terça-feira, 12 de março de 2024
𝗝𝗨𝗟𝗚𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢 𝗔𝗗𝗜𝗔𝗗𝗢 𝗦𝗘𝗠 𝗨𝗠𝗔 𝗢𝗨𝗧𝗥𝗔 𝗗𝗔𝗧𝗔 𝗠𝗔𝗥𝗖𝗔𝗗𝗔 -𝗖𝗮𝘀𝗼 𝗱𝗲 𝟲 𝗯𝗶𝗹𝗵õ𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗳𝗰𝗳𝗮
O julgamento do antigo ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seide e o ex-secretario de Estado do Tesouro, Antônio Monteiro, acusados de corrupção que devia iniciar hoje no Tribunal de Relação no Palácio da Justiça, foi adiado para outra a marcar, após o Supremo Tribunal de Justiça analisar processo denominado "incidente de inconstitucionalidade" emitido pelos advogados dos suspeitos.
De acordo com as informações que a Rádio Jovem teve acesso, adiamento de julgamento dos antigos governantes tem a ver com as alegações do Colectivo dos advogados em como o Gabinete de Luta Contra Corrupção e Delitos Económicos não tem competência de iniciar processo dos dois suspeitos para depois remeté-lo ao Ministério Público, através do Tribunal de Relação, razão pela qual, entraram com um processo denominado incidente de inconstitucionalidade que agora será analisado pelo Supremo Tribunal de Justiça na veste do Tribunal Constitucional.
segunda-feira, 11 de março de 2024
SAMSUNG: Nem todos poderão comprar o primeiro anel inteligente da Samsung... Parece que o Galaxy Ring estará disponível em quantidades muito limitadas.
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Notícias ao Minuto 11/03/24
A Samsung pretende lançar mais perto do final do ano o Galaxy Ring, o primeiro anel inteligente da marca voltado para o segmento de saúde e bem-estar e que, alegadamente, começará por estar disponível em quantidades (muito) limitadas.
Diz o site Android Headlines que a Samsung pretende adotar uma abordagem mais cautelosa a este novo produto, planeando produzir apenas cerca de 400 mil unidades do Galaxy Ring.
Notar que esta quantidade diz respeito apenas à primeira ‘fornada’ do Galaxy Ring, com a adoção dos clientes a este novo produto a indicar à Samsung quantas unidades seriam produzidas de futuro.
Notar que, de momento, não se sabem ainda muitos detalhes sobre o Galaxy Ring. Acredita-se que a tecnológica sul-coreana venha a desvendar pormenores - como especificações, preços e data de lançamento - algures durante o mês de julho.
Médico revela as mudanças que ajudam a reduzir o risco de cancro... São quatro e estão ao alcance de todos.
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Notícias ao Minuto 11/03/24
O gastroenterologista Saurabh Sethi revelou, através de um vídeo publicado no TikTok, uma mão cheia de mudanças no estilo de vida que podem ajudar a reduzir o risco de cancro.
O médico começa por desaconselhar a ingestão excessivo de álcool. "Tem sido associado ao cancro do estômago, cólon, fígado, pâncreas e mama", diz.
O consumo de carnes processadas, como bacon e salsichas, também deve ser evitado, devido ao "risco significativamente de cancro do cólon".
Por outro lado, o especialista sublinha os benefícios da cessação tabágica, lembrando que fumar "não só aumenta o risco de cancro do pulmão , como também de outros tipos de cancro, como da boca, pâncreas , bexiga e rim".
A última dica recomendada por Sethi é o uso de protetor solar mineral para minimizar o risco de cancro da pele.
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Aliança Democrática ganhou. Será que Chega?
Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro no debate entre os líderes dos partidos com assento parlamentar (Lusa/ José Goulão)
CNN Portugal 11/03/2024
Luís Montenegro venceu as eleições legislativas de 2024. O Partido Socialista perdeu votos e perdeu mais de 40 lugares no Parlamento. O Chega obteve mais de um milhão de votos e terá um mínimo de 48 deputados na Assembleia da República. Haverá condições de governabilidade?
A espera foi longa para conhecer os resultados das legislativas 2024. As dúvidas foram uma constante ao longo da noite eleitoral e apesar de Luís Montenegro ter declarado vitória e Pedro Nuno Santos ter admitido a derrota, a totalidade dos resultados ainda não é conhecida: faltam os resultados dos emigrantes portugueses e sem esses votos, o Parlamento ainda só tem 226 dos 230 lugares preenchidos. No limite, se o PS obtivesse dois desses quatro lugares e o PSD não obtivesse nenhum, acabariam empatados com o mesmo número de deputados na Assembleia da República. Mas esta é apenas uma hipótese matemática sem grande probabilidade de vir a acontecer.
Foi, então, com base na distribuição dos 226 deputados já conhecidos que se declarou a vitória da Aliança Democrática, com 79 deputados. O Partido Socialista (PS) conseguiu 77 lugares e o Chega 48. Seguem-se a Iniciativa Liberal com oito, Bloco de Esquerda com cinco, PCP-PEV com quatro, o Livre também com quatro deputados e o PAN com um.
Será, então neste quadro parlamentar que Luís Montenegro terá de encontrar condições de governabilidade. E o caminho é muito estreito.
