quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

O mais recente ataque maciço russo ao sistema elétrico ucraniano deixou centenas de milhares de habitantes de várias cidades sem acesso fiável à eletricidade e ao aquecimento em pleno inverno.

© Lusa   26/12/2024 

 Centenas de milhares de ucranianos sem eletricidade e aquecimento

O mais recente ataque maciço russo ao sistema elétrico ucraniano deixou centenas de milhares de habitantes de várias cidades sem acesso fiável à eletricidade e ao aquecimento em pleno inverno.

"O sistema elétrico ucraniano continua a recuperar, após 13 ataques russos maciços desde o início deste ano, e ainda há um défice significativo de capacidade", informou hoje o operador da rede elétrica do país, Ukrenergo. 

Para equilibrar o consumo e o fornecimento de eletricidade, vigoram cortes programados de energia em grande parte da Ucrânia enquanto trabalhadores do setor "estão a fazer tudo o que é possível" para restaurar ou substituir o equipamento danificado pelos últimos ataques russos.

Apesar da maioria dos cerca de 80 mísseis e 106 'drones' terem sido abatidos, algumas instalações sofreram danos significativos, especialmente porque a Rússia atacou algumas regiões menos protegidas pelas defesas aéreas.

As centrais térmicas produtoras de eletricidade e calor foram os principais alvos do ataque russo de Natal, que deixou, só em Kharkiv, 520 mil casas sem aquecimento central, assim como centenas de edifícios residenciais em Ivano-Frankivsk, Zelenodolsk e Dnipro. Neste último caso, de acordo com as autoridades locais, mais de 100 pacientes do hospital local tiveram de ser retirados.

Devido aos constantes bombardeamentos, os residentes de Kherson estão também a ter problemas de acesso ao aquecimento, denunciou hoje o vice-primeiro-ministro ucraniano, Oleksy Kuleba.

Pelo menos 400 mil apartamentos recuperaram o acesso ao aquecimento em Kharkiv, tal como metade das casas afetadas em Dnipro, informou posteriormente Kuleba.

"Neste momento, estamos a reconstruir as nossas infraestruturas energéticas mais rapidamente do que os russos conseguem destruí-las",garantiu o diretor do Centro de Investigação da Indústria Energética, Oleksandr Jarchenko, à televisão ucraniana.

Porém, os cortes de eletricidade podem prolongar-se por mais de seis dias, dependendo das condições meteorológicas das próximas semanas, alertou o especialista. Até à data, o inverno tem sido relativamente ameno na Ucrânia, com temperaturas que raramente descem abaixo de zero em grande parte do país.

Os peritos alertaram já para o facto de novos ataques russos poderem agravar a situação.

O principal perigo vem dos ataques russos às infraestruturas que distribuem a eletricidade produzida pelas centrais nucleares, segundo Volodimir Omelchenko, do Centro Razumkov, em Kiev, citado pela agência noticiosa EFE.

Os ataques deliberados da Rússia a subestações chave correm o risco de danificar os reatores nucleares, exigindo procedimentos de emergência.

Assim, milhões de ucranianos podem ficar sem eletricidade em pleno inverno e em perigo de um acidente radioativo, alertou ainda o especialista, apelando a uma maior pressão internacional contra a Rússia e a sua indústria nuclear.


Finlândia admite envolvimento russo em avaria de cabo elétrico submarino

© Getty Images   Lusa  26/12/2024

A polícia finlandesa declarou hoje suspeitar que o petroleiro Eagle S, proveniente da Rússia e suspeito de integrar "a frota-fantasma" russa, esteja envolvido na avaria de um cabo elétrico submarino entre a Finlândia e a Estónia.

Com pavilhão das Ilhas Cook, o navio transportava "gasolina sem chumbo carregada num porto russo", declarou Sami Rakshit, diretor-geral das alfândegas finlandesas, em conferência de imprensa.

