quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Estes são os 20 pontos do plano de paz da Ucrânia e dos EUA... O Presidente ucraniano revelou detalhes da nova versão do plano apoiado pelos EUA para pôr fim à guerra na Ucrânia, afirmando que foi negociado entre representantes de Kiev e Washington e enviado para Moscovo para revisão.

Por LUSA 

O documento será complementado por acordos bilaterais adicionais entre os Estados Unidos e a Ucrânia, com foco na segurança e reconstrução. Volodymyr Zelensky não divulgou uma versão preliminar do documento, mas apresentou o conteúdo do plano ponto por ponto durante uma conferência de imprensa com jornalistas, em Kiev, na terça-feira, mas que só hoje foi divulgado.

Segue-se a transcrição completa de como descreveu o conteúdo do acordo, traduzida do ucraniano.

Plano dos 20 pontos:

1.º A soberania da Ucrânia será reafirmada. Declaramos que a Ucrânia é um Estado soberano, e todos os signatários do acordo confirmam isso com as suas assinaturas.

2.º Este documento é um pacto de não-agressão total e incondicional entre a Rússia e a Ucrânia. Para manter uma paz duradoura, será estabelecido um mecanismo de monitorização para controlar a linha de contacto através de vigilância aérea não tripulada, garantindo a comunicação rápida das violações e a resolução de litígios. As equipas técnicas finalizarão todos os detalhes.

3.º A Ucrânia receberá fortes garantias de segurança.

4.º As Forças Armadas da Ucrânia manterão um efetivo de 800.000 militares em tempo de paz.

5.º Os Estados Unidos, a NATO e os Estados europeus signatários fornecerão à Ucrânia garantias de segurança com base no artigo 5.º:

a) Se a Rússia invadir a Ucrânia, para além de uma resposta militar coordenada, todas as sanções globais contra a Rússia serão restabelecidas.

b) Se a Ucrânia invadir a Rússia ou abrir fogo em território russo sem provocação, as garantias de segurança serão consideradas nulas e sem efeito. Se a Rússia abrir fogo contra a Ucrânia, as garantias de segurança entrarão em vigor.

c) As garantias bilaterais de segurança não estão excluídas por este acordo.

6.º A Rússia formalizará uma política de não-agressão em relação à Europa e à Ucrânia em todas as leis e documentos necessários para a ratificação.

7.º A Ucrânia tornar-se-á membro da União Europeia num prazo precisamente definido e beneficiará, a curto prazo, de um acesso preferencial ao mercado europeu.

8. Um robusto programa de desenvolvimento global para a Ucrânia, a ser definido num acordo separado sobre investimento e prosperidade futura. Abrangerá uma vasta gama de áreas económicas, incluindo, entre outras:

(a) A criação de um Fundo de Desenvolvimento da Ucrânia para investir em setores de elevado crescimento, incluindo a tecnologia, os centros de dados e a inteligência artificial.

(b) Os Estados Unidos e as empresas norte-americanas cooperarão com a Ucrânia e coinvestirão na reconstrução, desenvolvimento, modernização e operação da infraestrutura de gás da Ucrânia, incluindo os seus gasodutos e instalações de armazenamento.

(c) Serão feitos esforços conjuntos para reconstruir as áreas devastadas pela guerra, restaurando, reconstruindo e modernizando as cidades e os bairros residenciais.

(d) Desenvolvimento de infraestruturas.

(e) Extração de minerais e recursos naturais.

(f) O Banco Mundial disponibilizará uma linha de financiamento especial para garantir fundos que acelerem estes esforços.

(g) Será criado um grupo de trabalho de alto nível, incluindo a nomeação de um líder financeiro global como administrador, para supervisionar a implementação do plano estratégico de reconstrução e maximizar as perspetivas de desenvolvimento futuro.

9.º Serão criados diversos fundos dedicados à recuperação da economia ucraniana, à reconstrução de áreas e regiões danificadas e a questões humanitárias.

a) Os Estados Unidos e os países europeus criarão um fundo de investimento de capital e de donativos de 200 mil milhões de dólares para um financiamento transparente e eficaz na Ucrânia.

b) Uma vasta gama de investimentos de capital e outros instrumentos financeiros será mobilizada para a reconstrução da Ucrânia pós-conflito. As instituições globais de reconstrução utilizarão mecanismos concebidos para fortalecer e facilitar estes esforços.

c) A Ucrânia aplicará os mais elevados padrões globais para atrair investimento direto estrangeiro.

d) A Ucrânia reserva-se o direito de procurar reparações pelos danos causados.

10.º Após a conclusão do presente acordo, a Ucrânia irá acelerar o processo de celebração de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.

11.º A Ucrânia reafirma o seu compromisso de permanecer um Estado não nuclear, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

12.º A central nuclear de Zaporijia será operada conjuntamente por três países: Ucrânia, Estados Unidos e Rússia.

13.º Ambos os países comprometem-se a implementar programas educativos nas escolas e na sociedade que promovam a compreensão e a tolerância para com as diferentes culturas e combatam o racismo e o preconceito. A Ucrânia aplicará as normas da União Europeia relativas à tolerância religiosa e à proteção das línguas minoritárias.

14.º Nas regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, a linha de posicionamento das tropas à data deste acordo é reconhecida de facto como a linha de contacto.

a) Nós, como partes, confirmamos de facto que esta é a linha de contacto -- onde nos encontramos atualmente.

b) Um grupo de trabalho reunirá para determinar o reposicionamento das forças necessário para o fim do conflito, bem como para definir os parâmetros de potenciais futuras zonas económicas especiais.

c) Seguindo uma base equivalente para as movimentações militares, serão posicionadas forças internacionais ao longo da linha de contacto para monitorar o cumprimento deste acordo. Caso seja tomada a decisão de estabelecer tal zona, esta deverá receber aprovação especial do parlamento ucraniano ou ser submetida a referendo.

d) A Federação Russa deverá retirar as suas tropas das regiões de Dnipropetrovsk, Mykolaiv, Sumy e Kharkiv para que este acordo entre em vigor.

(e) As partes concordam em respeitar as regras, garantias e obrigações das Convenções de Genebra de 1949 e dos seus protocolos adicionais, que se aplicam integralmente ao território, incluindo os direitos humanos universalmente reconhecidos.

15.º Tendo concordado com os futuros arranjos territoriais, a Federação Russa e a Ucrânia comprometem-se a não alterar estas disposições pela força.

