domingo, 28 de janeiro de 2024

Irão lança 3 satélites num sistema que pode ser usado para fins militares

© Reuters

 POR LUSA   28/01/24 

O Irão anunciou hoje o lançamento, com sucesso, de três satélites para o espaço, um programa espacial que, segundo o Ocidente, melhora os mísseis balísticos de Teerão. 

A agência noticiosa estatal IRNA afirmou que o lançamento também foi um sucesso na utilização do foguetão Simorgh do Irão, que já teve várias falhas no passado.

O lançamento ocorre num momento em que as tensões aumentam no Médio Oriente devido à guerra contínua de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.

Embora o Irão não tenha atuado militarmente no conflito, tem enfrentado uma pressão crescente interna para agir, à medida que grupos aliados, como os rebeldes Houthi do Iémen, conduzem ataques ligados à guerra.

As imagens divulgadas pela televisão estatal iraniana mostram um lançamento noturno do foguetão Simorgh. Uma análise das imagens feita pela Associated Press revelou que o lançamento teve lugar no porto espacial Imam Khomeini, na província rural iraniana de Semnan.

"O rugido do Simorgh (foguetão) ressoou no céu do nosso país e no espaço infinito", disse Abbas Rasooli, um repórter da televisão estatal, nas imagens.

A televisão estatal designou os satélites lançados como Mahda, Kayhan-2 e Hatef-1. Descreveu o Mahda como um satélite de investigação, enquanto o Kayhan e o Hatef eram nanosatélites orientados para o posicionamento global e a comunicação, respetivamente.

O programa Simorgh, um outro foguetão de transporte de satélites, foi lançado cinco vezes seguidas sem sucesso. As falhas do foguetão fazem parte de uma série de contratempos nos últimos anos para o programa espacial civil do Irão, incluindo incêndios fatais e uma explosão na plataforma de lançamento.

O Simorgh é um foguetão de duas fases, alimentado a líquido, que os iranianos descreveram como sendo concebido para colocar satélites numa órbita terrestre baixa.

No entanto, para vários analistas norte-americanos, o desenvolvimento de veículos de lançamento de satélites "encurta a linha do tempo" para o Irão desenvolver um míssil balístico intercontinental porque usa tecnologia semelhante.

Um relatório cita especificamente o Simorgh como um possível sistema de dupla utilização.

Os Estados Unidos afirmaram anteriormente que os lançamentos de satélites do Irão desafiam uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e apelaram a Teerão para que não realizasse qualquer atividade que envolvesse mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares.

As sanções da ONU relacionadas com o programa de mísseis balísticos do Irão expiraram em outubro passado.

Durante o mandato do antigo presidente Hassan Rouhani, a República Islâmica abrandou o seu programa espacial por receio de aumentar as tensões com o Ocidente.

No entanto, desde então, o acordo nuclear de 2015 que Rouhani negociou com as potências mundiais entrou em colapso e as tensões com os EUA estão tensas há anos.

O atual presidente mais conservador, Ebrahim Raisi, um protegido do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei, que chegou ao poder em 2021, retomou o programa.

Entretanto, o Irão enriquece urânio mais perto do que nunca de níveis adequados para o fabrico de armas e de material suficiente para várias bombas atómicas, embora as agências de informação americanas e outras avaliem que Teerão não começou a procurar ativamente uma arma nuclear.

Teerão mantém o maior arsenal de mísseis balísticos do Médio Oriente, em parte devido a décadas de sanções na sequência da Revolução Islâmica de 1979 e da crise dos reféns da Embaixada dos EUA, que lhe impediram o acesso a aviões de combate avançados e a outros sistemas de armamento.

As forças armadas dos EUA e o Departamento de Estado não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

No entanto, as forças armadas americanas reconheceram discretamente um lançamento bem sucedido de um satélite iraniano em 20 de janeiro, conduzido pela Guarda Revolucionária paramilitar do país.


Coreia do Norte dispara vários mísseis de cruzeiro

Míssil lançado pela Coreia do Norte (Photo by Kim Jae-Hwan/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)  

Cnnportugal.iol.pt, 28/01/2024

Os serviços secretos sul-coreanos e norte-americanos estão a analisar o lançamento e a acompanhar de perto outros movimentos e atividades da Coreia do Norte

O exército sul-coreano anunciou este domingo que a Coreia do Norte disparou vários mísseis de cruzeiro, numa altura de tensões crescentes entre os dois vizinhos da península coreana.

"O nosso exército detetou vários mísseis de cruzeiro não identificados disparados perto das águas [perto da cidade] de Sinpo, na Coreia do Norte, às 08:00 [23:00 de sábado em Lisboa]", declarou o Estado-Maior sul-coreano em comunicado.

Esta semana, Pyongyang lançou mísseis de cruzeiro na direção do mar Amarelo, a oeste da península coreana, alegando tratar-se de uma nova geração de mísseis estratégicos de cruzeiro.

Os serviços secretos sul-coreanos e norte-americanos estão a analisar o lançamento e a acompanhar de perto outros movimentos e atividades da Coreia do Norte.

Os testes de mísseis de cruzeiro, que voam na atmosfera, não estão sujeitos às sanções impostas à Coreia do Norte pela ONU. Ao contrário dos mísseis balísticos, cuja trajetória é essencialmente no espaço.

Na quinta-feira, um dia depois de Pyongyang ter disparado mísseis de cruzeiro, sem especificar um número, a agência de notícias oficial da Coreia do Norte KCNA afirmou que o teste fazia parte de "um processo de atualização constante do sistema de armas e de uma atividade regular e obrigatória".

"O teste de disparo não teve qualquer impacto na segurança dos países vizinhos, nem estava relacionado com a situação regional", afirmou.

As tensões entre Pyongyang e Seul aumentaram acentuadamente nos últimos meses. Os dois países inimigos renegaram acordos alcançados em 2018 para evitar incidentes armados e aumentaram recursos militares na fronteira.

ONU: Guterres pede continuação das operações da UNRWA

© Getty Images

POR LUSA   28/01/24 

O secretário-geral da ONU pediu hoje aos países que suspenderam o financiamento da agência da organização para os refugiados palestinianos (UNRWA) que "garantam pelo menos" a continuação das operações, essenciais para dois milhões de pessoas.

A agência, que está no centro da ajuda humanitária em Gaza, anunciou na sexta-feira a rescisão dos contratos de vários funcionários acusados de envolvimento no atentado de 07 de outubro contra Israel pelo movimento islamita palestiniano Hamas, com base em informações das autoridades israelitas.

Logo depois deste anúncio, os Estados Unidos anunciaram a suspensão de toda a ajuda adicional à UNRWA, seguidos por vários outros países, incluindo Itália, Canadá, Austrália, Reino Unido, Finlândia e Alemanha.