A hipótese mais desejada pelo líder da AD seria que a sua votação, somada à da Iniciativa Liberal permitisse uma maioria absoluta. Mas a soma de deputados fica longe dos necessários 116 parlamentares. Não só a AD cresceu relativamente pouco face aos votos alcançados pelo PSD, CDS e PPM em 2022, como a Iniciativa Liberal se limitou a manter o número de deputados que já tinha. Ou seja, é uma não hipótese. Mas a disponibilidade dos liberais mantém-se. “Seremos responsáveis nos cenários que se venham a colocar, não será pela Iniciativa Liberal que não haverá uma solução estável de governação”, sublinhou o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha.
À direita, em teoria, havia uma outra hipótese. A soma dos deputados da AD com os do Chega permitiria a tal maioria absoluta. Até porque o Chega multiplicou por quatro o número de deputados que tinha e obteve mais de um milhão de votos. E o líder do Chega, André Ventura, fez questão de salientar isso mesmo. “A partir de amanhã temos todas as condições para construir um governo de direita em Portugal. O Chega e o PSD têm maioria absoluta nestas eleições, só um ato de irresponsabilidade poderá afastar uma solução de governo”, referiu Ventura. Mas a resposta veio pouco depois. Luís Montenegro não deixou margem para dúvidas e reafirmou o que já tinha dito várias vezes durante a campanha eleitoral. Não haverá qualquer acordo com o Chega.
Não havendo hipótese ‘A’, nem hipótese ‘B’, poderia haver uma hipótese ‘C’, de um Bloco Central com o PS? Mas também aqui a porta fechou-se ainda antes de Luís Montenegro falar. No discurso de derrota, o líder dos socialistas, não deixou margem para dúvidas: o PS será líder da oposição. “Não vamos ceder a nenhum tipo de pressão. O nosso projeto para o país não é compatível. É alternativa ao projeto da AD. Não é a nós que têm de pedir para suportar um governo”, assegurou o líder socialista.
Sem um apoio maioritário no Parlamento, Luís Montenegro admite que o desafio que tem pela frente “é grande” e que “vai exigir grande sentido de responsabilidade a todos” e de ele próprio “grande capacidade de diálogo e de tolerância democrática”. O líder da AD deixou, no entanto, um aviso: está disponível para dialogar, mas recorda que a coligação irá “cumprir a base do programa” que foi votada pelos eleitores. Ou seja, Luís Montenegro parece apostado em aplicar o seu programa e esperar que caso o seu Governo seja derrubado no Parlamento, o ónus dessa decisão venha a penalizar os autores desse derrube.
Fora dos cenários de governação estão Bloco de Esquerda, PCP-PEV, Livre e PAN. E também para estes quatro partidos os resultados os tiveram tendências muito diferentes. Nesta espécie de liga dos últimos, o grande vencedor foi Rui Tavares que deixou de ser deputado único e passa a ter um grupo parlamentar de quatro deputados, igualando o PCP-PEV que, em sentido contrário foi quem mais perdeu: passou de seis deputados para quatro e perdeu mais de 30 mil votos.
O Bloco de Esquerda e o PAN mantiveram o número de deputados que já tinham. O Bloco, manteve cinco deputados, mas obteve mais 30 mil votos e o PAN mantém como deputada única a sua líder, Inês Sousa Real e também aumentou o número de votos em relação a 2022.
Fora dos resultados dos partidos há ainda um outro dado a destacar. A taxa de abstenção ficou abaixo dos 34%, um valor historicamente baixo e votaram mais de seis milhões de eleitores.
Saiba como a procura chinesa de pau-rosa está a impulsionar o crime mais lucrativo do mundo no Gana e em toda a África Ocidental, muitas vezes, envolvendo redes ilícitas e corrupção das autoridades locais.
China Financia Extracção de Madeira de Pau-Rosa no Norte do Gana
Apesar da proibição de 2019, o abate de árvores de pau-rosa continua no Gana, onde as empresas chinesas exploram a pobreza e as licenças do governo para remover milhões de dólares em árvores ameaçadas de extinção todos os anos.
Por ADF
O Gana proibiu o abate de árvores de pau-rosa em 2019. Apesar disso, o abate de árvores continua, impulsionado pelo apetite insaciável da China pela madeira e pelas quantias substanciais de dinheiro que as empresas madeireiras chinesas espalham por algumas das comunidades mais pobres do Gana.
Ainda em 2021, o Gana exportou para a China toros de pau-rosa ameaçados de extinção no valor de mais de 2 milhões de dólares. De acordo com especialistas que visitaram o local, uma empresa chinesa de exploração de madeira na comunidade de Yipala, no Gana, funcionou até finais de 2021.
Em Abril de 2023, investigadores da GH Environment descobriram a exploração ilegal de pau-rosa em Damongo, a capital da região de Savannah, no Gana. Segundo algumas estimativas, mais de 6 milhões de árvores de pau-rosa foram abatidas no Gana desde 2012, apesar das várias proibições impostas desde então.
“Não só na zona de Savannah, mas em toda a cintura norte do país, o abate ilegal de pau-rosa continua a ser galopante,” escreveram recentemente os investigadores da GH Environment.
Os investigadores encontraram um operador de moto-serra na zona de Damongo que lhes disse que os podia ajudar a obter pau-rosa.
“É verdade que o governo proibiu o corte e o processamento do pau-rosa,” disse o trabalhador anónimo à GH Environment. “Mas é um negócio que não podemos deixar de fazer, porque o dinheiro é muito, por isso, escondemo-nos e cortamo-las para aqueles que precisam da madeira.”
O pau-rosa cresce em algumas das áreas mais pobres do país, onde mais de dois terços da população vive em pobreza extrema, definida como viver com menos de 1 dólar por dia.
