© Kostiantyn Liberov/Libkos/Getty Images)
Por Lusa 14/05/24
As forças ucranianas tomaram, nas últimas horas, o controlo da cidade de Lukyantsi, perto da fronteira russa, segundo o grupo de análise ucraniano DeepState citado pela agência espanhola EFE.
"O inimigo ocupou Lukyantsi", lê-se numa mensagem publicada nas redes sociais pelo DeepState, que tem vindo a publicar desde sexta-feira informações sobre a conquista de várias localidades pelas forças da Rússia na zona de fronteira.
No final da semana passada a Rússia projetou uma nova frente ao atacar a província fronteiriça ucraniana de Kharkov.
Lukyantsi situa-se numa das duas áreas do norte da região de Kharkov.
De acordo com o Estado-Maior ucraniano, as tropas de Kyiv fizeram recuar um total de 13 ataques russos no norte de Kharkov nas últimas 24 horas.
Por outro lado, o DeepState relatou avanços russos perto de Vovchansk (cerca de 40 quilómetros a leste de Lukyantsi e principal alvo russo a norte de Kharkov) e em outras áreas da linha da frente, principalmente na província oriental de Donetsk.
Até ao momento, Moscovo não se pronunciou sobre as últimas informações divulgadas por Kyiv.
O Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, afirmou que as ações ofensivas russas no norte de Kharkov têm como objetivo forçar as tropas ucranianas a dispersarem-se, negligenciando assim outras áreas ao longo das linhas da frente.
Entretanto, o Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington, refere no relatório diário que a prioridade das forças russas no norte de Kharkov não é avançar mais, mas sim "criar uma zona tampão" para afastar o Exército ucraniano da zona fronteiriça russa de Belgorod, a fim de reduzir os ataques nesta zona do território.
O ataque das forças russas à região de Kharkov já provocou a demissão do comandante militar ucraniano na zona, o que os analistas interpretam como prova de que a Ucrânia não conseguiu defender o território.
Zelenski sublinhou num discurso, segunda-feira à noite, que o novo comandante militar da zona, o brigadeiro-general Mikhail Drapati, está a trabalhar "no terreno" tendo recebido "forças e munições suficientes".
"Estamos a obter resultados cada vez melhores, destruindo a infantaria e o equipamento do ocupante", disse Zelenski.
A resposta ucraniana ao ataque russo transfronteiriço na região de Kharkov foi criticada na Ucrânia, uma vez que as fortificações necessárias para uma situação deste tipo não existiam na zona situada próxima do território da Rússia.
O Ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, e o Chefe do Exército ucraniano, Oleksandr Sirski, informaram, nas últimas horas, o responsável pelos assuntos europeus do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Michael Carpenter, sobre a situação na linha da frente.
Umerov e Sirski também participaram na segunda-feira numa reunião virtual com o Conselheiro de Segurança da Casa Branca, Jake Sullivan, e o Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, a quem explicaram a evolução da situação ao longo das linhas na região de Kharkov.
"Mantivemos uma discussão sobre a situação na linha da frente, sobre as ações ofensivas russas e sobre a ajuda de que a Ucrânia necessita", escreveu o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andri Yermak, que também participou na reunião.
Yermak acrescentou que a necessidade da Ucrânia em receber armamento dos Estados Unidos foi também discutida "em pormenor".
Estas reuniões coincidem com a chegada a Kyiv do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que se desloca hoje à Ucrânia para transmitir "apoio duradouro" de Washington ao país.