"Embora compreenda as suas preocupações, eu próprio fiquei horrorizado com estas acusações, exorto vivamente os Governos que suspenderam as suas contribuições a garantirem, pelo menos, a continuidade das operações da UNRWA", declarou António Guterres, em comunicado.

"Dois milhões de civis em Gaza dependem da assistência crítica da UNRWA para a sobrevivência diária, mas o atual financiamento da UNRWA não lhe permitirá satisfazer todas as necessidades em fevereiro", insistiu.

"Os alegados atos abjetos destes funcionários têm de ter consequências. Mas as dezenas de milhares de homens e mulheres que trabalham para a UNRWA, muitos deles em algumas das situações mais perigosas para os trabalhadores humanitários, não devem ser penalizados. As necessidades urgentes das populações desesperadas de que cuidam devem ser satisfeitas", acrescentou

O secretário-geral da ONU confirmou, tal como Washington tinha indicado, que 12 funcionários da UNRWA eram alvo destas "acusações extremamente graves", objeto de um inquérito interno da ONU.

A UNRWA afastou nove trabalhadores, um está "confirmado como morto" e as identidades de dois outros estão "em vias de ser esclarecidas", acrescentou.

"Qualquer funcionário da ONU envolvido em atos terroristas será responsabilizado, incluindo através de um processo penal", afirmou o antigo primeiro-ministro português, prometendo cooperar com as autoridades competentes.

Em 07 de outubro, o movimento islamita palestiniano Hamas desencadeou um ataque em território israelita, durante o qual morreram cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e mais de 200 foram feitas reféns, de acordo com números oficiais das autoridades israelitas.

Israel prometeu eliminar Hamas, considerado uma organização terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, e lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza, onde morreram já mais de 25.000 pessoas, disse o movimento palestiniano.



Leia Também: Reino Unido suspende financiamento a UNRWA para refugiados palestinianos

MNE israelita pede demissão do chefe da UNRWA

© Reuters

POR LUSA  28/01/24 

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, sugeriu ao chefe da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) que se demita, após Philippe Lazzarini alertar para o impacto dos cortes no financiamento da organização.

"Senhor Lazzarini, por favor demita-se", escreveu Katz na noite de sábado na sua conta da rede social X, em resposta a uma publicação do comissário geral advertindo que a assistência da sua organização aos refugiados palestinianos está em risco de terminar devido aos cortes nos financiamentos.

Na sua mensagem, Lazzarini referiu que a sua "operação humanitária, da qual dependem dois milhões de pessoas e as suas vidas em Gaza, está a colapsar", e acrescenta estar surpreendido "que tais decisões sejam tomadas com base no suposto comportamento de muito poucos indivíduos e, quando as necessidades se aprofundam e a fome generalizada se avizinha com o prosseguimento da guerra".

No sábado, Israel prometeu terminar com esta agência da ONU, que ao longo dos anos tem sido decisiva na ajuda humanitária à Faixa de Gaza, na sequência da polémica em torno do alegado envolvimento de alguns dos seus funcionários, sugerido pelo Governo israelita, no ataque de 07 de outubro de 2023 pelo Hamas.

A ONU decidiu avançar com uma investigação para confirmar a eventual participação de funcionários da UNRWA no ataque a Israel pelo Hamas e suspendeu cerca de 12 funcionários.

A decisão dos Estados Unidos, que na sexta-feira anunciaram a suspensão temporária de toda a ajuda à agência, foi seguida por Itália, Canadá, Austrália, Reino Unido, Países Baixos, Finlândia e Alemanha.

A Suíça, por outro lado, espera obter mais informações antes de tomar uma decisão sobre a sua ajuda à UNRWA.

Pelo contrário, outros países como a Irlanda reafirmaram o seu compromisso de financiar a UNRWA e recordaram a importância do seu trabalho.

"Os palestinianos de Gaza não necessitam de este castigo coletivo adicional. Isto mancha-nos a todos", disse o representante da UNRWA.

Em mensagem anterior, Katz tinha emitido duras acusações ao organismo, assegurando que "os vínculos da UNRWA com o Hamas, o fornecimento de refúgio a terroristas e a perpetuação do seu Governo são inegáveis", exigindo uma investigação aos dirigentes da agência "pelo seu conhecimento destas atividades".

O ministro sentenciou ainda que "na reconstrução de Gaza, a UNRWA deve ser substituída por agências dedicadas à paz e desenvolvimento genuínos".



Leia Também: A Alemanha anunciou hoje a suspensão do seu financiamento à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) até esclarecimento do alegado envolvimento de alguns dos seus funcionários, sugerido por Israel, no ataque do Hamas a 7 de outubro.

Mama Samba Embalo eleito Presidente da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau_CCIAS.


 Radio Voz Do Povo

sábado, 27 de janeiro de 2024

ONU reage a suspensões de fundos a palestinianos: "Chocante"

© Abed Rahim Khatib/picture alliance via Getty Images

Notícias ao Minuto    27/01/24 

Países como os Estados Unidos, Reino Unido ou Alemanha já suspenderam a sua ajuda financeira à agência da Organização das Nações Unidas Para os Refugiados Palestinianos enquanto decorrem investigação.

O diretor da agência da Organização das Nações Unidas Para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, considerou chocante a suspensão temporária de fundos por parte de vários países.

"É chocante ver uma suspensão de fundos à agência em reação a alegações contra um pequeno grupo de funcionários, especialmente tendo em conta as medidas imediatas que a UNRWA tomou ao rescindir os seus contratos e ao pedir uma investigação independente e transparente", referiu o responsável em comunicado citado pelas publicações internacionais.

As declarações surgem depois de vários países - entre os quais os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália ou Austrália - terem suspendido temporariamente os fundos para a agência.

"Estas decisões ameaçam o nosso trabalho humanitário em curso em toda a região, incluindo e especialmente na Faixa de Gaza", sublinhou o responsável da ONU.

O despedimentos de vários funcionários foi anunciado na sexta-feira, depois de Telavive fazer acusações sobre alegados envolvimentos de trabalhadores da ONU no ataque do Hamas em Israel a 7 de outubro. Já hoje o grupo islamita veio negar a colaboração das suas milícias com a ONU.

Lazzarini notou ainda que a UNRWA é "a principal agência humanitária em Gaza, com mais de dois milhões de pessoas a dependeram desta para sobreviver".

"Cerca de três mil dos 13 mil funcionários em Gaza continuam a apresentar-se ao trabalho, dando às suas comunidades uma linha de vida que pode cair a qualquer momento devido à falta de financiamento", notou.

Aquando do anúncio da cessação de contratos com os funcionários da ONU, o diretor da agência anunciou também que foi aberto um inquérito e que a provar-se a culpa, os funcionários iriam ser responsabilizados criminalmente.



Veja Também:  Numa análise ao alegado envolvimento de funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla inglesa) no ataque de 7 de outubro levado a cabo pelo Hamas, o coronel Mendes Dias explica que “estas agências, em particular as das Nações Unidas, são recrutadas na área” e, por isso, é “não há forma de controlar” quem lá trabalha e quais as suas ligações, sejam sociais ou familiares. “É muito normal que isto aconteça”, continua.