As empresas madeireiras chinesas pagam aos madeireiros locais até 32 dólares por cada metro cúbico de pau-rosa que extraem. Mais adiante na cadeia de abastecimento, os comerciantes locais podem ganhar até 130 dólares por metro cúbico.
“Mesmo que seja um santo, será tentado a participar, tendo em conta o seu estado de pobreza,” William K. Dumenu, investigador do Instituto de Investigação Florestal do Gana, escreveu para a página da internet Kasa. “Uma vez que a maioria de nós não é santo, o que é que podemos esperar?”
Segundo os observadores, as empresas chinesas também utilizam a sua influência financeira para explorar o sistema legal do Gana que permite aos madeireiros recuperar as árvores abatidas ou mortas.
Em 2010, funcionários do governo do Gana emitiram licenças de salvamento a empresas de construção chinesas contratadas para construir uma estrada perto de Mole, o maior parque nacional do Gana. De acordo com a Agência de Investigação Ambiental, esta licença constituía uma grande ameaça para o pau-rosa de Mole.
“As empresas receberam as licenças de bom grado, sabendo que a licença é apenas um passe para explorar ‘legalmente, mas de forma horrível’ o máximo que puderem,” escreveu Dumenu.
Muitas vezes, as empresas chinesas adquirem licenças de salvamento e depois ignoram as condições que estas impõem, tais como a limpeza de terrenos para desenvolvimento ou a remoção de árvores abandonadas.
Apesar dessas condições, algumas cartas entregues a empresas para o salvamento do pau-rosa revelaram que nenhuma das condições de salvamento foi cumprida, segundo Dumenu.
As empresas madeireiras chinesas que são apanhadas a infringir a lei geralmente pagam pequenas multas para escaparem a outras sanções.
No entanto, nem sempre é esse o caso. Em 2019, o Gana prendeu Helena Huang, de nacionalidade chinesa, conhecida como a “Rainha do Pau-rosa,” por processar pau-rosa ilegalmente numa fábrica em Yipala. Huang não pagou a fiança, foi novamente detida e deportada para a China em vez de ser processada judicialmente.
A história de Huang parece ser a excepção e não a regra no que diz respeito ao abate ilegal de madeira de pau-rosa no Gana.
A pobreza extrema no norte do Gana permite que as empresas chinesas explorem as pessoas e as árvores, apoiando toda uma economia de madeireiros, transportadores e intermediários que ligam as florestas do Gana aos fabricantes de mobiliário chineses, escreveu Dumenu.
“De facto, enquanto houver pobreza generalizada, poucas oportunidades económicas e programas de intervenção social inadequados para responder às necessidades de pobreza e de subsistência nas zonas endémicas de pau-rosa, será difícil manter as pessoas afastadas dos recursos,” acrescentou.
O Presidente da República, recebeu em audiência a coligação PRS/APU-PDGB, denominada Kumba Lanta.
Na ocasião forma abordadas questões como a abertura da Assembleia Nacional Popular, a situação da Comissão Nacional de Eleições e a realização de eleições legislativas antecipadas, entre outros.
Nuno Nabiam, porta-voz da aliança política Kumba Lanta, enfatizou a cordialidade do encontro com o chefe de Estado, apesar das divergências de opinião.
Presidência da República da Guiné-Bissau / Radio Voz Do Povo
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domingo, 10 de março de 2024
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Encontro entre o Presidência da República da Guiné-Bissau e o Poder Tradicional- Régulos
Diplomacia da Ucrânia critica Papa por sugerir negociações com Putin
© Lusa
POR LUSA 10/03/24
A embaixada da Ucrânia junto do Vaticano respondeu hoje ao Papa que durante a Segunda Guerra Mundial "ninguém falou de negociações de paz com Hitler", depois de Francisco ter defendido conversações entre ucranianos e russos.
"É muito importante ser coerente! Quando falamos da Terceira Guerra Mundial, que estamos a viver, temos de aprender as lições da Segunda Guerra Mundial", escreveu a representação diplomática nas redes sociais, segundo a agência espanhola EFE.
"Nessa altura, alguém falou seriamente de negociações de paz com Hitler e da bandeira branca para o satisfazer? Então, a lição é só uma: se queremos acabar com a guerra, temos de fazer tudo o que pudermos para matar o Dragão!", acrescentou.
O Papa Francisco apelou à "coragem de levantar a bandeira branca e negociar" para pôr fim à guerra na Ucrânia "antes que as coisas piorem", numa entrevista à televisão suíça divulgada no sábado.
"Quando vemos que estamos derrotados, que as coisas não estão a correr bem, temos de ter a coragem de negociar. Temos vergonha, mas com quantos mortos é que isso vai acabar?", questionou o Papa.
"Negoceiem a tempo, encontrem alguns países para mediar. Na guerra da Ucrânia, há muitos. A Turquia ofereceu-se. E outros. Que não tenham vergonha de negociar antes que a situação se agrave", acrescentou na entrevista à Radiotelevisão Suíça.
Após a divulgação da entrevista, a Santa Sé esclareceu que o Papa não estava a falar de rendição, mas sim de negociação.
A Turquia ofereceu-se no sábado para acolher uma cimeira de paz entre Kiev e Moscovo durante uma visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Istambul.
"Qualquer proposta de resolução desta guerra deve partir da fórmula proposta pelo país que defende o seu território e o seu povo", respondeu Zelensky à oferta do homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan.
"Queremos uma paz justa", acrescentou.
A Ucrânia exige a retirada das tropas russas do seu território, incluindo a Crimeia, anexada em 2014, como pré-condição para negociações com Moscovo.