16.º A Rússia não impedirá a utilização do Rio Dniepre e do Mar Negro pela Ucrânia para fins comerciais.

17.º Será estabelecido um comité humanitário para resolver as questões pendentes.

a) Todos os restantes prisioneiros de guerra, incluindo os condenados na Rússia desde 2014 até ao presente, serão trocados em regime de "todos por todos" (todos os prisioneiros detidos, independentemente do número de prisioneiros de cada lado).

b) Todos os civis e reféns detidos, incluindo crianças e prisioneiros políticos, serão libertados.

c) Serão tomadas medidas para lidar com os problemas e o sofrimento das vítimas do conflito.

18.º A Ucrânia deve realizar eleições o mais rapidamente possível após a assinatura do acordo.

19.º Este acordo é juridicamente vinculativo. A sua aplicação será monitorizada e garantida por um Conselho de Paz presidido pelo Presidente [dos Estados Unidos, Donald] Trump. A Ucrânia, a Europa, a NATO, a Rússia e os Estados Unidos farão parte deste mecanismo. Serão aplicadas sanções em caso de violações.

20.º Assim que todas as partes aceitarem este acordo, entrará imediatamente em vigor um cessar-fogo completo.


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Na segunda-feira, um general russo tinha sido morto num ataque semelhante.


Após ser retirada pela CBS, reportagem sobre deportações aparece on-line... A reportagem que a nova diretora de informação da cadeia de televisão norte-americana CBS retirou do célebre programa de jornalismo investigativo "60 Minutes", sobre deportações de imigrantes, foi disponibilizada no Canadá e na internet.

Por  LUSA 

Um dos mais respeitados programas de jornalismo nos Estados Unidos, e alvo frequente de críticas de Donald Trump, o "60 Minutes" tornou-se nos últimos dias alvo de acusações de auto censura a favor do Presidente, visando a nova diretora Bari Weiss, e não está esclarecido de que forma terá sido disponibilizada on-line a reportagem, sobre cuja autenticidade a CBS não se pronunciou ainda. 

A Global Television Network, uma das maiores emissoras do Canadá, exibiu uma versão da reportagem da jornalista Sharyn Alfonsi, igualmente sem se pronunciar se é igual à que foi retirada do ar pela CBS. 

Também disponível num site que capta e preserva páginas web, a reportagem contém entrevistas com imigrantes enviados para o Centro de Confinamento de Terroristas (CECOT), em El Salvador, no âmbito da agressiva política de anti imigração de Donald Trump.

Dois deportados no vídeo divulgado relatam tortura, espancamentos e outros abusos; um venezuelano afirma ter sofrido abusos sexuais e confinamento solitário.

Um estudante universitário disse ter sido espancado e que após a sua chegada os guardas lhe arrancaram um dente, relatando "um inferno".  

A reportagem inclui ainda depoimentos de especialistas que questionaram a legalidade da deportação precipitada de imigrantes com decisões judiciais pendentes. 

São ainda apresentadas conclusões da Human Rights Watch indicando que apenas oito homens deportados tinham sido condenados por crimes violentos ou potencialmente violentos, com base nos dados do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em língua inglesa).

A decisão de retirar a reportagem foi recebida com acusações generalizadas de que a administração da CBS estaria a proteger o Presidente de uma cobertura desfavorável.

A autora da reportagem, Sharyn Alfonsi, sustentou num e-mail enviado a outros correspondentes do "60 Minutes" que o artigo era factual e tinha sido aprovado pelos advogados da CBS e pela divisão de normas da cadeia televisiva. 

A diretora de informação da CBS, Bari Weiss, afirmou na segunda-feira que a reportagem não "aprofundou o assunto" que tratava.

Salientando que a administração Trump se recusou a comentar as alegações, Weiss disse que gostaria que fosse feito um esforço maior para obter o ponto de vista governamental e que aguardava ansiosamente a exibição da reportagem de Alfonsi "quando estivesse pronta".

Antes de ser contratada pela CBS, Weiss trabalhou no The New York Times e tornou-se conhecida pelas suas críticas à cultura "woke" e aos media tradicionais.

Mais tarde criou a sua própria empresa de media, a The Free Press.

A CBS News contratou Bari Weiss em outubro, comprando o The Free Press por aproximadamente 150 milhões de dólares e nomeando-a para a liderança da informação da cadeia, onde reporta a diretamente a David Ellison, presidente executivo da Paramount Skydance, de forma inédita.

Ellison nomeou Weiss com a missão de "modernizar o conteúdo" e fornecer uma "diversidade de pontos de vista", numa estação frequentemente acusada por meios conservadores de ter um pendor liberal.  

Considerado um aliado de Trump, Ellison aparece frequentemente com o Presidente em eventos públicos, incluindo combates de luta livre UFC.

Para garantir a aprovação federal da fusão entre a Paramount, proprietária da CBS, e a Skydance em julho, a equipa de Ellison terá assumido compromissos com a administração Trump para "modernizar" a CBS News, incluindo a nomeação de um provedor para receber queixas de enviesamento ideológico, segundo os media norte-americanos.


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O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou hoje que Caracas recebeu "apoio esmagador" do Conselho de Segurança da ONU, reunido de emergência, no contexto da escalada de tensões com os Estados Unidos devido à apreensão de petroleiros venezuelanos.


terça-feira, 23 de dezembro de 2025

23 de Janeiro de 2026 - Lançamento do livro “Úlcera, Útero” de Brassalano Graça na UCCLA

Lançamento do livro “Úlcera, Útero” na UCCLA

Vai ter lugar no dia 23 de janeiro, às 17 horas, o lançamento do romance “Úlcera, Útero” da autoria de Brassalano Graça, no auditório da UCCLA.

Com a chancela da Mercador Editorial, a apresentação do livro estará a cargo de Solange Salvaterra.

Sinopse do livro: 

Talvez seja a negação de «Em Busca do Tempo Perdido», de Proust. Ou talvez seja a hipótese da sua apoteose. E se nos devolvessem o Tempo ardido. Se nos devolvessem anos de vida. Por exemplo, dez anos. O que diríamos, o que sentiríamos, o que faríamos? Aqui não há respostas, há perguntas, porque o tempo ensina-nos a fazer perguntas. É esse o princípio da experiência e da sabedoria, conhecer os Homens pelas perguntas que fazem. Como voltar ao princípio do olhar, ao fundo de nós próprios, como escrever o silêncio que nos habita pelo renascimento dos nossos passos. Talvez escrever. Escrever a memória do futuro. Encontrar-nos lá onde estivemos sem saber que voltaríamos como habitantes do vento. Com o ruído dos erros pacificados. Voltar atrás no tempo, e escrever sobre o futuro que se viveu – com tanto de Ficção Científica como de Ficção Poética. O presente é já futuro. Onde a Política arde como uma ferida rente ao vento.