Caso 1 de Fevereiro: Presidente em exercício do PRS, Fernando Dias lança duras críticas sobre detidos no caso de 01 de Fevereiro.


 Radio Voz Do Povo

Guiné-Bissau RENAJ apoia combate “ao divisionismo e corrupção”.

Por Rádio Capital Fm   27/01/2024

Bissau - (27.01.2024) - A  Rede Nacional das Associações Juvenis da Guiné-Bissau (RENAJ) aponta como missão da juventude guineense “a promoção da paz social, coesão e unidade nacional, combate aos comportamentos divisionistas, lutar contra a corrupção e corruptos, estancar ódio e vingança, combate ao radicalismo e extremismo na sociedade, na política, nas etnias e na religião”.

A determinação da juventude guineense foi expressa pelo Presidente da RENAJ, Abulai Djaura, no âmbito de comemoração do vigésimo quarto (24⁰) aniversário da Rede Nacional das Associações Juvenis da Guiné-Bissau, que se assinala hoje, 27 de Janeiro. 

“O momento interpela a cada um de nós, enquanto jovens sobre o nosso papel face às necessidades das comunidades ou sociedades em que estamos inseridos. Esse papel implica, claro, promover as mudanças positivas em todos os domínios da nossa vida pública, quer nas nossas associações formais, grupos informais, bandas musicais, sociedades desportivas”, desafiou Abulai Djaura. 

Para o líder da RENAJ,  “ser bom jovem, implica ser bom em quase tudo, isto é, um bom jovem não apoia e não insulta outrem, quer pela presença física quer pela rede social. Bom jovem não rouba o que não lhe pertence, não prostitui a sua vida, ainda ser bom jovem realmente implica apoiar outro jovem que está a lutar para crescer e não o invejar ou dizer-lhe mal nas costas, até porque um jovem com capacidade promissora sente-se orgulho da evolução social, académica, científica, cultural, desportiva, (…) do outro jovem”.

Abulai Djaura afirmou ainda que “a juventude, desde primórdios da nossa independência a esta parte, não conheceu uma qualidade propriamente dita do ensino, qualidade dos cuidados sanitários almejados, dos espaços de lazer, das infraestruras desportivas, de emprego desejável”.

 “(…) Todas essas faltas motivam muitos de nós a saírem do país para outros lugares, ficando os pais sozinhos a viverem de sorte, enfim. (…) Queremos a inversão deste quadro do estado das coisas e nós estamos disponíveis para apoiar e acompanhar para que efetivamente cheguemos a este ponto de melhorias”, almejou.

Por: Mamandin Indjai

"Nós não temos a capacidade de controlar atualmente a Guiné Bissau por causa do tráfico de drogas que se verifica neste momento no país", disse o líder de APU-PDGB durante o comício popular em Bissorã norte do país.


 Radio Voz Do Povo

Contagem dos votos na Assembleia geral da CCIAS da GBissau.


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A Alemanha anunciou hoje a suspensão do seu financiamento à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) até esclarecimento do alegado envolvimento de alguns dos seus funcionários, sugerido por Israel, no ataque do Hamas a 7 de outubro.

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POR LUSA    27/01/24 

 Alemanha suspende ajuda à agência da ONU para refugiados palestinianos

A Alemanha anunciou hoje a suspensão do seu financiamento à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) até esclarecimento do alegado envolvimento de alguns dos seus funcionários, sugerido por Israel, no ataque do Hamas a 7 de outubro.

"Enquanto não for esclarecido, a Alemanha e em acordo com outros países doadores, não irá fornecer temporariamente o seu aval para novos meios para a UNRWA em Gaza", anunciaram em comunicado os ministérios dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento, precisando que "de momento, e de qualquer forma, não existia qualquer compromisso em perspetiva".

No sábado, Israel prometeu terminar com esta agência da ONU, que ao longo dos anos tem sido decisiva na ajuda humanitária à Faixa de Gaza, na sequência da polémica em torno do possível envolvimento de alguns dos seus funcionários no ataque de 7 de outubro de 2023 promovido pelo Hamas.

A ONU decidiu avançar com uma investigação para confirmar a eventual participação de funcionários da UNRWA no ataque a Israel pelo Hamas e suspendeu cerca de 12 funcionários.

A decisão dos Estados Unidos, que na sexta-feira anunciaram a suspensão temporária de toda a ajuda à agência, foi seguida por Itália, Canadá, Austrália, Reino Unido, Países Baixos e Finlândia.

A Suíça, por outro lado, espera obter mais informações antes de tomar uma decisão sobre a sua ajuda à UNRWA.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português apelou hoje à adoção de "medidas adequadas" e uma "investigação completa e rigorosa" às suspeitas de envolvimento de elementos da UNRWA no ataque a Israel.

"Reconhecendo o trabalho vital da UNRWA, Portugal associa-se à União Europeia e apela à adoção de medidas adequadas e a uma investigação completa e rigorosa", escreveu no X o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português.

Entretanto, o Hamas negou que o pessoal da ONU tenha participado nas ações militares e a Autoridade Nacional Palestiniana manifestou "grande espanto com as medidas tomadas por alguns países antes da conclusão das investigações da ONU" para apurar a veracidade das suspeições.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano alertou para o facto de a UNRWA ser fundamental para a sobrevivência de muitos habitantes de Gaza, apelando a que fossem primeiro confirmadas as acusações de conluio feitas por Israel.

O Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados.

O ataque de 7 de outubro causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.

Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas.

Cerca de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.


Leia Também: Portugal pede "investigação completa e rigorosa" a funcionários da ONU

Israel não quer que a agência da ONU para refugiados palestinianos (Unrwa) desempenhe qualquer papel em Gaza, após o fim da guerra, indicou hoje Israel Katz, ministro dos Negócios Estrangeiros, depois de acusações de colaboração no ataque do Hamas.

© Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

POR LUSA   27/01/24 

 Israel não quer UNRWA em Gaza após a guerra

Israel não quer que a agência da ONU para refugiados palestinianos (Unrwa) desempenhe qualquer papel em Gaza, após o fim da guerra, indicou hoje Israel Katz, ministro dos Negócios Estrangeiros, depois de acusações de colaboração no ataque do Hamas.

Num comunicado, citado pela AFP, o governante disse que Israel quer "garantir que a Unrwa não fará parte" da solução para o território palestiniano após a guerra com o Hamas, esperando "parar" todas as atividades da agência.

Hoje, Austrália e Canadá suspenderam o financiamento à Unrwa, na sequência das acusações de Israel de que funcionários poderiam estar envolvidos no ataque do Hamas de 7 de outubro.