Moscovo respondeu à exigência ucraniana afirmando que Kiev tem de se conformar com a nova realidade.
Além da Crimeia, a Rússia anexou as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia depois de ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando a guerra em curso.
Kiev e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas regiões anexadas à Ucrânia.
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Ucrânia e economia? "Os russos tendem a ser demasiado otimistas"
© Reuters
POR LUSA 10/03/24
O especialista em assuntos russos Marek Menkiszak vê sinais de confiança do Kremlin num ano crucial do conflito na Ucrânia, mas alerta que Moscovo tende a sobrevalorizar os seus feitos, ignorando problemas que já se desenham, incluindo económicos.
Mais de dois anos após a invasão da Ucrânia e a menos de uma semana de Vladimir Putin ir a votos para ser reconduzido na Presidência russa, o diretor do Departamento da Rússia do Centro de Estudos de Leste (OSW, na sigla em polaco), um 'think thank' com sede em Varsóvia, encontra "boas notícias e más notícias" para o Kremlin nesta fase.
Em entrevista à agência Lusa, Marek Menkiszak observa sinais de confiança em relação ao desempenho económico russo, a par da evolução na frente ucraniana, traduzidos por indicadores formais, como o crescimento do PIB acima dos 3,5% no ano passado, e pela forma como Moscovo tem escapado das sanções internacionais.
"Este facto é importante como parte da mensagem do Kremlin para a sua própria população de que a pressão ocidental não é bem-sucedida e poder dizer 'sobrevivemos'", comenta, ao mesmo tempo que envia um sinal para o exterior de que as iniciativas para isolar Moscovo não terão sucesso.
Parte dos resultados económicos russos, explica o especialista, é alavancada pela sua indústria de defesa e da prioridade dada ao esforço de guerra, que também beneficiou de outros elementos da economia, como os transportes, os produtos farmacêuticos ou a indústria menos intensiva, que também abastece as forças armadas.
"Paradoxalmente, a economia foi impulsionada por esta guerra", comenta o especialista, assinalando que, em relação às sanções, foram encontrados canais paralelos, através de centros de importação e reexportação de produtos em países como a Turquia, a China e os Emirados Árabes Unidos.
No entanto, "esta não é a história completa" e, no capitulo das más notícias, o conflito na Ucrânia impôs "um enorme fardo sobre as finanças e sobre o orçamento do Estado", estimando-se que o esforço de guerra consuma cerca de 40% da despesa.
"Isto é um custo muito elevado e cria uma situação em que os russos são obrigados a subir os impostos, a aumentar os encargos das empresas, incluindo as energéticas", segundo o diretor do 'think tank', avisando igualmente para a pressão sobre a inflação, escassez de mão-de-obra, péssimo clima de investimento, e ainda para a diminuição das exportações de petróleo e redução de produção de bens tecnologicamente avançados devido às sanções, o que leva à dependência crescente da China e de outros países não ocidentais.
Portanto, resume, "não se trata de um futuro brilhante e é um preço gigantesco que tende a aumentar", conduzindo a que, a longo prazo, a economia vá sofrer por causa deste conflito, o que "não significa que a Rússia entre em colapso, mas ser-lhe-á negada a esperança de muitos desenvolvimentos de relevo e, pouco e pouco, será marginalizado em termos da economia mundial".
Nesta fase, o analista aponta, porém, para "uma grande mudança de atitude no Kremlin", no sentido de que começa a acreditar que vai ganhar a guerra em curso no país vizinho e "lentamente executar os planos originais que vão além da Ucrânia".
Por detrás deste otimismo, destaca a dificuldade da Ucrânia em manter a linha da frente, devido aos problemas das entregas militares dos seus parceiros, em particular dos Estados Unidos, que têm um pacote de ajuda de mais de 50 mil milhões de euros bloqueado há meses no Congresso pela ala radical republicana.
A este impasse juntam-se pressões junto dos países aliados de Kiev para mudarem as suas políticas e distanciarem-se do conflito, associadas à proximidade das eleições europeias em junho, e a perspetiva do aumento da expressão das forças populistas e nacionalistas, e, sobretudo, das presidenciais norte-americanas em novembro e um eventual regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca.
"Dados os sinais políticos que ele [Trump] está a enviar, os russos vão esperar uma mudança das políticas americanas, ou seja, a retirada parcial em vários domínios políticos e militares na Europa, o declínio do apoio à Ucrânia e o aumento das tensões entre os Estados Unidos e os aliados europeus e também dentro da NATO", aponta.
Mas estes elementos de esperança para Moscovo devem ser vistos com cuidado na medida em que podem ser acompanhados de "uma grande dose de ilusão", segundo o diretor do Centro de Estudos de Leste, que alerta: "Os russos tendem a ser demasiado otimistas. Sobrestimam os sinais positivo e subestimam os negativos".
Entre os pontos desvalorizados por Moscovo, assinala a "determinação absoluta dos ucranianos para lutar e defender o seu país", ao fim de mais de dois anos de conflito, em que, "apesar de todo o cansaço, compreendem que o que está em jogo é enorme e que a alternativa será um desastre, ou mesmo o genocídio na Ucrânia".
Por outro lado, a tentativa de gerar divisões entre os aliados europeus parece estar a ter o resultado contrário, visível na mobilização de recursos e não só entre os chamados países do flanco oriental da Europa", para investir na defesa e na produção de armas e munições, em parte para a sua própria defesa e outra para abastecer a Ucrânia.