Biografia do autor:

Brassalano Graça é português, natural de São Tomé. Licenciado em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (com especialização em Televisão e Cinema), laborou seguidamente na Rádio Paris-Lisboa/Radio France Internationale durante oito anos, onde para além do trabalho jornalístico teve um programa de Jazz intitulado ‘Até Jazz’. Colaborou com reportagens para o jornal Público, e com crónicas para o jornal Diário de Notícias, a título cívico. Fez um mestrado na FCSH e ocupou a função de Gestor de Informação do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Tem publicado um livro de poesia intitulado “Súbito” e é um entusiasta da fotografia. É autor do programa de rádio «Paixões Privadas».

Com os melhores cumprimentos e Festas Felizes,


Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt 

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Faladepapagaio

Ucrânia anuncia cortes de energia em várias regiões após ataques russos... As autoridades ucranianas anunciaram hoje cortes de energia em várias regiões do país, na sequência de ataques russos com mísseis e drones contra várias infraestruturas.

Por LUSA 

Os bombardeamentos levaram o exército polaco a enviar aviões para proteger o espaço aéreo do país.

A Rússia ataca mais uma vez as nossas infraestruturas energéticas. Como consequência, foram desencadeados cortes de energia de emergência em várias regiões da Ucrânia", anunciou o ministério ucraniano da Energia na rede de mensagens Telegram.

A operadora elétrica Ukrenergo relatou um "ataque massivo com mísseis e drones" e anunciou que os trabalhos de reparação começarão assim que as condições de segurança o permitirem.

Não foram registadas vítimas até ao momento.

Na segunda-feira à noite, as autoridades locais de Odessa (sul) afirmaram que um ataque com drones russos danificou as infraestruturas portuárias e um navio civil. Os ataques russos intensificaram-se nas últimas semanas na região estratégica do Mar Negro.

Quase quatro anos após o lançamento da ofensiva em grande escala contra o país vizinho, a Rússia ataca a Ucrânia praticamente todas as noites, visando em particular as infraestruturas energéticas, especialmente no inverno.

Os novos cortes de energia ocorrem num momento em que a Ucrânia enfrenta temperaturas próximas de zero ou mesmo negativas em grande parte do território.

Por volta das 06:30 TMG, todo o território ucraniano estava sob alerta aéreo, de acordo com o mapa online das autoridades.

Ao longo da noite, o exército ucraniano alertou para repetidas ameaças de drones e mísseis de cruzeiro em várias regiões do país, incluindo no oeste, longe da frente de batalha.

O exército polaco anunciou esta manhã através da rede social X que a aviação "polaca e aliada" tinha sido colocada em alerta e destacada no espaço aéreo polaco de forma preventiva, devido aos ataques russos no território ucraniano.

O procedimento é acionado com regularidade, quando os bombardeamentos visam zonas ocidentais próximas da fronteira polaca.

Os novos bombardeamentos ocorrem no dia seguinte à morte de um general russo, Fanil Sarvarov, morto em Moscovo em consequência da explosão do seu carro, no que foi o terceiro assassinato presumível de um militar russo de alta patente em pouco mais de um ano.

Kyiv não comentou imediatamente o assassinato do general.

Os ataques desta madrugada ocorrem também num momento em que as negociações para a resolução do conflito aceleraram, sob pressão do Presidente norte-americano Donald Trump, ainda que sem resultados concretos, apesar de uma nova série de reuniões em Miami, Estados Unidos, durante o fim de semana.


Leia Também: Drones ucranianos atacam fábrica petroquímica na região de Stavropol

Drones ucranianos atacaram hoje uma fábrica petroquímica localizada numa zona industrial da região russa de Stavropol, no norte do Cáucaso, provocando incêndios, informou o governador local, Vladimir Vladimirov.

Participantes de festividade muçulmana raptadas na Nigéria... Um grupo de homens armados raptou no domingo 28 pessoas, incluindo mulheres e crianças, que se deslocavam para uma festividade muçulmana no centro da Nigéria, segundo as forças de segurança.

Por LUSA 

"Na noite de 21 de dezembro, homens armados raptaram 28 pessoas, incluindo mulheres e crianças, quando viajavam para uma celebração do Mawlid", perto da aldeia de Zak, no estado de Plateau, segundo um relatório de segurança preparado para as Nações Unidas e consultado pela AFP.

O grupo deslocava-se para o evento que comemora o nascimento do Profeta Maomé quando o seu veículo foi "intercetado", refere o relatório, acrescentando que a polícia abriu uma investigação.

A polícia do estado de Plateau, contactada pela AFP, não respondeu de imediato.

O rapto teve lugar no mesmo dia em que as autoridades nigerianas garantiram a libertação de 130 alunos raptados em 21 de novembro por homens armados no dormitório de uma escola católica na região centro-norte do país.

Uma centena de alunos da mesma escola, também raptados a meio da noite, já tinham sido libertados no início de dezembro.

"Cerca de 130 outros estudantes raptados no estado do Níger foram libertados, nenhum permanece em cativeiro", afirmou Sunday Dare, porta-voz da presidência nigeriana, numa mensagem publicada na rede social X.  

A Nigéria, o país mais populoso de África, com 230 milhões de habitantes, está quase igualmente dividida entre um norte predominantemente muçulmano e um sul maioritariamente cristão, e enfrenta uma situação de segurança gravemente deteriorada.

O país tem vivido uma onda de raptos em massa que faz lembrar o rapto de quase 300 raparigas pelo grupo extremista Boko Haram em Chibok, em 2014.

Além da insurgência 'jihadista' ativa desde 2009 no nordeste do país, os últimos anos têm sido marcados por ataques, pilhagens e raptos perpetrados por bandidos, motivados mais por interesses financeiros do que ideológicos, nas regiões noroeste e central desta nação da África Ocidental. 

Os ataques na Nigéria têm como alvo e matam tanto cristãos como muçulmanos, muitas vezes indiscriminadamente.

A Associação Cristã da Nigéria (CAN) informou que 315 alunos e funcionários foram raptados e cerca de 50 deles conseguiram escapar pouco tempo depois.

