sexta-feira, 14 de abril de 2023

Cabo Verde vai presidir à Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul

© Lusa

POR LUSA  14/04/23 

Cabo Verde assume na terça-feira a presidência da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas), que reúne 21 países africanos e três sul-americanos, colocando o tema dos oceanos como prioridade, foi hoje anunciado.

"Cabo Verde, na sua presidência da Zopacas, irá dar muita importância à questão dos oceanos, à grande riqueza que os oceanos têm para a humanidade e todas as questões ligadas também aos oceanos como a sustentabilidade e as questões das alterações climáticas", anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, Rui Figueiredo Soares, em conferência de imprensa realizada na Praia para antecipar a reunião ministerial da Zopacas, que vai decorrer a 18 de abril no Mindelo, ilha de São Vicente.

"Cabo Verde disponibilizou-se para acolher esta VIII da reunião ministerial e assumir a presidência da Zopacas por dois anos, depois de Montevideu. E Cabo Verde propõe-se contribuir firmemente para dinamização deste fórum de paz e segurança no Atlântico Sul, para conseguirmos também que o vasto potencial de cooperação existente entre os países dos dois lados do Atlântico Sul, seja de facto visível, palpável e com resultados que todos possamos avaliar", acrescentou o chefe da diplomacia cabo-verdiana.

A VIII reunião ministerial da organização vai realizar-se no Centro Oceanográfico do Mindelo, a partir das 10:00 locais (12:00 em Lisboa), sendo antecedida, na segunda-feira, por reuniões preparatórias de altos representantes ou pontos focais.

"Batalhamos muito na altura para trazer a presidência da Zopacas para Cabo Verde. Para já, isto põe Cabo Verde uma vez mais no mapa, no mapa geopolítica mundial. Pela nossa posição, por aquilo que nós podemos dar. E Cabo Verde deve ser um país cada vez mais útil na arena internacional e nestas questões de paz, cooperação, segurança", assumiu Rui Figueiredo Soares.

A VII reunião ministerial (Negócios Estrangeiros ou Relações Exteriores) dos Estados-membros desta organização realizou-se em Montevidéu (Uruguai) de 14 a 16 de janeiro de 2013, há mais de uma década.

"É por isso que estamos a falar aqui da necessidade de revitalizar a Zopacas. Questões várias que terão a ver com as datas marcadas previstas para as reuniões e alguma desaceleração também em relação aos grandes desafios que a humanidade pensava ter de enfrentar. Entretanto, ocorreu, como sabe, a invasão da Ucrânia e os países e as pessoas que dirigem os países deram conta de que é cada vez mais premente nós termos esta cooperação, em termos de segurança", justificou o ministro.

"A invasão da Ucrânia e o redesenhar do papel das várias potências demonstrou que, inexoravelmente, é preciso cada vez mais ter nos grupos de países que defendem a paz e a cooperação para chegar a esta paz", defendeu ainda.

Esta reunião chegou a estar agendada para novembro passado, no Mindelo, o que acabou por não acontecer por motivos de agenda. Para o encontro da próxima semana já estão confirmadas delegações de governos de 17 dos 24 países que integram a Zopacas.

"Vamos ter na reunião de São Vicente vários ministros dos Negócios Estrangeiros, alguns ministros da Defesa, outros ministros, por exemplo, no caso de Angola, vamos ter a ministra do Mar, o ministro do Interior também. O objetivo principal é a preservação da paz, da estabilidade, do desenvolvimento dos países que integram a Zopacas e entre estes países da Zopacas e os outros atores internacionais", recordou Rui Figueiredo Soares.

Para este evento, o ministro explicou que a Força Aérea do Brasil disponibilizou uma aeronave, para permitir o transporte das delegações entre a Praia, capital, e a ilha de São Vicente.

"Nós queremos, ao assumir esta presidência, dar a este importante fórum uma valência que tem a ver com a troca de experiências no domínio da inovação, sobretudo, para que o potencial de cooperação existente entre todos estes países possa ser desenvolvido e esse potencial de forma partilhada, proporcionando o desenvolvimento sustentável de todos os Estados-membros da Zopacas. Isto passará necessariamente pela promoção do intercâmbio científico entre as instituições de todos esses países, nomeadamente em matéria dos oceanos", acrescentou o ministro.

Com sede em Brasília (Brasil), a Zopacas foi criada por resolução das Nações Unidas em 1986, com o objetivo de evitar a introdução de armamentos nucleares e outros de destruição em massa na região, bem como, por meio do multilateralismo, aproveitar todo o potencial socioeconómico do corredor atlântico.

São signatários da Zopacas, além de Brasil e Cabo Verde, também Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial (todos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Integram igualmente a organização a África do Sul, Benin, Camarões, Costa do Marfim, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Libéria, Namíbia, Nigéria, República do Congo, República Democrática do Congo, Senegal, Serra Leoa e Togo (África), bem como a Argentina e o Uruguai (América do Sul).

Segundo Rui Figueiredo Soares, na reunião ministerial serão adotados dois "documentos fundamentais", casos da Declaração do Mindelo e do Plano de Ação do Mindelo, "que irão nortear as atividades da Zopacas durante os próximos dois anos em que Cabo Verde irá assumir a presidência".


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"KONTAKTU", UMA PLATAFORMA DE PAGAMENTO ELECTRÓNICO NA GUINÉ-BISSAU É FORMALMENTE ESTABELECIDO.

Ministério das Finanças  14/04/23

O Ministro das Finanças, Ilídio Vieira TÉ assinou esta quinta-feira, (13.04) em Washington, Estados Unidos da América com o Director-Geral do Departamento das Finanças Públicas do (FMI), Victor Gaspar o  acordo que formaliza a utilização do MOU KONTAKTU na Guiné-Bissau.

O KONTAKTU é uma plataforma que permite a entrega de declarações e pagamento eletrônico, acessível através da internet, em qualquer lugar, por qualquer contribuinte, em computadores e telemóveis. De igual modo, o serviço KONTAKTU assegura a realização de operações Online, permitindo o contribuinte interagir com as autoridades fiscais.


