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terça-feira, 1 de outubro de 2024

O Ministério da Defesa russo planeia recrutar nos próximos meses cerca de 20.000 homens presos preventivamente face à falta de soldados na guerra com a Ucrânia, avançou hoje o portal de investigação russo Important Stories (iStories).

© Vladimir Smirnov\TASS via Getty Images  Notícias ao Minuto  01/10/24 

 Ucrânia. Rússia vai recrutar 20 mil presos preventivos, diz portal russo

O Ministério da Defesa russo planeia recrutar nos próximos meses cerca de 20.000 homens presos preventivamente face à falta de soldados na guerra com a Ucrânia, avançou hoje o portal de investigação russo Important Stories (iStories).

Estes homens representarão cerca de 40% do número total de arguidos - cerca de 60.000 - que aguardam julgamento nas prisões russas, segundo uma fonte da defesa citada pelo 'media' independente. 

Um grupo de oficiais militares encarregue de recrutar soldados profissionais terá de selecionar os arguidos que estão em condições e dispostos a assinar contratos para combater na Ucrânia.

Dois advogados confirmaram ao iStories que as administrações dos centros de detenção provisória estão disponíveis para colaborem neste processo.

De acordo com a Defesa russa, cada prisão pode fornecer cerca de 100 homens. Segundo os dados disponíveis, existem 210 centros de detenção provisória em todo o país, o que significa que este processo de recrutamento tem um potencial de cerca de 20.000 soldados.

No primeiro ano de guerra na Ucrânia, o grupo mercenário Wagner, conotado com o Kremlin (presidência russa), recrutou cerca de 50.000 prisioneiros, a maioria dos quais morreu, desapareceu, desertou ou foi presa, de acordo com organizações de direitos humanos.

Os que regressaram da frente de batalha foram perdoados, de acordo com o falecido fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que calculou esse número em cerca de 5.000.

Na altura, os peritos da ONU alertaram para o facto de o recrutamento de condenados, que também teria lugar nas prisões dos territórios ocupados pelas tropas russas na Ucrânia, poder constituir um crime de guerra.

O Presidente russo, Vladimir Putin, está relutante em convocar uma nova mobilização de reservistas, após as críticas registadas aquando do anúncio da mobilização de setembro de 2022, que levou ao êxodo de centenas de milhares de russos para o estrangeiro.

A assinatura de contratos por parte dos voluntários caiu fortemente no primeiro semestre do ano, embora tenha aumentado bastante após a incursão surpresa ucraniana na região fronteiriça russa de Kursk em agosto passado, pelo que Putin se viu obrigado a aumentar o número de soldados do exército russo para 1,5 milhões.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.


Leia Também: Pelo menos seis pessoas morreram e três ficaram feridas hoje num aparente ataque de artilharia russa a um mercado da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, indicaram as autoridades.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Rússia celebra o terceiro Dia da Vitória sem vitórias para Putin

Militares russos realizam ensaio geral para o desfile do Dia da Vitória (EPA/LUSA)
João Guerreiro Rodrigues  Cnnportugal.iol.pt  09/05/2024

Rússia prepara-se para celebrar o terceiro Dia da Vitória desde que começou a guerra na Ucrânia e o seu significado está a mudar diante dos nossos olhos

Para a Rússia, o dia 9 de maio é uma data complexa. O Dia da Vitória é uma data que celebra não só os sacrifícios feitos pela União Soviética no combate aos nazis, durante a Segunda Guerra Mundial, mas também serve como uma demonstração de poder militar e da grandeza da Rússia. Só que desde 2022 que os russos têm traçado a conquista de vários territórios ucranianos para coincidirem com esta data, mas Vladimir Putin não tem tido muito para apresentar ao país.


Este ano, a chefia militar russa definiu a conquista da cidade de Chasiv Yar como um dos principais objetivos para a data. Esta cidade ucraniana, vizinha de Bakhmut, está a aguentar há semanas alguns dos mais violentos bombardeamentos que atingem a linha da frente. Em abril, o próprio comandante-chefe da Ucrânia, Oleksandr, Syrskyi, admitia que a situação neste ponto da frente tinha “deteriorado significativamente”, depois de a Rússia ter definido a conquista desta cidade até ao dia 9 de maio.

O motivo era claro. Para a Rússia, esta cidade é vital para os seus objetivos na região do Donbass. Apesar de pequena, Chasiv Yar, que tinha apenas 12 mil habitantes antes da guerra começar, serve de nó logístico para o exército ucraniano na frente de Bakhmut. É a partir desta localidade que é distribuído todo o equipamento para as unidades que se encontram nesta frente.

Se a Rússia a conseguisse conquistar, colocava em causa o apoio logístico de toda a região, o que podia permitir ao exército russo aumentar a pressão nesta área. Se isso acontecer, a Rússia fica com o caminho aberto para Kostiantynivka, Druzhkivka, Kramatorsk e Sloviansk, os últimos grandes bastiões de Donetsk.

Mapa da Ucrânia após conquista de Avdiivka (CNN)
Nas últimas semanas de abril, a situação parecia mesmo ser uma possibilidade realista, com a Rússia a explorar a falta de munições antiaéreas e de artilharia ucranianas. Mas após a aprovação do pacote de ajuda militar norte-americano, os soldados ucranianos têm conseguido conter os ataques dos mais de 25 mil soldados russos que se encontram na região.

Não é a primeira vez que a Rússia estabelece metas de conquista territorial para o dia 9 de maio. Durante dez meses, Moscovo atirou tudo o que tinha para tentar conquistar a cidade de Bakhmut. Foi no início de 2023, quando o Grupo Wagner intensificou as suas operações na cidade, levando a algumas das mais sangrentas batalhas de toda a guerra, e que seriam decisivas para o desfecho de Yevgeny Prigozhin, icónico líder do grupo paramilitar. Segundo fontes ocidentais, a Rússia chegou a sofrer 60 mil baixas, entre as quais 20 mil mortos. Foi preciso esperar até ao dia 20 de maio para a cidade cair nas mãos russas.

E isso teve repercussões nas celebrações em Moscovo. Todos os anos, centenas de carros de combate desfilam nas ruas da capital. Mas, se na parada de 2022, o T-34, um icónico carro de combate muito utilizado na Segunda Guerra Mundial, foi acompanhado por vários dos mais modernos T-90 e T-14, o mesmo não aconteceu na cerimónia do ano passado. Nenhum destes modelos esteve presente, devido à intensificação do conflito. Em vez disso, o T-34 foi acompanhado por uma coluna de veículos de combate polivalentes, mas muito menos valiosos, o Tigr.

De fora ficou também a habitual passagem aérea sobre a Praça Vermelha, apesar de as previsões meteorológicas apontarem para um céu relativamente limpo sobre Moscovo.