Quanto aos Estados Unidos, "claro que o seu apoio é muito importante", mas, ainda que haja uma alteração do cenário político em Washington, Marek Menkiszak não acredita que haja uma paragem completa do envolvimento norte-americano e do apoio a Kiev.
"Poderá ser de alguma forma limitada, mas o mais importante é que os Estados Unidos continuem a criar a imagem de credibilidade de garantias de segurança e creio que se manterão", comenta.
Entretanto, este será "um ano crucial" no conflito, segundo o especialista, porque "não é sem motivo que a Rússia quer criar um ponto de viragem" já em 2024, antes de a Ucrânia e os países europeus ficarem mais fortes, em termos de produção de armamento e de as entregas de apoio militar a Kiev serem substancialmente aumentadas, para que as suas Forças Armadas voltem a opor-se à ofensiva russa.
Até lá, sublinha, "se a Ucrânia conseguir segurar a linha da frente até ao final deste ano, o próximo será muito melhor".
Vacina de baixo custo contra a malária chega a África em maio... O maior fabricante de vacinas do mundo, sediado na Índia, vai começar a distribuir uma nova vacina contra a malária, a partir de maio, em África, noticiou a agência France-Presse (AFP).
© Lusa
POR LUSA 10/03/24
O Serum Institute of India (SII) planeia enviar, este ano, 25 milhões de doses da vacina, de baixo custo, denominada R21 e desenvolvida com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Moçambique, Chade, República Centro-Africana, RDCongo e Sudão do Sul serão os primeiros cinco países a receber as doses da R21, disse o Fundo da ONU para a Infância (Unicef) à AFP.
Uganda e Nigéria estão a planear a introdução da vacina no final do ano.
"Oferecemos estas vacinas ao continente africano a quatro dólares (3,65 euros) ou menos no primeiro ano. E à medida que aumentarmos a produção, poderemos baixar o preço um pouco mais", disse o diretor executivo da SII, Adar Poonawalla.
A produção pode chegar a 100 milhões de doses por ano, indicou.
O envio das vacinas deverá começar no final de abril e a distribuição terá início em maio e junho, disse o diretor de investigação e desenvolvimento da SII, Umesh Shaligram.
A R21 foi recomendada em outubro pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para "prevenir a malária em crianças em risco de contrair a doença". A Unicef e Aliança Global de Vacinas (Gavi) vão ser as principais organizações a adquirir e a distribuir as vacinas.
Transmitida aos seres humanos pela picada de certos tipos de mosquitos, a malária mata mais de 600 mil pessoas todos os anos, 95% das quais em África, de acordo com dados da OMS. No continente, mais de 80% das mortes são crianças com menos de 05 anos.
Em 2021, outra vacina, a "RTS,S", produzida pelo gigante farmacêutico britânico GSK, tornou-se a primeira vacina a ser recomendada pela OMS para prevenir a malária em crianças em áreas onde a transmissão da doença é moderada a alta.
As duas vacinas têm taxas de eficácia semelhantes, de cerca de 75%, quando administradas nas mesmas condições.
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, prestigiou hoje a inauguração da nova sede do Victoria Club de Bandim, cuja reabilitação beneficiou do seu apoio.
Mais do que um edifício; a nova sede é um símbolo de dignidade para o Victoria Club de Bandim e para o desporto local. O apoio do Presidente da República destaca a importância que atribui ao futebol e ao fortalecimento das comunidades através do desporto. No fim da cerimônia, o Chefe de Estado visitou o histórico Estádio de Cacoma, que desempenha um papel fundamental nas competições locais.
Presidência da República da Guiné-Bissau / Radio Voz Do Povo
O Fórum de Juventude do PRS a favor da realização do Congresso Extraordinário dos Renovadores.
sábado, 9 de março de 2024
Exclusivo: EUA prepararam-se "rigorosamente" para um ataque nuclear russo na Ucrânia no final de 2022
Explosão Nuclear (Getty Images)
Por CNN, 09/03/2024
No final de 2022, os EUA começaram a "preparar-se rigorosamente" para a possibilidade de a Rússia atacar a Ucrânia com uma arma nuclear, no que teria sido o primeiro ataque nuclear em guerra desde que os EUA lançaram bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki quase oitenta anos antes, de acordo com dois altos funcionários da administração que falaram com a CNN.
A administração Biden estava especificamente preocupada com a possibilidade de a Rússia usar uma arma nuclear tática ou de campo de batalha, disseram os funcionários.
A primeira vez que relatei que as autoridades americanas estavam preocupadas com a possibilidade de a Rússia usar uma arma nuclear tática em 2022, mas no meu novo livro, "The Return of Great Powers", publicado em 12 de março, revelo detalhes exclusivos sobre o nível sem precedentes de planeamento de contingência levado a cabo à medida que os membros seniores da administração Biden se tornavam cada vez mais alarmados com a situação.
"Foi isso que o conflito nos apresentou e, por isso, acreditámos e penso que é nosso direito prepararmo-nos rigorosamente e fazer tudo o que for possível para evitar que isso aconteça", disse o primeiro alto funcionário da administração.
O que levou a administração Biden a chegar a uma avaliação tão surpreendente não foi um indicador, mas um conjunto de desenvolvimentos, análises e - o que é crucial - novas informações altamente sensíveis.
O medo da administração, disse um segundo alto funcionário da administração, "não era apenas hipotético - também se baseava em algumas informações que recolhemos".
"Tínhamos de planear de forma a estarmos na melhor posição possível no caso de este acontecimento impensável se concretizar", disse o mesmo alto funcionário da administração.
