Por Noticiasaominuto.com
Familiares e amigos de Umo Cani, a grávida de 38 semanas que morreu, durante a madrugada da passada sexta-feira, no Hospital Fernando Fonseca, conhecido também como Amadora-Sintra, depois de ter sido mandada para casa, vão apresentar uma queixa-crime contra a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
A informação foi avançada pela SIC/ SIC Notícias durante uma reportagem com Paloma Mendes, uma amiga de Umo Cani.
Paloma apelou ainda ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, para que demita Ana Paula Martins, notando que a ministra da Saúde "tem um ano e meio de serviço e nada mudou".
"O problema aqui não é não saber trabalhar, é não dar valor a um problema. Vários casos que apareceram, ela desvalorizou. Quantos mais casos têm de ser desvalorizados para perceberem que ela não tem competência para ficar neste posto. Obviamente, uma demissão seria o mais certo a fazer. E não é só por causa do caso da Umo, é por causa de todos esses casos que antecedem a Umo até ao dia de hoje", referiu.
Já sobre as palavras da governante aquando do anúncio da demissão do Conselho de Administração do Amadora-Sintra, Paloma Mendes apontou novamente o dedo a Ana Paula Martins, dizendo que "desvalorizou completamente a culpa dela".
"Não pediu desculpa, não lhe interessa sequer pedir desculpa pelas declarações porque culpabiliza completamente o hospital pela ausência da informação. Não toma nenhuma responsabilidade pelo que disse", salientou.
Recorde-se que o Conselho de Administração do Amadora-Sintra apresentou a demissão na sequência do caso da grávida que morreu na sexta-feira e, posteriormente, da morte da bebé. Ao contrário do que havia sido dito, Umo Cani era já acompanhada nos cuidados primários da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra desde julho.
Aliás, a família da mulher de 36 anos e da bebé recém-nascida, numa reportagem do mesmo canal televisivo, mostrou documentos que desmentiam não só a ministra, como também o hospital. Informação também partilhada nas redes sociais de Paloma Mendes.
De salientar também que o marido de Umo Cani acredita que tanto a mulher como a filha, que tinha 38 semanas de gestação, morreram devido à forma como a primeira foi tratada, pelo que já tinha admitido a hipótese de avançar para tribunal.
Em declarações à SIC Notícias, a partir da Guiné-Bissau, Braima Seidi garantiu que a mulher estava a ser acompanhada desde o início de julho no centro de saúde de Agualva-Cacém, tendo sido o processo depois transferido para o hospital Amadora-Sintra.
"No hospital fez uma ecografia e pediram-lhe para regressar no dia 29 de outubro. Ligou-me e disse-me que lhe tinham dito que ela e o bebé estavam bem e que a data prevista para o parto era o dia 12 de novembro", revelou.
De acordo com Braima Seidi, a mulher recebeu também a indicação para ligar para o 112 caso houvesse algum sintoma que indicasse que o trabalho de parto estivesse prestes a iniciar-se.
"Na noite de quinta-feira a minha mulher estava com dores na barriga. A minha irmã ligou para o 112. Demoraram. De repente, recebi a notícia de que faleceu a minha esposa", lamentou.
Braima Seidi aguarda agora as conclusões dos inquéritos e investigações em curso e espera que lhe possam trazer mais esclarecimentos sobre o que aconteceu. Para já, só quer levar os restos mortais da mulher e da filha para a Guiné-Bissau.

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