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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Guiné-Bissau: A guerra silenciosa na Presidência, Nova Maioria e Governo

© e-Global Notícias em Português   05/10/2020 às 17:13

Cada vez mais frequente são os rumores que apontam para um desentendimento entre os elementos da nova maioria parlamentar, mas oficialmente ninguém aceita dar a cara e assumir, nem para desmentir, assim como ninguém desmente que está em curso uma silenciosa na Presidência, nova maioria e Governo.

As dúvidas sobre continuidade de Nuno Nabian como primeiro-ministro (PM), a fraca influência de Braima Camará perante as instituições e face ao presidente Umaro Sissoco Embaló, a decisão de Sisssoco Embaló em propor a integração do PAIGC no Governo e a recusa do PRS ao projecto de Constituição de Umaro Sissoco Embaló, são elementos que sustentam os indícios discordâncias, diferendos e crise.

A presidência, governo e partidos que constituem os alicerces da nova maioria, comunicam-se com reservas, cada uma das partes receia ser vítimas dos seus aliados, e o sentimento de governarem no fio de uma navalha é cada vez mais presente.

A nova maioria persiste, mas é agora constituída de várias versões de novas maiorias segundo a óptica de cada líder. Também Umaro Sissoco Embaló tem a sua visão do que poderá ser uma nova na nova maioria.

A remodelação governamental, várias vezes adiada, irá definir os novos poderes e xadrez da nova maioria bem como poderá definir a consubstanciação de uma “nova nova maioria” com Umaro Sissoco Embaló a liderar, que será a antecâmara da afirmação do sistema presidencialista num ambiente ainda regido por um semipresidencialismo moribundo.

O convite ao PAIGC para integrar o Governo sugere ser uma iniciativa unilateral de Umaro Sissoco Embaló. Uma intenção estratégica que está a dividir os apoiantes do Chefe de Estado, mas alguns não escondem que a intenção do Presidente da República “está certa”. Nelson Moreira, vice-líder da bancada parlamentar do MADEM disse a 3 de Outubro que apoia a integração do PAIGC no Governo, por esta ser a única forma de garantir a estabilidade governativa e permitir a execução de algumas politicas do Chefe de Estado.

Apesar de algumas posições favoráveis, a hipótese de integração do PAIGC no governo tem a maior oposição no interior deste partido que acabou por condicionar a entrada no Governo com a exigência de liderar o executivo, tendo em conta que foi o partido mais votado nas eleições legislativas de 2019.

Quanto ao PRS tem centrado a sua resistência no Projecto de revisão Constitucional da Comissão idealizada por Umaro Sissoco Embaló, e a sua posição foi manifestada na recente Conferência Internacional, que os Renovadores organizaram por ocasião das comemorações de 24 de Setembro, Dia da Independência.

Com o tema “Importância da Revisão Constitucional e a sua Pertinência”, os oradores convidados pelo PRS concluíram que, o projecto apresentado pela Comissão criada por Umaro Sissoco Embaló não comporta todos os elementos necessários. Jorge Bacelar Gouveia, constitucionalista português convidado para abordar o tema, “desaconselhou” a mudança do Regime Político e sustentou que o semipresidencialismo está adequado à realidade do país. Na opinião deste constitucionalista, a opção deveria ser a revisão pontual de alguns artigos.

A inconstitucionalidade da Comissão criada por Umaro Sissoco Embaló, é todavia o ponto considerado mais grave e juridicamente complexo a defender. O Presidente da República não tem poderes de iniciativa Constitucional, pelo que não tem a aderência nem do Parlamento e muito menos de alguns partidos.

Terá sido com a intenção firme de viabilizar a sua revisão Constitucional que levou Umaro Siossoco a apostar na integração do PAIGC no governo, e assim negociar obter a maioria de 2/3 dos deputados da Assembleia, necessários para aprovar uma nova Constituição. No entanto, Domingos Simões Pereira, líder dos Libertadores, já foi peremptório considerando que o projecto de revisão constitucional é “uma proposta que não existe”, não dando hipóteses a qualquer negociação com esta base.
 
ENIGMÁTICO SILÊNCIO DE BRAIMA CAMARÁ
Cada vez mais sentido nos corredores do poder é Bissau, que também sustentam o desentendimento crescente entre os ideólogos e lideres da nova maioria, são as supostas as fricções entre o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló e o Coordenador do Movimento da Alternância Democrática (MADEM), Braima Camará, que publicamente permanece em silêncio.

Se na verdade não existem quaisquer trocas de acusações ou choques públicos entre os dois, não é menos verdade que os seus activistas têm levantado o véu da existência de uma real crise. O primeiro indício foi lançado pelo blogger Denilson Ferreira, vulgo “Doka Internacional”.

O blogger, que até Maio de 2020 agia como promotor de Sissoco Embaló e Braima Camará, tornou-se num denunciante e severo crítico contra o actual poder, devido a uma alegada “traição” de que terá sido alvo por parte do Presidente e do líder do MADEM, bem como dos seus acólitos.

Sissoco Embaló é o alvo privilegiado destes ataques. “Doka Internacional” alega que o presidente utiliza a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, como “uma das pessoas” para o perseguir. O mesmo afirma também que Braima Camará está igualmente revoltado, depois de ter compreendido que foi usado por Sissoco Embaló na guerra contra Domingos Simões Pereira.

Mas não são apenas estes os sinais das eventuais divergências. Os chamados activistas, jovens apoiantes de Sissoco Embaló e Braima Camará, muito activos nas redes sociais, estão neste momento num violento duelo virtual e confronto público sem tréguas através das suas páginas. Um bloco defende Umaro Sissoco Embaló e outro apoia indefectivelmente Braima Camará.

Os motivos da crise estarão ligados a uma suposta resistência de Umaro Sissoco Embaló de não ser tratado, ou controlado, por Braima Camará como terá acontecido com o antigo presidente José Mário Mário Vaz (Jomav).

Umaro Sissoco Embaló não quer ser referido em moldes semelhantes como aconteceu durante a campanha das legislativas de 2019, em Braima Camará disse publicamente no Canchungo (um dos sectores da região natal de Jomav) que foi ele quem indicou a José Mário Vaz todas as pessoas por este nomeadas.

Não esquecendo este episódio, Umaro Sissoco Embaló decidiu resistir a essas tentativas, pondo um travão no protagonismo do Coordenador do MADEM.