Na sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram que iriam "suspender temporariamente" todos os futuros financiamentos à agência da ONU que está no centro da distribuição de ajuda aos civis na Faixa de Gaza, sob fogo dos combates entre Israel e o Hamas. 

A Unrwa já tinha anunciado na sexta-feira que tinha recebido informações de Israel sobre o "alegado envolvimento de vários dos seus funcionários" no ataque.

"A fim de proteger a capacidade da agência de prestar ajuda humanitária, decidi rescindir imediatamente os contratos destes funcionários e abrir um inquérito", declarou o diretor da agência, Philippe Lazzarini, em comunicado.

"Qualquer funcionário que tenha estado envolvido em atos de terrorismo será responsabilizado, incluindo através de processos judiciais", prometeu.



Leia Também: A Austrália e o Canadá suspenderam hoje o financiamento à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), na sequência das acusações de Israel de que funcionários poderiam estar envolvidos no ataque do Hamas de 7 de outubro.


Leia Também: O Hamas denunciou hoje as "ameaças e chantagens" de Israel à ONU, depois de acusações de que funcionários da agência para os refugiados palestinianos, Unrwa, teriam estado envolvidos no ataque de 07 de outubro.

Estados Unidos atingem míssil huti no Iémen "preparado para ser lançado"

© Mati Milstein/NurPhoto via Getty Images

POR LUSA  27/01/24 

O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) disse ter atingido um míssil antinavio dos rebeldes Huthis no Iémen "pronto para ser lançado", em direção ao mar Vermelho.

Esta madrugada (hora local) "as Forças do Comando Central dos EUA conduziram um ataque contra um míssil antinavio Huthi direcionado para o mar Vermelho e preparado para ser lançado", publicou o Centcom na rede social X (antigo Twitter).

As forças norte-americanas identificaram o míssil na área Huti e determinaram que representava uma "ameaça iminente" para os navios mercantes e navais dos EUA na região.

O Centcom acrescentou que os rebeldes xiitas tinham, horas antes, disparado um míssil balístico contra o petroleiro "Marlin Luanda", com pavilhão das Ilhas Marshall, enquanto navegava no golfo de Aden, perto do mar Vermelho, e que havia relatos de danos, mas sem feridos.

Os Hutis já tinham reivindicado a responsabilidade pelo ataque e salientaram que vão continuar estes ataques para impor um bloqueio à navegação israelita nos mares Vermelho e Arábico até que seja alcançado um cessar-fogo na Faixa de Gaza e levantado o cerco imposto ao enclave palestiniano.

Os Hutis, apoiados pelo Irão, afirmam que, desde 19 de novembro, lançaram mais de 200 drones e 50 mísseis contra navios comerciais e navios de guerra ocidentais no mar Vermelho e no mar Arábico.


Leia Também: EUA abatem míssil disparado por Hutis contra navio militar norte-americano

Eleições nos EUA: Michelle Obama é candidata desejada entre democratas

Michelle Obama (AP Photo)

Cnnportugal.iol.pt  27/01/2024

Partido considera candidatos alternativos perante o aumento da desvantagem de Joe Biden nas sondagens face ao crescentemente provável rival republicano nas presidenciais norte-americanas deste ano

O aumento da desvantagem de Joe Biden nas sondagens face ao crescentemente provável rival republicano nas presidenciais norte-americanas deste ano, Donald Trump, leva os democratas a considerarem candidatos alternativos, mais recentemente a ex-primeira-dama Michele Obama.

A ideia da alternativa Michelle Obama, mulher do ex-Presidente Barack, começou a correr nos corredores do Congresso quando, em novembro passado, David Axelrod escreveu na rede social X que o Presidente Biden deveria ponderar a sua recandidatura, tendo em conta os muito fracos índices de popularidade e as sondagens que começavam a dar Trump como o melhor posicionado para regressar à Casa Branca após as presidenciais de novembro de 2024.

“Apenas Biden pode tomar essa decisão. Se ele continuar na corrida das primárias democratas, ele será o candidato do partido. O que ele precisa é de pensar se isso é sensato; se isso é o melhor para o seu interesse ou para o interesse do país”, escreveu Axelord, ex-assessor de Barack Obama e que continua a ser um estratego importante para os democratas.

Logo a seguir a esta mensagem nas redes sociais, vários congressistas republicanos começaram a reagir ao recado do antigo conselheiro da Casa Branca, incluindo Ted Cruz, o influente senador do Texas, que numa entrevista televisiva deixou a entender que Barack Obama continua a ser a personalidade que manda no Partido Democrata e que, a qualquer momento, poderia colocar a sua mulher nos boletins de voto das primárias democratas.

Esta possibilidade ficou adormecida durante algumas semanas, mas as recentes sondagens – que continuam a indicar uma queda de popularidade de Biden, apresentando-o a vários pontos de diferença de Trump, especialmente nos estados considerados decisivos para uma vitória eleitoral – voltaram a trazer o tema para a discussão política.

Esta semana, o congressista ultra conservador Byron Donalds deu como quase certa uma candidatura de Michelle Obama, numa entrevista ao canal Fox News, invocando informações que lhe foram passadas por membros próximos da Casa Branca, que estariam a mostrar preocupação com a hipótese de um regresso de Trump à Casa Branca.

Os republicanos invocam um outro argumento: uma declaração do início deste mês de Michelle Obama, numa outra entrevista a um ‘podcast’, em que a ex-primeira-dama se dizia muito preocupada com a possibilidade de uma vitória de Trump nas eleições de 05 de novembro.

“O que poderá acontecer na próxima eleição? Eu estou assustada com o que pode vir a suceder, porque os nossos líderes têm relevância. Quem escolhermos, quem fala por nós, quem tem acesso ao púlpito”, disse Michelle Obama, nessa entrevista.

Os democratas não comentam as declarações da ex-primeira-dama, nem admitem discutir uma sua candidatura, mas os ‘media’ norte-americanos garantem que o partido tem sondagens que revelam que Michelle Obama tem melhores hipóteses de travar Trump do que Joe Biden.

As sondagens democratas comprovam o que outros estudos de opinião indicam: os eleitores consideram que Biden está demasiado velho e cansado, aos 81 anos, para conseguir terminar um segundo mandato e não reconhecem os resultados económicos que a Casa Branca considera serem positivos.

Esta semana, vários ‘media’ norte-americanos noticiaram que o cenário de Michelle Obama vir a ser colocada nas primárias democratas está a ser encarado com seriedade entre os republicanos, que se preparam para esse cenário.

Roger Stone, conselheiro político de longa data de Donald Trump, escreveu numa sua coluna que os republicanos devem encarar essa hipótese e preparar-se para combater a popularidade que a mulher de Barack já provou ter conseguido junto do eleitorado, em particular das minorias, que constituem um setor importante para uma vitória presidencial.

Vistos CPLP geram controvérsia entre Bruxelas e Lisboa

Comissão Europeia abriu procedimento de infração contra Portugal devido a regras do Espaço Schengen.