Visíveis estiveram apenas os habituais elementos de propaganda militar russa, os lançadores de mísseis balísticos intercontinentais Yars, que fazem parte do arsenal nuclear de Moscovo, e o sistema de defesa aérea S-400, que a Rússia descreve como sendo o mecanismo mais evoluído do mundo.

Ao invés de demonstrar o seu poderio militar, numa altura difícil no campo de batalha, Vladimir Putin focou-se em apresentar-se como salvador e defensor de uma Rússia em apuros, alvo das “elites globalistas” do Ocidente. “Hoje, a civilização está novamente num ponto de rutura”, disse Putin. “Mais uma vez, foi desencadeada uma verdadeira guerra contra a nossa pátria”.

Em 2022, a expectativa era diferente. Embora não houvesse um objetivo geográfico delineado, uma vez que a Rússia ainda contava manter grande parte do território ucraniano, um medo pairava no ar. Várias fontes ocidentais temiam que o presidente russo declarasse formalmente guerra à Ucrânia a 9 de maio, decisão que permitiria a mobilização total das forças de reserva da Rússia, numa altura em que estas ainda não tinham sido convocadas.

Este ano, a expectativa mantém-se, mas com uma “conta” cada vez mais pesada para apresentar ao povo russo. Segundo o ministro das Forças Armadas do Reino Unido, Leo Docherty, a Rússia conta com mais de 450 mil baixas, entre os quais 150 mil mortos. Mas as perdas materiais também são significativas, com as fontes ocidentais a estimarem que mais de dez mil veículos blindados tenham sido destruídos pela Ucrânia.

A cada ano que passa, assistimos ao regime de Vladimir Putin a moldar um dos principais mitos coletivos russos em algo completamente diferente. “Eles transformaram este mito unificador que a Rússia tinha numa justificação para uma guerra real”, afirma Maxim Trudolyubov, um jornalista russo. “Isto virou subtilmente tudo de cabeça para baixo – transformou um culto à vitória num culto à guerra.”

 

 Leia Também: Dia da Vitória. Rússia celebra hoje um dos seus feriados mais importantes  

 

 Leia Também: "A Rússia fará tudo para evitar um confronto global. Mas, ao mesmo tempo, não permitiremos que ninguém nos ameace. As nossas forças estratégicas [nucleares] estão sempre em alerta", declarou o Presidente russo.  


quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Partido de Vladimir Putin está a recrutar membros para o seu "exército privado", alegam secretas ucranianas

Conferência de imprensa de Vladimir Putin (AP) 

Cnnportugal.iol.pt,  03/01/24

De acordo com o serviço de informações militares ucraniano (HUR), o partido Rússia Unida adquiriu o seu próprio “exército privado” através da Hispaniola, e está a recrutar ativamente ‘hooligans’, ultranacionalistas e radicais de todos os géneros, incluindo neonazis e civis de regiões empobrecidas da Federação Russa e dos territórios ocupados na Ucrânia

O partido do Presidente russo, Vladimir Putin, está a recrutar membros para o seu “exército privado”, a empresa mercenária Hispaniola, informou esta quarta-feira a secreta militar ucraniana citada pela imprensa ucraniana.

De acordo com o serviço de informações militares ucraniano (HUR), o partido Rússia Unida adquiriu o seu próprio “exército privado” através da Hispaniola, e está a recrutar ativamente ‘hooligans’, ultranacionalistas e radicais de todos os géneros, incluindo neonazis e civis de regiões empobrecidas da Federação Russa e dos territórios ocupados na Ucrânia.

“Estes últimos são usados em ataques de ‘carne para canhão’ para criar o estatuto de ‘unidade de combate’”, descreve a secreta militar ucraniana citada pelo jornal Ukrainska Pravda, tendo sido referenciados em agosto de 2023 perto de um dos cenários mais sangrentos da frente ucraniana, em Bakhmut, segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um ‘think thank’ norte-americano.

Mais recentemente, prossegue o jornal ucraniano, a Hispaniola está à disposição do partido de Putin e “a unidade terrorista reivindicou o estatuto de empresa militar privada, tendo iniciado uma campanha de recrutamento financiada por dinheiro da Rússia Unida.

O partido no poder na Rússia, formalmente presidido pelo ex-Presidente Dmitry Medvedev, injetou dinheiro no grupo e começou a procurar ativamente novos membros, assinala a agência ucraniana citada pelo jornal Kyiv Independent.

“Nos centros de recrutamento Hispaniola, que operam nos territórios ucranianos ocupados, são prometidos aos voluntários 220.000 rublos (cerca de 2.200 euros) por mês para participação direta em operações militares contra a Ucrânia”, afirma a DIU.

A secreta militar acrescenta que está igualmente previsto nos contratos, com a duração mínima de seis meses, “um incentivo adicional para morrer por Moscovo”, na forma de pagamento de seguros no valor entre um milhão de rublos (cerca de dez mil euros) por um ferimento ligeiro e três milhões de rublos (30 mil) por um ferimento grave e cinco milhões (20 mil) em caso de morte em combate.

“Mas os incentivos financeiros são apenas uma fachada. Para a maioria dos recrutas, a primeira batalha é uma passagem só de ida. Os russos não retiram nenhum recruta de ‘carne para canhão’ morto ou gravemente ferido do campo de batalha”, destaca a HUR, e estes combatentes acabam por ser registados como “desaparecidos” para evitar o pagamento de seguros às famílias.

O Ukrainska Pravda refere que em novembro passado o órgão de comunicação social russo Vazhnye Istorii informou que o Batalhão Hispaniola tinha começado a contratar mulheres para lutar em destacamentos de assalto.

Já em 30 de dezembro, a agência russa TASS noticiou que adeptos ‘ultras’ do futebol russo ligados à Hispaniola tinham estabelecido um destacamento especializado no uso de ‘drones’ ‘kamikaze’ de ataque e reconhecimento Privet na Ucrânia.

A Hispaniola foi supostamente cofundada em 2022 pelo líder do Batalhão Vostok, Alexander Khodakovsky, criado após os levantamentos pró-russos no Donbass, leste da Ucrânia, em 2014.

O outro fundador foi o nacionalista Stanislav Orlov, que, segundo o projeto Evocation (que mantém uma base de dados de “propagandistas e colaboracionistas” da Rússia), está ligado aos ‘ultras’ do clube de futebol CSKA de Moscovo e terá participado na segunda campanha da Chechénia.

Orlov, afirma o Evocation, criou com adeptos radicais de outros emblemas russos uma unidade militar a partir da companhia de reconhecimento “Caveiras e Ossos”, que usava o nome de código “espanhol”, e a nova formação militar seria uma resposta ao batalhão ucraniano Azov.