A pouca visibilidade de Braima Camará está a ser encarada por alguns como a “falta de reconhecimento” do importante papel e trabalho que levou a cabo nas eleições legislativas e particularmente nas eleições presidenciais. Mais discretamente as dissonâncias entre Umaro Sissoco Embaló e Braima Camará acentuaram-se durante a comemoração do Dia da Independência.


sábado, 22 de agosto de 2020

Umaro Sissoco Embaló - ′′ OS TERCEIRO MANDATOS TAMBÉM SÃO GOLPES DE ESTADO ′′

Coup d’État au Mali : Umaro Sissoco Embaló fait son show à la Cedeao
En effet, si le président bissau-guinéen s’est déclaré favorable à la condamnation du coup d’État au Mali, il a ajouté que la Cedeao devrait adopter la même attitude pour « tous les coups d’État ». Et d’ajouter que, selon lui, « les troisièmes mandats » étaient également des coups d’État.

Lors de la visioconférence de la Cedeao consacrée au coup d’État au Mali, le président bissau-guinéen, Umaro Sissoco Embaló, n’a pas hésité à malmener certains de ses pairs ouest-africains. Le récit exclusif de « Jeune Afrique ».

Dans les hautes sphères politiques ouest-africaines, Umaro Sissoco Embaló est décidément un chef d’État à part. Le Bissau-Guinéen participait jeudi 20 août à la visioconférence de la Cedeao consacrée au coup d’État ayant eu lieu au Mali deux jours plus tôt. Et il n’a pas hésité à prendre le contre-pied de certains de ses homologues.

Lors d’un premier tour de prise de parole des chefs d’État, alors que Mahamadou Issoufou, président en exercice de la Cedeao, rappelait la nécessité de condamner le coup d’État et qu’Alassane Ouattara et Alpha Condé affichaient leur soutien à Ibrahim Boubacar Keïta, qu’ils espèrent toujours réinstaller à la présidence malienne, Sissoco Embaló a jeté un froid lors de l’assemblée virtuelle.

En effet, si le président bissau-guinéen s’est déclaré favorable à la condamnation du coup d’État au Mali, il a ajouté que la Cedeao devrait adopter la même attitude pour « tous les coups d’État ». Et d’ajouter que, selon lui, « les troisièmes mandats » étaient également des coups d’État.
« Fiston »



Si le Nigérian Muhammadu Buhari a souri à cette pique, les principaux intéressés, Alpha Condé, candidat présumé pour la troisième fois à la présidentielle en Guinée, et Alassane Ouattara, officiellement en lice en Côte d’Ivoire, n’ont guère apprécié la sortie du Bissau-Guinéen.

Alpha Condé a préféré garder le silence, mais Ouattara, lui, a fait part de son mécontentement à son cadet, qu’il a alors nommé « fiston ». Loin de se démonter, Sissoco Embaló a répondu qu’il était un homologue du chef de l’État comme les autres et qu’il n’y avait « pas de petit pays ». La réunion s’est poursuivie sans que le malaise ne disparaisse tout à fait.


Les relations entre Umaro Sissoco Embaló et ses homologues ivoirien et guinéen sont exécrables. Durant la dernière présidentielle en Guinée-Bissau,  en décembre 2019, Condé et Ouattara avaient en effet soutenu l’adversaire d’Embalo, Domingos Simões Pereira. Lors de sa dernière interview à Jeune Afrique, en janvier 2020, Sissoco Embaló déclarait au sujet d’Alpha Condé : « Il n’a aucun respect pour moi, et je n’ai aucun respect pour lui. »

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Umaro Sissoco Embaló cria um mal-estar na videoconferência dos chefes de estado da Cedeao: ′′ Os terceiro mandatos também são golpes de estado ′′

Umaro Sissoco Embaló - ′′ OS TERCEIRO MANDATOS TAMBÉM SÃO GOLPES DE ESTADO ′′ 


′′ Na videoconferência da Cedeao dedicada ao golpe de estado no Mali, o presidente Bissau-guineense, Umaro Sissoco Embaló, não hesitou em maltratar alguns dos seus pares oeste-africanos. A história exclusiva de ′′ Jovem África ".

Nas altas esferas políticas oeste-africanas, Umaro Sissoco Embaló é decididamente um chefe de estado especial. Bissau-guineense participou quinta-feira, 20 de agosto, na videoconferência da Cedeao dedicada ao golpe de estado que aconteceu no Mali dois dias antes. E ele não hesitou em tirar o pé de alguns dos seus homólogos.

Numa primeira volta de palavra dos chefes de estado, enquanto Mahamadou Issoufou, presidente em exercício da Cedeao, lembrava a necessidade de condenar o golpe de estado e Alassane Ouattara e Alpha Condé mostravam o seu apoio a Ibrahim Boubacar Keïta, que eles ainda esperam reinstalar na presidência Mali, Sissoco Embaló jogou frio na Assembleia Virtual.

Com efeito, se o presidente Bissau-guineense se declarou favorável à condenação do golpe de estado no Mali, acrescentou que a Cedeao deveria adotar a mesma atitude para ′′ todos os golpes de estado ". E acrescentar que, segundo Ele, ′′ os terceiro mandatos ′′ também foram golpes de estado.
′′ Filho ′′

Se o Nigeriano Muhammadu Buhari sorriu para essa espada, os principais interessados, Alpha Condé, alegado candidato pela terceira vez à presidencial na Guiné, e Alassane Ouattara, oficialmente em lice na Costa do Marfim, não gostaram muito da saída de Bissau - Guineense.

Alpha Condé preferiu ficar em silêncio, mas Ouattara comunicou o seu descontentamento ao seu cadete, que então chamou de ′′ filho ". Longe de se desmontar, Sissoco Embaló respondeu que ele é homólogo do chefe de Estado como os outros e não havia ′′ países pequenos ".

A reunião continuou sem que o mal-estar desaparecesse completamente.

As relações entre Umaro Sissoco Embaló e seus homólogos da Costa do marfim e guineense são horríveis.

Durante a última presidencial na Guiné-Bissau, em dezembro de 2019, Condé e Ouattara apoiaram o adversário de Embalo, Domingos Simões Pereira.

Na sua última entrevista em Jovem África, janeiro de 2020, Sissoco Embaló declarou sobre Alpha Condé: ′′ Ele não tem respeito por mim, e eu não tenho respeito por ele. O que é isso?

