Iniciado há dois meses, o novo ano lectivo tem sido laborioso na Guiné-Bissau. LEON NEAL / AFP
Texto por: Liliana Henriques
Desde esta Terça-feira e durante três dias, a função pública está novamente em greve pela quinta semana consecutiva, esta greve tendo especial incidência no sector do ensino. Ontem, em conferência de imprensa, o Ministro guineense da Educação, Dautarim da Costa negou qualquer dívida com os professores em greve. Bunghôma Duarte Sanhá, Presidente e porta-voz da Comissão Negocial dos professores, afirma quanto a si que o Ministro da Educação faltou à verdade.
"Neste momento não há dívida corrente de salários com os professores" declarou o governante, reconhecendo todavia que os salários do mês de Janeiro ainda permanecem em falta mas que esta situação deveria ficar resolvida esta semana. Perante a imprensa, Dautarim da Costa sublinhou igualmente que conseguiu implementar o estatuto de carreira docente e que 81% das escolas públicas a nível nacional estão a funcionar, embora admita que em Bissau apenas 12 escolas públicas estão actualmente abertas, as restantes escolas da capital mantendo-se encerradas "não por falta de professores, mas por falta de alunos" que, segundo o ministro, não comparecem às aulas.
Este não é contudo o panorama descrito por Bunghôma Duarte Sanhá, Presidente e porta-voz da Comissão Negocial dos professores. De acordo com o sindicalista, há professores que não recebem os seus ordenados há seis meses, não foi implementado o estatuto de carreira docente na íntegra e contrariamente ao que afirma o Ministro da Educação, o grau de adesão do sector do ensino à greve da função pública ronda os 90%.
Ao referir que no caso de ser desconvocada a greve da função pública e a situação dos professores não ter evoluído, os sindicatos do sector do ensino poderão convocar uma greve de 60 dias, Bunghôma Duarte Sanhá sublinha também que para além da questão dos salários e dos estatutos dos professores, são também necessárias melhorias nas suas condições de trabalho.
RFI
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