A unidade afirma ter participado no cerco da siderúrgica Azovstal em Mariupol, no sul da Ucrânia, logo após o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e que foi então uma das batalhas mais violentas em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial, até cair, praticamente destruída, em mãos russas em maio seguinte após a rendição do Batalhão Azov.

Segundo uma reportagem do diário turco Daily Sabah divulgada em junho passado, o grupo Hispaniola tem cerca de 600 membros, um dos quais Mikhail, conhecido como ‘Pitbull’, que destacava, nos arredores de Mariupol, a camaradagem que se desenvolveu entre estes combatentes.

“Segurando uma [metralhadora] kalashnikov e com o símbolo ‘Hispaniola’ tatuado na cabeça parcialmente rapada, o adepto do Zenit de São Petersburgo afirmou: ‘Na vida civil, lutamos entre nós, mas nas trincheiras, ficamos ombro a ombro’”, relata o jornal, adicionando na sua reportagem que, “embora historicamente desconfiados do Kremlin, os combatentes salientaram que a sua lealdade reside na nação russa, e não nas autoridades”.


Em março de 2023, a Hispaniola separou-se do Batalhão Vostok e ficou sob o controle da Redut, uma empresa militar privada dirigida pelo Ministério da Defesa russo, que continua a empregar companhias privadas de mercenários, apesar da rebelião falhada em junho passado do ex-líder do Grupo Wagner Yevgeny Prigozhin, morto num desastre aéreo a norte de Moscovo dois meses mais tarde.

O portal de notícias russo anti-Kremlin Meduza, sediado em Riga, descreveu em abril do ano passado uma palestra de dois membros do batalhão Hispaniola numa faculdade de São Petersburgo e que foi caracterizada por perguntas “inapropriadas” de cinco alunos, que acabaram por ser punidos.

“Os oradores ficaram particularmente ofendidos quando questionados sobre o significado dos emblemas de caveira e ossos cruzados nos seus uniformes. O estudante que fez a pergunta apontou a semelhança entre esses emblemas e o emblema da divisão SS alemã Totenkopf. Um dos combatentes argumentou, em resposta, que um emblema semelhante foi usado pelos Cossacos do Don de Yakov Baklanov, já no século XIX”, descreve o Meduza.

Outro participante perguntou como era possível defender o país de origem no território de outro estado e a restante audiência “aplaudiu a pergunta”, tendo um dos oradores argumentado que, “quando um país está em perigo, é possível defendê-lo no território de outro”.

E outro estudante ainda, relata o Meduza, questionou como é que a Rússia e a Ucrânia poderão desenvolver-se no futuro, merecendo a seguinte resposta: “Isto requer uma compreensão do que é vitória e do que é derrota. Naturalmente, não temos ideia sobre isso. Talvez o nosso chefe de Estado [Putin] seja a única pessoa que tem alguma ideia”.



Leia Também:  Moscovo e Kyiv trocam quase 500 prisioneiros de guerra

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Rússia exportou armas para África no valor de 4,78 mil milhões em 2023

© Getty Images

POR LUSA   04/12/23 

O consórcio estatal russo Rosoboronexport revelou hoje que África absorveu mais de 30% do total das suas exportações de armas em 2023, equivalente a um montante até agora de 5,2 mil milhões de dólares (4,78 mil milhões de euros).

"A quota de exportações para países africanos em 2023 excedeu 30% do total de fornecimentos da Rosoboronexport", afirmou Alexandr Mikheyev, presidente do monopólio de exportação de armas, citado num comunicado do consórcio.

Mikheyev, que participa esta semana na exposição internacional de armamento EDEX no Cairo, sublinhou que o conglomerado está a fazer o seu melhor para ser um "parceiro fiável" para os seus clientes africanos.

A Rosoboronexoport "está consciente dos desafios de segurança e das ameaças que os países africanos enfrentam", afirmou.

O consórcio, que exporta produtos militares e civis de dupla utilização, também coopera ativamente com os países africanos em áreas como a luta contra o terrorismo, a cibersegurança e os programas espaciais.

Desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a Rússia intensificou as relações com os países africanos, especialmente no Sahel, cujos vários líderes se deslocaram a Moscovo para pedir armas, aviões e helicópteros, e mercenários, face às tensões destes líderes com a França.

O Kremlin está a tentar substituir no terreno os mercenários do Grupo Wagner, cujo chefe, Yevgeny Prigozhin, morreu em agosto, por novas empresas militares subordinadas ao Ministério da Defesa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, já se deslocou duas vezes à região, uma viagem imitada pelo seu homólogo ucraniano, Dmitry Kuleba, que também procura aliados em África.

A Rosboronexport afirma que a cimeira Rússia-África, realizada em julho passado em São Petersburgo, lhe permitiu "identificar áreas de interação crescente" com os países africanos.


sábado, 30 de setembro de 2023

Novo líder do Wagner visto por veteranos do grupo como "traidor"... Andrei Troshev reuniu-se, recentemente, com o presidente russo, Vladimir Putin.

© MIKHAIL METZEL/POOL/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto   30/09/23 

O Ministério da Defesa do Reino Unido acredita que muitos veteranos do Wagner consideram Andrei Troshev, um dos principais comandantes e o novo líder do grupo mercenário, um "traidor". 

Na sua mais recente atualização sobre a guerra na Ucrânia, divulgada na rede social X (antigo Twitter), os serviços de inteligência militar britânicos lembraram que, na sexta-feira, as autoridades russas publicaram imagens de uma reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e Andrei Troshev, que foi incumbido de assumir o comando das "unidades voluntárias" que lutam na Ucrânia.

Na curta rebelião Wagner em junho de 2023, Troshev "assumiu um papel nas forças de segurança oficiais da Rússia e provavelmente esteve envolvido no incentivo a outro pessoal de Wagner a assinar contratos" com Moscovo.

"Muitos veteranos do Wagner provavelmente consideram-no um traidor", nota o Ministério da Defesa britânico.

O vice-ministro da Defesa, Yunus-Bek Yevkurov, também esteve presente na referida reunião e já havia sido "fotografado a viajar por estados africanos.".

"O endosso presidencial de Troshev e Yevkurov indica a utilização contínua pela Rússia de unidades voluntárias e empresas militares privadas, e o planeamento para o futuro de Wagner", refere ainda a atualização.

De acordo com o Kremlin, durante uma reunião em Moscovo, na quinta-feira, Putin disse a Andrei Troshev -- sucessor na liderança do grupo de Yevgeny Prigozhin, que morreu numa queda de avião - que a sua tarefa é "lidar com a formação de unidades voluntárias que possam realizar várias tarefas de combate, principalmente na zona da operação militar especial", referindo-se à guerra da Ucrânia.

Os combatentes do grupo Wagner não tiveram nenhum papel significativo no campo de batalha desde que a companhia mercenária se retirou, depois de capturar a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, na batalha mais longa e sangrenta da guerra.