Em novembro, registou-se uma grande onda de raptos em que mais de 400 nigerianos - estudantes muçulmanas, membros de uma igreja evangélica, agricultores, uma noiva e as suas damas de honor --- foram raptados em 15 dias, abalando profundamente o país.

O aumento de raptos levou o Presidente Bola Tinubu a declarar o estado de emergência nacional no final de novembro e a ordenar o recrutamento de polícias e militares para combater os grupos armados.

A onda de raptos ocorreu também no meio de declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a alegada perseguição dirigida a cristãos na Nigéria por parte de "terroristas islâmicos", um fenómeno negado por Abuja e por especialistas independentes.

Conselho de Redação da RTP considera que acusações do ministro da Educação são "graves e injustificadas"... Lembram que a RTP "não serve agendas, mas sim os cidadãos" e afirmam que as acusações do ministro da Educação "atingem diretamente a credibilidade da informação da RTP e os seus profissionais".

Por  SIC Notícias Com Lusa

O Conselho de Redação da RTP considerou graves e injustificadas as declarações do ministro da Educação, Fernando Alexandre, que acusou a estação pública de descontextualizar as suas declarações sobre as residências universitárias.

Em entrevista ao ECO, Fernando Alexandre referiu que a RTP esteve presente na sessão toda, considerando que a escolha do trecho que foi transmitido não foi por acaso.

 "A direção tem de investigar por que razão a jornalista escolheu aquele trecho. Quem esteve na sessão não ficou com a ideia que a RTP passou. Eu fiz um discurso longo e contextualizei aquilo que estava a dizer", apontou na entrevista.

O Conselho de Redação da RTP frisou que a entrevista de Fernando Alexandre ao ECO "contém afirmações que colocam em causa, de forma grave e injustificada, o bom nome, o profissionalismo, a idoneidade e a ética" da redação.

"As referências a alegadas 'agendas camufladas' e a 'incompetência' não são meras críticas: são acusações que atingem diretamente a credibilidade da informação da RTP e os seus profissionais", pode ler-se, num comunicado enviado à Lusa.

Para o Conselho de Redação, as declarações do ministro da Educação não devem passar "sem resposta" e instou a Direção de Informação a tomar uma "posição pública firme, repudiando as insinuações e reafirmando a independência editorial, o rigor e a ética" do trabalho jornalístico.

Defendeu ainda que a Direção de Informação "esclareça os critérios editoriais que sustentaram a peça em causa, garantindo transparência perante a opinião pública" e "reforce o compromisso com o serviço público, lembrando que a RTP não serve agendas, mas sim os cidadãos, com informação verificada, plural e responsável".

O Conselho de Redação da RTP frisou ainda que o Conselho de Administração tem igualmente "o dever de defender o bom nome da RTP e dos seus profissionais, assegurando que estas acusações não minam a confiança no jornalismo" que é praticado.

"Este é o momento de união e firmeza. A nossa história e a nossa missão exigem que respondamos com clareza e dignidade", apontou ainda.

Novos navios de guerra dos Estados Unidos serão "classe Trump"... Os novos navios de guerra norte-americanos serão batizados de "classe Trump", em homenagem ao Presidente que ordenou a construção e que afirmou hoje que serão "cem vezes mais poderosos" do que os atualmente em serviço.

Por LUSA 

Os dois primeiros navios, descritos pelo Presidente como "couraçados", serão os primeiros da futura classe, uma "frota dourada", e a sua construção terá início "de imediato".

Até 25 outros deverão ser lançados mais tarde, afirmou o Presidente norte-americano, numa conferência de imprensa na sua residência privada em Mar-a-Lago, na Florida, estado onde terá lugar a construção dos navios.

Estes navios serão "os melhores do mundo", afirmou Trump acompanhado pelo secretário da Defesa Pete Hegseth, pelo secretário de Estado Marco Rubio e pelo secretário da Marinha John Phelan.

A imagem 3D divulgada dos projetados navios mostra o que parece ser um cruzador, com pelo menos uma arma laser a bordo e lançadores de mísseis. Uma imagem de Trump a levantar o punho está estampada no casco.

Conforme indica a agência AFP, é extremamente invulgar a atribuição a navios do nome de um Presidente em exercício. 

Em março, Trump anunciou a decisão do Pentágono de avançar com o desenvolvimento do caça de sexta geração do mundo, afirmando que será batizado F-47 em sua homenagem, 47º Presidente norte-americano. 

A nova ordem presidencial procura priorizar o objetivo do governo Trump de revitalizar a indústria naval e expandir a capacidade de construção de embarcações militares.

Face a preocupações com o atraso na construção de navios de guerra em relação a rivais, sobretudo a China, e limitações dos estaleiros norte-americanos, Trump criticou os empreiteiros de navios da Marinha por não estarem "a fazer um bom trabalho".


Leia Também: Trump diz que EUA precisam da Gronelândia por razões de "segurança" 

O Presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou hoje que os Estados Unidos "precisam" da Gronelândia por razões de "segurança nacional", criticando a Dinamarca, aliada da NATO, por "não ter um exército"

As pessoas suspeitas de terem ateado fogo aos cacifos dos comerciantes em Bissau já se encontram sob custódia policial, aguardando a instrução do processo para o tribunal... A informação foi avançada pelo Presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, Aliu Seidi, que falava durante um encontro com o Ministro do Comércio.

Na ocasião, Seidi manifestou total disponibilidade em colaborar com as autoridades no combate à especulação de preços e na estabilização dos preços dos produtos alimentares no mercado nacional.

O Ministério do Interior e da Ordem Pública anunciou, nesta segunda-feira, um reforço significativo na capacidade de intervenção e patrulhamento das forças de segurança em todo o país... Com a mobilização de mais de três mil efetivos, o objetivo é intensificar as medidas de prevenção e combate à criminalidade durante a quadra festiva, garantindo maior segurança para a população neste período de celebrações.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

COMUNICADO

 


O Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social concede dispensa de serviço no dia 24 de dezembro de 2025 e declara feriado nacional no dia 25 de dezembro, aplicável aos trabalhadores do Estado.

A dispensa de serviço terá lugar na quarta-feira, [24.12] e o feriado nacional na quinta-feira, [25.12] em virtude das festividades natalícias.

EUA triplicam "bónus" para imigrantes ilegais que saiam voluntariamente... O Departamento de Segurança Interna (DHS) norte-americano anunciou hoje que triplicou o incentivo à deportação para imigrantes ilegais que abandonem o país voluntariamente, elevando-o para 3.000 dólares mais as passagens aéreas de regresso.