Fonte: Jovem África

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Nuno Nabiam: “NUNCA RECEBI NADA DE SISSOCO EMBALÓ PARA CONSTRUIR A MINHA CASA E NEM PARA MINHA CAMPANHA ELEITORAL”


O presidente da Assembleia de Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Nabian negou ter recebido dinheiro da parte de atual primeiro-ministro, General Umaro Sissoco Embaló, para a construção da sua casa e muito menos para apoiar a sua campanha eleitoral em 2014.

Nabiam que concorreu as últimas eleições presidenciais como candidato independente, reagia assim esta terça-feira, 7 de Novembro 2017, às acusações de Umaro Sissoco Embaló, que alega o ter apoiado financeiramente na campanha eleitoral com cinco milhões de dólares norte-americanos.

Num encontro com jornalistas, Nabian confirmou a denúncia em como o Primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, esteja fortemente ligado a atos de terrorismo em África e no mundo.

Segundo o líder dos apuanos, informações indicam que números de telefone (com indicativos do Senegal e da Guiné-Bissau) foram encontrados no telefone de um terrorista morto num dos países vizinhos e depois de feitas diligências pelas agências de combate a crime organizado, o Chefe de Estado guineense fora aconselhado a não nomear Sissoco como Primeiro-ministro, mas recusou, ocultando documentos e relatórios que provam o envolvimento deste em atos de terrorismo com os fundamentalistas Islâmicos.

“A nossa preocupação é no sentido de acautelar as pessoas de que o nome de Sissoco Embaló está fortemente conetado com terrorismo internacional e JOMAV deve cuidar-se dos eventuais problemas que poderão advir de comportamentos de Sissoco, porque qualquer ato de terrorismo na Guiné-Bissau, primeiros responsáveis serão José Mário Vaz e o seu Primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló”, alerta.

O político refutou igualmente as declarações de Umaro Sissoco Embaló que alega lhe terá oferecido cinco milhões de dólares para a campanha eleitoral e que terá usado para construção da sua casa. Em relação à alegação do Primeiro Ministro  em como a oposição de líderes de APU e PAIGC contra o Presidente da República esteja ligada ao facto deste último ter entregue o poder a Balantas e Fulas, Nabian disse que a mesma não corresponde a verdade.

Nuno Nabian disse que aceitou entrar na política por questão de seriedade em prol do bem-estar do povo e não para brincadeira.

“Nunca recebi nada de Sissoco Embaló para construir a minha casa nem me ajudou a mobilizar fundos para suportar a minha campanha eleitoral em 2014, tudo que disse a meu respeito é pura mentira porque ele não faz a ideia de onde saiu dinheiro para a minha campanha eleitoral”, afirma, reconhecendo, contudo, que único apoio que recebeu de Umaro Sissoco Embaló foi quando queria transportar de Marrocos para Bissau os materiais eleitorais que distribuiu aos seus apoiantes na campanha de 2014. Para a referida operação, Nabian disse ter entregue cerca de 12 milhões de Francos CFA a Sissoco para transporte de materiais para Bissau.

“A sua casa está ao lado da minha depois de tantos anos parado só agora está a concluir os trabalhos, porque ganhou a oportunidade de ser Primeiro-ministro. Eu farei esforço pessoal para terminar os trabalhos da minha obra. Acusou-me de conivência na venda de madeiras, mas não vou abordar agora esse assunto. Deixo que o povo faça juízo dos acontecimentos. Oportunamente, voltaremos a falar de muitas coisas que ainda continuam a ligar secretamente José Mário Vaz ao Umaro Sissoco Embaló, não será bom tanto para Sissoco como para JOMAV, se continuar a pôr em causa o meu nome com acusações que não correspondem à verdade”, avisa.

Nabian revelou ainda que Umaro Sissoco Embaló o terá aconselhado a matar, em 2014, o Ex-chefe de Estado Maior-General das Forças Armadas, António Indjai, para interromper o processo eleitoral de 2014, porque tinha informações que Nuno Nabiam seria derrotado nas urnas pelos seus adversários políticos.

De acordo com o líder de APU-PDGB, o plano seria executado, subornando um grupo de jovens para executar o ato. Nabian não descarta a possibilidade de Sisssoco estar fortemente ligado à rede de terroristas, porque, conforme disse, está a ser monitorado por organizações internacionais ligadas a essa matéria.

Nabian acusou novamente Umaro Sissoco Embaló de ter autoproclamado general depois de roubar patentes na Guiné-Bissau para facilitar o seu negócio ilícito.

“Foi emprestado farda para tirar foto, roubou patentes e desertou-se do país. É impossível que uma criança de 37 anos chegue tão rapidamente à categoria de General. Para chegar à patente de General só tem duas saídas ou pela sua valentia como antigo combatente ou pela academia militar. Em que academia militar passou Sissoco?”, questiona, acrescentando que o atual Chefe de Governo foi recrutado para cumprir serviço militar, não fez nada e desertou-se do país e foi parar na Europa. E um dia para outro regressa ao país é graduado logo General.

Por: Filomeno Sambú
OdemocrataGB

terça-feira, 3 de março de 2020

Presidente da Republica da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló pede ao novo Governo que não se sirva dos bens públicos

O Presidente da Republica da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, recomendou hoje a Nuno Nabian que o seu Governo não se sirva dos bens públicos e que combata a corrupção e tráfico de droga.


Num discurso proferido na cerimónia de tomada de posse do Governo liderado por Nuno Gomes Nabian, na Presidência da República, em Bissau, Umaro Sissoco Embaló deixou várias recomendações, nomeadamente tolerância zero à corrupção, ao narcotráfico, ao nepotismo e ao facilitismo.

"Porque este Estado pertence a todos os filhos da Guiné-Bissau e este Governo não se vai servir dos bens públicos para enriquecer", garantiu Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau na quinta-feira.


Salientando que vai retomar o lema "dinheiro do Estado nos cofres do Estado", utilizado pelo Presidente cessante, José Mário Vaz, Umaro Sissoco Embaló disse que quem "precisar de dinheiro ou quiser dinheiro deve assinar ficha no Real Madrid ou no Barcelona (referindo-se aos salários milionários ganhos pelos jogadores daqueles clubes de futebol espanhóis)".

O também antigo primeiro-ministro guineense afirmou que na terça-feira vai mandar abrir as escolas e apelou aos sindicatos dos professores para haver diálogo.

"Temos de arranjar dinheiro para pagar aos professores, que é a grande prioridade. A política deste Governo é fazer homens com escola. Um homem que não tem escola é um homem dentro de um envelope", referiu Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Republica da Guiné-Bissau.

