelos militares".

Perante este cenário em construção, Angola enfrenta ainda um outro problema: "diretamente, a estabilidade e segurança nacional angolana ficaria ameaçada se houvesse qualquer tipo de intervenção na República Democrática do Congo que agitasse ainda mais o país do que já está", uma vez que faz fronteira com Angola.

Assim, concluem, Angola "não deverá estar a ver com bons olhos o alargamento do 'cinturão russo' no Sahel", apesar das relações cordiais que mantém com o Kremlin.

A nível global, a primeira consequência apontada na análise da Cedesa "é a reafirmação política da Rússia".

"O país demonstra que sabe globalizar uma contenda, não a situando apenas na Ucrânia, mas mundializando-a, reunindo um conjunto de apoios que podem parecer fracos individualmente, mas juntos alcançam extrema relevância estratégica, colocando já em causa a influência francesa na região", defende a Cedesa.

E "a grande derrotada é a França", podendo a Rússia ainda, no entender dos académicos, projetar outras perdas e outros ganhos estratégicos e económicos.

Em termos estratégicos é sabido que a zona do Sahel tem uma forte e direta importância estratégica para a Europa no combate ao terrorismo e à migração.

Assim, "a partir de agora, a Rússia dispõe de uma válvula de pressão em relação à União Europeia em termos de terrorismo e migração, podendo, na prática, aumentar ou diminuir os fluxos migratórios de África para as costas europeias", realça a Cedesa.


Leia Também: Militares anunciam encerramento do espaço aéreo do Niger

Forças de segurança angolanas acusadas de "homicídios ilegais" por ONG

Por  SIC Notícias  07/08/23

Segundo a Human Rights Watch, “há décadas que as forças de segurança angolanas violam estes direitos fundamentais, cometendo execuções extrajudiciais e outros homicídios ilegais, fazendo uso de força excessiva e desnecessária contra manifestantes”.

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) acusou esta segunda-feira as forças de segurança angolanas de "homicídios ilegais, de abusos graves contra ativistas políticos e manifestantes pacíficos desde janeiro".

A HRW afirmou também que "o Governo deve garantir a realização de investigações urgentes, imparciais e transparentes às alegadas violações de direitos e aplicar sanções adequadas ou levar a tribunal os membros das forças de segurança responsáveis".

"Foram implicados membros da Polícia Nacional de Angola e do seu Serviço de Investigação Criminal, bem como do Serviço de Segurança e Inteligência do Estado, no homicídio ilegal de pelo menos 15 pessoas, bem como na detenção arbitrária de centenas de outras pessoas", apontou a ONG em comunicado, no qual se especifica que "as vítimas incluem ativistas sociais e políticos, artistas que criticam abertamente o Governo e manifestantes que organizaram ou participaram em atividades antigovernamentais pacíficas em todo o país".

Na mesma nota, a investigadora sénior da HRW para África Zenaida Machado disse que "a polícia angolana parece estar a visar quem se pronuncia contra as políticas do Governo".

"As autoridades angolanas devem agir com urgência para acabar com as políticas e práticas abusivas da polícia e para garantir que é feita justiça para as vítimas e para os seus familiares", acrescentou, citada no comunicado.

O relatório da ONG de defesa de direitos humanos é fundamentado em 32 entrevistas efetuadas entre janeiro e junho de 2023, incluindo "vítimas de abusos e familiares das mesmas, testemunhas e fontes de segurança em Luanda, a capital, bem como em Cabinda e Bié".

"Em fevereiro, homens que se identificaram como membros do Serviço de Investigação Criminal detiveram um grupo de jovens cujos corpos foram encontrados três dias depois, na morgue de um hospital em Luanda", indicou o documento, no qual também se sublinhou que "as forças de segurança também detiveram arbitrariamente pessoas que criticaram publicamente o Governo".

A organização lembrou os casos de “um 'rapper' ativista conhecido como Kamesu Voz Seca, que esteve cinco dias na prisão sem nenhuma acusação, após o carro do 'rapper' ter sido parado num bloqueio policial noturno, em Luanda, e agentes da polícia terem encontrado panfletos com 'Fora, Presidente' e mensagens semelhantes”.

Também a detenção de um taxista, acusado de "promover atos de rebelião na sequência de um vídeo em que imita o falecido líder rebelde Jonas Savimbi e apela ao afastamento do governo do partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), se ter tornado viral nas redes sociais".