Por  LUSA  22/12/2025

A secretária do DHS, Kristi Noem, anunciou as medidas para ilegais que desejem regressar voluntariamente ao seu país de origem, sublinhando que este aumento do "bónus de partida" será válido apenas até final do ano e inclui "pessoas que não foram detidas" por agentes de imigração e as "que estão detidas e não têm acusações criminais" contra si.

"Facilitaremos o processo para eles e, talvez, um dia tenham a oportunidade de regressar a este país da forma apropriada. Se esperarem que os intercetemos, os detenhamos, os prendamos e tenhamos de os deportar nós próprios, nunca terão a oportunidade de voltar", disse Noem em entrevista à Fox News.

"Levante a mão. Vamos ajudá-lo a voltar para casa", afirmou Noem.

O governo de Donald Trump já tinha anunciado em maio uma ajuda de 1.000 dólares e um bilhete de avião de regresso para os imigrantes indocumentados que optassem por deixar o país voluntariamente.

A secretária do DHS incentivou aqueles que optarem pela "autodeportação" a descarregar e utilizar a aplicação oficial CBP Home. 

"Vamos garantir que chegam a casa a tempo do Natal", assegurou.

O DHS anunciou hoje que, desde o regresso de Trump à Casa Branca em janeiro, 1,9 milhões de imigrantes ilegais deixaram voluntariamente o país, dezenas de milhares deles através do CBP Home, segundo um comunicado.

Além disso, estima-se que mais de meio milhão de migrantes foram expulsos do país este ano.

O executivo agiu rapidamente para cumprir as promessas de Trump de realizar a maior campanha de deportação da história do país.

As inúmeras detenções e rusgas policiais contra imigrantes indocumentados desde o regresso de Trump ao poder suscitaram fortes críticas dos seus opositores e de organizações pró-imigração.

Também hoje, o arcebispo de Miami, Thomas Wenski, pediu a Trump que suspenda temporariamente as deportações durante o Natal, para evitar a separação de famílias neste período festivo.

"Uma suspensão temporária das deportações em massa permitiria que as famílias permanecessem juntas durante o Natal e evitaria traumas desnecessários para as crianças", disse o Arcebispo Thomas Wenski numa conferência de imprensa no Centro Pastoral da Arquidiocese de Miami.

O arcebispo e outros líderes religiosos de Miami indicaram, num comunicado divulgado durante o evento, que "o trabalho inicial de identificação e expulsão de criminosos perigosos foi amplamente concluído" e que nas operações ainda a ser realizadas "estão a ser detidas na maioria pessoas que não são criminosas". 

Além disso, insistiram que a política de imigração do governo Trump criou um clima de medo e ansiedade que também afeta as pessoas que vivem legalmente no país, e referiram que uma maioria crescente da população acredita que estão a ser cometidos excessos.

#COMMUNIQUÉ: Uma delegação liderada por Sua Excelência Sr. Cheikh NIANG Ministro da Integração Africana, dos Negócios Estrangeiros e dos Negócios Estrangeiros Senegaleses e composta pelo General Birame Diop, Ministro das Forças Armadas, bem como Sua Excelência Moussa Ndoye, Embaixador do Senegal na Guiné-Bissau, reuniu-se no domingo, 21 de dezembro de 2025, em Bissau, o novas autoridades de Bissau-Guiné.

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https://diplomatie.gouv.sn/node/267 


Rússia quer território da antiga URSS? "Não é verdade", garante Kremlin... O Kremlin desmentiu a informação de que a Rússia tem como objetivo recuperar o antigo território da União Soviética com a atual ofensiva militar. A informação foi veiculada pela agência Reuters, que citava fontes de inteligência norte-americana.

Por LUSA 

O Kremlin negou que a Rússia tem como objetivo recuperar o antigo território da União Soviética (tanto da Ucrânia como de outros países europeus) com a atual ofensiva militar.

Em declarações aos jornalistas em Moscovo, esta segunda-feira, Dmitri Peskov, o porta-voz do Kremlin, desmentiu a informação veiculada pela agência Reuters, que citava fontes de inteligência norte-americana. Peskov chegou mesmo a afirmar que, a ser verdadeiro o relatório citado pela Reuters, então as conclusões dos Estados Unidos estavam erradas.

"Isto absolutamente não é verdade", garantiu.

Na passada sexta-feira, a Reuters noticiou que os relatórios de inteligência norte-americana continuavam a alertar que o presidente da Rússia não tinha abandonado o seu objetivo de invadir toda a Ucrânia e as zonas da Europa que pertenciam à antiga União Soviética. A agência disse ter contactado seis fontes distintas, próximas do assunto - todas corroboram esta vontade de Vladimir Putin.

Os relatórios, aliás, pintam uma imagem bastante diferente daquela que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e os seus negociadores para a paz na Ucrânia, tentam passar, afirmando que Putin quer pôr um fim ao conflito.

O relatório mais recente tem a data de setembro, mas desde o início da guerra, em 2022, que a inteligência norte-americana tem vindo a alertar para o perigo russo na Europa.

No sábado, 20 de dezembro, o diretor de inteligência norte-americana, Tulsi Gabbard, anunciou que os seus operacionais tinham informado os deputados que "a Rússia procura evitar uma guerra em larga escala com a Europa". Aliás, se há algo que as tropas russas mostraram durante a guerra com Kyiv é que não têm capacidade para subjugar "toda a Ucrânia, quanto mais a Europa".

Rússia controla 20% do território ucraniano

Neste momento, a Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano, incluindo uma grande parte das províncias de Luhansk e Donetsk (o coração industrial do Donbas), parte de Zaporíjia e Kherson e ainda a Crimeia (península estratégica no Mar Negro). Putin defende que estas quatro províncias e a península são, na verdade, parte da Rússia.

Enquanto isso, fontes próximas do assunto, afirmam que Trump tem pressionado a Ucrânia para que retire as suas tropas da parte de Donetsk que ainda controlam, como parte de um acordo de cessar-fogo. Volodymyr Zelensky e o povo ucraniano rejeitam veementemente esta possibilidade, recusando ceder qualquer parte do território.

As questões territoriais estarão, aliás, a ser o maior ponto de discórdia entre Kyiv e Moscovo e o que estará a impedir os dois países de chegarem a um acordo de paz.

Há várias semanas que os negociadores norte-americanos, Steve Witkoff (enviado especial dos EUA) e Jared Kushner (genro de Trump) se têm reunido com as duas partes para tentar terminar com a guerra que já dura há três anos - mas sem sucesso.