Após o motim abortado do grupo Wagner, semanas depois, aumentaram as especulações sobre o futuro destes mercenários que foram uma das unidades mais eficazes na guerra na Ucrânia, com vários observadores a antecipar que a companhia fosse integrada no Ministério da Defesa.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que Troshev agora trabalha para o Ministério da Defesa.

A reunião desta semana parece refletir o plano do Kremlin de realocar alguns mercenários Wagner para a linha da frente na Ucrânia, após o seu fracassado motim de junho e a seguir às mortes suspeitas de Prigozhin e de outros líderes num acidente de avião a 23 de agosto.

Troshev é um oficial militar reformado que desempenhou um papel de liderança no grupo Wagner desde a sua criação, em 2014, e enfrentou sanções da União Europeia pelo seu papel na Síria como diretor executivo do grupo.

Hoje, o Ministério da Defesa do Reino Unido informou que centenas de ex-soldados do grupo Wagner provavelmente começaram a ser redistribuídos por várias frentes de batalha na Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


Leia Também: Um blogger foi hoje condenado a oito anos e meio de prisão por um tribunal russo devido a uma publicação onde criticava a invasão da Ucrânia por parte da Rússia.


Leia Também: Putin coloca líder de Grupo Wagner a comandar "unidades voluntárias"

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

"Unidades voluntárias": o que foi discutido no encontro entre Putin e ex-comandante do Wagner

SIC Notícias  29/09/23

Vladimir Putin reuniu-se esta quinta-feira com Andrei Troshev, um coronel russo reformado. O encontro teve ainda a presença do vice-ministro da Defesa russo, Yunus-Bek Yevkurov.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, discutiu na quinta-feira à noite a criação de "unidades voluntárias" com o ex-comandante do grupo paramilitar Wagner, Andrei Troshev, revelou esta sexta-feira o Kremlin.

O encontro teve ainda a presença do vice-ministro da Defesa russo, Yunus-Bek Yevkurov, que teve nas mãos o processo de desmantelamento da companhia de mercenários após a rebelião de junho.

SPUTNIK

Troshev, um coronel russo reformado, conhecido dentro do Wagner pelo pseudónimo "Sedoy" (cabelos grisalhos), deixou o grupo mercenário após o fracasso da revolta liderada pelo falecido Yevgeny Prigozhin.

De acordo com Rybar, um analista militar pró-Rússia, que escreve sobre a guerra na Ucrânia, Troshev tem desde então tentado recrutar membros do Wagner atualmente na Bielorrússia, África e Médio Oriente para grupos mercenários afiliados ao Ministério da Defesa russo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, confirmou hoje à agência oficial de notícias russa RIA Novosti que Troshev já está a trabalhar no Ministério da Defesa.

Na reunião de quinta-feira à noite, Putin revelou que o ex-comandante do Wagner "participará na formação de unidades voluntárias que poderão realizar diversas missões de combate, principalmente, claro, na zona da operação militar especial", ou seja, a guerra na Ucrânia.

Troshev está sob sanções europeias por ter estado "diretamente envolvido nas operações militares do grupo (...) na Síria", segundo um documento da União Europeia datado do final de 2021.

Rybar disse que já existe um grupo de antigos mercenários do Wagner que recentemente começou a regressar à frente de batalha junto à cidade ocupada ucraniana de Bakhmut, na região oriental de Donetsk.

O núcleo desta unidade, estimado em cerca de 500 combatentes, irá juntar-se ao grupo mercenário Redut e ao chamado Corpo de Voluntários do Ministério da Defesa russo, acrescentou o analista.

O resto dos mercenários estarão a negociar, através do novo líder do Wagner, Anton Yelizarov, uma eventual inclusão em destacamentos da Guarda Nacional Russa.

A Duma, a câmara baixa do parlamento da Rússia, irá estudar em breve um projeto de lei que permitiria à Guarda Nacional incluir "formações voluntárias".

O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu no final de agosto, na queda de um avião entre Moscovo e São Petersburgo, juntamente vários membros da sua segurança pessoal.

Com LUSA

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Forças de Kyiv avançam em Donetsk no regresso de mercenários Wagner

© Reuters

POR LUSA   27/09/23

As tropas ucranianas avançaram na frente oriental de Donetsk, para onde regressaram cerca de 500 ex-mercenários do desmantelado Grupo Wagner, enquanto na região sudeste de Zaporijia o Exército Russo constrói novas fortificações em redor da cidade estratégica de Tokmak.

"Recebi relatórios sobre a situação na frente, o fornecimento de equipamentos e munições e dados dos serviços de informação. Há progressos na área de Donetsk", afirmou hoje o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sem dar mais detalhes.

O porta-voz do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia, Ilya Yevlash, disse hoje que os militares tiveram "sucessos" perto das cidades libertadas de Klishchivka, Odradivka e Shumy, todas a sul da cidade ocupada de Bakhmut.

As tropas russas estão a tentar por todos os meios recuperar posições perdidas em torno de Klishchivka e da cidade vizinha de Andriivka (que também foi libertada pela Ucrânia), atacando e disparando constantemente contra estas duas aldeias, observou. Foi nesta zona da frente que, em maio passado, os mercenários russos do Grupo Wagner tomaram o controlo da cidade de Bakhmut, após uma batalha de dez meses.

Após a fracassada rebelião mercenária no final de junho passado, o grupo do falecido empresário Yevgeny Prigozhin foi desmantelado e os combatentes tiveram de se subordinar com contratos ao Ministério da Defesa russo ou permanecer no exílio na Bielorrússia.

Yevlash confirmou hoje ao jornal RBC-Ucrânia que "os membros do grupo Wagner estão no território do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia".

"São combatentes que estiveram na Bielorrússia. Agora os seus campos estão a ser desmantelados. Havia cerca de 8.000 deles naquele país e agora alguns foram para África e outros negociaram contratos com o Ministério da Defesa russo e regressam para aqui, para o leste da Ucrânia, para participar nas hostilidades, tanto como instrutores como enquanto militares", explicou.

Segundo o porta-voz, são cerca de 500 combatentes e "não representam uma ameaça significativa, uma vez que o seu líder, Prigozhin, já não está aqui", depois de morrer num acidente de avião ainda não esclarecido, em agosto, num acontecimento cuja responsabilidade muitos atribuem ao Kremlin.

O autor de um blogue militar pró-Kremlin, Rybar, afirmou na véspera que as primeiras unidades Wagner "começaram a retornar a Bakhmut para contra-atacar posições anteriormente perdidas".