 RFI Português 

Mamadu Iero Djamanca está contra a realização da assembleia geral da Camara Comércio Indústria e Artesanato (CCIA)

 Radio TV Bantaba


Decorre em Bissau entre os dias 26 e 27 de janeiro, o IV° Comitê de Direcção Projeto regional " Gestão Sustentável das Florestas de Mangais do Senegal ao Benin"

 Radio Voz Do Povo

Guiné-Bissau: Comandante dos fuzileiros navais - “as forças armadas têm uma educação de obediência de forma vertical que começa de cima para baixo”...

 “OS MILITARES NÃO SÃO OS PIORES ENTRE AS CLASSES SOCIAIS DO PAÍS” – Comandante dos fuzileiros navais

 O DEMOCRATA  26/01/2024  

O comandante dos fuzileiros navais da Marinha da Guerra Nacional, Mário Guerra, afirmou que os militares não são os “piores” entre os grupos sociais da Guiné -Bissau e defendeu que é importante reforçar a sua capacitação no domínio  da liderança, porque “as forças armadas têm uma educação de obediência de forma vertical que começa de cima para baixo”.

O comandante dos fuzileiros navais falava  esta sexta-feira, 26 de janeiro do ano 2024, no último dia de uma jornada de formação de cinco dias, de 22 a 26 de janeiro, nas instalações do Estado Maior da Marinha de Guerra Nacional.

Participaram no encontro formativo cinquenta elementos das forças de defesa e segurança, sendo quarenta elementos das Forças de Defesa, dez do Ministério do Interior, dos quais  cinco da Guarda Nacional e cinco da Polícia de Ordem Pública .

“Se o país tiver pessoas com formação vai ajudar na organização e na limpeza de mentes  das pessoas e os militares não são os  piores  entre as classes sociais do país”, defendeu.

Sustentou que os militares devem afastarem-se da política e empenharem-se seriamente  no processo de desenvolvimento do país. 

“O nosso país não merece continuar a ter uma imagem não positiva”, disse, afirmando que as mulheres e os homens são iguais em termos de capacidade de aprender e fazer as coisas acontecerem, nisto as mulheres devem lutar para igualarem-se aos  homens.

Aconselhou as mulheres a serem humildes em suas casas, porque “ o homem é homem”, disse.

Por seu turno, a chefe da repartição de emancipação das mulheres nas  força armadas,  Mirna Mariza Baldé, apelou aos participantes a colocarem tudo o que aprenderam na prática, lembrando o lema deste ano, alusivo à comemoração da morte de Titina Sila que será “ramos do mesmo tronco”

“As forças armadas são a classe castrense, por isso é pertinente conhecerem a importância da liderança para servir melhor os outros e o país”, assinalou.

Na sua intervenção, o Coordenador da Academia Ubuntu Guiné-Bissau,  entidade que ministrou a ação de formação, Edson Incopte, afirmou  que para haver uma boa liderança devem ser respeitadas os seus pilares, fazer escolhas  de cima para baixo e de forma horizontal.

“Não há maior sentido da vida cultural de serviço igual à das forças armadas”, enfatizou.

Em nome dos formados, Mariza José da Silva recomendou aos colegas a porem em prática todos os conhecimentos adquiridos durante os cinco dias da formação,  sobretudo serem autoconfiantes, resilientes e terem amor em partilhar os conhecimentos. 

De salientar que a formação foi realizada pela academia Ubuntu Guiné -Bissau no quadro da comemoração de 30 de janeiro, a data da morte de Titina Sila.

Por: Noemi Nhanguam

Foto: N.N

"Guiné-Bissau é o país mais seguro na região da África Ocidental, razão pela qual as empresas chinesas estão agora a pensar visitar a Guiné e fazer a prospecção do mercado e saber em que áreas podem investir". disse o Embaixador da República Popular de China _Guo Ce...

 Embaixador Guo Ce: “SENSIBILIZAMOS EMPRESAS CHINESAS QUE A GUINÉ-BISSAU É PAÍS SEGURO PARA INVESTIR”

 O DEMOCRATA  26/01/2024 

O Embaixador da República Popular da China na Guiné-Bissau, Guo Ce, disse que a embaixada que dirige fez um trabalho de sensibilizar e informar as empresas chinesas e mais outras interessadas no mercado guineense que atualmente a Guiné-Bissau é o país mais seguro na região da África Ocidental, razão pela qual essas empresas estão agora a pensar visitar a Guiné e fazer a prospecção do mercado e saber em que áreas podem investir para além da comercialização da castanha de cajú e a criação das fábricas de transformação deste produto, energia entre outros setores. 

“Sabemos que no dia 01 de dezembro de 2023 registou-se um conflito neste país. Esta situação levou algumas empresas chinesas que planeavam visitar a Guiné-Bissau e fazer o reconhecimento do mercado a cancelar a deslocação para a Guiné, por causa daquela situação. A embaixada fez um trabalho de sensibilizar e informar àquelas empresas e mais outras interessadas no mercado guineense que atualmente a Guiné-Bissau é o país mais seguro na região da África Ocidental. Essas empresas estão agora a pensar visitar a Guiné e fazer a prospecção do mercado e saber em que áreas podem investir para além da comercialização da castanha e a criação das fábricas de transformação deste produto, energia entre outros setores” assegurou o diplomata, durante a entrevista conjunta concedida ao Jornal O Democrata e à Rádio Nacional para falar sobre o estado da cooperação bilateral entre os dois países, como também do interesse de empresários chineses na castanha de cajú da Guiné Bissau. 

“A Guiné-Bissau é um dos maiores produtores mundiais da castanha de cajú e a qualidade da castanha de cajú também está entre as melhores, o que atende às necessidades do mercado chinês. Na verdade, entre as castanhas de cajú importadas pela China, é provável que seja a castanha da Guiné-Bissau que foi transformada pelo Vietname e outros países. Estamos a trabalhar agora para limpar todos os obstáculos e permitir que a castanha de cajú da Guiné-Bissau seja vendida na China, sem passar por Vietname”, disse, acrescentando que o seu governo enviará à Guiné uma missão técnica que virá analisar localmente a castanha de cajú e o ambiente dos negócios, tendo assegurado que acredita que nos meados dos meses de junho e julho é possível que seja assinado o protocolo de acordo que permitirá a exportação da castanha de cajú da Guiné-Bissau para a China.

O Democrata (OD): Já se passaram quase três anos do seu exercício na Guiné-Bissau, como Embaixador da República Popular da China. Um exercício marcado por muitas intervenções em diferentes setores, mas particularmente a nível social. Que avaliação faz do estado da cooperação entre a China e a Guiné-Bissau?

Guo Ce (GC): Servi por três anos na Guiné-Bissau como embaixador, estou muito impressionado e pude testemunhar com os meus próprios olhos o desenvolvimento em vários setores e o aprofundamento da amizade Sino-Guineense.