Leia TambémPaz na Ucrânia: "As partes dizem sempre que são muito construtivas, mas não vemos nenhum avanço decisivo"

O comentador da CNN Portugal Francisco Pereira Coutinho afirma que as conversações de paz na Ucrânia estão a ser conduzidas em paralelo a interesses comerciais e que continuam sem progresso nas questões essenciais para um cessar-fogo


Moscovo oferece apoio total a Caracas face a bloqueio naval dos EUA... A Rússia ofereceu "total cooperação" e apoio à Venezuela face ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos (EUA) a navios venezuelanos, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Yván Gil.

Por LUSA 

Numa mensagem divulgada na plataforma Telegram, Yván Gil informou ter falado por telefone com o homólogo russo, Serguei Lavrov, com quem discutiu o que classificou como "agressões" e "violações do direito internacional", numa referência às recentes manobras dos EUA no mar das Caraíbas.

De acordo com o chefe da diplomacia venezuelana, tais manobras incluem ataques a embarcações, alegadas "execuções extrajudiciais" nas Caraíbas e atos que descreveu como "pirataria".

Segundo Yván Gil, Lavrov manifestou "firme solidariedade" para com o povo venezuelano e para com o Presidente Nicolás Maduro, reafirmando o "total apoio" de Moscovo face às "hostilidades" contra o país sul-americano.

O ministro venezuelano acrescentou que a Rússia irá expressar esta posição na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas prevista para terça-feira.

O chefe da diplomacia venezuelana referiu ainda que, no sábado, recebeu uma oferta de cooperação do Irão "em todas as áreas" para enfrentar o que considerou ser "pirataria e terrorismo internacional" promovidos pelos Estados Unidos.

De acordo com o governante venezuelano, o contacto telefónico com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, incidiu sobre os "acontecimentos recentes nas Caraíbas" e o "roubo de navios carregados com petróleo venezuelano".

No domingo, os EUA realizaram uma operação para intercetar um terceiro petroleiro no mar das Caraíbas, ao largo da costa da Venezuela, segundo meios de comunicação social norte-americanos, um dia após a apreensão de um navio com bandeira panamiana que, segundo Washington, transportava petróleo bruto sancionado no âmbito da chamada "frota fantasma" venezuelana.

Trata-se do segundo petroleiro visado num mesmo fim de semana e do terceiro desde que o Governo do Presidente Donald Trump intensificou os esforços para travar o fluxo de crude da Venezuela, no quadro da crescente pressão sobre o Governo de Nicolás Maduro.

A 10 de dezembro, as autoridades norte-americanas apreenderam o navio Skipper, alvo de sanções, e confiscaram o petróleo que transportava.

Dias depois, Trump ordenou um bloqueio total à entrada e saída de petroleiros sancionados pelos Estados Unidos, acusando o Presidente venezuelano de liderar uma rede de narcotráfico.

Na sexta-feira, o Presidente norte-americano não descartou a possibilidade de uma guerra com a Venezuela.

Nesse mesmo dia, o líder da Casa Branca recusou-se a comentar se o objetivo das operações militares norte-americanas é a deposição do Presidente venezuelano, com o qual conversou por telefone em novembro, e "sabe melhor do que ninguém" o que Washington pretende.

Os Estados Unidos aumentaram nas últimas semanas a pressão sobre o Governo de Nicolás Maduro, a quem acusam de liderar o Cartel de los Soles, alegação negada por Caracas, após meses de bombardeamentos contra supostos barcos de tráfico de droga nas Caraíbas e no Pacífico.

Solidão afeta 10% da população e já é risco de saúde pública... A Ordem dos Psicólogos Portugueses alerta, em vésperas de Natal, que a solidão afeta 10% da população, aumenta em 14% o risco de mortalidade, e apela ao governo para que o seu combate seja uma prioridade de saúde pública.

Por LUSA 

"A solidão é considerada um dos grandes desafios da nossa sociedade e um problema global de Saúde Pública", refere a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), salientando que as intervenções para a combater "são custo-eficazes, sendo que o retorno pode ir de dois euros a 14 euros por cada um euro investido".

Num documento dirigido a decisores políticos, a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) lembra que a solidão, além dos efeitos negativos na saúde, bem-estar e qualidade de vida, tem também "um impacto real na economia e na sociedade".

"A solidão pode causar maior perda de produtividade (menor capacidade de concentração e motivação, mais baixas médicas, maior absentismo e presentismo e mais custos para as empresas), maior vulnerabilidade económica (maior risco de ficar desempregado e dificuldades em manter o emprego, sobretudo quando existem problemas de Saúde Psicológica)", alerta.

Segundo a Ordem, a solidão também pode implicar maiores custos em Saúde, ao requerer mais consultas médicas, hospitalizações, idas à urgência e gastos com medicação, e maior risco de exclusão social devido ao isolamento e afastamento da vida comunitária, diminuição da participação cívica, cultural e política, assim como menor coesão social.

O documento apresenta dados concretos sobre os custos que a solidão pode ter para a saúde, nomeadamente o aumento em 14% do risco de mortalidade por todas as causas, do risco de doença cardiovascular e de diabetes tipo 2, tendo um impacto equivalente a fumar 15 cigarros por dia.

A solidão está também associada a depressão, ansiedade, perturbação bipolar, psicose, perturbação de stresse pós-traumático, perturbações da alimentação, ideação suicida e comportamentos autolesivos, refere o documento, realçando ainda que pode aumentar o risco de demência em 31%.

Sobre os custos para a economia, a OPP dá o exemplo de Espanha que estimou que, em 2021, o impacto económico da solidão atingiu 14 mil milhões de euros, o equivalente a 1,17% do PIB nacional.

Nos Estados Unidos, o isolamento social das pessoas adultas mais velhas custa cerca de 6 mil milhões de euros adicionais por ano e no Reino Unido este problema custa aproximadamente 3 mil milhões de euros por ano às empresas.

Dados divulgados pela OPP referem, que, em todo o mundo, uma em cada seis pessoas é afetada pela solidão, sendo os adolescentes entre os 13 e os 17 anos os que apresentam as taxas mais elevadas, com 20,9% a reportar esse sentimento.

Em Portugal, uma em cada 10 pessoas admite sentir-se sozinha a maior parte do tempo, refere a Ordem, assinalando ainda que "a cada hora morrem 100 pessoas por causas relacionadas com a solidão, mais de 871.000 mortes por ano".