O núcleo deste grupo teria sido afiliado às empresas mercenárias Redut e ao Corpo de Voluntários do Ministério da Defesa Russo. Os restantes dos mercenários Wagner estariam a negociar através do seu suposto novo líder, Anton Yelizárov (conhecido como Lotus), com a Guarda Nacional Russa sobre a inclusão de destacamentos sob a sua responsabilidade.

A Duma russa ou câmara baixa pretende estudar em breve um projeto de lei que permitiria à Guarda Nacional incluir "formações voluntárias".

Por sua vez, na frente sudeste de Zaporijia, onde a contraofensiva ucraniana teve o maior sucesso em seis meses, o presidente da câmara da cidade ocupada de Melitopol, Ivan Fyodorov, observou no Telegram que os russos "continuam a construir fortificações".

As tropas ucranianas tentam avançar em direção a Melitopol a partir da cidade libertada de Robotyne e também de Verbove, em cujo flanco ocidental poderão abrir uma passagem na segunda linha de defesa da Rússia.

Antes de chegar a Melitopol, têm de tomar a estratégica cidade de Tokmak, cerca de 30 quilómetros a sul, já que daí existem duas estradas: uma para aquela cidade ocupada pela Rússia e outra para Berdiansk, porto também controlado pelas tropas inimigas.

Noutro desenvolvimento da situação do conflito, dois cidadãos ucranianos foram hoje condenados na Crimeia a 15 e 17 anos de prisão, depois de terem sido considerados culpados de espionagem pelo Supremo Tribunal da península anexada pela Rússia.

"O Supremo Tribunal da República da Crimeia concluiu a audiência do julgamento em que os cidadãos ucranianos S. Kotov e N. Petrovsky foram considerados culpados de espionagem", afirmou a mais alta instância judicial da Crimeia num comunicado divulgado pela agência Interfax.

O julgamento foi realizado à porta fechada porque os elementos do caso constituíam segredo de Estado, explicou a assessoria de imprensa do Supremo Tribunal.



Leia Também: Ucrânia. Desminagem pode custar 37 mil milhões de dólares e durar décadas

sábado, 9 de setembro de 2023

Rússia quer "defender investimento" em África após morte de Prigozhin

© Lusa

 POR LUSA   09/09/23 

Vários analistas consideram que a morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, em 23 de agosto, retira à Rússia uma importante ferramenta da sua expansão em África, mas o Kremlin vai "defender o seu investimento".

O Kremlin vai querer "defender o seu investimento" e "continuar a honrar os contratos" assinados com a República Centro-Africana (RCA), Mali, Líbia, Sudão, e outros países africanos onde o Grupo Wagner se tinha instalado, prevê Alex Vines, diretor do Programa África da Chatham House -- Royal Institute of International Affairs, em Londres, em declarações à Lusa.

Em contrapartida, acrescenta, "não será fácil a expansão de operações do tipo-Wagner a novos países" no continente.

"Neste momento, não sei se o Grupo Wagner está em posição de procurar novos negócios. Penso que estão na posição de solidificar, consolidar, gerir uma transferência de poder e depois ver o que se segue", diz também Theodore Murphy, diretor para os Assuntos Africanos do Conselho Europeu de Relações Internacionais, um instituto de análise dedicado à política externa europeia em Bruxelas.

Julia Stanyard, analista sénior da Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional, em Genebra, prevê que será "muito difícil" a Putin encontrar uma liderança para o Grupo Wagner "à altura" de Prigozhin e da restante cúpula dirigente -- também morta no despenhamento do avião em que seguiam sete passageiros do grupo e três tripulantes no passado dia 23 de agosto -- mas não acredita na hipótese de uma "futura dissolução do grupo".

Não será fácil ao Kremlin encontrar ou mesmo reerguer uma entidade que ofereça o "bouquet" de serviços que o grupo liderado por Prigozhin proporcionava a Putin, sublinham os analistas abordados pela Lusa.

Não apenas porque esse "arranjo floral" era como que uma extensão da natureza do próprio líder da Wagner, como também porque, ao reconhecer publicamente em julho a ligação entre o Ministério russo da Defesa e o grupo, Putin deixou de poder usar, como até aqui, o argumento de que o Estado russo nada tem a ver com a atuação do Wagner, classificado por Londres esta semana como organização terrorista.

"O desafio para Moscovo é que os meios que utilizou para ganhar influência, através do GW, o destacamento de paramilitares, a desinformação, a interferência eleitoral, a troca de armas por recursos, são todos irregulares e muitas vezes ilegais", afirma Joseph Seagle, diretor de investigação do Africa Center for Strategic Studies, em Washington.

Se Prigozhin proporcionou à Rússia a "negação plausível" de que estava envolvida em "atividades irregulares", agora, ainda que Moscovo mantenha a intenção estratégica de retomar a sua influência em África, "vai ter de enfrentar desafios para o fazer, porque não tem a destreza nem os relacionamentos para fazer o que Prigozhin tem feito", afirma Seagle.

Por outro lado, Moscovo "vai enfrentar muito mais críticas por quaisquer abusos relacionados com as forças paramilitares ou com a interferência mais geral na política destes países africanos", sublinha ainda o analista.

As mortes dos líderes do grupo obrigam o Kremlin a um "trabalho de sensibilização muito ativo em torno da passagem de poder" dentro da estrutura, sublinha Theo Murphy.

"O grupo era um parceiro fundamental para muitos governos africanos, prestando uma série de serviços, alguns menos legais, outros mais abertos, e, de repente, o seu chefe desapareceu", diz Murphy. "Penso que isso deixa os parceiros africanos com algumas questões", acrescenta.

Vines recorda "uma bela citação de um alto funcionário da República Centro-Africana após o motim de Wagner": "Não interessa se é Wagner, Beethoven ou Mozart, desde que os russos continuem a apoiar".

"O que é interessante nesta discussão é que, se olharmos para os últimos meses, depois do motim, parece que [os russos] chegaram a acordo de que o Grupo Wagner continuará a operar como Wagner em África e na Síria", diz Stanyard.

A confirmar-se a previsão de Alex Vives, no entanto, Moscovo vai manter os atuais contratos em África, sem expandir-se a novas geografias, como o Níger ou o Burkina Faso.



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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Grupo Wagner será declarado organização terrorista no Reino Unido

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Notícias ao Minuto   05/09/23 

A ministra do Interior do Reino Unido, Suella Braverman, afirmou que o Grupo Wagner é "violento e destrutivo", além de "um instrumento militar da Rússia de Vladimir Putin".

O grupo de mercenários russo Wagner vai passar a ser considerado como uma organização terrorista no Reino Unido, anunciou, esta terça-feira, o governo britânico. Assim passará a ser ilegal ser membro ou apoiar o grupo, o que o coloca ao lado do Estado Islâmico e da Al-Qaeda.

