Camaradas, conterrâneos e amigos da Guiné-Bissau.
Mais uma vez no nosso país se preparam os candidatos, para enfrentarem as eleições Presidenciais em Novembro deste ano de 2019. Estamos habituados a eleições (povo), com todo o civismo. Temos cumprido na urna a intenção de voto, fazemos, desde sempre pela democracia e Estado de direito pretendido no nosso país. Democracia tarda a chegar em pleno no nosso país, no entanto está cada vez mais próximo.
A nossa Democracia reconhece os pioneiros das primeiras tentativas no país, Camarada Presidente João Bernardo Vieira, foi um dos promotores desta Democracia nos seus primeiros passos na Guiné-Bissau, desde 1992/93. Por coincidência, em Madina de Boé, também foi quem na luta de libertação nacional em 1973, deu voz de vitória final, na proclamação da independência da Guiné-Bissau.
Mais uma vez caros camaradas, venho sublinhar a necessidade de lutarmos para instalar o regime de justiça e de paz no nosso país. Sabendo que neste aspeto, há décadas que só contamos crimes de sangue sem julgamento, crimes por corrupção ativa no aparelho de Estado, e ainda situações sociais de abuso ou de descriminação materiais e outras, que gozam de impunidade na justiça.
Volto uma vez mais ao assunto do crime hediondo cometido contra o Presidente Nino Vieira em pleno mandato e de Tagma Nawei, que até hoje aguardam julgamento. Perante um Tribunal que ignora os factos e circunstancias deste crime, sem investigação concluída, mas. que se pretendeu arquivar sem justiça feita, sem trabalho judicial concluído com transparência e legalidade de prazos.
Permanecemos incrédulos aos factos de; 1º Magistrado da Nação e o Chefe de Estado Maior, terem sido assassinados, e a Justiça Guineense ignorar pura e simplesmente tudo no que concerne aos trâmites da legalidade jurídica processual ou institucional, que não foram tomados em linha de conta até hoje, mas já falam de arquivamento deste processo nos Tribunal!?
Hoje lembro-me das palavras de Marcel Alain De Souza, ex-Presidente da Comissão da CEDEAO, que teve a amabilidade de me ouviu a meu pedido, sobre o assassinato do nosso Presidente, e aconselhou-me indicando os caminhos a prosseguirmos na justiça. Mas também hoje infelizmente, não está entre nós, e peço a Deus, paz e Glória eterna para sua alma. Ele deixa um enorme vazio na organização Oeste Africana.
Tenho grande respeito e consideração aos que nesta nova geração fazem parte da CEDEAO e da UNIÃO Africana, foram coerentes na decisão judicial, que me deu vitoria nos Tribunais neste processo de assassinato do Presidente Nino Vieira. Foi um primeiro julgamento conseguido fora do país e sobre minha orientação, que o Estado Guineense foi condenado.
Um julgamento fora do país, porque o nosso Tribunal simplesmente ignora tudo e todos. Espero bem que esta mensagem de voz seja ouvida, pretendendo com ela, solicitar as autoridades, que me concedam proteção física territorial, para circular afim de que Eu possa conceder entrevistas diversas no nosso País livremente, e sobre o assassinato do Camarada João Bernardo Vieira.
Queremos justiça e apenas justiça, não sou materialista, sou Mulher de Deus e confio a Ele todo este processo, que na prática está entregue aos meus advogados no plano internacional, que serão eles a nossa defesa constituída, para os tribunais, sempre que for preciso.
Aproveito para deixar um breve esclarecimento ao nosso povo, dizendo apenas que nunca pensei fazer queixa do Estado da Guiné-Bissau, pois na verdade a nossa Justiça sempre ignorou tudo e todos neste processo, daí a nossa razão de família em avançar na justiça exterior, mas, é fora do país, que ganhamos. Prova que quero apenas Justiça, apresento como facto no passado, a minha recusa em recebermos dinheiro em troca do nosso silencio em família, um assunto que já falei em tempos e também por escrito.
Trago a público uma questão séria e foi preocupação de Nino Vieira. Considerações acerca da guerra de 1997/8.
O Presidente Nino Vieira, disse sempre, que a Guerra de /98 foi organizada e programada com o único objetivo de Islamizar o nosso País, e também para grupos situados noutros países, poderem facilmente gerir os nossos recursos mineiros, que seriam países nomeados por ele, que prefiro não citar por enquanto.