Ao longo dos três anos, apesar da conjuntura internacional, as relações Sino-Guineense têm-se melhorado significativamente, graças aos esforços de ambas as partes, à confiança política mútua. Tem aumentado progressivamente e as cooperação prática em diversas áreas é frutívora.

De um lado, a Guiné-Bissau vai respondendo positivamente às principais iniciativas propostas pela China, nomeadamente as iniciativas de um futuro compartilhado, de desenvolvimento, de segurança e da civilização global e tem apoiado firmemente a posição da China nas organizações multilaterais, por isso agradecemos à Guiné-Bissau pelos apoios que nos tem dado nas organizações internacionais.

Nos últimos três anos, a China também prestou alguns apoios para o desenvolvimento da Guiné-Bissau. Concluímos com sucesso o projeto de reflexão da conferência internacional do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a construção do porto de Alto Bandim, em Bissau, e a reabilitação da sede da Assembleia Nacional Popular (ANP).

O projeto de construção da autoestrada Bissau/Safim também está a progredir significativamente. Em 2023 registamos destaques importantes na nossa cooperação e a Guiné-Bissau foi à China e pela primeira vez conseguiu montar a sua estrutura na sexta exposição nacional da importação da China.

O presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, condecorou a equipa médica chinesa no âmbito do sexagésimo aniversário da primeira equipa médica chinesa ao exterior e cerca de 140 oficiais guineenses visitaram ou fizeram formações na China no ano passado.  Tudo isso revela que, apesar das nossas diferenças geográficas, a China e a Guiné-Bissau são bons amigos e bons cidadãos que cuidam um do outro e se ajudam mutuamente.  

OD: O país tem um novo governo, embora mantenha-se o titular dos negócios estrangeiros, o interlocutor direto do Embaixador. Após o começo do novo ano, quais são as perspectivas da cooperação Sino-Guineense?

GC: Sobre o interesse dos empresários chineses à castanha de cajú guineense devo dizer-lhe que o processo está a progredir de forma consciente e esperemos que até à primeira metade de 2024 as alfândegas da China enviem uma missão de técnicos chineses a visitar o país e proceder às investigações no local.

A parte chinesa espera que tudo corra bem e que possamos assinar oficialmente um protocolo nos primeiros seis meses de 2024.

A construção da autoestrada Bissau/Safim deve ser concluída até agosto deste ano e até julho a segunda missão de técnicos agrícolas chineses chegará ao país, para continuar a desenvolver ações nas áreas técnico-agrícolas.

Também está prevista para este ano a vinda da nova missão médica chinesa. Além disso, estamos discutir um acordo com a parte guineense sobre a implementação de projetos como a peixicultura e produtos pecuários para a Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau como um país amigo vou promover uma visita para o Presidente da República e o primeiro-ministro para visitarem a China e a sua participação nas conferências internacionais.     

 OD: No final do mês passado, a China realizou a Conferência Central sobre o Trabalho Relacionado com os Negócios Estrangeiros. Que impacto terá na cooperação China-Guiné-Bissau? Reparamos que o conceito de Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade é um conteúdo importante da Conferência. Há perspectivas de envolver a imprensa nacional para a disseminação do grande projeto chinês, “Futuro Compartilhado” e que mecanismos a Embaixada pretende utilizar para envolver a mídia guineense?

GC: Agradeço-lhe pela questão. No ano passado todos os embaixadores e chefes de missão diplomática chinesa em todo o mundo voltaram para Pequim, capital da China, para assistir a esta conferência. A diplomacia chinesa é guiada pelo pensamento de Xi Jinping sobre a diplomacia e a conferência.

É imperativo e é um costume formar uma comunidade com futuro compartilhado para a comunidade. O objetivo é construir um mundo aberto, inclusivo, lindo e belo com paz duradoura e segurança universal.    

A China propôs essa iniciativa, futuro compartilhado para a comunidade, para o desenvolvimento, segurança e a civilização global. A Guiné-Bissau e a China já assinaram um memorando de entendimento sobre a iniciativa, uma faixa e uma rota, para pôr em prática o conceito comunitário de futuro compartilhado para a unidade.

A China está disposta a reforçar a cooperação com a Guiné-Bissau no âmbito do conceito comunitário de futuro compartilhado, a iniciativa uma faixa e uma rota e as três iniciativas globais.

A conferência esclareceu que a China apela para um mundo multipolar, equitativo e ordinário, uma globalização económica universalmente benéfica e inclusiva, porque o mundo multipolar, equitativo e ordinário não é composto apenas pelos grandes países, mas também um mundo em que países em via de desenvolvimento ou emergentes são partes iguais.

O iluminismo e a geopolítica reforçam as autoridades a prática do verdadeiro multilateralismo e uma globalização económica universalmente benéfica e inclusiva é aquela que atende às necessidades comuns de todos os países em vias de desenvolvimento, promove a liberalização, a facilitação do comércio e o investimento.

 A globalização económica vai disponibilizar mais acesso aos produtos guineenses no mercado internacional e vai trazer, com certeza, mais dinâmica para o desenvolvimento económico da Guiné-Bissau. 

Por exemplo, a China está a promover em conjunto com a Guiné-Bissau a exportação da castanha deste país à China, uma demonstração concreta da globalização económica e a liberalização do comércio.  

OD: Desde a retoma da cooperação bilateral entre os dois países em 2000, a relação está e continua estritamente a nível público. É possível explorar o setor privado, sobretudo convidando o setor privado chinês a investir na Guiné-Bissau? Qual é o fator determinante que está a condicionar o investimento do setor privado chinês na Guiné-Bissau, para além do investimento que se regista no setor pesqueiro…

GC: De acordo com a estatística chinesa, atualmente o stock de investimentos da China na Guiné-Bissau se estima-se em mais de 20 milhões de dólares norte-americanos incluindo os investimentos das empresas privadas. Ainda de acordo com o nosso conhecimento, as empresas chinesas, quer estatais, quer as privadas, prestam muita atenção e importância ao mercado da Guiné-Bissau. 

Estas empresas estão a buscar a oportunidade de investimento na Guiné-Bissau nas várias áreas, sobretudo nos setores da energia fotovoltaica, castanha de cajú e no setor pesqueiro. Eu acredito que nas áreas das infraestruturas, agricultura e outros setores, os nossos países têm ainda muitos espaços para cooperar. A embaixada tomou a iniciativa de encorajar as empresas privadas para investirem na Guiné-Bissau. 

As empresas privadas chinesas que querem investir na Guiné-Bissau estão reticentes em fazer grandes investimentos, por causa da instabilidade política, golpes de Estado e conflitos. Eu quero frisar que os golpes de Estados ou conflitos registados neste país vão afastar as empresas ou grupos de empresas que querem investir pesado na Guiné-Bissau. Queremos realçar aqui o bom ambiente político registado nos últimos anos e que oferece as pré-condições para o desenvolvimento económico neste país. 