Durante esse período, do final do verão ao outono de 2022, o Conselho de Segurança Nacional convocou uma série de reuniões para colocar em prática planos de contingência "no caso de uma indicação muito clara de que eles estavam prestes a fazer algo, atacar com uma arma nuclear, ou se eles apenas o fizessem, como nós responderíamos, como tentaríamos evitá-lo ou detê-lo ", disse o primeiro alto funcionário da administração.
"Não creio que muitos de nós, ao assumirmos as nossas funções, estivéssemos à espera de passar muito tempo a prepararmo-nos para um cenário que, há alguns anos, se pensava pertencer a uma era passada", disse este alto funcionário da administração.
Russos cercados
O final do verão de 2022 estava a revelar-se um período devastador para as forças russas na Ucrânia. As forças ucranianas estavam a avançar sobre a cidade de Kherson, ocupada pelos russos, no sul. A cidade tinha sido o maior prémio da Rússia desde a invasão. Agora, corria o risco de ser perdida pela contraofensiva ucraniana. Crucialmente, à medida que as forças ucranianas avançavam, unidades russas inteiras corriam o risco de serem cercadas. A opinião dentro da administração era que uma perda tão catastrófica poderia ser um "potencial gatilho" para a utilização de armas nucleares.
"Se um número significativo de forças russas fosse invadido - se as suas vidas fossem destruídas como tal - isso era uma espécie de precursor de uma potencial ameaça direta ao território russo ou ao Estado russo", disse o primeiro alto funcionário da administração.
"Nessa altura, em Kherson, havia sinais crescentes de que as linhas russas poderiam entrar em colapso. Dezenas de milhares de tropas russas estavam potencialmente vulneráveis".
A Rússia estava a perder terreno dentro do território soberano ucraniano, não dentro da Rússia. Mas os responsáveis norte-americanos estavam preocupados com o facto de o Presidente russo Vladimir Putin ver as coisas de forma diferente. Ele tinha dito ao povo russo que Kherson era agora parte da própria Rússia e, por isso, poderia considerar uma perda devastadora como uma ameaça direta para ele e para o Estado russo.
"Há já algum tempo que avaliamos que um dos cenários em que eles contemplariam a utilização de armas nucleares incluía coisas como ameaças existenciais ao Estado russo, ameaças directas ao território russo", disse o primeiro alto funcionário da administração.
Nesse caso, a Rússia poderia encarar um ataque nuclear tático como um meio de dissuasão contra novas perdas de território russo na Ucrânia, bem como contra qualquer potencial ataque à própria Rússia.
Falsa bandeira
Ao mesmo tempo, a máquina de propaganda russa estava a fazer circular uma nova história de falsa bandeira sobre uma bomba suja ucraniana, que as autoridades americanas temiam que pudesse servir de cobertura para um ataque nuclear russo.
Em outubro de 2022, o ministro da defesa russo, Sergei Shoigu, fez uma série de chamadas telefónicas para oficiais da defesa dos EUA, Reino Unido, França e Turquia, dizendo-lhes que o Kremlin estava "preocupado com possíveis provocações de Kiev envolvendo o uso de uma bomba suja".
Os EUA e outros responsáveis ocidentais rejeitaram os avisos russos. No entanto, o embaixador russo na ONU entregou uma carta diretamente às Nações Unidas com a mesma alegada ameaça. Os funcionários russos alegaram que a Ucrânia iria construir e detonar uma bomba suja contra as forças russas e depois culpar a Rússia pelo ataque.
Os responsáveis norte-americanos rejeitaram os avisos russos, mas recearam a motivação que lhes estava subjacente. "As mensagens públicas russas foram muito exageradas no que se refere à possibilidade de a Ucrânia utilizar uma bomba suja, o que, na nossa opinião, não tem qualquer fundamento na realidade", disse o primeiro alto funcionário da administração. Para este funcionário, "mais preocupante" era o facto de os russos dizerem estas coisas "ou como pretexto para fazerem algo louco ou como cobertura para algo que eles próprios estavam a pensar fazer. Portanto, isso era bastante alarmante".
Mas havia mais um elemento que elevava essas preocupações a um novo nível. As agências de informação ocidentais tinham recebido informações de que havia atualmente comunicações entre responsáveis russos que discutiam explicitamente um ataque nuclear.
Como me descreveu o primeiro alto funcionário da administração, havia "indicações que estávamos a captar por outros meios de que isto era pelo menos algo que os níveis mais baixos do sistema russo estavam a discutir".
O acesso dos EUA às comunicações internas russas já se tinha revelado capaz anteriormente. No período que antecedeu a invasão da Ucrânia, os EUA interceptaram comandantes militares russos a discutir os preparativos para a invasão, comunicações que faziam parte da avaliação dos serviços secretos dos EUA, que mais tarde se provou ser exacta, de que uma invasão estava iminente.
"Nunca se trata de uma avaliação clara e inequívoca", disse o primeiro alto funcionário da administração. "Mas o nível de risco parecia estar a subir, para além do que tinha sido em qualquer outro momento."
Os EUA saberiam?
Em nenhum momento os EUA detectaram informações que indicassem que a Rússia estava a tomar medidas para mobilizar as suas forças nucleares para levar a cabo um ataque desse tipo.
"Obviamente, atribuímos uma elevada prioridade ao rastreio e tínhamos alguma capacidade para, pelo menos, seguir os movimentos das suas forças nucleares", disse este alto funcionário da administração. "E, em momento algum, vimos quaisquer indicações de tipos de medidas que esperaríamos que tomassem se estivessem a seguir o caminho da utilização de armas nucleares."