A HRW afirmou que "há décadas que as forças de segurança angolanas violam estes direitos fundamentais, cometendo execuções extrajudiciais e outros homicídios ilegais, fazendo uso de força excessiva e desnecessária contra manifestantes, bem como perseguindo, detendo arbitrariamente e mantendo na prisão ativistas da oposição".

Contudo, ressalvou que, "nos últimos anos, o Governo fez algumas tentativas para melhorar a aplicação da lei, nomeadamente a demissão de agentes responsáveis por abusos, a integração dos direitos humanos no currículo da academia da polícia e a realização de atividades de direitos humanos regulares em parceria com as Nações Unidas e organizações não-governamentais nacionais".

Ainda assim, lamentou que "a aplicação de ações penais a agentes da polícia por uso ilegal da força continua a ser rara" e que "as tentativas de melhorar a conduta dos agentes não foram sustentadas por medidas de responsabilização fortes, como ações disciplinares e processos criminais, havendo muitos casos de abuso policial que escaparam impunes.

Razão pela qual a HRW defendeu que "o Governo angolano deve adotar urgentemente reformas concretas e significativas à conduta e supervisão da polícia, para promover o pleno respeito pelos direitos humanos e o Estado de Direito" e que "a comunidade internacional, incluindo a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a União Africana, a União Europeia e as Nações Unidas devem exortar" Luanda, "tanto em público como em privado, a responsabilizar os autores destes abusos".

MIGRAÇÕES: O Papa Francisco alertou no domingo que o "Mediterrâneo é um cemitério, mas o maior cemitério é o norte de África", insistindo que "é criminosa a exploração dos migrantes".

© REUTERS/Guglielmo Mangiapane

POR LUSA   07/08/23 

 Deserto do Norte de África é hoje "o maior cemitério"

O Papa Francisco alertou no domingo que o "Mediterrâneo é um cemitério, mas o maior cemitério é o norte de África", insistindo que "é criminosa a exploração dos migrantes".

"O Mediterrâneo é um cemitério, mas o maior cemitério é o norte de África. É terrível", afirmou Francisco, a bordo do avião papal, que regressava a Roma, após Francisco ter presidido à Jornada Mundial da Juventude (JMJ, em Lisboa.

Segundo o Papa, "é criminosa a exploração dos migrantes".

"Aqui na Europa não, porque somos mais cultos, mas nos campos do norte de África...", afirmou, lembrando que "na semana passada, a instituição 'Mediterranea Saving Humans' estava a trabalhar para resgatar migrantes num deserto entre a Tunísia e a Líbia, porque foram deixados ali, para morrer".

Francisco adiantou que vai a Marselha, França, no final de setembro, para os "Encontros Mediterrâneos", por causa desta situação

"Os bispos do Mediterrâneo vão fazer este encontro, com alguns políticos, também, para refletir a sério sobre o drama dos migrantes", acrescentou.

A JMJ começou na terça-feira e terminou no domingo. Cerca de 1,5 milhões estiveram, quer no sábado, quer no domingo, na capital portuguesa, segundo a Santa Sé, a participar naquele que é considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.


Leia Também: Papa diz que Jornada em Lisboa foi a "mais bem preparada" que viu

BURKINA FASO: França suspende ajuda ao Burkina Faso

© Lusa

POR LUSA   07/08/23 

A França decidiu suspender "até nova ordem toda a ajuda ao desenvolvimento e apoio orçamental" ao Burkina Faso, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, no domingo à noite.

O anúncio surge numa altura em que o Burkina Faso e o Mali manifestaram solidariedade com os militares que tomaram o poder no Níger.

A França apoia os países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) nos esforços para reintegrar no cargo o Presidente nigerino deposto, Mohamed Bazoum, preso desde o golpe de Estado de 26 de julho.

Os Estados da CEDEAO ameaçaram intervir militarmente e deram aos militares um prazo, que terminou este domingo, para restabelecerem a ordem constitucional.

Os atuais projetos franceses de ajuda ao desenvolvimento para o Burkina Faso totalizam 482 milhões de euros, enquanto a ajuda orçamental prevista para 2022 ascende a 13 milhões de euros.

As relações entre França e Burkina Faso deterioraram-se desde que o capitão Ibrahim Traoré tomou o poder num golpe de Estado em setembro de 2022.