Depois da assinatura do documento, o Ministro das Finanças, Ilídio Vieira TÉ destacou a importância da plataforma KONTAKTU, que  considerou "uma iniciativa revolucionária de transformação digital" da Direção Geral das Contribuições e Impostos, DGCI.

"Gostaria de reiterar o meu compromisso e da nossa equipa em prosseguir e aprofundar as reformas na administração fiscal, incluindo na implementação total do Kontaktu, na aplicação da Lei Geral Tributária, na implementação do IVA, entre outras", frisou o Ministro das Finanças.

Na sua comunicação,  o Director-Geral do Departamento das Finanças Públicas do FMI, Victor Gaspar enalteceu o empenho para melhorar arrecadação tributária, facto que, associa a utilização da plataforma KONTAKTU.

"Esta iniciativa vai melhorar sobremaneira a mobilização de receitas e assegurar a transparência na gestão das finanças públicas", afirmou Director-Geral do Departamento das Finanças Públicas do FMI.

A Plataforma KONTAKTU funciona na Guiné-Bissau desde 2022.



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O Ministro das Finanças, Ilídio Vieira TÉ encontrou-se esta quinta-feira (13.04) em Washington, no âmbito das reuniões de primavera com as instituições de BrettonWoods, (BM/FMI), a quem reiterou o empenho do governo na implementação das políticas formuladas para a estabilização da economia, melhoria da competitividade e o reforço da boa governação.

A reunião que contou com a participação do  Director Adjunto do Fundo Monetário Internacional, (FMI), Bo Li, serviu para analisar, entre outros assuntos,  as reformas em curso, contenção da massa salarial com enfoque na redução dos assessores e conselheiros dos titulares dos órgãos da soberania.

"Essas medidas são pertinentes e, corajosas" enfatizou o Director Adjunto do FMI, Bo Li que enalteceu igualmente, a "determinação" do executivo guineense para implementação dos compromissos assumidos com os parceiros multilaterais, sublinhou a importância  da consolidação da reforma fiscal.

Ainda, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial encorajaram o Ministro das Finanças, Ilídio Vieira TÉ  para prosseguir com a restruturação da EAGB e, reafirmam "apoio total"  ao Governo.

Do encontro com Banco Mundial, debruçou-se  sobre gestão da dívida pública, durante o qual, o Banco anuncia assistência na implementação e consolidação do Comitê Nacional de Gestão da Dívida "que não funciona até agora", porém é sistema essencial que deve ser recuperado", prometendo reforçar Ações para Performance Políticas na Guiné-Bissau.




O Diretor do Departamento Africano do Fundo Monetário Internacional, (FMI), Abebe Aemro Selassie elogiou esta  quarta-feira (12.04) o  desempenho financeiro económico do governo da Guiné-Bissau, não obstante, apontado "alguns desafios" que devem ser superados.

"As reformas implementadas  nas  finanças públicas são medidas corajosas para a moralização da administração pública e relançar a economia", referiu Abebe Aemro Selassie.

Além disso, Senhor Selassie referiu-se os desafios que a Guiné-Bissau tem pela frente, tendo o mesmo,  incentivar o Governo a prosseguir com as reformas das Finanças públicas, que até aqui, "são positivas" e precisam de ser demonstradas.

Em sinal do engajamento, o Ministro das Finanças, Ilídio Vieira TÉ prometeu a implementar na íntegra os compromissos assumidos com (FMI), mesmo com eleições legislativas à porta e, 
voltou a sublinhar a situação da EAGB, que segundo ele,  requer reformas "estruturantes" no sector.

"São medidas corretivas necessárias para relançar a empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau, ( EAGB)", ressaltou o Ministro das Finanças. A gestão da massa salarial que continua a consumir mais de 80% das receitas fiscais, foi também objecto da análise entre a delegação guineense e, o Diretor do Departamento Africano do FMI,  Abebe Aemro Selassie.

O Diretor do Departamento Africano do Fundo Monetário Internacional, (FMI), Abebe Aemro Selassie  dirigiu a Missão do FMI para Portugal em 2008 durante a crise na zona Euro e, ocupa actualmente de 45 países africanos.


OPINIÃO. Germano Almeida: "Cada vez que Lula abre a boca em relação à guerra fico desiludido"

Por  SIC Notícias   14/04/23 

O Presidente brasileiro está de visita à China. O comentador da SIC, Germano Almeida, explica que Lula quer Lula da Silva de visita à China com foco na economia e reaproximação

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, está de visita à China com foco na economia e reaproximação para “recolocar a credibilidade internacional do país depois de quatro anos muito maus de Bolsonaro”, considera o comentador da SIC, Germano Almeida.

A guerra na Ucrânia também será assunto durante o encontro entre Lula da Silva e Xi Jinping, onde o objetivo será a criação de um grupo de países para mediar as conversas entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.

Germano Almeida, apesar de dizer que respeita muito o Presidente brasileiro, afirma que “cada vez que Lula abre a boca em relação à guerra fica desiludido”.

O comentador aponta situações em que Lula fez afirmações como "se um não quer, dois não brigam" ou “esse Zelensky não pode ter tudo o que quer”, sem nunca se dignar - “numa posição parecida com os chineses” - a dizer que a Rússia é invasor e a Ucrânia o invadido, aponta.

Lula da Silva não terá “nada contra a Ucrânia”, mas quer manter a relação com a Rússia e a forma como vê a China, como principal esperança para uma recuperação económica que o Brasil precisa, são dois fatores que pesam neste sentido.

Quanto à viagem que Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros russo, vai fazer pelo Brasil, Venezuela, Nicarágua (…), mostra que o “agressor russo precisa de amigos” e esses países precisam da Rússia.