No entanto, os responsáveis norte-americanos não tinham a certeza de saber se a Rússia estava a transportar armas nucleares tácticas para o local. Ao contrário das armas nucleares estratégicas, capazes de destruir cidades inteiras, as armas nucleares tácticas ou de campo de batalha são suficientemente pequenas para serem deslocadas silenciosamente e podem ser disparadas a partir de sistemas convencionais já instalados no campo de batalha ucraniano.
"Se o que eles iam fazer era utilizar uma arma nuclear tática, em particular uma arma nuclear tática de muito baixo rendimento e, em particular, se iam utilizar apenas uma ou um número muito reduzido, não era cem por cento claro para nós que tivéssemos necessariamente conhecimento", continuou este alto funcionário da administração.
Vários altos funcionários da administração participaram numa ação de sensibilização urgente. O Secretário de Estado Antony Blinken comunicou as preocupações dos EUA "muito diretamente" ao Ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergey Lavrov, de acordo com altos funcionários da administração. O presidente do Estado-Maior General Mark Milley telefonou ao seu homólogo russo, o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas russas. De acordo com um alto funcionário dos EUA, o Presidente Joe Biden enviou o Diretor da CIA, Bill Burns, para falar com Sergey Naryshkin, o chefe dos serviços de informação estrangeiros da Rússia, na Turquia, a fim de comunicar as preocupações dos EUA quanto à realização de um ataque nuclear e avaliar as intenções russas.
Os EUA também trabalharam em estreita colaboração com os seus aliados, tanto para desenvolver planos de contingência para um ataque nuclear russo como para comunicar avisos ao lado russo.
"Realizámos uma série de conversas discretas com os principais aliados para analisar as nossas ideias", disse o primeiro alto funcionário da administração. "Essa é a marca de toda a nossa abordagem - somos melhores e mais fortes a fazer estas coisas quando estamos em total sintonia com os nossos aliados."
Índia e China
Para além disso, os EUA procuraram obter a ajuda de países não aliados, em particular a China e a Índia, para desencorajar a Rússia de um tal ataque.
"Uma das coisas que fizemos foi não só enviar-lhes mensagens directas, mas também insistir, pressionar e encorajar outros países, aos quais poderiam estar mais atentos, a fazer o mesmo", disse o segundo alto funcionário da administração.
As autoridades norte-americanas afirmam que a sensibilização e as declarações públicas do líder chinês Xi Jinping e do primeiro-ministro indiano Narendra Modi ajudaram a evitar uma crise.
"Penso que acreditamos que mostrar à comunidade internacional a preocupação com esta questão, particularmente a preocupação dos países-chave com a Rússia e o Sul Global, foi também um fator útil e persuasivo e mostrou-lhes qual poderia ser o custo de tudo isto", disse o primeiro alto funcionário da administração.
"Penso que o facto de sabermos que a China participou, que a Índia participou, que outros participaram, pode ter tido algum efeito na sua forma de pensar", disse o segundo alto funcionário da administração. "Não posso demonstrar isso positivamente, mas acho que essa é a nossa avaliação."
Desde o susto nuclear do final de 2022, perguntei a funcionários americanos e europeus se tinham identificado ameaças semelhantes. O perigo diminuiu quando a guerra entrou num período de relativo impasse no Leste. No entanto, os Estados Unidos e os seus aliados permanecem vigilantes.
"Desde esse período, temos estado menos preocupados com a perspetiva iminente, mas não é algo que esteja longe das nossas mentes", disse um alto funcionário dos EUA. "Continuamos a aperfeiçoar os planos e (...) não está fora de questão a possibilidade de nos confrontarmos, pelo menos, com o risco crescente de que isso volte a acontecer nos próximos meses."
AMNISTIA INTERNACIONAL: Mais de 400 pessoas raptadas há uma semana na Nigéria
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POR LUSA 09/03/24
Mais de 400 pessoas, na maioria mulheres e crianças, foram raptadas há uma semana no estado nigeriano de Borno por alegados membros da organização jihadista Boko Haram, anunciou hoje a Amnistia Internacional (AI).
O rapto no domingo deu início a uma das piores semanas de que há memória recente no país africano, que prosseguiu na quinta-feira com o desaparecimento de 287 estudantes e professores no estado de Kaduna.
A Nigéria é assolada há anos pelo flagelo dos raptos por grupos jihadistas e de criminosos, sobretudo desde que a organização Boko Haram raptou 276 raparigas em Chibok em abril de 2014.
A ação em Borno visou três campos de deslocados na zona de Gamboru Ngala, no noroeste do país da Árica Ocidental, perto da fronteira com os Camarões, segundo a AI, citada pela agência espanhola Europa Press.
O governador do estado de Borno, Babagana Zulum, disse na quinta-feira que o rapto em massa ocorreu quando centenas de deslocados se dirigiam para recolher lenha numa floresta próxima.
As autoridades nigerianas ainda não divulgaram o número oficial de vítimas.
O ataque de Kaduna foi perpetrado por centenas de membros de um "grupo de bandidos", como o Governo nigeriano designa as organizações criminosas baseadas no rapto e na extorsão.
O ataque visou a escola e o instituto da Autoridade Local de Educação na cidade de Kuriga e resultou no rapto de 127 alunos do ensino primário e 187 do secundário, bem como de pelo menos dois professores.
Mais de duas dezenas dos alunos da escola primária e um professor conseguiram escapar aos raptores pouco depois do assalto, informaram os funcionários da escola ao governador do Estado, Uba Sani.