NÍGER: Militares anunciam encerramento do espaço aéreo do Niger

© Lusa

POR LUSA  07/08/23 

Os militares que tomaram o poder no Níger anunciaram, no domingo, o encerramento do espaço aéreo "face à ameaça de intervenção dos países vizinhos".

"Perante a ameaça de intervenção dos países vizinhos, o espaço aéreo do Níger está encerrado a partir de hoje, domingo, até nova ordem", indicaram em comunicado, no qual acrescentaram que "qualquer tentativa de violação do espaço aéreo" terá como consequência "uma resposta enérgica e imediata".

Num outro comunicado, o Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP, que assumiu o poder) afirmou ter sido "efetuado um pré-deslocamento para a preparação da intervenção em dois países da África Central", sem especificar quais.

"Qualquer Estado envolvido será considerado como cobeligerante", acrescentou.

As fronteiras terrestres e aéreas do Níger com cinco países vizinhos foram reabertas a 02 de agosto, quase uma semana depois de terem sido encerradas durante o golpe de Estado de 26 de julho que derrubou o Presidente eleito, Mohamed Bazoum.

Estes países são a Argélia, o Burkina Faso, a Líbia, o Mali e o Chade.

O ultimato fixado a 30 de julho pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que os militares que tomaram o poder restabelecessem o Presidente Bazoum, sob pena de intervenção armada, expirou este domingo.

O prazo terminou sem que a exigência fosse cumprida, pelo que a população se prepara agora para o pior já que a CEDEAO admitiu recorrer à força, isto apesar dos recentes apelos internacionais para que a legalidade constitucional seja reposta por meios pacíficos.

A 26 de julho, soldados amotinados instalaram o líder, general Abdourahamane Tiani, como novo chefe de Estado do Níger.

O golpe de Estado vem acrescentar mais um motivo de preocupação na região da África Ocidental, que se debate com a tomada de poder pelos militares no Mali, na Guiné-Conacri e no Burkina Faso, o extremismo islâmico e uma mudança de atitude de alguns Estados em relação à Rússia e ao grupo de mercenários Wagner.

A incerteza no Níger está a piorar a vida quotidiana de cerca de 25 milhões de pessoas num dos países mais pobres do mundo. Os preços dos alimentos estão a aumentar depois de a CEDEAO ter imposto sanções económicas e de viagem na sequência do golpe de Estado. A Nigéria, que fornece cerca de 90% da eletricidade no Níger, cortou parte do abastecimento.

JMC (IM/JSD) // EJ

Lusa/Fim

PR Umaro Sissoco Embalo recebeu no princípio desta tarde um grupo de músicos Nacionais a proposito de apresentação do Projecto musical em memória de Seco Cote.

 Radio Voz Do Povo

Kim Jong Un inspeciona as principais fábricas de armas

Por Agência Central de Notícias da Coreia

De 3 a 5 de agosto, Kim Jong Un, Secretário-geral do Partido de Trabalho da Coreia e Presidente de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia, visitou importantes fábricas de armas, entre elas uma fábrica que produz projéteis de lançadores de foguetes múltiplos de grande calibre.

Ele ficou muito satisfeito com a execução correta da política do Partido na fábrica, pois aumentou a capacidade de modelagem de precisão, realizou a automação da produção e melhorou notavelmente as condições de trabalho do local de trabalho por meio da introdução efetiva de novos equipamentos e dispositivos de medição no processo de produção em massa de projéteis de lançadores de foguetes múltiplos de grande calibre.

Da mesma forma, fez uma inspeção na produção de armas portáteis de nova série.

Salientando que a modernização das armas de pequeno porte que estarão à disposição das unidades de frente do Exército Popular Coreano e das unidades para combater na retaguarda inimiga em caso de emergência, de acordo com a mudança no aspecto da guerra, é de grande e urgente importância nos preparativos para a guerra, ele observou a decisão sobre a produção de poderosas armas portáteis de estilo coreano e a direção de seu desenvolvimento.

Leveza e concentração, acrescentou, são os índices essenciais para o desenvolvimento e produção de armas portáteis. Com isso, ele definiu tarefas importantes para a produção de armas portáteis de novos tipos e calibres, adaptando-se às características físicas e ao desempenho de combate dos militares do APC.

Ele também visitou uma fábrica de motores para mísseis estratégicos de cruzeiro e drones de ataque.