Era sua convicção, que essa guerra foi uma agressão planeada fora, que mobilizou alguns camaradas, para o por na prática. Dizia que foi uma agressão ao país, que na realidade jamais seria possível guiar o destino do Povo Guineense pelos Países agressores, daí ter implementado um pedido de ajuda militar contemplado nos acordos entre Estados na região.
Sou verdadeira, assumo-me na profunda reflexão como Mulher de Deus, de Jejum e de Oração. Creio em Jesus Cristo de Nazaré, não minto. Aqui vos deixo só verdades e juro pela palavra de Deus, que quando o Presidente Nino Vieira esteve na Líbia, pela primeira vez numa visita oficial, no regresso vinha muito preocupado e disse-me isto; sabes que o Presidente Líbio disse-me que lhe desse a possibilidade de construir 300 mesquitas no nosso Pais. Eu respondi que para além de sermos um Pais pequeno, a construção de um numero elevado de mesquitas seria um exagero!
Perante o facto primordial, nosso país estaria de igual modo a precisar de escolas e de hospitais em primeiro lugar. Tenho testemunhos de que a Líbia se dispõe de 400 hectares de terreno no nosso território nacional, também estou ao corrente de que Guineenses não dispõem de terrenos bem colocados no nosso país, para construírem casa própria, e temos outras realidades, que que fundamentava a sua recusa ao presidente Líbio, naturalmente.
Guineenses de confissões diferentes sempre se comunicaram sem complexo algum e muito menos a se sentirem discriminados. Sou madrinha de diversas Associações de Mulheres de confissão muçulmana e sem preocupação alguma. Continuo a ter estima e confiança nas nossas Forças Armadas e Revolucionarias do Povo. Saliento a dúvida, que preciso de conhecer melhor o porquê e como foi possível terem se penetrado estrangeiros armados, chegando ao ponto de assassinar o presidente Nino Vieira.
Hoje ninguém pode confirmar de que o presidente foi assassinado, apenas por militares Guineenses. Mercenários africanos foram conduzidos a casa aonde se encontrava o Presidente Nino Vieira, no corredor da morte ele foi induzido/influenciado a aguardar na própria casa onde tudo veio a acontecer como sabemos.
Sr Procurador geral da Republica Guineense, Ladislau Embassa, queira me contactar acerca de dados concernentes a identidade da pessoa que acompanhou mercenários a residência do Presidente Nino Vieira.
O presidente deu todo o apoio financeiro a essa pessoa de que me refiro, na construção de casa própria, não falando de apoios, que Eu própria fiz, para o ajudar. Esse fulano quando chegou a residência do Presidente aonde foi obrigado a aguardar pela sua morte, Nino Vieira reconheceu o assassino na companhia de mercenários, pois este ultimo ainda tentou esconder-se.
Quando os mercenários conseguiram introduzir na casa onde morava o Presidente, uma única frase se ouviu em língua estrangeira; "Quando nós chegamos, à partir da oportunidade que nos é dada, o objetivo é de passar ao ato. Portanto assassinar". Fizeram-no, matando, e seguidamente retiraram os órgãos do corpo de Kabi na Fantchamna, sendo levados, para fins irracionais afetos ao culto de magia negra, com o intuito de defesa e atribuição de valores pessoais do Nino Vieira como Líder carismático que foi durante toda sua vida, transferidos para seus inimigos, hoje mascarados de patriotas.
Um absurdo ignorante, serão básicos na nossa cultura, é isto, ainda é tomado como valor espiritual, quando sim, seria apenas um infeliz estado de espírito, não passando de megalomania dum comportamento de crime violento associados.
Na verdade continuo a honrar as FARP, quero aqui deixar explícito que continuo a ter confiança, ao reconhecer que continuam a representar o povo Guineense no que diga respeito a protecção material.
Quando militares estrangeiros se instalaram no nosso território nacional, equipados de armamentos sofisticados, que desconheço os acordos que estariam na sua origem, havia um barco encostado na zona marítima da Guiné-Bissau que aguardava a vitoria de Carlos Gomes Júnior.
Apenas vos peço que colaborem com a justiça Guineense desvendando as verdades ocorridas no mandato do ex-primeiro ministro Carlos Gomes Júnior, como disse Zamora Induta, "cumprimos, já fizemos a nossa parte".