Para a Ordem, combater este problema requer uma abordagem integrada e multinível que envolva a Saúde, Educação, Trabalho, Urbanismo e Políticas Públicas, traduzida numa "estratégia nacional que fortaleça a coesão das comunidades e reconheça o papel dos psicólogos neste domínio".

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Viajaram para Lisboa em voo de Estado e com 5 milhões em notas. Entenda... A Polícia Judiciária (PJ) deteve em 14 de dezembro, no Aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, o chefe de protocolo de Sissoco Embaló. No mesmo voo, classificado como voo de Estado, seguia a mulher do ex-presidente guineense, Dinisia Reis Embaló, que, embora não tenha sido detida, foi constituída arguida.

Por LUSA 

O voo que trouxe a esposa do antigo presidente da República da Guiné-Bissau e o chefe de protocolo de Sissoco Embaló foi classificado como voo de Estado, confirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros à Lusa.

"A qualificação como voo de Estado deveu-se ao facto de a pessoa em causa ser cônjuge de um chefe de Estado (e o cônjuge ter direito a tratamento protocolar ao mesmo nível do chefe de Estado)", disse uma fonte oficial do MNE à Lusa, confirmando oficalmente a informação avançada esta manhã pelo Jornal de Notícias.

"Apesar de deposto, mas não havendo reconhecimento das novas autoridades, determinou-se que, por razões de segurança expressamente invocadas e apenas onde elas se aplicassem, se atribuíssem algumas prerrogativas de Estado, denegando outras tantas", acrescenta a fonte, apontando que "entre as primeiras esteve a classificação de voo de Estado, que tem efeitos unicamente protocolares - daí que as autoridades com poderes policiais possam ter atuado normalmente e sem qualquer conhecimento prévio do Protocolo de Estado".

5 milhões de euros em numerário

A Polícia Judiciária (PJ) deteve em 14 de dezembro, no Aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, o chefe de protocolo de Sissoco Embaló por suspeita de contrabando e branqueamento de capitais, por transportar na bagagem cerca de cinco milhões de euros em numerário, indicou anteriormente à Lusa fonte ligada à investigação.

Tito Fernandes foi mais tarde libertado sem ser apresentado a tribunal e no avião, proveniente da Guiné-Bissau, seguia ainda a mulher do ex-presidente guineense, Dinisia Reis Embaló, que, embora não tenha sido detida, foi constituída arguida por suspeita da prática dos mesmos crimes.

Segundo a mesma fonte, o montante foi apreendido e sua origem vai agora ser investigada pelas autoridades.

De acordo com uma nota emitida pela PJ em 14 de dezembro, "o voo estava inicialmente classificado como sendo militar e, depois de Lisboa, seguiria para [o aeroporto de] Beja", no sul de Portugal, tendo-se posteriormente verificado que a sua natureza e destino final "eram distintos" dos que tinham sido indicados às autoridades aeronáuticas.

Fonte ligada à investigação especificou na terça-feira à Lusa que o destino final seria o Dubai.

A ação policial, em conjunto com a Autoridade Tributária, aconteceu na sequência de uma denúncia anónima.

"A classificação como voo de Estado, reitera-se, é uma questão de natureza puramente protocolar e com efeitos exclusivamente de tratamento protocolar, tanto que compete ao Protocolo de Estado", diz o MNE, acrescentando: "Esclareça-se que o pedido que chegou ao Protocolo do Estado nunca foi para um voo militar, foi sempre para um voo civil".

Os efeitos protocolares traduzem-se em prerrogativas na prioridade na aterragem e descolagem, na possibilidade de uso de aeroportos reservados, na receção por um elemento do protocolo de Estado e outros deste cariz, explica ainda o MNE nas respostas à Lusa.

Na sequência da detenção dos viajantes, o Ministério Público (MP) abriu um inquérito no caso em que um homem próximo do ex-presidente da Guiné-Bissau Sissoco Embaló foi detido num aeroporto em Lisboa.

Um autodenominado "alto comando militar" tomou o poder na Guiné-Bissau em 26 de novembro, três dias depois das eleições gerais (presidenciais e legislativas) no país africano e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados.

A oposição e figuras internacionais têm afirmado que o golpe de Estado foi uma encenação orquestrada por Sissoco Embaló por alegadamente ter sido derrotado nas urnas, impedindo assim a divulgação de resultados e mandando prender de forma arbitrária diversas figuras que apoiavam o candidato que reclama vitória, Fernando Dias.

Depois de destituído, Sissoco Embaló saiu de Bissau, em 28 de novembro, para Dacar, no Senegal, e dias depois, deixou este país e foi para Brazaville, no Congo.

Em 4 de dezembro, circulava nas redes sociais a informação de que viajara, na véspera, para Marrocos.

O Presidente da União Democrática Social, Francisco Braima Djaló, em conferência de imprensa sobre a atual situação do país, na qual felicita e congratula com o Alto Comando Militar pelo seu papel na prevenção de uma guerra étnica na Guiné-Bissau.




Putin diz que países da CEI apoiam nova ordem mundial multipolar... O presidente russo sublinhou hoje que não só a Rússia, mas todos os países que integram a Comunidade de Estados Independentes (CEI), formada após a dissolução da União Soviética, apoiam a criação de um novo mundo multipolar.

Por LUSA 

Todos os países da CEI defendem unanimemente a formação de uma ordem mundial mais justa, com base nos princípios do direito internacional universalmente reconhecidos, com o papel central da ONU", afirmou Vladimir Putin na abertura da cimeira informal do grupo, na Sala de São Jorge do Museu Hermitage, em São Petersburgo.

Putin destacou a importância de os nove países que integram o bloco manterem posições "próximas ou coincidentes" nos "principais problemas regionais e globais".

O chefe de Estado russo salientou igualmente a cooperação entre estes países na luta contra o terrorismo, extremismo, crime organizado e narcotráfico.

A este respeito, Putin referiu os programas existentes no âmbito da CEI, como o programa antiterrorista em vigor até 2028 e o de defesa das fronteiras do bloco até 2030.

O grande ausente da cimeira informal é o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, uma decisão que Baku justificou com a agenda apertada do chefe de Estado.

A Presidência azeri recordou hoje que Aliyev participou em outubro deste ano no Conselho de Chefes de Estado da CEI, realizado em Duxambé, capital do Tajiquistão, onde se reuniu com Putin.