Sublinhou a necessidade de assegurar simultaneamente e com rigor a rapidez, a qualidade e a quantidade na produção dos motores, privilegiando as medidas de abastecimento dos diversos tipos de materiais necessários ao fabrico, acrescentando que a fábrica deverá continuar a colocar os processos produtivos nos padrões mais modernos, científicos e base precisa de um nível superior e para melhorar as condições de trabalho e produção e o ambiente de vida civilizado.

Em seguida, ele inspecionou a produção de veículos de lançamento de armas estratégicas.

Novamente enfatizando o papel fundamental que a fábrica desempenha na execução da estratégia militar do Partido, ele elogiou a empresa por estabelecer uma base sólida de produção e dar forte impulso à produção de veículos de lançamento, dedicando grande esforços para modernizar os processos de produção e aumentar a capacidade de produção.


domingo, 6 de agosto de 2023

ALERTA CFM: Em Cameconde, secção do mesmo nome, sector de Cacine, no sul do país, um policial terá espancado um jovem de 23 anos de idade de nome Sana Haidara.

O jovem morreu quando estava a ser evacuado hoje para o hospital de Quebo. Em reação, os populares destruíram a esquadra local.👇

© Rádio Capital Fm  06.08.2023

Zelensky pede ajuda à América Latina para lutar contra "colonialismo"

© Lusa

POR LUSA   06/08/23 

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu hoje aos dirigentes e povos da América Latina que ajudem Kyiv na luta contra o "colonialismo" da Rússia e acusou o Presidente do Brasil de ter um discurso pró-Putin.

Numa entrevista à agência espanhola EFE e a vários meios de comunicação latino-americanos, Zelensky afirmou que a Rússia recolhe e exporta cereais e outros produtos agrícolas dos territórios da Ucrânia e apelou à experiência da América Latina com o colonialismo para pedir solidariedade para a causa ucraniana.

"Vocês sabem perfeitamente o que significam as consequências do colonialismo", disse o chefe de Estado ucraniano.

Além dos cereais, Zelensky mencionou a destruição da fábrica Azovstal, na cidade ocupada de Mariupol (leste da Ucrânia), e de boa parte da indústria siderúrgica que obrigou o país a deixar de exportar algumas das matérias-primas que mais vendia.

"Isto é colonialismo", afirmou Zelensky, referindo que o Presidente russo, Vladimir Putin, "não é diferente de qualquer colonizador", que "mente e manipula constantemente" e que a Rússia mata crianças e viola mulheres na Ucrânia.

Zelensky acusou ainda o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de "coincidir com as narrativas" de Putin.

"Espero que [Lula] tenha uma opinião própria. Não me parece necessário que os seus pensamentos coincidam com os pensamentos do Presidente Putin", acrescentou Zelensky, para quem as declarações do líder brasileiro "não ajudam a trazer nenhuma paz".

O Presidente brasileiro disponibilizou-se em diversas ocasiões como potencial mediador da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Enquanto Lula pediu que as conversas comecem já, nas atuais circunstâncias, Zelensky recusa-se a sentar para discutir até que a Rússia retire as suas tropas dos territórios que ocupa na Ucrânia.

Zelensky disse ainda, na mesma entrevista, que é fundamental "compreender" que a guerra na Ucrânia vem de "uma agressão não provocada" e defendeu que os países da América Latina - onde muitos líderes têm mostrado relutância em apoiar a Ucrânia e romper relações com Moscovo - apoiem a Ucrânia através de ajuda humanitária.

Para Zelensky, esses países podem ajudar a Ucrânia com a sua experiência na limpeza dos campos de minas, na reconstrução de cidades ou na luta contra a insegurança alimentar.

Boa parte da esquerda latino-americana que governa os maiores países da região caracteriza-se pela desconfiança para com os Estados Unidos, um dos principais aliados da Ucrânia, e uma afinidade com o discurso contra o colonialismo ocidental que promove a Rússia.

Quanto à contraofensiva de Kyiv para recuperar territórios, Zelensky pediu "paciência", afirmando que "é complicada e é possível que seja mais lenta" do que se esperava.

A invasão militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


Leia Também: Kremlin diz que Rússia "apenas" quer regiões já anexadas na Ucrânia... Dmitry Peskov deu uma entrevista ao The New York Times.

Níger: ultimato da CEDEAO expira este domingo

Por  Euronews  06/08/2023 

Este domingo termina o prazo dado pela CEDEAO aos golpistas do Níger para reporem no poder o presidente Bazoum. A junta militar terá pedido ajuda ao grupo Wagner.

