Por Ireneu Vaz
Algumas manifestações partidárias são mais parecidas com religiões do que com organizações de pessoas, que procuram um espaço de reflexão para fazer avançar um país com acções e ideias progressistas. Assim vejo o PAIGC.
Um partido que consegue mobilizar pessoas de todas as idades, géneros, culturas e etnias, mas no final os seus governos fazem o mesmo de sempre: põem o país a beira do abismo ou mesmo lá dentro. Depois reclama disto e daquilo e destes e daqueles. Culpa a oposição, a comunidade regional, a internacional, o cidadão que o crítica, ataca os que não se revêm na sua ideologia (se é que tem alguma?) para no final fazer-se de vítima...de si mesmo. Pois tanto quanto se sabe, o PR, os 15 e companhia, também são todos deste mesmo partido PAIGC (expulsos ou impulsos...de lá também vieram).
...E lá vão novamente confiantes e jubilosos para mais um congresso (...Gabu, Cacheu, Bissau), feito fiéis devotos, rumo a perignação.
É desta que vai ser!
Se for para bater palmas e ovacionar a uns e aos outros, vamos ver futebol ou a um festival de músicas. Se for para fazer política, vamos no minimo procurar não fazer as pessoas pensarem que são ridículas.
Um partido que passa mais tempo a falar do passado do que a resolver problemas do presente; mais preocupado com eleições do que estar preparado para bem governar. Assim é que vamos para o desenvolvimento?
Um partido em que as traições e vinganças sempre foram mais fortes do que o espírito de iniciativa para o desenvolvimento e para a paz, alguma vez saberá conduzir o povo para unidade nacional? Unidade em quê e para quê?
Um partido que vive da ficção de governar sempre no "governo de unidade nacional", com um parlamento sem oposição (porque os opositores são convidados a fazerem parte do governo!), alguma vez saberá o que é enfrentar a crítica e conviver com a oposição e a necessidade de ser criticado quando não faz bem o seu trabalho ou precisar de prestar contas ?
Um partido onde todos são camaradas mas cada um segue o seu instinto pelo poder, basta para tal, que lhe propõem um cargo pela presidência da república. São estes camaradas que alguma vez saberão construir um Estado apartidário e isento de qualquer promiscuidade com estes ou aqueles senhores de circuntancia?
Um partido que depois de mais de quarenta anos de presença (quase) contínua no poder, contribuiu mais para o retrocesso e subdesenvolvimento do país, do que para o seu contrário.
É este partido que agora vai ser novamente a Luz e Guia do povo, limpo dos seus pecados inconfessos ...?
Enquanto vamos pensando nisto...vamos todos bater palmas e saudar os novos que são os mesmos de sempre.
Haja Congresso ! Haja Palmas !
Gaio Martins Batista Gomes
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