O general recomendou igualmente ao Governo que seja dialogante, que renuncie à violência e que não faça ataques, "nem caça ao homem".

"A Guiné-Bissau tem de mostrar uma nova face da moeda, de que este Governo é capaz de limpar a imagem do país", declarou, garantindo ao procurador-geral da República e ao presidente do Tribunal de Contas, presentes na cerimónia, total apoio e colaboração.

"Ninguém está acima da lei e apesar da pressão nós temos o dever de construir a Guiné-Bissau e somos nós guineenses que temos de construir a terra e temos de renunciar à cultura do ódio, de rejeição", continuou.

Umaro Sissoco Embaló deixou também uma palavra aos militares, cujas chefias estiveram igualmente presentes na cerimónia de tomada de posse, salientando que mostraram que são republicanos.

"Distanciaram-se da política e não fazem política e ficaram nos quartéis e mostraram que o grande problema da Guiné-Bissau é no setor político e vou dizer-lhes para continuarem assim, porque os militares fazem parte da sociedade. Tenho orgulho destes cinco últimos anos. Numa situação muito atormentada, os militares mantiveram-se sempre nos quartéis", destacou.

A Guiné-Bissau vive um novo momento de tensão política, depois de Presidente Umaro Sissoco Embaló ter demitido Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeado Nuno Gomes Nabian.

Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor da segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau pela Comissão Nacional de Eleições, tomou posse simbolicamente como Presidente guineense na quinta-feira, numa altura em que o Supremo Tribunal de Justiça ainda analisa um recurso de contencioso eleitoral interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Após estas decisões, registaram-se movimentações militares, com militares a ocuparem várias instituições de Estado, incluindo a rádio e a televisão públicas, de onde os funcionários foram retirados e cujas emissões foram suspensas.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltou hoje a ameaçar impor sanções a quem atente contra a ordem constitucional estabelecida na Guiné-Bissau e acusou os militares de se imiscuírem nos assuntos políticos.

Apesar de ter reconhecido Umaro Sissoco Embaló como vencedor das presidenciais, a CEDEAO condena todas as ações tomadas "contrárias aos valores e princípios democráticos" e que atentam contra a ordem constitucional estabelecida e "expõem os seus autores a sanções".

A CEDEAO reitera a "necessidade absoluta" de se esperar pelo fim do processo eleitoral e que vai ajudar a que sejam tomadas iniciativas para que seja posto um fim ao impasse pós-eleitoral.

O presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, que tinha tomado posse na sexta-feira como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado, renunciou no domingo ao cargo por razões de segurança, referindo que recebeu ameaças de morte.

Já Aristides Gomes denunciou que um grupo de militares invadiu a sua residência, retirando as viaturas da sua escolta pessoal e proferindo ameaças.

O primeiro-ministro demitido tem utilizado a rede social Facebook para denunciar várias ocupações por militares de instituições do Estado, incluindo que Nuno Nabiam ocupou hoje o seu gabinete do Palácio do Governo.

Umaro Sissoco Embaló já afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país e que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos.

NAOM /faladepapagaio

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Macron ligou a António Costa para lhe pedir apoio à Guiné-Bissau

© Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

Por LUSA  28/07/22 

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron telefonou ao primeiro-ministro português, António Costa, durante um encontro que ambos mantinham à sós, a solicitar-lhe que apoiem a Guiné-Bissau "nos esforços de desenvolvimento".

Em declarações à Televisão da Guiné-Bissau e à Lusa em crioulo, feitas no aeroporto de Bissau, momentos após a descolagem do avião que transportava Macron de regresso a França após uma visita de poucas horas à Guiné-Bissau, Embaló assinalou que a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país "foi um sucesso total".

"O Presidente Macron ligou, à minha frente, ao primeiro-ministro português, António Costa, a pedir-lhe que Portugal e a França apoiem a Guiné-Bissau. Isso é extremamente importante", disse o Presidente guineense.

Umaro Sissoco Embaló afirmou ainda que transmitiu a Emmanuel Macron a vontade da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) em realizar, no próximo mês, num país africano a determinar, uma cimeira em que serão convidados Portugal e a França, para debater a questão do terrorismo.

O Presidente guineense frisou que a visita de Macron, "a primeira de um chefe de Estado de um país que é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas" representa "o relançamento da Guiné-Bissau".

Umaro Sissoco Embaló destacou também a visita, em maio de 2021, do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

"Para mim isto é um marco. É como a visita do Presidente português, agora veio Macron. No dia em que o Presidente americano vier a esta sub-região tenho a certeza que virá à Guiné-Bissau", sublinhou Embaló.

O Presidente francês chegou na quarta-feira à noite a Bissau para uma visita de algumas horas, deixando hoje a capital guineense, após um périplo que o levou ainda ao Benim e aos Camarões.

No final do encontro com o seu homólogo da Guiné-Bissau, Emmanuel Macron anunciou que a França vai apoiar a formação de militares guineenses e desembolsar três milhões de euros para a estabilização do país.


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Notícias ao Minuto
 
28/07/22 

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje que a junta militar na Guiné-Conacri se comprometeu em reduzir de 36 para 24 meses o período de transição, na sequência do golpe ocorrido em setembro de 2021 naquele país.

Embaló fez o anúncio numa declaração conjunta que fazia com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que realizou uma visita de cerca de 12 horas à Guiné-Bissau, no âmbito de um périplo africano que o levou ao Benim e aos Camarões.

Falando na sua qualidade de presidente em exercício da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), Embaló disse ter alcançado aquela garantia durante a sua recente visita a Conacri, onde se reuniu com a junta militar no poder, liderada pelo coronel Mamady Doumbouya.

"Estive em Conacri, na companhia do presidente da Comissão [da CEDEAO] para fazer a junta militar perceber a decisão da cúpula de chefes de Estado de que a transição não pode ultrapassar 24 meses. Tinham proposta que seria em 36 meses", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

O presidente em exercício da CEDEAO, durante os próximos 12 meses, disse também ter feito a mesma sugestão de redução do período de transição à junta militar que governa o Burkina-Faso, aquando da sua deslocação àquele país no início desta semana.

"Brevemente a ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau vai ao Mali para falar com a junta militar e depois eu mesmo irei lá para me encontrar e discutir com os meus irmãos malianos e penso que vamos encontrar um entendimento", afirmou Sissoco Embaló.