A polícia abriu um inquérito por "sabotagem agravada", acrescentou Robin Lardot, do Serviço Nacional de Investigação, sobre o incidente que ocorre pouco mais de um mês após a rutura de dois cabos de telecomunicações em águas territoriais suecas no Mar Báltico.

Ainda na mesma conferência de imprensa, Robin Lardot informou que a polícia finlandesa já tinha abordado o petroleiro Eagle S.

"Já abordámos o navio, falámos com a tripulação e recolhemos provas", declarou Lardot.

O navio encontra-se atualmente ao largo da costa de Porkkala, a cerca de 30 quilómetros de Helsínquia, após a intervenção de um barco-patrulha finlandês.

No dia de Natal, a ligação de corrente contínua EstLink 2 entre a Finlândia e a Estónia foi desligada da rede, anunciou na ocasião o operador finlandês Fingrid, que não afastou a possibilidade de sabotagem e que garantiu na altura que o fornecimento de eletricidade não foi afetado.

O Presidente finlandês, Alexander Stubb, defendeu hoje na rede social X (antigo Twitter) a necessidade de "eliminar" os "riscos causados" pelos navios da chamada "frota-fantasma" russa.

"Acompanhámos a situação de perto desde ontem [quarta-feira]" com o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, acrescentou o chefe de Estado.

Também o Governo da Estónia anunciou a realização ainda hoje de uma reunião extraordinária.

De acordo com a primeira-ministra do país, Kristen Michal, e "apesar das férias", muitos estão a trabalhar para identificar e avaliar os contornos do incidente.

O cabo Estlink-2 foi desligado pouco depois do meio-dia de quarta-feira.

Nos incidentes ocorridos no mês passado no Mar Báltico, as suspeitas recaíram sobre um navio de pavilhão chinês, o Yi Peng 3, que se encontrava na zona na altura da rutura dos dois cabos de telecomunicações.

Segundo o Ocidente, a chamada "frota-fantasma" russa são navios que transportam petróleo russo e contornam as sanções impostas a Moscovo na sequência da guerra contra a Ucrânia.


Leia Também: Oavião da Azerbaijan Airlines que se despenhou no Cazaquistão, na quarta-feira, foi abatido por um sistema de defesa aérea russo, avançou a Reuters, citando quatro fontes no Azerbaijão com conhecimento da investigação. Entretanto, segundo a agência Lusa, duas fontes governamentais do Azerbaijão, sob condição de anonimato, também disseram que a aeronave foi atingida por um míssil antiaéreo russo.  


Leia Também: Um autocarro com cerca de 60 pessoas despistou-se na região de Hadsel, na costa norte da Noruega, esta quinta-feira, acabando por cair no lago Asvatnet, onde ficou parcialmente submerso. Há pelo menos três mortos e quatro feridos.

Rússia detém quatro suspeitos de conspirar contra altos funcionários... O Serviço de Segurança Federal da Rússia adiantou que os quatro detidos são cidadãos russos.

© Shutterstock    Notícias ao Minuto    26/12/2024

Quatro pessoas de nacionalidade russa foram detidas, esta quinta-feira, por serem suspeitos de planear a morte de altos oficiais russos, em Moscovo, segundo o Serviço de Segurança Federal da Rússia (FSB). 

De acordo com a agência estatal Tass, que cita o FSB, foram detidas quatro pessoas dos serviços especiais ucranianos que estariam a atentar contra a vida de altos funcionários russos.

"O Serviço de Segurança Federal da Rússia travou uma série de tentativas de assassinato sobre a vida de altos militares do ministério da Defesa, planeadas por agentes dos serviços especiais ucranianos", cita a agência estatal. 

O FSB adianta ainda que os quatro detidos são "cidadãos russos" e que as bombas que eram destinadas aos altos funcionários "foram disfarçadas como uma 'power bank' e uma pasta de documentos".

No comunicado, os serviços de segurança dizem ainda que "um cidadão russo residente na Ucrânia" chegou a Moscovo em novembro e que estava sob disfarce de um refugiado. 