Em comunicado, a ministra do Interior do Reino Unido, Suella Braverman, afirmou que o Grupo Wagner é "violento e destrutivo", além de "um instrumento militar da Rússia de Vladimir Putin", e que a sua atividade na Ucrânia e em África é "uma ameaça à segurança mundial". 

"As atividades desestabilizadoras do Grupo Wagner continuam a servir os objetivos políticos do Kremlin. São terroristas, pura e simplesmente - e esta ordem de proibição torna-o claro na legislação britânica", acrescentou, citada pela BBC. 

O futuro do Grupo Wagner  - empresa militar privada formada após a revolução ucraniana de 2014 e a anexação da Crimeia pela Rússia e que apoia os separatistas pró-russos - tem estado sob discussão após a morte dos fundadores Yevgeny Prigozhin e Dmitry Utkin, num acidente de aviação, ocorrido no mês passado. 

A morte de Prigozhin aconteceu dois meses após o líder do grupo de mercenários ter levado a cabo uma rebelião falhada contra o Kremlin, especificamente o Ministério da Defesa. Após a investida, que durou cerca de 24 horas e terminou com um acordo, Prigozhin passou a residir na Bielorrússia.

As autoridades russas até agora não avançaram quaisquer causas que expliquem a queda do jato privado Embraer Legacy que, segundo as autoridades de aviação civil russas, além de Prigozhin e Utkin, transportava outras oito pessoas.


sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Burkina Faso e Rússia discutem possível cooperação militar

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POR LUSA   01/09/23 

O Presidente de transição do Burkina Faso, Ibrahim Traoré, reuniu-se com o vice-ministro da Defesa russo, Yunus-Bek Evkurov, para discutir uma possível cooperação militar e económica, anunciou hoje a presidência burquinense.

Num comunicado divulgado na quinta-feira à noite pela imprensa local, Evkurov explicou que o encontro com Traoré na capital do país africano, Ouagadougou, foi uma continuação da conversa que tiveram durante a cimeira Rússia-África, realizada em julho passado na cidade russa de São Petersburgo.

"Também discutimos as conclusões dos intercâmbios entre os ministros da Defesa dos dois países na Rússia", acrescentou o vice-ministro, segundo meios locais que se referiram a declarações no final da audiência.

"São todas áreas que incluem a cooperação militar e técnica, mas também a cooperação no campo da economia, da energia nuclear e de todas as questões que podem gerar cooperação", acrescentou.

Da mesma forma, o chefe da delegação russa assegurou a Traoré "o apoio do seu país à transição e ao povo burquinense em todos os setores do desenvolvimento", segundo o comunicado.

Estes setores referem-se ao "campo militar, formação de cadetes e oficiais burquinenses a todos os níveis, incluindo pilotos na Rússia".

A visita sugere que a Rússia está a tentar reforçar os seus laços com o Burkina Faso para aumentar a sua influência em África, após a recente morte do chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que através dessa empresa de mercenários construiu uma rede de interesses em vários países africanos.

Traoré negou, em maio passado, que o Wagner estivesse a colaborar com o Exército burquinense na luta contra o 'jihadismo' que ameaça o país desde 2015 e que se agravou nos últimos anos.

Uma junta militar, encabeçada por Ibrahim Traoré, protagonizou um golpe de Estado contra o líder Paul-Henri Sandaogo Damiba, e lidera agora o país.

A junta tem adotado uma postura de aproximação à Rússia e muito crítica da França, acusando a antiga potência colonial de apoiar de forma interesseira e insuficiente a luta contra o terrorismo, que tem aumentado com a instabilidade política dos últimos anos neste país africano do Sahel.


VOLODYMYR ZELENSKY: "Não haverá paz sustentável" sem devolução dos territórios à Ucrânia

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Notícias ao Minuto   01/09/23 

O presidente da Ucrânia defendeu que "haveria uma situação de caos permanente e insustentável" e lembrou o caso da península da Crimeia, que "atraiu turistas e negócios" e é "agora um território ocupado e militarizado".

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerou, esta sexta-feira, que "não haverá paz sustentável" se os territórios anexados pela Rússia não forem devolvidos. Num discurso, por videoconferência, no Fórum Ambrosetti, que decorre em Cernobbio, Itália, o chefe de Estado ucraniano alertou que "haveria uma situação de caos permanente".

"Não haverá paz sustentável na Ucrânia e, portanto, nem mesmo na Europa", referiu Zelensky, citado pela estação italiana RAI 1. "Vejam o que aconteceu na Crimeia. A ocupação trouxe civilização, turismo, negócios? Nada disso".

O presidente ucraniano lembrou ainda que "a Ucrânia e todos os países que se referem ao direito internacional não reconhecem que a Crimeia pertence à Federação Russa, nem mesmo as empresas o reconhecem".

"Haveria uma situação de caos permanente e insustentável", alertou, acrescentando, contudo, que "é o que a Rússia quer". "Uma península que atraiu turistas e negócios é agora um território ocupado e militarizado e não pode crescer", lamentou.

Neste sentido, Zelensky voltou a defender que existem dois caminhos para a paz: diplomático e militar. "As tropas russas deveriam deixar a península sem pressão, para salvaguardar vidas: tal como cuidados do nosso povo, Putin deveria pensar no seu", atirou.

Zelensky considerou que o presidente russo, Vladimir Putin, é "incapaz de respeitar as suas promessas e as suas palavras" e, por isso, "é impossível negociar" e a morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, mostra que "não se pode confiar" em Putin. 

"Não estamos preocupados que um terrorista tenha sido morto, mas este ano significa que não podemos confiar em Putin e nas suas palavras", explicou.

"Se é verdade que Putin matou Prigozhin, ele está a revelar-nos ainda mais a sua fraqueza. Mesmo sendo um terrorista, ele fez o que Putin lhe disse para fazer", acrescentou, lembrando a rebelião falhada de Prigozhin contra o Kremlin, nomeadamente o Ministério da Defesa. 

"Putin tentou marchar sobre Moscovo, o que significa que Putin foi incapaz de defender o seu estado. Isso é fraqueza. A marcha de Prigozhin em direção a Moscovo significa que nem todas as forças estavam sob o comando de Putin", considerou. 

Após o fim da rebelião, que durou cerca de 24 horas, Prigozhin e Putin chegaram a um acordo, mediado pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko. No entanto, para Zelensky, Putin "primeiro fez promessas e depois matou-o". "Isto mostra quão fracas são as suas palavras", atirou.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que quase dez mil civis morreram e mais de 16 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.



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quinta-feira, 31 de agosto de 2023

"Para quem gosta de especular, estou bem". O último vídeo de Prigozhin

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Notícias ao Minuto   31/08/23 

De acordo com o site de jornalismo de investigação Bellingcat, o mercenário aparentava estar vestido com a mesma roupa com que surgiu num vídeo publicado a 21 de agosto.