A situação agrava-se no Níger. Os chefes militares da CEDEAO já definiram um plano de intervenção mas apelam a uma solução diplomática.

Abdel-Fatau Musah, Comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da CEDEAO afirmou: "Queremos que a diplomacia funcione e queremos que esta mensagem seja claramente transmitida aos líderes da Junta do Níger de que estamos a dar-lhes todas as oportunidades para reverterem o que fizeram."

Este domingo expira o ultimato de sete dias lançado pelos países da África Ocidental, que exigem que os golpistas restabeleçam a administração civil e libertem o presidente Bazoum.

Esta sexta-feira, a delegação da CEDEAO visitou Niamey, mas não conseguiu encontrar-se com o general Tchiani. Inicialmente, foi noticiado que a CEDEAO recusava a intervenção militar, passando a aplicar sanções. Mais tarde, porém, os chefes militares do bloco anunciaram que tinham elaborado um plano para uma invasão armada.

Estão estacionadas no Níger cerca de 1500 tropas francesas e 1000 tropas norte-americanas, bem como outras unidades de outros países da União Europeia e de África. Tanto Paris como Washington manifestaram um apoio inequívoco ao deposto presidente Bazoum e a qualquer decisão da CEDEAO, incluindo uma solução militar.

Por sua vez, os líderes golpistas do Níger pediram a intervenção do grupo de mercenários russos, Wagner, segundo diversos meios de comunicação ocidentais. 

O possível envolvimento do Wagner tem sido discutido desde o início do golpe, mas até agora não houve provas.

Dois países vizinhos, o Mali e o Burkina-Faso - que tiveram os seus próprios golpes de Estado nos últimos dois anos - opõem-se fortemente às ações da CEDEAO e prometeram apoio militar ao Níger, em caso de intervenção estrangeira.


Esta mulher vive debaixo d'água há 20 anos 😭


©Boby Curioso

Insólito. Afinal, infidelidade pode ser contagiosa... diz estudo... Sim, leu bem.

© Gossip Girl

Notícias ao Minuto  06/08/23 

Pasme-se: a traição 'pega-se'. Pelo menos, é o que revela um estudo feito pelo portal de relacionamentos extraconjugais Second Love, que indica que seis em cada 10 pessoas estão dispostos a trair a cara-metade se já existirem casos de infidelidade entre os amigos.

Para chegar a esta conclusão, a Second Love entrevistou mais de 2,4 mil pessoas, entre homens e mulheres, foram entrevistadas. O estudo revela, assim, que o ambiente de pessoas em que estamos inseridos pode ser um fator decisivo no que toca à fidelidade.

Se sente que pode estar a ser traído, clique aqui. Um detetive revela três sinais que indicam que eles e elas podem estar a ter um caso extraconjugal.


Ucrânia. Mísseis ucranianos danificam ponte que une Kherson à Crimeia

© GENYA SAVILOV/AFP via Getty Images

POR LUSA   06/08/23 

O exército ucraniano disparou vários mísseis contra a ponte de Chongar, que liga as regiões ucranianas anexadas de Kherson e da Crimeia, um dos quais danificou o seu pavimento rodoviário, disse hoje o governador pró-russo da região de Kherson.

"O inimigo efetuou um ataque com mísseis nas proximidades da ponte de Chongar, no norte da Crimeia. Parte dos mísseis foi abatida, mas um atingiu o alvo. Há danos no pavimento automóvel da ponte e as reparações já começaram. Não há vítimas", escreveu Vladimir Saldo na rede social Telegram.

O governador de Kherson afirmou também que se tratou de um míssil britânico Storm Shadow que danificou a ponte e uma escola na localidade de Chongar.

De acordo ainda com o representante pró-russo, a Ucrânia lançou 12 mísseis, "nove dos quais foram abatidos pela nossa defesa antiaérea".

"O principal ato vil do regime [de Kiev] é o ataque à escola local", escreveu também Vladimir Saldo na rede social Telegram.

Além disso, o gasoduto que abastece a localidade de Huenichesk foi danificado durante o ataque, deixando "mais de 20.000 habitantes da cidade sem gás".

No entanto, "a ligação com a Crimeia mantém-se através das pontes de Cháplinka e Armiansk", adiantou.

"Peço aos condutores que tenham isto em conta quando planearem as suas viagens", acrescentou.

Este é o segundo ataque realizado a esta ponte, depois do que foi realizado em 22 de junho deste ano e que tem como objetivo impedir a passagem das tropas russas da Península da Crimeia para o leste da Ucrânia.