"Enquanto estava na região de Moscovo, ele recuperou um dispositivo explosivo improvisado e um sistema de vigilância por vídeo de um esconderijo", acrescentando que o dispositivo explosivo era um carregador portátil, também conhecido power bank e que seria "plantado no carro de serviço de um alto funcionário da defesa russa".

Os serviços de segurança revelaram ainda que a bomba era controlada "remotamente do território ucraniano" e que os planos para o ataque estariam também a ser "coordenados pela esposa do agente" que vive em Mirgorod, Poltava, na Ucrânia.

Os russos identificaram ainda um outro residente em Moscovo, que terá sido também recrutado pelos serviços ucranianos, que estava a "recolher dados de inteligência" sobre os militares do ministério: "Ele enviou fotos e vídeos para os seus supervisores para planear ataques".

De acordo com o comunicado, os FSB apreenderam materiais explosivos dos quatro suspeitos e estão agora a decorrer "investigações criminais", com os detidos a poderem ser acusados "de tráfico e dispositivos explosivos", pela "conspiração de atos terroristas" e ainda "por alta traição". 

De recordar que, a 17 de dezembro, um general russo, Igor Kirillov, foi morto após uma bomba ter sido plantada numa mota estacionada junto do seu prédio, onde também morreu o seu assistente. A Ucrânia reivindicou o ataque.


Leia Também: A Rússia acusou hoje os "serviços secretos ucranianos" de estarem por detrás de cerca de 50 ataques incendiários e ataques com explosivos que atingiram edifícios administrativos na Rússia em dezembro.

Moçambique: Pelo menos 252 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, metade das quais apenas desde o anúncio dos resultados finais, na segunda-feira, segundo novo balanço feito hoje pela plataforma eleitoral Decide.

© Lusa  26/12/2024 

 Pelo menos 252 mortos em manifestações em Moçambique desde 2.ª-feira

Pelo menos 252 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, metade das quais apenas desde o anúncio dos resultados finais, na segunda-feira, segundo novo balanço feito hoje pela plataforma eleitoral Decide.

De acordo com o mais recente balanço daquela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, com dados até às 09:00 (menos duas horas em Lisboa) de hoje, só desde 23 de dezembro já morreram nestas manifestações 125 pessoas, das quais 34 na província de Maputo e 18 na cidade capital, sul do país.

Há ainda registo de 26 mortos na província de Nampula (norte) e 33 em Sofala em menos de três dias.

Ainda desde segunda-feira, aquela ONG contabilizou 224 pessoas baleadas, das quais 59 na cidade de Maputo e 37 na província de Maputo, bem como 43 em Nampula e 65 em Sofala.

Desde 21 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide contabiliza 569 pessoas baleadas em todo o país, além de 252 mortos e seis desaparecidos.

Somam-se ainda 4.175 detidos desde o início da contestação pós-eleitoral, 137 dos quais desde segunda-feira.

Moçambique vive hoje o quarto dia de tensão social na sequência do anúncio dos resultados finais das eleições gerais, marcados nos anteriores por saques, vandalizações e barricadas, nomeadamente em Maputo.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou na tarde de segunda-feira Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Este anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos - nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

Pelo menos 1.534 reclusos evadiram-se na tarde de quarta-feira da Cadeia Central de Maputo, de máxima segurança, disse o comandante-geral da polícia, afirmando tratar-se de uma ação "premeditada" e da responsabilidade de manifestantes pós-eleitorais em que morreram 33 pessoas.

"Esperamos nas próximas 48 horas uma subida vertiginosa de todo o tipo de criminalidade na cidade de Maputo", afirmou Bernardino Rafael, em conferência de imprensa na noite de quarta-feira, garantindo que entre os reclusos em fuga, dos quais apenas 150 foram recapturados, estão 29 terroristas, alguns "altamente perigosos".

Segundo o comandante-geral da polícia, a evasão da Cadeia Central de Maputo, na cidade da Matola, a 14 quilómetros do centro da capital moçambicana e que contava com cerca de 2.500 condenados e detidos, resultou da "agitação" de um "grupo de manifestantes subversivos" nas imediações.