O dirigente considerou ser importante que haja redução de período de transição na Guiné-Conacri, no Burkina-Faso e no Mali e ainda anunciou estar "em cima da mesa" a criação de uma força anti-golpe de Estado na subregião africana.

"Isso vai permitir que toda a gente compreenda que estamos em pleno século XXI. É inadmissível que se queira ascender ao poder através de golpe de Estado. (..) Como disse o Presidente Macron, para se ser chefe de Estado existem procedimentos", observou o Presidente guineense.

Expressando-se sempre em francês, Umaro Sissoco Embaló convidou os africanos a serem republicanos e ainda lembrou que cabe ao povo sancionar os seus dirigentes, "mas nas urnas".

Disse ainda estar confiante de que no caso do Mali haverá um entendimento de acordo com as recomendações da última cimeira de líderes da CEDEAO, que preconiza a redução do período de transição em países atualmente dirigidos por militares.


 JORNAL ODEMOCRATA  28/07/2022  

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, anunciou a realização da cimeira sobre a corrupção e segurança sub-regional, embora não tenha indicado a data, falou na possibilidade de a França e Portugal serem convidados.

O chefe de Estado falava esta quinta-feira, 28 de julho de 2022, no Palácio da República, ao lado do seu homólogo francês, realçando que a presença de Macron na Guiné-Bissau testemunha o “grande interesse” que demonstra para o nosso continente, particularmente para a África Ocidental, 

“A Guiné-Bissau e o bloco regional  contam muito com o apoio da França. Portanto, esta visita simboliza ainda o afeto que Vossa Excelência demonstra para a África e para o nosso país”, sublinhou, anunciando o relançamento de cooperação entre os dois países em todos os domínios, sobretudo no domínio da segurança.

“Hoje estamos confrontados com a situação do terrorismo que está a ser sentido na zona do Sahel. É toda a África que é confrontada com este flagelo”, salientou.

Úmaro Sissoco Embaló disse estar feliz com a vinda do seu homólogo ao país e considera-a “um marco histórico na diplomacia guineense”, sendo que é a primeira vez que um presidente francês visita a Guiné-Bissau.

“Essa visita abre caminhos para os dois países reativarem a cooperação em vários domínios, sobretudo na educação, segurança, entre outros. E a França já anunciou que nomeará um adido militar para a Guiné-Bissau”, afirmou.


Por LUSA 28/07/22 

A França vai apoiar a formação de militares da Guiné-Bissau, anunciou hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron, no final de uma visita de algumas horas a Bissau.

"A França quer e vai ajudar a Guiné-Bissau, ainda agora que o Presidente [guineense, Umaro] Sissoco Embaló é presidente em exercício da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental]", declarou Emmanuel Macron.

Macron fez o anúncio numa declaração conjunta com o seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, no final de uma visita de algumas horas à Guiné-Bissau.

A formação de militares guineenses faz parte do programa de apoio à Guiné-Bissau no combate ao narcotráfico, pirataria marítima e também para ajudar na estabilização do país. 

Emmanuel Macron disse ainda que a França condena de forma firme a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, em fevereiro passado.

"Fui informado pelo Presidente Sissoco Embaló da intenção da CEDEAO em constituir uma força militar anti-golpe de Estado, o que a França saúda e apoia", defendeu o Presidente francês.

O chefe de Estado saudou também a eleição de Umaro Sissoco Embaló, no inicio do mês, para um mandato de doze meses, como presidente em exercício da CEDEAO.

A nível da relação bilateral, além da formação de quadros militares, Macron anunciou que o seu país está disposto a retomar a cooperação "brutalmente interrompida" com a guerra civil de 1998-99.

Prometeu que a França se vai posicionar ao lado da Guiné-Bissau "na mobilização de outros parceiros", dará um apoio financeiro de três milhões de euros para o apoio à estabilização do país, depois dos cinco milhões de euros dados no ano passado.

Emmanuel Macron saudou o nível do uso do francês na Guiné-Bissau e anunciou, para breve, a construção de uma escola francesa em Bissau.

O líder francês disse que se sente "honrado" por ser o primeiro Presidente de França a visitar a Guiné-Bissau, na sequência da visita do seu homologo guineense a Paris em outubro passado.

Macron também anunciou um envelope de cerca de 1,5 milhões de euros para o apoio ao setor da agricultura para custear a formação em agronomia na Costa do Marfim de 15 jovens guineenses, incluindo 10 do sexo feminino, que foram apresentados a Macron por Embaló.

No final do encontro, os dois chefes de Estado foram acolhidos por uma multidão que se aglomerou em frente ao Palácio da Presidência guineense, com Emmanuel Macron, já em mangas de camisa, de pé no carro e ao lado de Sissoco Embaló, a ser saudado num ambiente de festa.

Os dois presidentes acabaram por dar uma volta ao centro de Bissau, acenando do tejadilho aberto do carro em que seguiam e distribuindo beijos para as pessoas e centenas de jovens que seguiam o veículo, uns a correr e outros em passos de dança.

O Presidente francês chegou a Bissau na quarta-feira, às 23:00, e foi recebido no aeroporto pelo seu homólogo guineense.

Num trajeto de cerca de oito quilómetros entre o aeroporto internacional Osvaldo Vieira e o centro de Bissau, o chefe de Estado francês e Sissoco Embaló foram também saudados por milhares de pessoas ao som de música e "vivas ao Presidente da França".

Macron chegou a Bissau para a primeira visita de um chefe de Estado de França à Guiné-Bissau, no âmbito de um périplo que o levou ainda ao Benim e aos Camarões, regressando ao início da tarde a Paris.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

ENTREVISTA: Sou muçulmano, minha mulher é católica, como posso dividir o país? -- PM guineense

O primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, recusou hoje acusações de estar a dividir o país, sublinhando que é muçulmano, mas a mulher é católica e que na Guiné-Bissau "há pessoas" que não podem chefiar o Governo.

"Eu sou fula, sou muçulmano, mas minha mulher é católica. Não sei como posso dividir este país. Se tenho uma mulher (católica) que partilha o mesmo teto comigo, a mesma casa, como é que eu posso. Isso foi sempre um sentimento dos guineenses", afirmou em entrevista à agência Lusa, Umaro Sissoco Embaló, quando questionado sobre acusações de estar dividir o país.

Para Umaro Sissoco Embaló, na Guiné-Bissau "há pessoas que não podem ser primeiro-ministro".