Cerca de uma semana depois da morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, na sequência da queda do jato privado onde seguia com outros nove tripulantes, perto de Moscovo, na Rússia, eis que surgem aquelas que poderão ser as últimas imagens do mercenário.

No vídeo, divulgado pelo canal Grey Zone, associado ao Grupo Wagner, Prigozhin dirigiu-se àqueles que "gostam de especular", tendo assegurando que estava "tudo bem".

"Para todos os que estão a discutir se estou vivo ou não e como estou. É o fim de semana da segunda quinzena de agosto de 2023. Estou em África. Por isso, para quem gosta de especular sobre o meu assassinato, a minha vida privada, o meu trabalho, ou qualquer outra coisa: está tudo bem", garantiu.

De acordo com o site de jornalismo de investigação Bellingcat, o mercenário aparentava estar vestido com a mesma roupa com que surgiu num vídeo publicado a 21 de agosto, o primeiro desde a rebelião falhada contra a Rússia, em junho.

Sublinhe-se que a morte repentina do oligarca russo que liderava aquele grupo de mercenários desencadeou uma enorme onda de especulação, embora o Kremlin tenha garantido que não teve nada que ver com a queda do avião, que ocorreu a 23 de agosto.

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou publicamente as suas condolências, tendo, contudo, ressalvado que o seu antigo aliado cometera "grandes erros na vida", numa referência velada à revolta protagonizada pelo líder do Grupo Wagner.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.511 civis desde o início da guerra e 26.717 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.


terça-feira, 29 de agosto de 2023

Mercenários russos assistem ao funeral do vice de Prigozhin

© OLGA MALTSEVA/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto   29/08/23 

A família de Valery Chekalov, chefe da logística do Grupo Wagner, juntou-se a dezenas de pessoas, incluindo mercenários, no cemitério de Severnoye, em São Petersburgo.

Um grupo de mercenários russos reuniram-se na tarde desta terça-feira para o funeral de um dos colegas de Prigozhin, morto no acidente de avião da semana passada.

A família de Valery Chekalov, chefe da logística do Grupo Wagner, juntou-se a dezenas de pessoas, incluindo mercenários, no cemitério de Severnoye, em São Petersburgo.

Segundo a Sky News, um padre ortodoxo conduziu a cerimónia. 

Ainda segundo o mesmo meio de comunicação, jornalistas da Reuters foram instados a parar de filmar.

Os meios de comunicação russos indicam que o funeral de Yevgeny Prigozhin poderá acontecer ainda esta terça-feira na sua cidade natal, São Petersburgo. 

O jornal Fontanka revelam que o homem de 62 anos provavelmente será sepultado no Cemitério Serafimovskoe – onde forças policias foram vistas esta manhã.

Fortes cordões policiais cercaram o cemitério, onde os pais de Putin também estão sepultados.



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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

"Avião desmoronar-se-á no ar". Vídeo antigo de Prigozhin dá azo a teorias... O líder do Grupo Wagner afirmou, em abril, que a Rússia "está à beira do desastre" e que se as "engrenagens não forem ajustadas, então o avião desmoronar-se-á no ar".

© Wagner Account/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto   28/08/23 

Um vídeo antigo de uma entrevista ao líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, deu origem a novas teorias acerca da sua morte, uma vez que pode ouvir-se o empresário russo a dizer que preferia ser morto a mentir ao país e a falar sobre um avião que se "desmorona" no ar.

Em causa está o excerto de uma entrevista publicada a 29 de abril, com o blogger militar russo Semyon Pegov, na qual Prigozhin afirmava que a Rússia estava à beira do abismo porque a Defesa estava a expulsar aqueles que dizem a verdade e se recusam a dar graxa. 

"Hoje, chegámos ao ponto de ebulição", disse o russo, no vídeo que foi publicado na plataforma Telegram do Grupo Wagner. "Porque é que estou a falar tão honestamente? Porque tenho o direito, perante as pessoas que vão continuar a viver neste país. Eles agora estão a ser esmagados."

"É melhor matarem-me, mas não vou mentir. Tenho de dizer honestamente que a Rússia está à beira do desastre. E se estas engrenagens não forem ajustadas hoje, então o avião desmoronar-se-á no ar", acrescentou.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o vídeo divulgado pelo Grupo Wagner conta já com centenas de respostas. "Ele sabia", afirmou um utilizador.

Há também utilizadores que acreditam que Prigozhin está vivo e "rapidamente saltará de uma caixa de rapé e fará os demónios cagarem-se" ou então está com Sergei Surovikin, o antigo chefe das Forças Aeroespaciais que desapareceu após a rebelião falhada do Grupo Wagner, na Jamaica a "beber uma 'piña colada' e a fumar um charro".

Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, estaria na lista de passageiros de um avião do Grupo Wagner que caiu na quarta-feira, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, e levou à morte de todas as 10 pessoas a bordo.

As autoridades russas até agora não avançaram quaisquer causas que expliquem a queda do jato privado Embraer Legacy que, segundo as autoridades de aviação civil russas, além de Prigozhin, transportava outros responsáveis do Grupo Wagner, incluindo o fundador Dmitri Utkin.

Após dias de especulação, o Comité de Investigação Russo revelou, no domingo, que a morte de Prigozhin foi confirmada por exames genéticos.


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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

RÚSSIA: A longa lista de desaparecimentos misteriosos de opositores do Kremlin

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POR LUSA   25/08/23 

A presumível morte do líder do grupo Wagner numa queda de avião, esta semana, junta-se a uma longa lista de desaparecimentos misteriosos de críticos e opositores do Kremlin.

Os casos - que envolvem políticos opositores, espiões traidores e jornalistas de investigação - variam desde os ataques exóticos - envenenamento ao beber chá misturado com polónio ou ao contacto com um agente nervoso mortal - até aos mais mundanos, como ser atingido por um tiro à queima-roupa ou uma queda fatal por uma janela aberta.

Contudo, até agora, não havia qualquer caso de uma morte na queda de um avião, como aquela que terá vitimado o líder do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, numa queda de um avião particular que se despenhou numa viagem entre Moscovo e São Petersburgo.

As tentativas de assassínio de inimigos do Presidente Vladimir Putin têm sido comuns durante o seu quase quarto de século no poder.

As pessoas próximas das vítimas e os poucos sobreviventes culparam as autoridades russas, mas o Kremlin negou sistematicamente qualquer envolvimento.

Também houve relatos de proeminentes empresários russos que morreram em circunstâncias misteriosas, incluindo quedas de janelas, embora às vezes seja difícil determinar se foram assassínios ou suicídios.

Entre os ataques a opositores políticos destaca-se, em agosto de 2020, aquele que visou Alexei Navalny, que adoeceu durante um voo da Sibéria para Moscovo.