Sabemos também que no dia 01 de dezembro de 2023 registou-se um conflito neste país. Esta situação levou algumas empresas chinesas que planeavam visitar a Guiné-Bissau e fazer o reconhecimento do mercado a cancelar a deslocação para a Guiné, por causa daquela situação. A embaixada fez um trabalho de sensibilizar e informar aquelas empresas e mais outras interessadas no mercado guineense que atualmente a Guiné-Bissau é o país mais seguro na região da África Ocidental. Essas empresas estão agora a pensar visitar a Guiné e fazer a prospecção do mercado e saber em que áreas podem investir para além da comercialização da castanha e a criação de fábricas de transformação deste produto, energia entre outros. 

Outro fator que condiciona o investimento de empresários na Guiné é o ambiente jurídico, lamentado pelos empresários que querem investir nesta terra. O governo deve engajar-se em trabalhar na política que facilita o investimento estrangeiro e a criação de serviços sociais completos e capazes de atrair investimento estrangeiro. O terceiro fator são as condições das infraestruturas…

Sabemos com a alegria que daqui a dois ou três meses a Guiné-Bissau vai resolver o problema de abastecimento da eletricidade a nível nacional. Esta é uma boa notícia para os investidores chineses que se sentirão encorajados para investir pesado neste país e precipitarão os investimentos na construção de fábricas de transformação da castanha de cajú. Para além disso, vimos também o esforço do governo em melhorar as condições das estradas, portos e outras infraestruturas e acreditamos que isso será importante para atrair o investimento estrangeiro. 

De facto as condições da Guiné estão a melhorar e a situação económica também. Nós vamos comunicar todas essas informações aos investidores chineses. 

OD: Os guineenses continuam a aguardar com muita expectativa uma intervenção robusta da classe empresarial chinesa na campanha de cajú desde ano. Sr. Embaixador, é possível a participação do setor privado chinês na campanha da castanha de cajú este ano?  

GC: Cada vez que vou de férias a China, levo comigo a castanhas de cajú para a minha família e meus amigos como presente. Digo a minha família e aos meus amigos que a castanha de cajú da Guiné-Bissau é de melhor qualidade no mundo. De facto há muitas variedades da castanha de cajú provenientes de diferentes países no mercado chinês e acredito que até é a castanha da Guiné que vem do Vietnam. 

Segundo as estatísticas, em 2021, as importações de castanha de cajú da China foram aproximadamente 400 000 toneladas, com um valor total superior a 6,2 bilhões de dólares norte-americanos, e mantém-se a tendência de crescimento em 2022 e 2023. A Guiné-Bissau é um dos maiores produtores mundiais da castanha de cajú e a qualidade da castanha de cajú também fica entre as melhores, o que atende às necessidades do mercado chinês. Na verdade, estre as castanhas de cajú importadas pela China, é provável que seja o cajú da Guiné-Bissau que foi transformado pelo Vietnam e outros países. 

Estamos a trabalhar agora para limpar todos os obstáculos e permitir que as castanhas da Guiné-Bissau sejam vendidas na China sem passar por Vietnam. A China enviará para a Guiné uma missão de técnicos que virão para analisar localmente a castanha e o ambiente do negócio. Esperamos que nos meados dos meses de junho e julho possamos assinar o protocolo da exportação da castanha de cajú da Guiné-Bissau para a China. 

Até agora várias empresas chinesas demonstram interesse em comprar a castanha e algumas querem vir fazer investigações sobre a viabilidade de construir fábricas de transformações da castanha. O fator determinante para a assinatura do protocolo de acordo para a exportação da castanha de cajú para a China é a qualidade do cajú guineense e o ambiente de investimento que a Guiné-Bissau oferece. O que nós podemos fazer é trabalhar afincadamente para a assinatura do protocolo de acordo. 

OD: Perspetiva-se a assinatura do protocolo de acordo para a exportação da castanha de cajú entre os meses de junho e julho, mas na Guiné-Bissau, a campanha de comercialização da castanha decorre entre março, abril e maio e já no junho se começa a exportação. Isto quer dizer que pode-se contar com as empresas chinesas só no próximo ano?

GC: Tudo vai depender dos resultados da equipa técnica a ser enviada para a investigação no terreno e que chegará no mês de abril deste ano. Se estes técnicos derem um resultado favorável e se chegarmos ao consenso quanto à assinatura do acordo, acredito que será possível exportar a castanha de cajú da Guiné-Bissau para a China ainda este ano. 

OD: A imprensa guineense e particularmente (imprensa amigo da China) reconhece o apoio recebido da Embaixada, mas continua a sonhar com apoios financeiros da China para a execução dos seus projetos. Senhor, é possível contar com o apoio financeiro da Embaixada para a execução de projetos?

GC: Agradecemos o apoio que a media guineense dá à cooperação e relações amistosas entre a China e a Guiné-Bissau. Agradecemos ainda os apoios que a media dá aos assuntos como a um cinturão e uma rota, bem como na divulgação de informações verdadeiras e favoráveis à China sobre este assunto.

A parte chinesa está disposta a convidar cada vez mais jornalistas estrangeiros, incluindo guineenses, a visitar e fazer formação na China, fazendo-os conhecer uma China verdadeira e mais vivida. No ano passado, a China convidou vários jornalistas da Guiné-Bissau a visitar a China e recebemos respostas favoráveis. Este ano, a China vai continuar a convidar jornalistas da Guiné-Bissau para visitarem a China. 

A media guineense é sempre bom amigo da Embaixada da China, e tem mantido boas relações de cooperação conosco. Estamos dispostos a oferecer mais apoio para a imprensa guineense no futuro. 

Por: Assana Sambú/Filomeno Sambú                     

O ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, saudou hoje os Estados Unidos por suspenderem temporariamente o financiamento à agência de refugiados da ONU (UNRWA), após vários dos seus funcionários terem sido acusados de trabalhar para o grupo islamita Hamas.

© JACQUELYN MARTIN/POOL/AFP via Getty Images

POR LUSA   26/01/24 

Israel agradece aos EUA por deixarem de financiar UNRWA

O ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, saudou hoje os Estados Unidos por suspenderem temporariamente o financiamento à agência de refugiados da ONU (UNRWA), após vários dos seus funcionários terem sido acusados de trabalhar para o grupo islamita Hamas.

"Obrigado à administração americana pela sua liderança e por ter dado um passo importante para responsabilizar a UNRWA", afirmou Gallant num comunicado divulgado pelo seu gabinete, no qual afirma que pelo menos uma dúzia de funcionários da organização estiveram envolvidos no ataque do Hamas de 07 de outubro que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns em Israel.

"São 'trabalhadores humanitários', com salários pagos por donativos internacionais e com sangue nas mãos. São necessárias mudanças importantes para que os esforços, os fundos e as iniciativas humanitárias internacionais não alimentem o terrorismo do Hamas e a morte de israelitas", acrescentou.