Leia Também: Kremlin diz que Rússia "apenas" quer regiões já anexadas na Ucrânia


Leia Também:  'Mãe Pátria' já segura escudo com tridente nacional ucraniano. As imagens...   Símbolos soviéticos da mais emblemática estátua de Kyiv foram substituídos. Veja a fotogaleria abaixo.

Acordo Político de Incedência Parlamentar e Governativa pode ser assinado hoje ou amanhã, revela o Coordenador da Coligação eleitoral PAI_TERRA_RANKA, Domingos Simões Pereira após o encontro com o líder do PtG, Aladje Botche Candé.


© Radio Voz Do Povo 

Veja Também:

As negociações terminaram, mas o líder do PtG, Aladje Botche Candé recusa avançar os conteúdos em negociações que estão a dificultar as partes para firmar o ACORDO.

Termina prazo para reinstalar PR no Níger e população prepara-se para o pior

© Lusa

POR LUSA    06/08/23 

O prazo dado pela CEDEAO à junta militar para reinstalar, até hoje, o Presidente nigerino, deposto em 26 de julho, terminou sem que a exigência fosse cumprida, pelo que a população prepara-se agora para o pior.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ameaçou recorrer à força se a junta militar que depôs o regime do Presidente democraticamente eleito do Níger, Mohamed Bazoum, não o reconduzisse até ao meio-dia de hoje, havendo, afora apelos internacionais para procurar meios pacíficos para tentar repor a legalidade institucional.

No sábado, o Senado da vizinha Nigéria insurgiu-se contra o plano da CEDEAO, instando o Presidente da Nigéria, Bola Ahmed Adekunle Tinubu, que também lidera o bloco até ao final do ano, a explorar outras opções que não o uso da força. 

A CEDEAO ainda pode avançar, uma vez que as decisões finais são tomadas por consenso pelos Estados-membros, mas o aviso na véspera do término do prazo levantou questões sobre o destino da intervenção.

A ameaça de intervenção militar surgiu na sequência do golpe de Estado de 26 de julho, quando soldados amotinados instalaram o seu líder, general Abdourahamane Tiani, como novo chefe de Estado do Níger. 

Enquanto Tiani pedia apoio nacional e internacional, crescia o receio de que a crise política do país pudesse prejudicar a luta contra os 'jihadistas' e aumentar a influência da Rússia na África Ocidental.

O golpe de Estado, aliás, observa a agência noticiosa Associated Press (AP), vem acrescentar mais uma nova camada de complexidade à região da África Ocidental, que se debate com a tomada de poder pelos militares, como Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso, o extremismo islâmico e uma mudança de atitude de alguns Estados em relação à Rússia e ao seu representante, o grupo mercenário Wagner.

A Argélia e o Chade, países vizinhos não pertencentes à CEDEAO e com fortes forças armadas na região, afirmaram que se opõem ao uso da força ou que não irão intervir militarmente, e os vizinhos Mali e Burkina Faso - ambos governados por juntas militares - afirmaram que uma intervenção seria também uma "declaração de guerra" contra eles.

O Presidente destituído do Níger, Mohamed Bazoum, disse que está a ser mantido "refém" pelos soldados amotinados e uma delegação da CEDEAO não conseguiu reunir-se com Tiani, que, segundo os analistas, liderou o golpe para evitar ser demitido. Agora, a junta pediu ajuda ao grupo Wagner e cortou os laços de segurança com a antiga potência colonizadora, França.

Durante a madrugada de hoje, horas antes do fim do prazo de domingo, e em resposta ao apelo da junta para que se tenha cuidado com a intervenção estrangeira e espiões, centenas de jovens juntaram-se às forças de segurança nas ruas escuras da capital do Níger, Niamey, para montarem guarda numa dúzia de rotundas até de manhã, verificando as viaturas à procura de qualquer tipo de armamento.

"Estou aqui para apoiar os militares. Somos contra (o bloco regional). Vamos lutar até ao fim. Não concordamos com o que a França está a fazer contra nós. Estamos fartos da colonização", disse Ibrahim Nudirio, um dos residentes em patrulha.

Passado o prazo, desconhece-se o que irá agora a CEDEAO fazer.

"O bloco regional não deveria ter dado à junta um prazo de uma semana para reintegrar Bazoum, mas sim de 48 horas. Agora está a arrastar-se, o que dá tempo à junta para se entrincheirar", disse Peter Pham, antigo enviado especial dos Estados Unidos para a região do Sahel, na África Ocidental, e membro destacado do Conselho Atlântico. 

Para Pham, o cenário mais favorável para uma intervenção seria a entrada de uma força com a ajuda dos que estão no interior.

A intentona é um rude golpe para os Estados Unidos e aliados que viam o Níger como o último grande parceiro antiterrorista no Sahel, uma vasta área a sul do deserto do Saara onde os 'jihadistas' ligados à Al-Qaida e ao grupo Estado Islâmico (EI) têm vindo a expandir o seu raio de ação e a ameaçar Estados costeiros como o Benim, o Gana e o Togo.

Os Estados Unidos, a França e os países europeus injetaram centenas de milhões de dólares de assistência militar no Níger. A França tem 1.500 soldados no país, embora o seu destino esteja agora em causa. Os EUA também têm 1.100 militares no Níger, onde operam uma importante base de 'drones' (aparelhos voadores não tripulados) na cidade de Agadez.

Embora os líderes golpistas do Níger tenham afirmado que agiram devido à crescente insegurança, os incidentes de conflito diminuíram quase 40% no país em comparação com o semestre anterior, de acordo com o projeto Armed Conflict Location and Event Data. 

Tal contrasta com o aumento dos ataques no Mali, que expulsou as forças francesas e se associou aos mercenários do grupo Wagner, e no Burkina Faso, que também se livrou das forças francesas.

A incerteza no Níger está a piorar a vida quotidiana de cerca de 25 milhões de pessoas num dos países mais pobres do mundo. Os preços dos alimentos estão a aumentar depois de a CEDEAO ter imposto sanções económicas e de viagem na sequência do golpe de Estado. A Nigéria, que fornece cerca de 90% da eletricidade no Níger, cortou parte do abastecimento.

Grupos humanitários no Níger alertaram para os "efeitos devastadores" na vida de mais de 4,4 milhões de pessoas que necessitam de ajuda. Alguns dos residentes do Níger, já em dificuldades, afirmaram que a intervenção militar não é a resposta.

"Só o facto de comer é um problema para nós. Por isso, se houver uma guerra, isso não vai resolver nada", frisou Mohamed Noali, um residente de Niamey que anda a patrulhar as ruas.


Kremlin diz que Rússia "apenas" quer regiões já anexadas na Ucrânia... Dmitry Peskov deu uma entrevista ao The New York Times.

© Reuters

Notícias ao Minuto  06/08/23 

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia não quer mais território na Ucrânia do que as quatro regiões anexadas.

Em entrevista ao The New York Times, após ser questionado sobre se Moscovo quer anexar mais territórios ucranianos, Peskov foi direto: "Não".

"Nós apenas queremos controlar todas as terras que agora escrevemos na nossa Constituição como nossas", acrescentou.

Recorde-se que apenas sete meses depois de invadir o país vizinho, a Rússia anexou, ilegalmente, as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e as regiões de Kherson e Zaporíjia, áreas no leste e sul da Ucrânia.

Além das quatro regiões anexadas, a Rússia já tinha incorporado no seu território a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas regiões anexadas.

A devolução dos cinco territórios é uma das exigências de Kyiv para negociações com Moscovo sobre o fim da guerra.


Leia Também: Ucrânia diz ter abatido 30 mísseis de cruzeiro e 27 'drones' na madrugada

JAPÃO: Nos 78 anos do bombardeamento de Hiroshima, líderes criticam Rússia... Em causa estão as constantes ameaças nucleares por parte de Moscovo.

© Kyodo/via REUTERS

Notícias ao Minuto   06/08/23 

Assinalam-se este domingo, 6 de agosto, 78 anos desde a tragédia de Hiroshima. O primeiro-ministro do Japão aproveitou a ocasião para criticar as constantes ameaças nucleares da Rússia. Uma crítica que foi acompanhada por outros dirigentes mundiais.

"O Japão, como a única nação que sofreu bombardeamentos atómicos na guerra, continuará os seus esforços para um mundo livre de armas nucleares. O caminho para isso está a tornar-se cada vez mais difícil por causa do aprofundamento das divisões na comunidade internacional sobre o desarmamento nuclear e a ameaça nuclear da Rússia", começou por dizer Fumio Kishida, citado pela imprensa internacional, na Cerimónia Memorial da Paz.