Sobre os documentos confidenciais norte-americanos que foram divulgados nas redes sociais, Germano Almeida esclarece que a “informação compromete os EUA com coisas muito sensíveis” e do ponto de vista da guerra “há coisas complicadas - mas na verdade não há grande surpresa”.

“Documentos mostram que contraofensiva está difícil e demorada, mas também que os russos estavam com falta de munições”, afirma.

Estes documentos já estariam naquela plataforma online há alguns meses e o responsável pela sua divulgação foi Jack Teixeira, um jovem de 21 anos.

Germano Almeida aponta que o essencial a dizer sobre este rapaz se resume a três coisas: Deus, armas e antigoverno. Era alguém que liderava um chat com 20-30 pessoas, num ambiente reservado, mas com tiradas racistas e muito militarista, acrescenta.


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Gorila mais velha do mundo fez 66 anos. Zoo de Berlim fez-lhe uma festa

© Getty Images

Notícias ao Minuto   14/04/23 

Refeição especial de Fatou incluiu frutas, legumes e uma melacia com a sua idade gravada.

O Jardim Zoológico de Berlim, na Alemanha, comemorou o 66º aniversário de Fatou, a gorila mais velha do mundo, com um jantar especial que incluiu frutas, legumes e uma melancia com a idade gravada.

De acordo com a imprensa alemã, Fatou desfrutou da refeição de aniversário na quinta-feira, dia 13 de abril, enquanto os visitantes do Zoo lhe tiravam fotos.

Aos jornalistas, o tratador, Ruben Gralki, disse que os gorilas vivem entre 45 a 50 anos na natureza. Nos Zoos tendem a viver mais anos. Contudo, chegar aos 66 anos é um feito muito especial.

Resgata após ser explorada por um marinheiro

Num comunicado enviado às redações, o Jardim Zoológico explicou que a idade de Fatou pode não ser exata. A gorila foi resgatada em 1959, altura em que tudo indica que tivesse dois anos. Até essa altura, pertencia a um marinheiro que a explorou para pagar uma conta num bar de Marselha, em França.


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Opinião pública dos técnicos da Nacionais da CETIS.

Radio Voz Do Povo

É preciso mitigar riscos na Educação_MINISTRA

 A conclusão do presente ano lectivo sem sobressaltos e as perspectivas do próximo é tema em debate da primeira reunião do Conselho Directivo Alargado. 

A recem-empossada Ministra da Educação Nacional em alusão a greve a iniciar segunda-feira, entende que é preciso mitigar os riscos. Para Mónica Buaro da Costa, o desafio lançado pelo Presidente da República é uma missão no setor educativo.

Radio Voz Do Povo

Japão lamenta falta de ação da ONU sobre testes de mísseis de Pyongyang

© STR/JIJI Press/AFP via Getty Images

POR LUSA   14/04/23 

O Japão lamentou hoje a falta de medidas da ONU em relação à Coreia do Norte e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre o lançamento de um míssil norte-coreano na quinta-feira.

"É extremamente lamentável que o Conselho de Segurança da ONU não tenha tomado medidas em resposta às repetidas violações por parte da Coreia do Norte das resoluções do Conselho de Segurança da ONU", disse o secretário-geral do Governo japonês.

Hirokazu Matsuno referiu que o Japão solicitou a reunião de emergência do Conselho de Segurança "na sequência do lançamento de ontem [quinta-feira] de um míssil balístico pela Coreia do Norte", segundo a agência russa TASS.

A Rússia exerce atualmente a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU.

A Coreia do Norte confirmou que disparou na madrugada de quinta-feira "um novo tipo" de míssil balístico intercontinental com combustível sólido, o primeiro no país, segundo a agência sul-coreana Yonhap.

O lançamento foi feito na presença do líder norte-coreano, Kim Jong-un, que considerou que o ensaio marca um avanço tecnológico importante no programa de armamento do país.

Todos os mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) lançados até agora pela Coreia do Norte tinham combustível líquido.

Os mísseis com combustível sólido, que Pyongyang tentava há muito desenvolver, são mais estáveis e mais rápidos de preparar, o que torna mais difícil para o inimigo detetá-los e destruí-los.

Este "novo tipo de ICBM constitui um progresso rápido no contra-ataque nuclear", declarou Kim, citado pela Yonhap.

"O teste de fogo confirmou que todos os parâmetros do novo sistema de armas estratégicas cumprem plenamente os requisitos do desenho em termos de precisão", disse a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.

O ministro da Defesa japonês, Yasukasu Hamada, disse hoje que a Coreia do Norte tinha no passado mencionado o desenvolvimento de ICBM de combustível sólido.

"Acredita-se que o tenha tornado uma questão prioritária", disse Hamada numa conferência de imprensa, citado pelo jornal The Japan Times.

Hamada disse que Tóquio vai "proceder a uma análise abrangente e profissional, incluindo a possibilidade de se tratar de uma nova classe de ICBM".

O lançamento foi anunciado na véspera de um dos mais importantes aniversários políticos celebrados na Coreia do Norte, o "Dia do Sol", 15 de abril.

Nessa data é celebrado o nascimento do líder fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, avô de Kim Jong-un, o que geralmente é assinalado com ensaio de armas importantes ou desfiles militares.

PNG (EJ) // APN

Lusa/Fim


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Maior laboratório de cocaína da Europa funcionava a uma hora de Portugal (e a droga entrava pelo Porto de Leixões)

Droga apreendida em megaoperação ibérica (Fernando Villar/EPA)

Por cnnportugal.iol.pt  14/04/23

Uma operação que marca "uma nova tendência no tráfico de cocaína" e que envolvia "cozinheiros", "engenheiros" e até um "notário". Pelo meio foi também utilizada uma empresa portuguesa

Lembra-se da série “Breaking Bad”? Uma operação mais sofisticada decorria bem perto do território português, tendo sido agora identificada. Trabalhava todo o dia e utilizava um complexo esquema de segurança e de rotação de pessoas para garantir que a produção não parava. A Polícia Judiciária e a Polícia Nacional espanhola desmantelaram o maior laboratório de produção de cocaína na Europa.

Tudo se passava a cerca de uma hora da fronteira portuguesa, em Pontevedra, onde vários “cozinheiros”, como a personagem Walter White, trabalhavam durante 24 horas por dia para produzirem até 200 quilos de droga todos os dias. A droga pura, essa, chegava à Europa através do Porto de Leixões, em Matosinhos.

“A organização criminal tinha um alto nível de sofisticação e os seus membros, que repartiam claramente as funções, utilizavam fortes medidas de segurança, como o uso de nomes falsos, veículos de transporte, disfarces para os condutores ou comunicações submetidas a um estrito protocolo de segurança”, revela o comunicado da polícia espanhola, que anunciou 18 detenções, todas em Espanha. Um vídeo partilhado pelas autoridades mostra bem a dimensão da operação, sendo possível perceber como operava o maior laboratório da Europa.

Na sequência da operação foram apreendidos 1.300 quilos de pasta base de cocaína, depois utilizada para a transformação em droga para consumo. “Trata-se da maior apreensão até agora fora das zonas de produção”, explica a polícia, que identificou ainda 151 quilos de cocaína em estado puro e mais de 23 mil litros de substâncias utilizadas para a transformação da droga.

Em paralelo foram bloqueadas pela justiça 17 propriedades, num valor total que se aproxima dos 1,7 milhões de euros. Há ainda 37 produtos financeiros na mesma situação, encontrando-se as autoridades a fazer a avaliação dos mesmos.

A investigação iniciou-se em outubro de 2022. Foi aí que, segundo a Polícia Nacional, os agentes “tiveram conhecimento da existência de uma organização assente em Las Palmas”. Desde cedo se percebeu que havia uma “potente infraestrutura” por detrás da operação, sendo que alguns dos membros da rede já estavam sinalizados pela polícia por causa de investigações anteriores, não só por apresentarem um alto nível de vida, mas também por ligações a cidadãos colombianos conhecidos por serem fornecedores de droga.

Polícia espanhola exibiu o material apreendido numa conferência de imprensa em Madrid (Fernando Villar/EPA)

Como funcionava a rede

Desde cedo foi possível perceber a existência de grandes movimentações que ligavam Las Palmas a Madrid, ligando depois a capital espanhola a Pontevedra. Tudo com recurso a “várias células de atuação para reduzir o contacto entre as mesmas e evitar levantar suspeitas”.

Grande parte da logística acontecia em Colmenar Viejo, localidade nos arredores de Madrid. Era lá que estava uma propriedade onde era armazenada uma grande quantidade de produtos químicos e de outros bens utilizados para a produção de droga.

A casa funcionava como uma espécie de plataforma de “arrefecimento” dos produtos, que ficavam lá durante um determinado período até que já não houvesse suspeitas sobre qual o seu destino. O objetivo era “armazenar as substâncias durante um tempo para detetar se existiam vigias sobre as mesmas e iludir uma possível ação policial”.

Dali os produtos seguiam em veículos de empresas logísticas, como camiões, para Pontevedra, onde eram utilizados para transformação da droga. Uma operação que ficava a cargo de um empresário basco que, “graças aos seus contactos”, servia como um facilitador para o transporte dos produtos em toda a Península Ibérica. “Um destes transportes permitiu aos agentes localizar um armazém industrial, localizado em Pontevedra, utilizado num primeiro momento como centro logístico para abastecer o megalaboratório e, posteriormente, para ‘arrefecer’ os materiais levados para o mesmo”, explica a polícia.

A parte da produção e transformação da droga ficava a cargo de colombianos e mexicanos. Os primeiros funcionavam como “cozinheiros” ou químicos do laboratório, enquanto os segundos contribuíam com “conhecimentos técnicos” para extraírem a coca da base, transportando-a depois em trituradores de pedras de grandes dimensões, que chegavam ao Porto de Leixões. Eram também os mexicanos os responsáveis por assegurar que a droga pura era convenientemente processada.

Feito todo esse processo, era a vez de os espanhóis entrarem em cena, ficando a cargo deles o “grosso da operação”, nomeadamente o transporte da Colômbia até ao armazém em Pontevedra. A parte da distribuição também ficava a cargo dos espanhóis.

Droga apreendida após interceção de camioneta à entrada de Madrid tinha selos do Super-Homem nos fardos (Fernando Villar/EPA)

Portugueses entram em cena

Mesmo tendo em conta toda a operação de segurança, que incluía mesmo postos de vigia cuidadosamente localizados, a polícia espanhola começou a detetar movimentos demasiado suspeitos. A presença de três homens de origem sul-americana em Pontevedra acabou por espoletar tudo, até porque já estavam sob forte vigilância das autoridades.

Foi também por essa altura que se deu conta de que uma empresa pretendia importar um triturador de pedras. O tal mecanismo no qual vinha a droga pura. A chegada da máquina a solo europeu seria feita pelo Porto de Leixões, com o tal empresário basco a ser a peça-chave em todo o processo. Criou uma empresa especificamente para esta atividade, permitindo assim a chegada da droga, que era estrategicamente colocada nos cilindros metálicos das máquinas. O Jornal de Notícias avança que a empresa em causa, que tem sede no Grande Porto, se dedica à importação de carros e que foi adquirida pelo cidadão basco em novembro do ano passado.

O tal triturador passou um total de três meses em Portugal, entre o Porto de Leixões e o armazém da empresa portuguesa. Ainda foi vistoriada pela Polícia Judiciária, mas as autoridades não encontraram nada de errado, ainda que tenham passado na mesma as suspeitas à polícia espanhola. Afinal, dentro da máquina estavam 1.600 quilos de pasta base de cocaína.

Chegava a vez de as autoridades portuguesas intervirem, até porque estava claro que a operação passava por Portugal. A Polícia Judiciária começou a analisar o caso, e depressa percebeu que havia constantes viagens e reuniões entre membros da organização criminosa e funcionários do Porto de Leixões.