Yoav Gallant descreveu a situação como "terrorismo disfarçado de trabalho humanitário", considerando-a uma "vergonha para a ONU" e para os seus princípios.

O Comissário Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, anunciou hoje que irá rescindir imediatamente os contratos de vários funcionários depois de as autoridades israelitas terem fornecido "informações sobre o alegado envolvimento de vários funcionários da UNRWA nos terríveis ataques contra Israel em 07 de outubro".

Lazzarini disse ainda que vai também lançar uma investigação "para estabelecer a verdade sem demora" e "para proteger a capacidade da Agência de prestar assistência" na Faixa de Gaza, onde 85% da população (1,9 milhões de habitantes) está deslocada e a viver uma crise humanitária sem precedentes.

Na sequência do anúncio, os Estados Unidos decidiram suspender temporariamente o seu financiamento à UNRWA. "Os Estados Unidos estão extremamente preocupados com as alegações de que doze funcionários da UNRWA podem ter estado envolvidos no ataque terrorista do Hamas a Israel", afirmou o Departamento de Estado em comunicado.

No entanto, o governo americano reconheceu que a agência tem desempenhado até agora "um papel crítico" na prestação de assistência aos palestinianos, com alimentos e medicamentos, e tem "salvado vidas".

A Comissão Europeia (CE) e o Alto Representante da União Europeia para as Relações Exteriores, Josep Borrell, disseram hoje que a UNRWA deverá oferecer "transparência total" e tomar "medidas imediatas" em relação ao pessoal que Israel alega estar envolvido no ataque do Hamas, apesar de considerarem aquela entidade "um parceiro crucial da comunidade internacional".

"Estamos extremamente preocupados com as alegações de envolvimento do pessoal da UNRWA nos ataques terroristas de 7 de outubro em Israel", afirmaram a CE e Josep Borrell em comunicado conjunto, deixando um aviso: "A Comissão avaliará os próximos passos e tirará conclusões com base nos resultados da investigação completa e exaustiva".


O provedor de Justiça ucraniano, Dmytro Lubinets, formalizou hoje um pedido à Cruz Vermelha para que esclareça se foi informada por Moscovo de que prisioneiros ucranianos iam ser transportados no avião militar que caiu em Belgorod.

© STRINGER/AFP via Getty Images

POR LUSA    26/01/24 

 Kyiv insta Cruz Vermelha a esclarecer se avião russo levava prisioneiros

O provedor de Justiça ucraniano, Dmytro Lubinets, formalizou hoje um pedido à Cruz Vermelha para que esclareça se foi informada por Moscovo de que prisioneiros ucranianos iam ser transportados no avião militar que caiu em Belgorod.

Moscovo afirma que 65 prisioneiros de guerra ucranianos que seriam trocados naquele mesmo dia morreram no incidente, juntamente com três soldados russos que os guardavam e seis tripulantes.

Segundo a versão russa, o avião foi abatido perto da aldeia russa de Yablonovo, a 45 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, na região de Belgorod por mísseis disparados pela Ucrânia, que não confirmou nem negou esta afirmação.

Kiev acredita que o avião não transportava prisioneiros de guerra, mas sim mísseis.

"Quero receber uma resposta oficial do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) sobre se a Federação Russa informou que transportaria prisioneiros de guerra ucranianos desta ou daquela forma", frisou Lubinets, em declarações à Liberty.

O Provedor de Justiça de Kiev observou que as partes envolvidas nas trocas de prisioneiros são legalmente obrigadas a informar a Cruz Vermelha sobre como são transferidos para o local de troca.

Lubinets também insistiu hoje que a Rússia não comunicou oficialmente quaisquer nomes dos 65 prisioneiros de guerra ucranianos que morreram no incidente.

Segundo os serviços secretos ucranianos, a Rússia ainda não forneceu qualquer informação sobre as alegadas vítimas ucranianas do incidente.

Segundo o porta-voz das informações ucranianas, Andri Yusov, as autoridades russas deveriam ter informado o CICV sobre a identidade e o estado de saúde dos prisioneiros que supostamente seriam trocados.

Yusov frisou também que a aeronave também deveria transportar diversas figuras relevantes da esfera política e militar russa, mas acabaram por não embarcar.

O Presidente russo Vladimir Putin acusou hoje as forças ucranianas de abaterem por "engano ou deliberadamente" um avião de transporte militar Il-76 na zona fronteiriça, acrescentando que os serviços secretos do Exército ucraniano sabiam que iam a bordo 65 militares ucranianos.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

ENCONTRO DO DOMINGOS SIMÕES PEREIRA.

Embaixador israelita acusa ONU de ser "arma dos nazis modernos"

© Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images

POR LUSA   26/01/24 

O embaixador israelita junto da ONU, Gilad Erdan, acusou hoje toda a estrutura das Nações Unidas de se ter "convertido numa das armas do arsenal dos nazis modernos" contra Israel.

Com uma enorme estrela amarela na lapela - como a imposta aos judeus na Alemanha nazi - Erdan foi um dos principais oradores na cerimónia da ONU em memória das vítimas do Holocausto, e aproveitou o seu discurso para criticar as Nações Unidas e todos as seus agências num tom muito irritado.

A partir da tribuna da Assembleia-Geral, Erdan comparou o Holocausto ao ataque que o grupo islamita Hamas realizou em 07 de outubro passado contra Israel, e sublinhou a natureza "genocida" desse ataque contra o povo judeu, mas reservou as suas maiores críticas contra a própria ONU.

"Até hoje, nenhuma instituição da ONU condenou os ataques", alegou Erdan, embora a Organização o tenha feito em numerosas ocasiões.

O diplomata referiu-se posteriormente ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em Haia, que hoje ordenou a Israel que evite um genocídio em Gaza e anunciou que vai avançar com uma investigação às acusações de genocídio contra a população palestiniana no enclave.

"Mesmo o Tribunal Internacional de Justiça (...) não se sentiu moralmente obrigado a condenar este massacre bárbaro contra as nossas crianças e o nosso povo. Este silêncio é insondável", afirmou.

Erdan considerou simbólico que no mesmo dia em que se comemora o Dia Internacional em Memória do Holocausto tenha sido exposto que alguns funcionários da agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) poderão ter participado nos ataques de 07 de outubro, o que resultou na abertura de uma investigação ao mais alto nível nas Nações Unidas.

"A ONU não está apenas armada para deslegitimar a nossa existência, mas também para nos exterminar fisicamente", alegou o embaixador, que durante meses tem aproveitado todas as suas intervenções para desacreditar o trabalho da ONU na sua totalidade.

"Só podemos tirar uma conclusão: a ONU falhou na sua missão. Falhou", concluiu, num discurso dirigido aos quadros superiores das Nações Unidas e na sequência do pronunciamento do próprio secretário-geral, António Guterres.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 112.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 26.083 mortos, 63.740 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome.