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Notícias ao Minuto 09/05/23
O Dia da Vitória comemora-se esta terça-feira, assinalando a derrota da Alemanha nazi em 1945, colocando fim à Segunda Guerra Mundial na Europa.
Na sequência da comemoração do Dia da Vitória, na Rússia, o presidente do país, Vladimir Putin, fez um discurso na Praça Vermelha, em Moscovo, assinalando a efeméride, destacando que "foi desencadeada uma autêntica guerra contra a nossa Rússia".
"Nós resistiremos ao terrorismo internacional e também defenderemos os habitantes do Donbass [território anexado na Ucrânia] assim como vamos garantir a nossa segurança", afirmou Putin no seu discurso perante as tropas em parada na Praça Vermelha, em Moscovo.
"Estamos prontos para defender o nosso país", referiu ainda Putin, nas declarações iniciais, parabenizando os comandantes da "operação militar especial" da Rússia neste dia importante para o país, que é uma celebração para homenagear "os avós do nosso pai" que "lutaram pela pátria" e "salvaram o mundo do nazismo".
O líder russo acrescentou que "hoje o mundo está em jogo novamente", salientando que a Rússia está a defender-se contra o "terrorismo internacional".
"Vamos defender os cidadãos", afirmou, esclarecendo que "qualquer ideologia de supremacia não é aceitável" para Moscovo e acusando as elites ocidentais e os globalistas de "provocar conflitos" e destruir "os valores tradicionais da família".
Putin diz que as nações ocidentais se "esqueceram de quem destruiu aquele mal, quem defendeu a sua pátria, quem libertou o povo da Europa", delatando que outros países tentam "apagar a memória de verdadeiros heróis" destruindo memoriais de combatentes e generais soviéticos, o que considera ser "um verdadeiro culto ao nazismo".
"Tentaram cancelar os resultados da Segunda Guerra Mundial e desestabilizar o sistema de segurança internacional e o direito internacional. Estamos a honrar aqueles que lutaram contra os nazistas, aqueles que lutaram como aliados nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha e também honramos a contribuição da China", afirmou Putin, referindo que o povo ucraniano se tornou refém das ambições do Ocidente, antes de um minuto de silêncio.
O silêncio ecoou na Praça Vermelha pelas vidas russas perdidas durante o conflito na Ucrânia e, após 60 segundos, voltou a discursar na Praça Vermelha, ressalvando estar a seguir "os passos dos nossos ancestrais".
"Estamos orgulhosos dos participantes da operação militar especial, aqueles que estão a lutar na linha de frente e a salvar os feridos", disse Putin, realçando que o "futuro do nosso estado e do nosso povo" depende "de quem está a lutar pela Rússia", dirigindo-se aos soldados russos.
"Todo o país se uniu para apoiar os nossos heróis, todos querem ajudar, todos estão a rezar por eles", destacou o líder de Moscovo, elogiando, por fim, "aqueles que entraram no exército com a mobilização e milícia, FSB e outras forças".
"Estamos a dar as boas-vindas a todos vocês, dando as boas-vindas a todos que lutam pela Rússia, todos os que cumprem o seu dever militar. Durante a Grande Guerra Patriótica, os nossos ancestrais provaram que não há nada mais forte do que o nosso amor pela nossa pátria, pela Rússia, pelos nossos militares, pela vitória", concluiu Putin, ao fim de 10 minutos.
Após o final do discurso do presidente russo, este fica em silêncio e, de seguida, soa o hino nacional russo e é disparada uma salva de tiros.
De acordo com o New York Times, antes do líder russo começar a discursar, a televisão russa fez menção à guerra da Ucrânia comparando-a, falsamente, com a luta contra os nazis, cuja efeméride se assinala hoje.
Encontram-se presentes os líderes da Bielorrússia, principal aliado da Rússia na campanha contra a Ucrânia e os chefes de Estado da Arménia, Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Turquemenistão.
De recordar que a habitual marcha do 'Regimento Imortal', como é conhecido na Rússia, foi cancelada por "receio de atos terroristas de Kyiv".
Numa decisão sem precedentes, a Praça Vermelha foi encerrada há duas semanas, mesmo antes do alegado ataque com aparelhos aéreos não tripulados (drones) contra o Kremlin que as autoridades russas atribuíram à Ucrânia.
Várias paradas militares em mais de duas dezenas de cidades da zona oeste da Rússia foram canceladas pelos mesmos motivos, assim como nos Urais e na Sibéria e na Península da Crimeia, território ucraniano anexado por Moscovo na invasão de 2014.
Contudo, segundo o Ministério da Defesa da Rússia, desfilaram hoje no centro de Moscovo, 10 mil soldados e foram exibidos 125 equipamentos militares, incluindo os tanques T-90; T-72 e T-14, além de peças de artilharia, baterias antiaéreas e mísseis de cruzeiro, como pode ver na galeria de imagens.
A Rússia assinala esta terça-feira o Dia da Vitória em segurança máxima, devido ao momento de alta tensão que está a ser vivido entre Moscovo e Kyiv, com acusações mútuas de ataques aéreos.
O Dia da Vitória, que celebra a derrota da Alemanha nazi em 1945, colocando fim à Segunda Guerra Mundial na Europa, tem o centro das comemorações em Moscovo, com um desfile militar na Praça Vermelha, cujo acesso está fechado há vários dias, mas em pelo menos noutras 21 cidades russas, ou regiões ocupadas na Ucrânia, as paradas foram canceladas.
Nos países sob influência da antiga União Soviética, a partir de 1967, o Dia da Vitória começou a ser comemorado nos dias 09 de maio, referindo-se ao dia da capitulação das forças nazis perante as tropas soviéticas, e passou a ser considerado um dia feriado.