Aliyev não se desloca à Rússia desde o escândalo provocado pelo abatimento, há um ano, por defesas antiaéreas russas, de um avião da companhia azerbaijana Azal que voava de Baku para a cidade russa de Grozni, incidente que provocou a morte de 39 passageiros.

Segundo o Kremlin, Putin vai reunir-se hoje com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, que decidiu congelar a participação do seu país na aliança militar pós-soviética, após criticar Moscovo pela sua inação nos confrontos militares com o Azerbaijão.

Além da Ucrânia e da Geórgia, que abandonaram definitivamente a CEI, a Moldova também suspendeu a sua participação devido à campanha militar russa no país vizinho.

A Comunidade dos Estados Independentes foi criada a 08 de dezembro de 1991, após a desagregação da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). 

Inicialmente, a organização congregava a Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Federação Russa, Moldova, Quirguistão, Tajiquistão, Ucrânia, Uzbequistão e Turcomenistão (membro associado).

Idriça Djaló defende reformas estruturais para pôr fim à instabilidade política na Guiné-Bissau

Por  Radio Voz Do Povo

O político Idriça Djaló considera que a Guiné-Bissau continua refém de um sistema político disfuncional, responsável por sucessivas crises e golpes de Estado desde a introdução do multipartidarismo, em 1994. Numa carta de reflexão tornada pública, o autor sustenta que a instabilidade resulta, sobretudo, da má repartição de poderes entre o Presidente da República e o Parlamento, bem como da politização das instituições do Estado.

Idriça Djaló faz um balanço crítico dos principais episódios de rutura política registados ao longo das últimas três décadas, recordando os golpes de Estado de 1998, 2003 e 2012, bem como os conflitos institucionais após as eleições de 2019 e 2023. Segundo o autor, a corrupção, o clientelismo, a instrumentalização da justiça e o uso de discursos de ódio, incluindo de cariz étnico, contribuíram para o descrédito das instituições e da classe política.

Na sua análise, o autor defende a necessidade urgente de uma transição assente em pessoas competentes e desligadas das más práticas do passado, propondo a abertura de um amplo debate nacional liderado pela sociedade civil. Entre as medidas apontadas estão a elaboração de uma nova Constituição que clarifique a separação de poderes, a reforma do sistema eleitoral, a despolitização da administração pública e da justiça, bem como uma reforma profunda das Forças Armadas.

Para Idriça Djaló, apenas reformas estruturais permitirão quebrar o ciclo de crises políticas e consolidar o Estado de direito na Guiné-Bissau, sublinhando que a democracia não é um luxo, mas uma condição essencial para o desenvolvimento do país.

O tema será desenvolvido numa entrevista exclusiva com Idriça Djaló, hoje, a partir das 16 horas, na Rádio Voz do Povo.

Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento: Nota de Esclarecimento



General russo morre em ataque com carro-bomba em Moscovo... O general Fanil Sarvarov morreu na sequência de uma armadilha, esta segunda-feira, dia 22 de dezembro. O carro em que seguia para o trabalho explodiu provocando-lhe ferimentos fatais.

Por LUSA 

As forças militares russas acabam de perder um importante elemento. Um general russo morreu, esta segunda-feira, na sequência de uma explosão no carro em que seguia.

As forças russas acreditam que a viatura foi armadilhada pelos serviços secretos da Ucrânia. 

O general Fanil Sarvarov era o responsável pelo gabinete de treinos das forças armadas de Valdimir Putin, refere a Reuters.

Sarvarov sofreu "múltiplas feridas causadas por estilhaços" e uma "fratura no osso facial" após uma explosão no Kia Sorento em que seguia, enquanto se dirigia ao trabalho no distrito de Yasenevo, em Moscovo. A explosão deu-se no parque de estacionamento de um bloco de apartamentos.

A porta-voz do Comité de Investigação russo, Svetlana Petrenko, confirmou a morte do militar, informando ainda que o mesmo será algo de uma investigação. "Os investigadores estão a seguir várias linhas de investigação sobre o assassinato. Uma delas é que o crime foi orquestrado pelos serviços secretos ucranianos.", informou. 

Testemunhas do incidente dizem ter ouvido uma grande explosão e que a seguir a isso somaram-se esforços para tentar tirar o homem, de 56 anos, do carro para transportá-lo para o hospital e salvar-lhe a vida.

A mulher de Sarvarov também terá acorrido ao local, pouco depois das 7h, mas não foi autorizada a aproximar-se nem a ver o marido ainda ferido.

No local, outros sete carros ficaram danificados pela explosão. “No início, pensamos que um drone tinha sido abatido. Houve uma explosão, mas não houve incêndio”, disse um morador local, citado pelo Mirror.

Desde que a Rússia lançou a sua invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022, vários oficiais militares foram alvo de ataques na capital russa, recorda a BBC.

O general Yaroslav Moskalik foi morto num ataque com carro-bomba em Moscovo, em abril, enquanto o general Igor Kirillov morreu em dezembro de 2024, quando um dispositivo escondido numa scooter foi detonado remotamente.

Conversações de paz

Este novo ataque acontece numa altura em que prosseguem as tentativas de acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, promovidas pelos Estado Unidos da América (EUA).

A nova ronda de negociações em solo norte-americano decorre após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter afirmado na sexta-feira que "a bola encontra-se totalmente do lado dos adversários ocidentais, principalmente do chefe do regime de Kyiv e dos seus patrocinadores europeus".

Putin referiu também que Moscovo já aceitou compromissos durante as negociações com Washington, apesar de ter reafirmado que vai atingir os objetivos militares na Ucrânia e recusado a presença de tropas da NATO no país vizinho como parte de garantias de segurança a Kyiv.

Antes desta ronda de contactos, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os negociadores "estão perto de chegar a um acordo", e aconselhou os líderes ucranianos a agirem rapidamente.

O Presidente ucraniano também relatou na passada semana progressos no sentido de um entendimento entre Kyiv e Washington sobre o conteúdo de um plano a propor a Moscovo, mas alertou ao mesmo tempo que a Rússia está a preparar-se para mais um ano de guerra em 2026.

A proposta de Washington passou por várias versões, sendo que inicialmente foi acusada de corresponder às principais exigências do Kremlin, incluindo a cedência das regiões parcialmente ocupadas pela Rússia na Ucrânia, que teria também de abdicar da sua integração na NATO e dos seus planos de contingente militar.

Os detalhes do novo acordo entretanto revisto por Kyiv não são conhecidos, mas, segundo Zelensky, envolvem concessões territoriais da Ucrânia em troca de garantias de segurança ocidentais.