"Há categorias dessas pessoas que não podem ser e, sobretudo, quando toca a um muçulmano na Guiné é grave ser um responsável. Mas eu não vivo daquilo, nem pretendo ter esse sentimento. Até os meus amigos mais próximos são católicos. Mas isso não é só contra mim é contra qualquer outra pessoas que não pertença a uma classe", afirmou o primeiro-ministro, sem especificar a classe a que se referia.

Sobre o desafio de ser primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló disse que é "grande, porque a Guiné-Bissau desde 07 de junho de 1998 tem tido várias convulsões políticas".

"Acho que podia fazer a ponte entre a classe política e o Presidente da República achou por bem nomear-me para fazer essa ponte. É o que estou a fazer neste momento", explicou.

Umaro Sissoco Embaló foi o quinto primeiro-ministro nomeado (em dezembro de 2016) pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, depois das eleições legislativas de 2014 ganhas pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

A nomeação de Umaro Sissoco Embaló foi feita após a assinatura do Acordo de Conacri, mas provocou controvérsia com o PAIGC a afirmar que não foi o nome escolhido para chefiar o Governo guineense no âmbito daquele acordo.

O Acordo de Conacri, patrocinado CEDEAO, prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.

O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.

Questionado sobre a falta de apoio político para governar, o chefe do executivo guineense disse que o único partido representado no parlamento que não o apoia é o seu partido, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde).

"Tirando o PAIGC, todos os deputados dos partidos no parlamento estão a apoiar-me, independentemente de os líderes não me apoiarem", disse.

Mas, para Umaro Sissoco Embaló, o mais importante é tirar o país da "situação em que se encontra".

"O bom senso entre os guineenses um dia vai prevalecer porque para mim não é a China ou os Estados Unidos ou a França que têm de vir aqui ditar o que temos de fazer. Não. Nós, é que temos de ter a consciência como boa gente, pessoas de bem", disse.

Referindo-se ainda ao impasse político que o país atravessa, Umaro Sissco Embaló afirmou que vem desde 1998, depois da guerra civil, e que o país está a "ver as consequências".

"Nenhum Governo, nenhum Presidente acabou o mandato. E é lamentável, mas um dia temos de ter consciência do mal que estamos a fazer a nós mesmos. Penso que estamos a falar e é a melhor solução, é a conversa entre os guineenses", lamentou.

Questionado sobre a relação com os outros órgãos de soberania, Umaro Sissoco Embaló disse que tens boas relações com o Presidente José Mário Vaz, com o presidente do Supremo Tribunal e com o presidente da Assembleia Nacional Popular (parlamento), Cipriano Cassamá, que qualificou de "amigo pessoal".

Mas, independentemente das relações, Umaro Sissoco Embaló lembrou que o parlamento "já não funciona há dois anos".

Sobre as prioridades do seu Governo, o primeiro-ministro destacou a transparência e boa gestão da coisa pública, saúde, educação e infraestruturas.

DN.PT



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Guiné-Bissau/Eleições: Advogados garantem que Umaro Sissoco Embaló toma posse como PR no dia 27

Umaro Sissoco Embaló ganhou a segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau   |  DR

Os advogados de Umaro Sissoco Embaló garantiram hoje que o candidato dado como vencedor vai tomar posse no dia 27 como Presidente guineense e que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) fará que assim aconteça.

"Se a CEDEAO for consequente não se espera dela nenhuma outra decisão que não seja a conclusão do processo, com a investidura do Presidente eleito da Guiné-Bissau", afirmou Florentino Dias, referindo-se à deslocação a Bissau de uma missão daquela organização nos próximos dias.


Numa conferência de imprensa em Bissau, Florentino Dias leu ainda um comunicado para marcar a posição do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), que apoiou a candidatura de Sissoco Embaló, em relação ao último acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que voltou a ordenar à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a realização do apuramento nacional dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais.

De acordo com o advogado, o acórdão do Supremo "é extemporâneo e ilegal", pelo que "não vai ter qualquer efeito jurídico".

"Ao dizer que a operação de verificação e consolidação dos resultados eleitorais feita pela CNE é irrelevante do ponto de vista jurídico, o Supremo Tribunal de Justiça desrespeitou uma organização supranacional de que a Guiné-Bissau é membro, a CEDEAO", defenderam os advogados de Umaro Sissoco Embaló.

Segundo os causídicos, no passado o Supremo "teve uma postura contrária" quando a CEDEAO tomou medidas que "colocaram em causa a Constituição" da Guiné-Bissau.

Para os advogados de Umaro Sissoco Embaló, na próxima deslocação a Bissau, a CEDEAO terá de retirar consequências políticas e jurídicas "da atitude dos juízes conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça e promoverá, sem delongas, diligências tendentes à investidura do Presidente da República" da Guiné-Bissau.

Nulidade

"[O Supremo Tribunal de Justiça] deixa entender de forma implícita" que admite a possibilidade de nulidade de todo o processo eleitoral, afirmam os advogados, considerando tal impossível à luz da legislação eleitoral guineense.

"O que a lei admite é a possibilidade de, em certos casos, haver a nulidade parcial, ou seja, nas assembleias de voto", declarou Florentino Dias, na leitura do comunicado.

Para os advogados de Umaro Sissoco Embaló, o Supremo devia indeferir de forma liminar o "pseudo recurso" do candidato Domingos Simões Pereira, "por não ter enquadramento e nem fundamento legal", e, desta forma, "dissipar todas as dúvidas que ainda pairam" sobre o processo eleitoral.

De acordo com os causídicos, o próprio Supremo Tribunal tem já fixadas duas jurisprudências sobre o contencioso eleitoral, uma de 2005 e outra de 2014.

O papel da CEDEAO

Presente na sessão, o advogado Domenico Sanca considerou que a CEDEAO "vai impor a investidura de Umaro Sissoco Embaló", notando que esta foi das primeiras entidades internacionais a felicitá-lo como Presidente eleito da Guiné-Bissau.

"Mas não será preciso isso, porque o presidente do parlamento (Cipriano Cassamá) vai ter o bom senso, como homem do Estado, que é dar posse a Umaro Sissoco Embaló", defendeu Domenico Sanca.

Por discordar com os procedimentos da CNE no apuramento dos resultados da segunda volta das presidenciais, realizadas no dia 29 de dezembro, o candidato Domingos Simões Pereira interpôs uma série de recursos contenciosos no Supremo Tribunal de Justiça. Este, por sua vez, vem ordenando à CNE a realização do apuramento nacional, conforme manda a lei eleitoral guineense.

A CNE publicou os resultados eleitorais, dando vitória a Umaro Sissoco Embalo, com 53,55% de votos. Domingos Simões Pereira obteve 46,45% de votos.

A CEDEAO é a mediadora da crise política guineense.

Fonte: plataformamedia.com/pt-pt

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Sissoco: “Sou uma aposta dos jovens para refundar o Estado da Guiné-Bissau”

O principal partido da oposição na Guiné-Bissau, MADEM-G15, designou o terceiro vice-presidente para ser seu candidato nas próximas eleições presidenciais marcadas para 24 de novembro. Analista discorda com a escolha.

Umaro Sissoco Embaló

O  Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) vai concorrer ao primeiro pleito presidencial com o antigo primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, deliberou o órgão máximo do partido. Sissoco superou nesta sexta-feira (09.08) José Mário Vaz, atual Presidente da Guiné-Bissau e o constitucionalista Carlos Vamain nas primárias do Movimento para a Alternância Democrática, a segunda força política no Parlamento guineense.

Em entrevista à DW África, Sissoco disse que a votação decorreu de forma livre e transparente: "Os membros do Conselho Nacional do MADEM-G15 expressaram de forma livre e transparente com 70% dos votos a favor do general Umaro Sissoco Embaló e 25 % contra. Isto demonstra democracia interna de um partido. Sinto-me um homem que será suportado pelo grande partido que é o MADEM-G15 ”.

Sissoco único candidato votado

De acordo com o partido, Sissoco Embaló acabou por ser o único candidato escrutinado pelo Conselho Nacional, uma vez que as outras duas pessoas que estavam em liça nas primárias, o atual Presidente guineense, José Mário Vaz, e o advogado Carlos Vamain, não se encontravam fisicamente na sala da reunião.

Nascido em Bissau, em setembro de 1972, Umaro Sissoco Embaló, general na reserva, foi primeiro-ministro guineense entre novembro de 2016 e janeiro de 2018. Agora pretende ser Presidente da República para "refundar o Estado guineense".

" Vou respeitar e fazer respeitar a Constituição da República, refundar o Estado, fazer cumprir todas as normas da República, no âmbito das prerrogativas do Presidente. Pretendo promover a coabitação entre o Presidente e os demais órgãos de soberania e garantir a justiça para todos”, disse o também terceiro vice-presidente do MADEM.

"Acabar com indisciplina e repor autoridade do Estado”

Antigo primeiro-minsitro e deputado da nação Umaro Sissoco Embaló

Enquanto candidato às presidenciais, Sissoco promete aos guineenses que, se for eleito Presidente do país a 24 de novembro, vai usar toda a sua influência para mobilizar fundos para o Governo, e acredita que pode fazer a diferença.

"Comigo o país tem a ganhar. É uma nova eraesou de uma nova geração. Se olharmos para as grandes potências mundiais, todos os líderes são jovens. Sou um homem muito conhecido nas relações internacionais e vou usar a minha influência para atrair investimentos para o país”.

Sissoco, que se afirma como uma aposta da juventude, pretende dar à Guiné-Bissau uma nova imagem, se for eleito: "Construir uma Guiné que seja respeitada na cena internacional porque perdemos o rumo. Hoje, sempre que temos que tomar uma decisão ficamos dependentes do que a CEDEAO decide, o que a CEDEAO pensa... comigo será diferente... tenho que perguntar o que os guineenses pensam e querem. Vou acabar com tanta indisciplina que existe neste país”.

Sobre o recenseamento eleitoral, que Umaro Sissoco contestou nas legislativas de março, o candidato do MADEM faz duas propostas:

"Como o Governo tem a noção clara que serei o candidato vencedor, com o atual recenseamento ou não, penso contudo ser melhor um recenseamento de raiz ou uma atualização dos cadernos eleitorais”, afirma o candidato em entrevista à DW África a partir de Bissau.

Sissoco foi uma boa escolha

Ouvido também pela DW África, o analista político Luís Petit diz que o MADEM não fez uma escolha acertada ao eleger Sissoco como candidato para as presidenciais, porque não tem o peso exigido para enfrentar outros nomes, como José Mário Vaz e Carlos Gomes Júnior.

"Ele não tem uma grande experiência política e não a demonstrou enquanto primeiro-ministro. Além disso, não granjeou grande simpatia ao nível do país. José Mário Vaz, que foi o Presidente, tem uma experiência política vantajosa em relação a Sissoco. O que aconteceu nas primárias, a sua desvantagem, tem a ver com a questão da militância e a ligação com o partido [MADEM]”.

Nesta primeira entrevista à DW África, enquanto candidato, Umaro Sissoco Embaló pede aos guineenses para acreditaram nele, porque, segundo disse, o "homem é que faz a função".

428 dos 617 conselheiros votaram

Segundo Rui Nene Djatá, presidente da comissão eleitoral que presidiu às primárias do MADEM, Umaro Sissoco Embaló recolheu o voto favorável dos 297 membros do Conselho Nacional (órgão máximo entre congressos), 107 contra e 24 conselheiros abstiveram-se.

Participaram no processo das primárias do MADEM 428 conselheiros, dos 617 que compõem o órgão.

DW

sexta-feira, 24 de março de 2023

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló afirmou hoje que doravante nenhuma criança do sexo feminino deve ser dada em casamento e avisou que quem o fizer será responsabilizado pelo Estado.

© Lusa

POR LUSA  24/03/23 

 Embaló quer fim de casamento de crianças do sexo feminino

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló afirmou hoje que doravante nenhuma criança do sexo feminino deve ser dada em casamento e avisou que quem o fizer será responsabilizado pelo Estado.

Sissoco Embaló falava para um conjunto de fiéis muçulmanos que rezaram com o chefe de Estado na Presidência da República, naquela que foi a primeira reza de sexta-feira do mês muçulmano de Ramadão.

Após esclarecer a sua ordem de proibir a mendicidade de crianças no país, o Presidente abordou a questão do casamento de crianças do sexo feminino que tem sido uma prática em várias comunidades islâmicas da Guiné-Bissau.

"Não aceitem o casamento de ninguém. Quem vos der em casamento não aceitem, podem vir falar com o Presidente", disse Umaro Sissoco Embaló ao dirigir-se a um grupo de crianças do sexo feminino que rezaram pela primeira vez no quintal do Palácio da República, em Bissau.

Após perguntar pessoalmente a cada uma das crianças o seu nome, idade e se anda na escola oficial, Umaro Sissoco Embaló convidou-as a negarem qualquer intenção de casamento.