"Dada esta situação, é ainda mais importante trazer de volta o ímpeto internacional para a realização de um mundo livre de armas nucleares. A devastação trazida a Hiroshima e Nagasaki por armas nucleares nunca poderá ser repetida", acrescentou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também divulgou um comunicado para assinalar a data. "Alguns países estão a acenar de forma imprudente o sabre nuclear mais uma vez, ameaçando usar essas ferramentas de aniquilação", disse. "Diante dessas ameaças, a comunidade global deve falar como uma só. Qualquer uso de armas nucleares é inaceitável", defendeu.

As críticas foram apoiadas pelo autarca de Hiroshima, Kazumi Matsui. "Líderes de todo o mundo devem enfrentar a realidade de que as ameaças nucleares agora expressas por certos formuladores de políticas revelam a loucura da teoria da dissuasão nuclear", afirmou.

Recorde-se que nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos utilizaram, pela primeira vez na história da humanidade, bombas atómicas. A bomba atómica em Hiroshima matou 140.000 pessoas entre agosto e o final de 1945, e a bomba lançada sobre Nagasaki a 9 de agosto de 1945 matou 74.000 pessoas. O contacto com a radiação matou muitos dos sobreviventes nos dias seguintes, e quem sobreviveu teve de o fazer com as doenças causadas pela radiação.


PAI Terra Ranka: Assinatura do acordo de incidência parlamentar com PTG

Por Hernani Kafft Kosta

Rússia ataca centro de transfusão de sangue no leste da Ucrânia

© Lusa

POR LUSA  06/08/23 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou no sábado à noite um bombardeamento aéreo russo que deixou vários mortos e feridos num centro de transfusão de sangue na região de Kharkiv, no leste do país.

"Um míssil aéreo guiado russo [atingiu] um centro de transfusão de sangue na Ucrânia. Esta noite, na comunidade de Kupiansk, na região de Kharkiv. Mortes e feridos são relatados", escreveu o líder do Executivo ucraniano.

Zelensky disse na plataforma de mensagens Telegram que "a Rússia disparou foguetes e mísseis de cruzeiro na noite de sábado" e "alguns dos foguetes foram abatidos por caças de defesa aérea ucranianos".

O Presidente ucraniano qualificou o ataque como "um crime de guerra", que "por si só diz tudo sobre a agressão russa", e garantiu que os serviços de emergência estão a trabalhar para extinguir o incêndio provocado pelo bombardeamento.

Zelensky apelou "a todos aqueles que valorizam a vida", para quem "derrotar os terroristas" é, na sua opinião, "uma questão de honra".

Horas antes, o chefe de Estado tinha confirmado um outro ataque com mísseis russos contra edifícios pertencentes ao fabricante de aviões Motor Sich, na região de Khmelnytsky, no oeste da Ucrânia.

Na sexta-feira à noite, as forças ucranianas atacaram um petroleiro russo que transportava crude no Mar Negro, uma operação para a qual Moscovo prometeu uma retaliação.

Nos últimos dias, vários ataques de 'drones' (aparelhos não tripulados) ucranianos tiveram como alvo a cidade de Moscovo, a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e navios russos no Mar Negro.

Os ataques russos aconteceram numa altura em que decorria na cidade de Jidá, na Arábia Saudita, uma reunião de conselheiros de segurança nacional e representantes de 40 países sobre o conflito na Ucrânia.

Zelensky disse no sábado que o encontro discutiu o plano de paz apresentado pela Ucrânia em 2022, com 10 pontos que Kiev considera serem indispensáveis para aceitar um entendimento com Moscovo.

O plano representa "o retorno à ordem internacional" que "a Rússia violou com a sua agressão" contra a Ucrânia e que "é necessário restaurar", acrescentou o Presidente.

O plano exige a retirada das tropas russas, incluindo da Crimeia, a cessação das hostilidades, a garantia da segurança nuclear e segurança energética, a implementação da Carta das Nações Unidas, justiça, a prevenção da escalada, a proteção do meio ambiente, libertação de prisioneiros e deportados, comida segura e a confirmação do fim da guerra.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


Leia Também: Ataque russo atinge instalações de fabricante ucraniano de aviões


Leia Também:  A coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia condenou hoje os ataques russos em Izmail e outros portos ucranianos, que destruíram milhares de toneladas de cereais que seriam suficientes para alimentar cerca de 66 milhões de pessoas por dia.