A escola secundária de Kuriga tinha sido palco de ataques de bandidos em anos anteriores, pelo que as autoridades decidiram integrá-la na escola primária.
Há anos que o exército nigeriano está a levar a cabo uma campanha contra estes grupos que têm devastado comunidades inteiras no país, tendo como alvo jovens estudantes.
O Governo, para facilitar a ação militar, designou estes bandos como grupos terroristas.
As forças militares nigerianas libertaram 4.488 reféns detidos pelos "bandidos" e outros grupos em 2023, que também resultaram na morte de 6.880 elementos criminosos e na detenção de 6.790.
Leia Também: Pelo menos 150 alunos de escola primária raptados na Nigéria
HUMAN RIGHTS WATCH: Restrições tornaram Coreia do Norte "numa enorme prisão"
© Reuters
POR LUSA 09/03/24
O agravamento das restrições na Coreia do Norte tornaram este país "praticamente numa enorme prisão", segundo um relatório da Human Rights Watch (HRW), em que refugiados relatam "um terror muito mais intenso do que balas ou vedações".
O novo relatório da organização não-governamental (ONG) inclui testemunhos de norte-coreanos envolvidos no comércio transfronteiriço, refugiados com familiares na Coreia do Norte, antigos funcionários em fuga e ativistas com contactos no interior do país e na China.
Uma refugiada relata no novo relatório como um familiar seu na Coreia do Norte "tem medo de sair [do país] devido à criação de um tal ambiente social, um sentimento de terror muito mais intenso do que uma bala ou uma vedação de arame".
A par do fecho da fronteira com a China, o contexto pandémico intensificou os limites à comunicação do país com o exterior e o acesso à informação, paralelamente aumentando medidas de "controlo ideológico".
O relatório enumerou as três leis ideológicas aprovadas desde 2020, que proíbem conteúdos estrangeiros ou a utilização de expressões idiomáticas estrangeiras e como algumas pessoas que violaram estas disposições foram executadas.
Lina Yoon, investigadora da HRW, defendeu que "o líder norte-coreano deve pôr fim às políticas que praticamente transformaram a Coreia do Norte numa enorme prisão".
A comunidade internacional, adiantou, deve "pressionar" Kim Jong-un para que acabe com os abusos "sistemáticos" e inicie um diálogo para "reabrir o país ao mundo exterior".
Em causa estão os efeitos colaterais do aprofundamento do isolamento decidido pelo regime de Kim Jong-un sobre o já "martirizado" povo daquele país asiático, após o fecho da fronteira da China, um elo fundamental com o mundo exterior, incluindo a nível de produtos alimentares, que passavam pela sua fronteira, tanto formal como informalmente.
Entre esses eventuais efeitos estão consequências económicas e também sanitárias, por se desconhecer o nível de propagação de doenças como a tuberculose e o resultado da ausência total de vacinação infantil relatada pela UNICEF.
O encerramento desta fronteira em 2020, aliado aos "efeitos indesejáveis" das sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas "aumentaram as dificuldades" da população norte-coreana, segundo a investigadora Lina Yoon.
O relatório incluiu a recolha de testemunhos e documentação, como fotografias de satélite ou a partir da China e indicou que Pyongyang chegou ao ponto de autorizar as forças especiais do exército (pokpung gundan) a disparar sobre qualquer pessoa ou animal que se aproximasse da fronteira.
Muitas famílias dependem da fronteira com a China, onde funciona uma atividade informal desde a década de 1990, para obter dinheiro ou alimentos, indicou a HRW, que notou como zonas fronteiriças passaram a ter "duas ou mesmo três filas de cercas, enquanto as instalações para funcionários aumentaram 20 vezes desde 2019", de 325 para 6820, ou seja uma a cada 110 metros.
Leia Também: Coreia do Norte quer mais exercícios militares face a manobras aliadas
FRANÇA: "Cenários inventados". Macron nega boatos sobre transexualidade da mulher
© Christian Liewig - Corbis/Getty Images
Notícias ao Minuto 08/03/24
O presidente francês lamentou os "ataques machistas e sexistas" de que é alvo "uma mulher poderosa" que o acompanha, Brigitte Macron.
O presidente francês, Emmanuel Macron, comentou, esta sexta-feira, os rumores que dão conta de que a sua mulher, Brigitte Macron, é transgénero, afirmando que se tratam de "informações falsas e cenários inventados".
"O pior são as informações falsas e os cenários inventados, com as pessoas a acabarem por acreditar neles e a perturbar-nos, mesmo na nossa intimidade", disse Macron em declarações aos jornalistas, quando questionado quais as suas "piores recordações como presidente".
Macron falou em particular sobre o Dia Internacional da Mulher e lamentou os "ataques machistas e sexistas" de que é alvo "uma mulher poderosa" que o acompanha, Brigitte Macron.
Durante a intervenção, um jornalista fez questão de questionar se Macron se estava a referir ao facto de "dizerem que a sua mulher é um homem", com o presidente francês a responder: "Sim, com certeza".
Desde que Emmanuel Macron assumiu o cargo, em 2017, várias teorias da conspiração circulam nas redes sociais sobre a sua mulher, que é 24 anos mais velha. Um dos rumores indicam que Brigitte Macron, nascida Trogneux, é, na verdade, uma mulher transgénero, que tinha como nome de nascimento Jean-Michel.
Em 2022, a primeira-dama francesa chegou mesmo a apresentar queixa contra duas mulheres, entre as quais uma jornalista, por espalharem notícias falsas sobre a sua identidade.