Pretendo ainda precisar nesta oportunidade, que conheço o teor da conversa obtida entre o general António Indiaye e o falecido General, João Monteiro em Dakar, meses após Carlos Gomes Júnior ter deixado a Guiné-Bissau. Quero com isso dizer de que o General António Indiaye conhece bem toda a programação, antes e o depois do assassinato do Presidente Nino Vieira, incluindo a reunião efectuada na Gâmbia sob custodia de Yaya Dieme. Ainda acrescento, recordem que António Indiaye foi o vice chefe do estado maior das forças armadas, quando aconteceram assassinatos de Tagma na Waie e de Nino Vieira, portanto será dos poucos, com acesso a toda a informação militar de Estado, para esclarecer o Tribunal na Guiné-Bissau e no mundo sobre esta questão.
Bendito seja a Deus Todo Poderoso, por esta coincidência insólita, que confirma disponibilidade de Carlos Gomes Júnior, em se afirmar um Homem de Paz, que nunca recusou responder, colaborando com a nossa Justiça.
O Povo Guineense precisa de conhecer a verdade que perdura há mais de dez anos, como incógnita ou mentira da verdade, para no fim podermos dar possibilidade a consolidação da Paz definitiva e acompanhada do perdão mutuo, entre todos, lutando, para que não volte a acontecer o semelhante no nosso país.
Lembro-me hoje da ajuda oferecida pelo Nino Vieira a candidatura de Carlos Gomes Júnior em 2008, que enviou para a região de Gabù 20.000.000 de fcfas, sendo seu desejo que Carlos Gomes Júnior ganhasse o congresso, seria talvez a oportunidade de ambos mudarem, adoptarem uma relação politica como dantes, que no entanto fracassou entre ambos. Ainda em 2008, Eu própria dei todo o apoio à Carlos Gomes Júnior nas eleições legislativas, por ter ganho o congresso do PAIGC, sendo o meu Partido desde 1979.
Ainda em 2008 quando num meeting após o apoio do Presidente Nino Vieira à Carlos Gomes Júnior no congresso de Gabo, vimos a saber que um dos braços directos de Cadogo Júnior, dissera que após as eleições de 2008, Nino Vieira seria assassinado.
Razão pela qual a primeira tentativa falhou em Novembro de 2008, por esta denuncia, mas acabando por vencer este crime tão encomendado, como de hediondo, em Março 2009.
Lembro-me ainda de que em 2007 quando foi do assassinato de Lamine Sanhá, em que Eu fui a pessoa que teve a oportunidade de ver o malogrado ainda vivo, falei ao médico Dr Imtchasso, na possibilidade de ser evacuado. Carlos Gomes Júnior afirmou que seria Nino Vieira autor moral, que não corresponde minimamente a verdade. Fui a pessoa quem impediu que mulheres, familiares de Lamine Sanhá e residentes do Bairro militar se deslocassem à Estado Maior de Amura, para exigir das nossas forças Armadas concernente ao assassinato de Lamine Sanhá.
Por estas e muito mais crimes, devemos aguardar pela justiça sem exceção nos crimes de sangue e outros.
Espero bem que a justiça Guineense venha a dar continuidade à processos interrompidos desde a Independência do nosso País aos nossos dias.
Ainda sobre a morte de Lamine Sanhá, Presidente Nino Vieira teve encontro com a Comunidade Islâmica, onde ficou claro, que dado ao afeto que sempre lhe ligou à família do malogrado, jamais poderia fazer mal a ninguém, referindo que apenas entre ele e Calos Gomes, existe um mal estar, uma vez que este apoderou indevidamente dos seus bens materiais. Seria essencialmente derivado a isso, e o facto deste recusar a devolver o que não lhe pertenceu nunca.
É sabido que a casa onde vive filha de Carlos Gomes Júnior, pertence a Elysa Vieira filha de Nino Vieira. Aqui deixo mais um exemplo, que serve para testemunhar a confiança que foi sempre depositada pelo Presidente Nino Vieira, à pessoa de Carlos Gomes Júnior e que foi quebrada. Quando Presidente Nino Vieira comprou duas vivendas no bairro militar aos meus filhos, quem se ocupou da escritura no notário e que me foi entregue o registo predial, foi Carlos Gomes Júnior.
Mas houve mais traição a Nino Vieira, consta como suspeita, que Camarada José Mário Vaz, terá pago 470.000.000.00 milhões fcfa, para que Nino Vieira fosse assassinado. Aqui o MP. tem a palavra.