"Quem vos falar em casamento digam-lhe que não querem porque querem ir para a escola", afirmou Embaló.

Sendo mais claro nas suas palavras, o Presidente guineense disse que a partir de agora "acabou essa coisa do casamento de crianças com 14, 15, 17 ou 20 anos".

"As crianças têm de ir para a escola. Na Guiné-Bissau a escola oficial é em português, mas não impedimos ninguém de mandar a sua criança para a escola corânica", observou Sissoco Embalo, que quer ver as crianças a formarem-se como médicas, engenheiras ou advogadas.

"Olhem-me para estas crianças, bonitas como são, e alguém pensa em dá-las em casamento. Não podemos continuar a aceitar isso", referiu o Presidente guineense.

Quanto à questão dos talibés, crianças em processo de aprendizagem do Corão, mas que acabam na mendicidade nas ruas de Bissau ou de Dacar, no Senegal, Umaro Sissoco Embaló voltou a assinalar que o fenómeno "tem de acabar" na Guiné-Bissau.

O Presidente guineense avisou que o mestre corânico que mandar qualquer criança para mendigar nas ruas de Bissau "vai ter problemas com o Estado" e que a ordem que deu ao ministro do Interior "é mesmo para cumprir".

Sobre as reações de alguns líderes religiosos que se manifestaram contra a sua ordem, Umaro Sissoco Embaló afirmou que aqueles não estão a respeitar a religião islâmica, que preconiza o respeito pela vida humana.

Por ser de confissão islâmica, Embaló disse ter autoridade moral para abordar e determinar o fim de fenómenos como casamento ou a mendicidade de crianças no país.

"Se fosse outro Presidente a tomar estas medidas podiam dizer o que o fez porque não é muçulmano", observou Umaro Sissoco Embaló.


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sexta-feira, 8 de julho de 2022

PRESIDENTE UMARO SISSOCO EMBALÓ REGRESSA DE CIMEIRA DE IDA NO SENEGAL.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló 

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O Presidente da República da Guiné-Bissau e Comandante Supremo das Forças Armadas, General Úmaro Sissoco Embaló, lembrou hoje o antigo Chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos como um "líder ímpar", que lutou pela causa de África.

“Era um líder ímpar. O Presidente José Eduardo dos Santos era um grande panafricanista. Um homem que lutou e se dedicou pela causa de África, não só pela causa angolana. Nós temos de render homenagem a esse digno filho de África”, afirmou Umaro Sissoco Embaló aos jornalistas.

“Não é só a Guiné-Bissau, é toda a África que está de luto. Perdemos um grande filho de África. A Guiné-Bissau, como é óbvio, tem de render homenagem a esse grande homem”, salientou.

José Eduardo dos Santos morreu hoje aos 79 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento, anunciou hoje a presidência angolana, que decretou cindo dias de luto nacional.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.


 
JORNAL ODEMOCRATA  08/07/2022 

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que o Banco Mundial está “satisfeito” com os “progressos” da Guiné-Bissau, sobretudo em termos de desembolso de carteiras de empréstimo.

O chefe de Estado falava em Bissau depois da Cimeira da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), um grupo do Banco Mundial que se realizou em Dakar, Senegal.

Os chefes de Estado africanos reuniram-se na quinta-feira, 7 de julho de 2022, em Dakar, com o grupo do Banco Mundial, para intensificar a “voz poderosa”  dos países africanos  no que toca à implementação do programa  IDA20, cujo pacote financeiro foi defendido,  com sucesso, em 2021.

O encontro organizado por Senegal e o grupo do Banco reuniu dezenas de chefes de Estado e de Governo da África.

À chegado ao aeroporto de Bissau, Sissoco afirmou que o Banco Mundial vai desembolsar milhões de dólares, porque “a África neste momento está unida e enquanto Presidente em exercício da CEDEAO, por inerência, sou obrigado a estar presente em todos os eventos da CEDEAO “.

Enfatizou que a Guiné-Bissau cumpriu todas as metas traçadas pelo Banco Mundial, o que demonstra que o país registou grandes progressos e que a instituição financeira internacional está “satisfeita”, com o desembolso de carteiras que havia feito em relação à Guiné-Bissau.

O chefe de Estado anunciou a reunião da União Africana (UA) de Zâmbia que será reservada apenas aos presidentes das organizações de cada zona do continente, incluindo as presenças do presidente em exercício da UA e provavelmente do Conselho Europeu.

Para Umaro Sissoco Embaló, esse efeito representa um desafio e a responsabilidade que o país tem neste momento no Concerto das Nações, razão pela qual o anúncio da indicação do Presidente da Guiné-Bissau para liderar a CEDEAO “não deve ser encarado com ânimo leve, sim, explorado a todos os níveis”.

“É um desígnio nacional, não apenas de Umaro Sissoco Embaló. A Guiné-Bissau está de parabéns. O povo Cabo Verde, por exemplo, reagiu como se fosse Presidente cabo-verdiano que está a presidir a CEDEAO ” enfatizou, tendo pedido convergência interna de todos à volta da imagem do país.
Por: Filomeno Sambú
Foto: Presidência RGB


 
JORNAL ODEMOCRATA  08/07/2022

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, anunciou a extinção do Alto Comissariado para a Peregrinação à cidade Santa de Meca e disse que haverá responsabilização pela não ida dos fiéis muçulmanos guineenses à Meca.

O chefe de Estado fez esse anúncio esta sexta-feira, 8 de julho de 2022, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, proveniente de Dakar, Senegal, onde participou na Cimeira da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), um grupo do Banco Mundial.

O Presidente lamentou que os fiéis muçulmanos selecionados para peregrinação tenham falhado esse “grande sonho”, tendo avisado que em 2023 não haverá envolvimento nenhum do governo

“O governo poderá apoiar, facilitar, mas jamais se envolverá. As agências de viagens são entidades habilitadas para tratar essas coisas, não o Governo.  A Guiné-Bissau é um Estado laico, não pode estar sistematicamente envolvida nessa situação”, indicou, para de seguida afirmar que “ida à Meca não é uma causa nacional”

Umaro Sissoco Embaló disse que os peregrinos que não conseguiram ir à Meca serão devolvidos o dinheiro e compensados com uma viagem à cidade Santa para cumprirem a “pequena peregrinação UMRA”, onde terão a oportunidade de visitar a Meca e Medina.
Por: Filomeno Sambú