O avião pousou na cidade de Omsk, onde Navalny ficou hospitalizado em coma, tendo sido depois transportado para Berlim, dois dias, depois, para conseguir a sua recuperação.

Os seus apoiantes asseguram que o opositor do Kremlin foi envenenado, mas as autoridades russas negaram.

Laboratórios na Alemanha, França e Suécia confirmaram que Navalny foi envenenado por um agente nervoso da era soviética conhecido como Novichok.

Navalny regressou à Rússia e foi condenado este mês por extremismo e sentenciado a 19 anos de prisão, a sua terceira condenação prisional em dois anos por acusações que diz terem motivação política.

Em 2018, Pyotr Verzilov, fundador do grupo musical Pussy Riot, adoeceu gravemente e também foi levado de avião para Berlim, onde os médicos disseram que o envenenamento era "altamente plausível".

Verzilov acabou por recuperar, mas no início daquele ano tinha embaraçado o Kremlin ao correr num relvado durante a final do Campeonato do Mundo de futebol em Moscovo para protestar contra a brutalidade policial.

O assassínio de maior destaque de um opositor político nos últimos tempos foi o de Boris Nemtsov, que fora vice-primeiro-ministro de Boris Ieltsin e que se tornou um duro crítico de Putin.

Numa noite fria de fevereiro de 2015, Nemtsov foi morto a tiro numa ponte adjacente ao Kremlin enquanto caminhava com a namorada.

Cinco homens da região russa da Chechénia foram condenados, e o atirador foi condenado a 20 anos de prisão, mas os apoiantes de Nemtsov garantem que o seu envolvimento foi uma tentativa de tirar a culpa ao Kremlin.

Em 2006, o desertor russo Alexander Litvinenko - antigo agente do KGB e da agência sucessora na era pós-soviética, o FSB - sentiu-se gravemente doente em Londres depois de beber chá misturado com polónio-210 radioativo, vindo a morrer três semanas mais tarde.

Litvinenko estava a investigar a morte a tiro da jornalista russa Anna Politkovskaya, bem como as alegadas ligações dos serviços de informações russos com o crime organizado.

Antes de morrer, Litvinenko disse aos jornalistas que o FSB ainda operava um laboratório de venenos que datava da era soviética.

Um inquérito britânico concluiu que agentes russos mataram Litvinenko, provavelmente com a aprovação de Putin, mas o Kremlin negou qualquer envolvimento.

Anna Politkovskaya, jornalista do jornal Novaya Gazeta cuja morte Litvinenko estava a investigar, foi baleada e morta no elevador do seu prédio em Moscovo, em 07 de outubro de 2006 - aniversário de Putin.

A repórter conseguiu reconhecimento internacional pelas suas reportagens sobre violações dos direitos humanos na Chechénia.

O assassino, oriundo da Chechénia, foi condenado pela morte e sentenciado a 20 anos de prisão e quatro outros chechenos receberam penas de prisão mais curtas pelo seu envolvimento no assassinato.

Yuri Shchekochikhin, outro repórter da Novaya Gazeta, morreu de uma doença súbita e violenta em 2003.

Shchekochikhin estava a investigar negócios corruptos e o papel dos serviços de segurança russos nos atentados à bomba em prédios de apartamentos em 1999, atribuídos a insurgentes chechenos.

Os seus colegas insistiram que foi envenenado e acusaram as autoridades de dificultar deliberadamente a investigação.


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Wagner já estava a sair da Bielorrússia "antes" da morte de Prigozhin

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POR LUSA   25/08/23 

As autoridades ucranianas admitiram hoje que o número de mercenários do Grupo Wagner destacados na Bielorrússia tem diminuído gradualmente, num movimento iniciado antes da alegada morte do seu líder, Yevgeny Prigozhin, na quarta-feira.

O Serviço de Fronteiras da Ucrânia, que tem controlado a presença do Grupo Wagner na Bielorrússia desde a rebelião de Prigozhin em junho, disse que a situação na fronteira com o país vizinho estava estável.

"Não identificámos quaisquer ações invulgares que possam ter ocorrido do outro lado da fronteira", afirmou o porta-voz do Serviço de Fronteiras, Andri Demechenko, à televisão ucraniana.

Demechenko disse que a diminuição do número de efetivos do Grupo Wagner na Bielorrússia estava a ocorrer "mesmo antes dos acontecimentos de 23 de agosto", referindo-se à data da presumível morte de Prigozhin.

"Não de forma significativa, mas gradualmente o número de mercenários de Wagner na Bielorrússia tem vindo a diminuir. Agora, é claro que desde o dia 23 o seu número tem vindo a diminuir", afirmou.

O porta-voz acrescentou que a maioria dos mercenários foi para a Rússia "de férias" e não regressou, segundo as agências espanholas EFE e Europa Press.

Cerca de quatro mil mercenários do Grupo Wagner foram transferidos para a Bielorrússia no âmbito de um acordo entre o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e as autoridades russas após a breve rebelião de há dois meses.

A presença dos efetivos do grupo paramilitar russo na Bielorrússia motivou alertas na Polónia, que anunciou o reforço de segurança nas fronteiras com o país vizinho, por receio de provocações.

Além da Rússia e da Ucrânia, a Bielorrússia tem fronteiras com a Polónia, a Lituânia e a Letónia, três países membros da NATO e da União Europeia (UE).

As autoridades russas disseram que Prigozhin e outros dirigentes do Grupo Wagner faziam parte da lista de passageiros de um avião particular que se despenhou na quarta-feira a noroeste de Moscovo, provocando a morte das 10 pessoas a bordo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, enviou na quinta-feira uma mensagem de condolências à família de Prigozhin, em que afirmou que o antigo aliado era "um homem talentoso que cometeu alguns erros".

Criado em 2014 e com presença em países africanos e no Médio Oriente, o Grupo Wagner destacou-se na guerra russa contra a Ucrânia, protagonizando algumas das batalhas mais sangrentas desde a invasão de 24 de fevereiro de 2022.

Prigozhin, 62 anos, antigo cozinheiro e aliado de Putin, revoltou-se no final de junho contra o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, e as chefias militares, que acusou de não lhe fornecerem armas suficientes e de atacarem os efetivos do Grupo Wagner.

Durante a breve rebelião, Prigozhin ocupou o comando militar russo na cidade de Rostov-on-Don, sudoeste da Rússia, e mandou avançar uma coluna de mercenários para Moscovo.

A coluna voltou para trás quando estava a 200 quilómetros da capital russa após um acordo alegadamente mediado pela Bielorrússia.

Pelo caminho, os mercenários envolveram-se em confrontos com as forças de segurança, abatendo meia dúzia de helicópteros, de que resultou a morte de cerca de duas dezenas de elementos das forças de Moscovo.


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