Dinheiro este doado pela Republica de Angola, que veio a servir para tal, uma questão a apurar pelo Ministério Público. V. Excia. Camarada José Mário Vaz, ex-Presidente da Republica da Guiné-Bissau, lembro-me que em 1993/94, com eleições democráticas, pela primeira vez na Guiné-Bissau, Presidente Nino Vieira escolheu a si, para Diretor de campanha, tendo-lhe sido entregue uma viatura por estrear, todo terreno, e muito dinheiro destinado às despesas da campanha eleitoral, tal era a confiança depositada no Sr.
Camarada José Mário Vaz, ex-Presidente da Republica da Guiné-Bissau, Camarada Nino Vieira consagrado por atribuição de nome declarado a uma rua de Bissau, não aconteceu, queira informar a propósito, os acerca de 500 milhões de fcfas destinados a construção de uma avenida com o nome do malogrado Presidente, assassinado, Camarada João Bernardo Vieira, Nino, o que se passou afinal?
Em inícios do seu mandato 2014/15, consta que ordenou, que o processo do assassinato do Presidente Nino Vieira fosse arquivado, a ser verdade (tenho duvidas) contraria o papel dum Presidente em exercício na Democracia.
Mas hoje nosso povo já sabe que ganhei no Tribunal exterior e que nosso Estado foi condenado: Tudo porque não se empenharam e não houve sequer julgamento dentro do país.
Por isso Sr ex-Presidente José Mário Vaz, você não merece voltar a ocupar o mais alto cargo da magistratura Guineense. Deus lhe abençoe em Nome de Jesus Cristo de Nazaré, mas não mais, sua magistratura no nosso país.
Muito lhe agradeço por ironia, todo o bem feito à si pelo Presidente Nino Vieira, e no fim assassinado à 02 de Março de 2009 em plena função, confiada pelo Povo Guineense que o Próprio tanto Amou. Se na altura não pode fazer nada, compreendo, pois agora durante o seu mandato, podia e tinha tempo, para fazer algo algo de bom para Justiça levantar do chão, e nada fez, lamentamos.
Aproveito para felicitar o novo Governo, aguardarmos pelo projeto de melhoria no ensino, na saúde, na habitação como prioridade social.
É necessário escolas no nosso território nacional, aulas a começarem no inicio do Ano Letivo ou seja, em Outubro de 2019.
Quem o diz é a Nazaré Vieira, conhecedora com provas dadas, já convivi com esta dificuldade desde sempre no nosso país.
Fundei por isso a minha Escola, onde fui Presidente e Diretora Geral da mesma, e funcionou como Escola privada Francófona, com o nome de: "Jean de la Fontaine" - na capital, Bissau. Funcionou de 92/93 à 1998. Infelizmente acabou, numa altura em que começou a guerra de /07 de Junho. Era uma Escola com níveis desde Jardim de infância ao Sétimo Ano de escolaridade, que seria finalista,para com equivalência aos Liceus no país.
Ainda tínhamos em horário suplementar, para curso de línguas estrangeiras em paralelo; Francês-Inglês- Latim - Espanhol e Árabe.
Aos fins de semana foram sempre reservadas às crianças de Bissau, para aprendizagem de língua estrangeira num País Lusófono.
Oferecemos sempre, onze lugares à militares do meu País e mais 40 lugares de igual modo, doados à crianças pobres.
Também fui proprietária de uma Clínica destinada a servir o povo Guineense no ramo da Saúde pública, ela foi destruída de igual modo, pela guerra, logo nos primeiros dias do seu funcionamento experimental, acabando destruída pela guerra, que tomou conta do país infelizmente.
Peço ponderação máxima nesta próxima eleição presidencial, especialmente peço ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal de Justiça, uma profunda avaliação de Candidatos à Presidente da Republica, com o objetivo de afastar os- que não merecem sequer candidatar, por imperativos de carácter moral, ético e material, porque em nada dignificam o nosso Estado e Instituições da república.
É lúcido hoje o nosso povo, e será uma vez mais ordeiro, comparecendo em massa, para nas urnas escolherem quem for do seu agrado pessoal. No entanto, esperamos que antes as Instituições de Justiça façam seu trabalho, de modo exemplar, prestando o melhor serviço público à sociedade Guineense, agradecemos. Queremos Paz, Justiça e Desenvolvimento, para sempre no nosso país.
Muito Obrigada, que Deus abençoe a Guiné-Bissau e seu Povo.
Sra Nazaré Gomes de Pina Vieira.
Agosto de 2019, França.
By Doka Ferreira