Pouco depois de a máquina trituradora chegar a Pontevedra, a polícia sinalizou a chegada de dois mexicanos ao mesmo local. Vinham para Espanha para “desmontar a máquina e recuperar a cocaína escondida no interior”. Eram o “engenheiro”, que devia tirar a droga e passá-la para o laboratório, e o “notário”, uma pessoa de confiança da organização que comunicaria com os chefes.

A investigação progrediu e identificou também a chegada de seis colombianos, cuja entrada na Europa se fez com grande segurança. “Foram levados para um local seguro e, depois de lhes retirarem os telefones e esperarem um tempo, levaram-nos para o laboratório de forma faseada”, refere a polícia, apelidando estes homens de “cozinheiros”. Os seis trabalhavam em diferentes turnos, permitindo, assim, que o laboratório funcionasse durante todo o dia.

Transferida a droga para o laboratório, numa operação que implicou camiões, disfarces e até emissores Wi-Fi, para constante comunicação entre todos, estava montado o maior laboratório de cocaína da Europa.

A conclusão da investigação permitiu perceber que por detrás dos espanhóis estavam duas “potentes organizações criminosas de caráter internacional”, uma colombiana e outra mexicana, e que, segundo a polícia espanhola, se “uniram para poder financiar em conjunto um laboratório capaz de produzir seis mil quilos de cocaína em diferentes fases”.

Polícia espanhola apreendeu também vários objetos, desde balanças a microondas (Fernando Villar/EPA)

Eram os “señores”, os verdadeiros chefes do megalaboratório, que operavam tudo a partir da América do Sul e que, a partir de lá, davam instruções e ordens sobre como operar. A polícia espanhola afirma mesmo que os espanhóis eram “subalternos” dos sul-americanos, que “desembolsaram uma quantidade próxima a dois milhões de euros para estabelecer o laboratório clandestino”. Já os elevados custos de operação, como transporte e pagamento das casas, era pago através de entregas de dinheiro vivo.

O desmoronamento do esquema começou quando a polícia intercetou uma camioneta que transportava cerca de 100 quilos de cocaína. O veículo, que pertencia a uma “conhecida” empresa de transportes, fazia a ligação entre Pontevedra e a capital espanhola, tendo sido à entrada da Comunidade de Madrid que foi apanhado.

“Esta operação permitiu identificar uma nova tendência no tráfico de cocaína, na qual a substância é exportada sem ter sido submetida ao processo químico, que acontece em laboratórios químicos no país de destino”, afirma a Polícia Nacional.

As autoridades acreditam também que este desmantelamento terá evitado "efeitos devastadores" no ambiente, uma vez que os mais de 23 mil litros de químicos encontrados seriam, depois da transformação, deitados ao rio que corre junto à propriedade de Pontevedra.

Além da Polícia Nacional e da Polícia Judiciária, também a Direção Antinarcóticos da Colômbia ajudou no desmantelamento deste laboratório. As 18 detenções ocorreram em várias regiões espanholas: 11 na Galiza, 1 no País Basco, 4 em Madrid e 2 em Las Palmas.

Frota russa do Pacífico em "alerta máximo" para exercícios militares

© Reuters

Notícias ao Minuto  14/04/23 

Numa altura de grandes tensões com o Ocidente, esta decisão surge como uma importante "exibição de força" por parte dos russos.

Toda a frota russa com base no Oceano Pacífico foi colocada em "alerta máximo", esta sexta-feira, para exercícios militares surpresa, que envolverão lançamento de mísseis. Numa altura de grandes tensões com o Ocidente, relembra a AP, esta decisão surge como uma importante "exibição de força" por parte dos russos.

O Ministério da Defesa russo indicou que o objetivo da operação é testar a capacidade das forças armadas russas em responder uma possível agressão.

“O principal objetivo desta inspeção é aumentar a capacidade das Forças Armadas de repelir a agressão de um provável inimigo na direção do oceano e do mar”, disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu. 

Para além do lançamento de mísseis, os exercícios envolverão bombardeiros com capacidade nuclear e outras aeronaves de guerra, para além daquelas que já fazem parte do braço aéreo da Frota do Pacífico.

Na quinta-feira, a frota começou a realizar exercícios como parte do seu plano de treino de combate, praticando passagens em vias marítimas estreitas e preparativos de emergência para o combate, informou a agência de notícias Tass. 

As suas principais tarefas são manter as forças nucleares estratégicas navais, proteger a infraestrutura de energia offshore e ajudar outros navios a navegar nos portos. 

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - e foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.490 civis mortos e 14.244 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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REINO UNIDO: Menina de 6 anos pode morrer cada vez que adormece. Mãe "nunca dorme"

© Getty Images

Notícias ao Minuto   14/04/23 

A colocação de um marca-passo de estimulação diafragmática no peito da menina poderá ajudar a estimular a sua respiração, conferindo-lhe mais independência.

Uma menina de seis anos corre o risco de morrer cada vez que fica inconsciente, devido a uma doença respiratória rara. Os pais, naturais de Birmingham, no Reino Unido, estão prestes a conseguir os fundos necessários para uma cirurgia que lhe mudará a vida, ainda que não resolva o problema.

Sadie, de seis anos, foi diagnosticada com Síndrome de Hipoventilação Central Congénita (SHCC). Segundo a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, trata-se de “uma patologia rara, diagnosticada habitualmente no período neonatal e caracterizada por hipoventilação mais acentuada durante o sono”, que “resulta de uma disfunção/desregulação do Sistema Nervoso Autónomo”.

A colocação de um marca-passo de estimulação diafragmática no peito da menina poderá ajudar a estimular a sua respiração, conferindo-lhe mais independência.

“Nunca durmo. A Sadie não pode estar sem supervisão”, confessou a mãe da menina, Star, à BBC.

“Mesmo durante o dia, há o risco de adormecer. Se ficar inconsciente, pode deixar de respirar”, complementou.

Sadie não consegue respirar sozinha quando está inconsciente, e o ventilador de que depende para dormir tem apenas oito horas de bateria.

A cirurgia, que foi adiada para o dia 19 de abril, “não resolve o problema, mas torna tudo um pouco mais fácil”, considerou o pai, Andrew.

Até ao momento, a família angariou 33 mil libras (cerca de 37 mil euros) do objetivo de 39 mil libras (cerca de 44 mil euros).


Níger é novo aliado da Alemanha contra o terrorismo no Sahel

Por  Dw.com    14/04/23 

Após a anunciada retirada das tropas do Mali, o Governo alemão elegeu o Níger como novo parceiro no combate ao terrorismo na região do Sahel. Para selar nova parceria, dois ministros estão de visita ao Níger e ao Mali.

A Alemanha não desiste do Sahel. Vai retirar as suas tropas do Mali e rumar ao vizinho Níger, anunciaram Boris Pistorius, ministro da Defesa, e a ministra da Cooperação e Desenvolvimento, Svenja Schulze.

Segundo os governantes, que estão de visita ao Níger e ao Mali, esta estratégia será associada ao apoio ao desenvolvimento do Níger, um país pobre com uma população jovem e em crescimento.

Svenja Schulze, ministra da Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha, em entrevista à DW   Foto: Katharina Kroll/DW

Enquanto aumentam as preocupações diplomáticas entre os países vizinhos e a Alemanha, a ministra alemã Svenja Schulze cita o Níger como um exemplo de democracia, valioso na luta contra o terrorismo na região.

"Vemos que o Níger é uma tinta de estabilidade em toda a zona do Sahel e prova que uma democracia pode criar estabilidade. E a nossa parceria gostaria, naturalmente, de continuar esta coordenação desta cooperação", declarou.

Alemanha financia hospitais

Os dois governantes da Alemanha anunciaram a construção de hospitais financiados pelo Governo de Olaf Sholz. Um estabelecimento militar e um hospital universitário serão construídos em Niamey.

Esta notícia foi bem recebida pelo ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros do Níger, Hassoumi Massaoudou: "É um novo anúncio que prova que a Alemanha está sempre presente e sempre com novas iniciativas."

O diretor do Programa Alimentar Mundial (PAM), Jean Noël Gentile, também está satisfeito com a ajuda alemã no plano emergencial. "Para nós é muito importante. A Alemanha é um dos maiores doadores, se não o maior doador do PAM no Níger, que confia em nós não só em intervenções de resposta de emergência, especialmente em intervenções de resiliência que abordam as causas profundas da subnutrição e da fome", disse.

Svenja Schulze e Boris Pistorius visitaram um armazém do PAM em NiameyFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

Mesmo a sociedade civil que frequentemente crítica o Governo em relação a vários aspetos da cooperação entre o Níger e os países ocidentais, congratula-se com o modelo alemão de cooperação e parceria, mesmo no campo militar.

Elhadj Idi Abdou falou em nome das organizações da sociedade civil: "Trata-se de uma cooperação dinâmica com acesso ao desenvolvimento e que atinge mais de perto as populações, nomeadamente através da educação, saúde e segurança alimentar. Com o contexto de insegurança que caracteriza o Sahel, a Alemanha está a formar e a reforçar as capacidades das nossas Forças de Defesa e Segurança."

Esforços concentrados no Níger

Uma cooperação que deve continuar. O ministro da Defesa alemão anunciou que após a retirada das tropas alemãs do Mali, a Alemanha vai concentrar os seus esforços no Níger.

Boris Pistorius criticou a Junta Militar no poder no Mali, que ordenou a retirada do país das tropas alemães. "Estamos todos cientes da contribuição deste contingente para a missão da ONU em termos de reconhecimento. A situação no Mali não melhorou e se a nossa missão não pôde ser bem-sucedida, foi por causa das condições aqui existentes. Não é culpa do governo alemão, não é culpa da Bundeswehr, mas é por causa das condições que foram dificultadas aqui".

Seguindo o exemplo de outros países, a Alemanha anunciou em novembro passado a intenção de retirar as suas tropas que integravam a missão da ONU (MINUSMA) no Mali até maio de 2024. Mas o ministro da Defesa, nomeado em janeiro, já se mostrou cético em manter soldados alemães até essa data, acreditando que as condições para sua segurança não foram reunidas.

No mês passado, o Governo alemão já decidiu enviar 60 militares ao Níger para integrar uma nova missão liderada pela União Europeia. No entanto, essa participação ainda será discutida no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, nas próximas semanas.


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Europa tenta (outra vez) enviar até Júpiter satélite com 'mão' portuguesa

© Lusa

POR LUSA   14/04/23 

A Agência Espacial Europeia (ESA) vai tentar hoje pela segunda vez lançar o satélite que irá estudar Júpiter e três das suas maiores luas com potencialidades de albergarem vida, numa missão com assinatura portuguesa.

O lançamento esteve previsto para quinta-feira, mas foi adiado para hoje às 13:14 (hora de Lisboa) devido às condições meteorológicas adversas, no caso risco de raios.

O foguetão europeu Ariane 5 que transportará o satélite vai partir da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, onde Portugal, membro da ESA, estará representado pelo presidente da agência espacial portuguesa Portugal Space, Ricardo Conde.

A missão tem o engenheiro aeroespacial Bruno Sousa como diretor de operações de voo e contou com o engenheiro de antenas Luís Rolo na testagem de duas antenas de dois dos dez instrumentos do satélite, uma sonda-radar e um radiotelescópio. Ambos trabalham na ESA há mais de dez anos.

O satélite 'Juice' (acrónimo de JUpiter ICy moons Explorer, Explorador das Luas Geladas de Júpiter) inclui componentes, como revestimentos térmicos, sistemas de campo magnético e de navegação autónoma e instrumentos, como monitores de radiação e de painéis solares, fabricados pelas empresas portuguesas LusoSpace, Active Space Technologies, Deimos Engenharia, FHP - Frezite High Performance, Efacec e pelo LIP - Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas.

O 'Juice' irá estudar o maior planeta do Sistema Solar e as luas Europa, Ganimedes e Calisto, onde os cientistas pensam que possa existir água líquida (elemento fundamental para a vida tal como se conhece) sob as crostas de gelo à superfície.

A missão da ESA, que rendeu às empresas portuguesas envolvidas 5,4 milhões de euros em contratos, foi concebida para averiguar se haverá sítios em redor de Júpiter e no interior das luas geladas com as condições necessárias (água, energia, estabilidade e elementos biológicos) para suportar vida.

O satélite deverá chegar ao gigante gasoso, aproveitando em momentos diferentes a gravidade da Terra e de Vénus, passados oito anos, em julho de 2031, fazer 35 voos de aproximação às luas geladas (descobertas por Galileu há 400 anos) e alcançar Ganimedes em dezembro de 2034.

Será a primeira vez que um satélite artificial orbitará uma lua de um planeta que não a Terra.

Os primeiros dados científicos são expectáveis em 2032.

A missão da ESA, que custou cerca de 1,6 mil milhões de euros e teve a colaboração das agências espaciais norte-americana (NASA), japonesa (JAXA) e israelita (ISA) em termos de instrumentação e 'hardware', tem fim previsto para setembro de 2035.

Atualmente, o único satélite artificial em órbita de Júpiter é o Juno, da NASA.


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EUA. Jack Teixeira falava sobre Deus, armas e segredos de guerra

© STEFANI REYNOLDS/AFP via Getty Images

POR LUSA   14/04/23 

Jack Teixeira, membro da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts detido na quinta-feira após emergir como um dos principais suspeitos na divulgação de documentos militares norte-americanos altamente confidenciais, falava frequentemente sobre Deus, armas e segredos de guerra.

Num mundo em que as redes sociais produzem uma série de informações rastreáveis, não demorou muito para que as autoridades federais e os jornalistas especialistas em verificação de dados chegassem ao nome de Jack Teixeira.

Teixeira, de 21 anos, que serviu na Guarda Aérea Nacional de Massachusetts, foi detido na quinta-feira em conexão com a divulgação de documentos classificados de grande alcance que abalaram várias capitais, desde Washington a Kiev, passando por Seul, com revelações de espionagem dos Estados Unidos a aliados e inimigos e a divulgação de inteligência militar sensível sobre a guerra na Ucrânia.

O procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, disse que Teixeira seria acusado de subtração não autorizada de informações classificadas de defesa nacional.

Havia pistas em mensagens publicadas num fórum de conversação no Discord, uma plataforma onde se acredita que Teixeira fez durante anos publicações sobre armas, jogos e os seus 'memes' favoritos -- além de segredos norte-americanos até então bem guardados.

O 'site' de jornalismo de investigação Bellingcat e o The New York Times identificaram Teixeira publicamente pela primeira vez na quinta-feira, minutos antes de autoridades federais confirmarem que se tratava de uma pessoa de interesse na investigação. Ambos rastrearam perfis em outros 'sites' mais obscuros ligados a Teixeira.

O suspeito, como parte das suas funções profissionais, teria tido acesso a informações altamente sigilosas.

O caso ressalta os desafios que os Estados Unidos e outros Governos têm em manter segredos numa era de dados omnipresentes e com um número cada vez maior de utilizadores experientes que sabem como explorá-los.

Quando questionado sobre como um militar tão jovem - de apenas 21 anos - poderia ter acesso a documentos altamente confidenciais, o porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, disse que era da natureza dos militares confiarem nos seus membros muito jovens grandes níveis de responsabilidade, incluindo questões significativas de segurança.

Soldados recém-saídos do ensino secundário foram lutar no Iraque, Afeganistão e outras zonas de combate, muitas vezes usando informações ultrassecretas e programas para atingir adversários.

"Nós confiamos aos nossos membros muita responsabilidade desde muito cedo. Pense num jovem sargento de pelotão de combate e na responsabilidade e confiança que depositamos nesses indivíduos para liderar as tropas em combate", disse Ryder.

Em declarações anteriores à agência Associated Press (AP), o divulgador da informação confidencial foi identificado como "The O.G." por um membro de um grupo de um 'chat' onde Teixeira e outras pessoas fizeram publicações por anos. O membro do grupo recusou-se a identificar-se à AP, alegando preocupações com a sua segurança pessoal.

O grupo de conversação, chamado "Thug Shaker Central", atraiu cerca de duas dúzias de entusiastas que falaram sobre o tipo favoritos de armas e também compartilharam memes e piadas, algumas delas racistas. O grupo também manteve uma discussão contínua sobre guerras, que incluiu conversas sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Nessa discussão, "The O.G." publicou por meses material que disse ser confidencial -- originalmente digitando com as suas próprias anotações. Contudo, há alguns meses começou a publicar imagens de documentos com marcas de dobras, porque sentiu que as suas redações não eram levadas a sério, disse a fonte à AP.

Um participante diferente do grupo compartilhou alguns dos arquivos num outro grupo de conversação - e a partir daí parecem ter-se espalhado pela internet.

A fonte da AP disse que não falou na quinta-feira com Teixeira, mas manteve contacto no início da semana. Jack Teixeira disse que sabia que o FBI (polícia federal norte-americana) estava à sua procura.

Teixeira era um aviador de primeira classe destacado para uma unidade de inteligência da Força Aérea, de acordo com publicações na rede social Facebook da 102.ª Ala de Inteligência com base na Base da Guarda Aérea Nacional de Otis, em Massachusetts.

Na Guarda Aérea Nacional, Teixeira era "especialista em sistemas de transporte cibernético", ou seja, um especialista em tecnologias de informação responsável pelas redes de comunicações militares. Nesse papel, o jovem teria um nível mais alto de habilitação de segurança porque também teria a responsabilidade de aceder e garantir a proteção da rede, disse um oficial de defesa à AP.

A Guarda Nacional emitiu um comunicado afirmando que estava ciente da investigação e que "leva esta questão muito a sério".

"A segurança nacional é nossa principal prioridade e qualquer tentativa de miná-la compromete os nossos valores e degrada a confiança entre os nossos membros, o público, aliados e parceiros", pode ler-se no comunicado.

Agentes policiais bloquearam na quinta-feira a rua em frente à casa identificada como pertencente à família de Teixeira.

A fonte que falou com a AP disse que "The O.G." -- que reconheceu na quinta-feira como Teixeira -- era um cristão que frequentemente falava de Deus e orava com os membros do grupo de conversação.

Enquanto estava alistado, Teixeira opôs-se a muitas das prioridades do Governo dos Estados Unidos e denunciou os militares "já que eram dirigidos por políticos de elite", disse o membro do 'chat', acrescentando que não sabia o motivo de Teixeira se ter alistado em primeiro lugar.

Contudo, a fonte frisou não acreditar que Teixeira divulgou os documentos com o intuito de minar o Governo norte-americano ou por uma razão ideológica.

Quando o New York Times publicou pela primeira vez uma história sobre os documentos na semana passada, disse a fonte, os membros do grupo estavam numa videochamada com "The O.G.".

"Basicamente, o que ele disse foi: 'Lamento muito pessoal, rezei todos os dias para que isso não acontecesse'", disse a fonte. "'Eu orei, e orei, e agora cabe somente a Deus decidir o que acontecerá a seguir'", acrescentou.


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O Regroso Noturno! ...Após ter feito sua visita de trabalho e o retiro da prática ritual no lugar sagrado 🕋 Macca, o Primeiro Magistrado de Nação Guineense General do Exército Umaro Sissoco Embaló, regressa à Bissau proveniente da Árabia Saudita na noite do dia 13 de Abril 2023.


Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional



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quinta-feira, 13 de abril de 2023

Pai de 550 filhos garante que não é "um touro com impulso procriador"

© iStock

POR LUSA  14/04/23 

O neerlandês que admitiu ter gerado 550 filhos com o seu sémen doado garantiu, hoje, que não é "um touro raivoso com impulso procriador", durante um processo em tribunal iniciado pela mãe de uma das crianças.

O caso em tribunal confronta Jonathan M., um neerlandês de 41 anos, com Eva, que foi mãe com recurso ao esperma do réu, e a Donorkind Foundation, que admitiu que nenhuma lei proíbe explicitamente as ações de Jonathan, embora considere estas que "colocam desnecessariamente" em risco os descendentes.

Eva pretende impedir Jonathan de continuar a doar esperma em clínicas e através das redes sociais, noticiou a agência Efe.

Várias mães de crianças concebidas com o sémen do réu compareceram no tribunal na cidade de Haia, tantas que algumas tiveram que acompanhar o julgamento noutra sala.

Segundo a acusação, as ações de Jonathan são perigosas, "tendo em vista o risco cientificamente comprovado de endogamia, incesto e consequências psicossociais negativas para as crianças nascidas por doação de sémen".

Além disso, impede a liberdade sexual das "crianças" porque estas devem sempre verificar se um potencial parceiro não é na realidade seu meio-irmão.

Jonathan, que admitiu à chegada a tribunal ser pai de pelo menos 550 crianças, defendeu que o risco de incesto é "muito pequeno", porque os seus filhos podem saber quem é o pai por não ser doador anónimo, e lamentou ter-se tornado "a cara de quem doa esperma em grande escala".

"Apresentaram-me como se eu fosse uma espécie de touro raivoso com impulso procriador. Não sou. Não acredito em evolução, mas em criação", sublinhou.

Além disso, garantiu que tem uma boa relação com muitos pais e que esteve no nascimento de vários dos seus filhos e até no funeral de um.

"Não vou oferecer-me mais 'online', mas se os futuros pais me abordarem, quero ter a liberdade de responder", realçou, garantindo que não faz doações ativas desde 2019, embora continue disponível para famílias que já tenham pelo menos um filho biológico dele.

A associação de ginecologistas neerlandeses NVOG alertou para este caso em 2017, quando soube que este homem tinha sido pai de pelo menos 102 crianças em 11 clínicas do país, que posteriormente o incluíram numa lista negra.

Jonathan continuou a doar em outros países e através das redes sociais.

Eva garante que tem contacto com pais afetados na Austrália, Alemanha, Dinamarca, Espanha, Reino Unido ou Itália, e até mesmo em África, como no Quénia e na Tanzânia. "Estão em todo o lado", sublinhou.

A doação anónima foi proibida em 2004 e, para cada tratamento, as clínicas são obrigadas a registar o caso numa base de dados, embora as informações não sejam trocadas entre clínicas.

O Parlamento neerlandês tem em cima da mesa uma proposta para rever o funcionamento do registo nacional de doadores de sémen, que existe há vinte anos, mas não funciona para impedir casos como o de Jonathan e apenas fornece dados sobre um pai para os filhos que o solicitem e em condições muito estritas.

Além do caso de Jonathan, pelo menos dez ginecologistas já foram identificados como tendo utilizado o seu próprio sémen sem o conhecimento de mulheres que queriam engravidar nas suas clínicas de fertilidade nos Países Baixos.

Um deles é Jan Karbaat, com 81 filhos confirmados, ou o ginecologista Jan Wildschut, pai de pelo menos 47 filhos.

O caso mais recente tinha surgido em novembro. Um neerlandês, que morreu recentemente de cancro de esófago, doou o seu esperma para diferentes mulheres que contactou pela internet e terá sido pai de pelo menos 80 filhos nos Países Baixos.

Em 2021, um recorde de 1.415 pessoas nascidas por doação de esperma procuraram informações genéticas sobre o seu pai biológico, devido a estes escândalos.