Contudo, antes desta conferência de imprensa, a ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida, tinha garantido que esta fuga resultou de um motim no estabelecimento prisional e que não estava relacionada com os protestos pós-eleitorais.

Numa intervenção a partir da rede social Facebook, Venâncio Mondlane acusou hoje as autoridades de terem propositadamente deixado sair estes reclusos, com o objetivo de manipular as massas e desviar o foco da sociedade.

"Foi tudo propositado. São técnicas de manipulação de massas à moda dos serviços secretos soviéticos (...) para que as pessoas parem de falar na fraude eleitoral. Querem desviar o nosso foco", declarou Mondlane, acusando também as autoridades de terem "sacrificado" alguns dos reclusos evadidos.

Mondlane afirmou que as manifestações não vão parar, pedindo aos seus apoiantes que "intensifiquem" os protestos, evitando, no entanto, a destruição de bens públicos e privados: "O nosso foco não são os empresários e os seus estabelecimentos comerciais. O nosso foco são as instituições que fizeram esta fraude. É lá onde as manifestações devem ocorrer".


Balanço da Festividade de Natal: 106 casos, entre quais, 11 agressões, 11 acidentes de viação. Dados avançados por Augusto Gomes, enfermeiro responsável pela Urgência do Hospital Nacional Simões Mendes .



 Radio Voz Do Povo

MF | CONTROLO AO ABSENTISMO

⏰| Depois da dispensa de serviço (24) e do feriado natalino (25) , o Ministro das Finanças Dr Ilídio Vieira Té, visitou cedo (8h30), os serviços do Ministério para cumprimentar os funcionários, assim como verificar no local a presença dos mesmos. 

www.mef.gw

 Ministério das Finanças  26/12/2024

NATAL aonte kila fica dja na memoria de todo crianças Bissau


 Wagner Silva 

EUA: Biden apela à "dignidade" em mensagem de Natal e Trump faz provocações

© Alex Wong/Getty Images   Por Lusa  25/12/2024 

O Presidente cessante norte-americano, Joe Biden, apelou hoje, na sua última mensagem de Natal no cargo, "à decência e dignidade", enquanto o sucessor eleito, Donald Trump, repetiu comentários provocatórios em relação a vários países.

No seu "último" Natal "como Presidente", Biden desejou que o país continue "a procurar a luz da liberdade e do amor, da bondade e da compaixão, da dignidade e da decência", contrastando com a mensagem natalícia de Donald Trump.

Na sua rede Truth Social, Trump repetiu acusações de interferência chinesa no Canal do Panamá, infraestrutura estratégica que ameaçou no sábado repor sob controlo norte-americano.

"Feliz Natal a todos, incluindo aos maravilhosos soldados chineses que, carinhosamente, mas ilegalmente, operam o Canal do Panamá", escreveu.

Trump afirmou no sábado que os navios norte-americanos deveriam pagar menos pela passagem pelo canal que liga o Pacífico ao Atlântico.

Outro alvo da mensagem de Natal de Trump foi o Canadá, vizinho do norte a que recentemente se referiu como um possível "51º estado" norte-americano, e cujo primeiro-ministro Justin Trudeau chamou de "governador".

"Se o Canadá se tornasse o nosso 51º estado, os seus impostos seriam reduzidos em mais de 60%, os seus negócios duplicariam imediatamente de tamanho e seriam protegidos militarmente como nenhum outro país do mundo", afirmou.

Donald Trump recordou também as suas reivindicações sobre a Gronelândia, um território polar quatro vezes maior que a França e que considera estratégico: "Os habitantes da Gronelândia, de quem os Estados Unidos precisam para a sua segurança nacional, querem que os Estados Unidos estejam presentes, e nós iremos estar!".

Anteriores insinuações de Trump sobre a Gronelândia levaram na segunda-feira o chefe do governo local, Mute Egede, a dizer que o território autónomo pertencente à Dinamarca "não está à venda".

Donald Trump tomará posse a 20 de janeiro como 47º Presidente dos Estados Unidos, em Washington, DC.


Leia Também: Biden reage a ataque russo no dia de Natal prometendo mais entregas de armas a Kiev

Fuga de mais de 1.500 reclusos de cadeia de alta segurança provoca 33 mortos em Maputo

Fuga de mais de 1.500 reclusos de cadeia de alta segurança provoca 33 mortos em Maputo
Por  SIC Notícias

Moçambique vive o terceiro dia consecutivo de caos nas ruas, na sequência do anúncio dos resultados finais das eleições gerais, com saques, vandalizações e barricadas, nomeadamente em Maputo.

Pelo menos 1.534 reclusos evadiram-se esta tarde da Cadeia Central de Maputo, de máxima segurança, disse esta quarta-feira o comandante-geral da polícia, afirmando tratar-se de uma ação "premeditada" e da responsabilidade de manifestantes pós-eleitorais em que morreram 33 pessoas.

"Esperamos nas próximas 48 horas uma subida vertiginosa de todo o tipo de criminalidade na cidade de Maputo", afirmou Bernardino Rafael, em conferência de imprensa ao início da noite, garantindo que entre os reclusos em fuga, dos quais apenas 150 foram recapturados, estavam alguns "terroristas altamente perigosos".

"Facto curioso é que naquela cadeia nós tínhamos 29 terroristas condenados, que eles libertaram. Estamos preocupados, como país, como moçambicanos, como membros das Forças de Defesa e Segurança", afirmou Bernardino Rafael.

Segundo o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), a evasão da Cadeia Central de Maputo, localizada na cidade da Matola, a 14 quilómetros do centro da capital moçambicana e que contava com cerca de 2.500 condenados e detidos, aconteceu cerca das 13:00 locais (11:00 em Lisboa), resultando da "agitação" de um "grupo de manifestantes subversivos" nas imediações.

"Fazendo barulho, nas suas manifestações, exigindo que pudessem retirar os presos que ali se encontram a cumprir as suas penas", descreveu Bernardino Rafael, explicando que esta ação provocou "agitação" no interior da cadeia, o que levou ao desabamento de um muro, propiciando a fuga, apesar da "confrontação imediata" com os guardas prisionais.

"Esta confrontação resultou [em] 33 óbitos, na confrontação direta com os reclusos. Nas imediações da Cadeia Central 15 feridos", avançou ainda, apelando à entrega voluntária dos reclusos em fuga e à informação da população sobre estes foragidos.

Segundo o comandante da PRM, nas últimas 24 horas houve outro caso semelhante de evasão, na Cadeia de Manhiça, norte da província de Maputo, em que os manifestantes libertaram os presos, e uma tentativa na Cadeia de Mabalane.

"Como podem notar, os manifestantes preferem libertar os detidos, os presos, os condenados, não sabemos quais são as claras intenções. Se calhar os organizadores dessas manifestações subversivas poderão dizer porque razão optam por estas ações de libertar os condenados", afirmou Bernardino Rafael.

Moçambique vive o terceiro dia consecutivo de caos nas ruas, na sequência do anúncio dos resultados finais das eleições gerais, com saques, vandalizações e barricadas, nomeadamente em Maputo.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou na tarde de segunda-feira Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Este anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos - nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

Pelo menos 56 pessoas morreram em Moçambique desde segunda-feira, na sequência da contestação aos resultados das eleições gerais moçambicanas, e 152 foram baleadas, segundo balanço feito hoje pela plataforma eleitoral Decide.

De acordo com o levantamento daquela Organização Não-Governamental (ONG) que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, com dados de 23 e 24 de dezembro, 31 das vítimas mortais registaram-se na província de Sofala, centro do país, e nove em Nampula, no norte, além de seis em Maputo (cidade e província), no sul.

Dos 152 baleamentos, aquela ONG contabiliza 56 na cidade de Maputo e outros tantos em Sofala, apontando ainda um total de 102 detenções, 40 das quais na cidade capital, onde uma pessoa está desaparecida.

Com LUSA