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POR LUSA 10/04/24
A junta militar no poder no Mali anunciou hoje, através da leitura de um decreto, a suspensão das atividades dos partidos e associações políticas "até nova ordem, por razões de ordem pública".
Num decreto emitido pelo chefe da junta, o coronel Assimi Goïta, e lido aos jornalistas pelo porta-voz do Governo, o coronel Abdoulaye Maïga, "as atividades dos partidos e associações políticas em todo o país são suspensas até nova ordem por razões de ordem pública".
Trata-se de uma nova restrição a qualquer expressão de oposição ou dissidência por parte dos militares que tomaram o poder pela força em agosto de 2020, derrubando o Presidente, Ibrahim Boubacar Keïta.
Esta medida surge numa altura em que os militares se mantêm à frente do país após 26 de março, data em que se tinham comprometido, sob pressão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a entregar o poder a civis eleitos, sendo que também não organizaram uma eleição presidencial em fevereiro, como tinham prometeram.
O coronel Maïga justificou a suspensão dos partidos invocando um suposto diálogo nacional iniciado a 31 de dezembro.
Desde 2012, o Mali é assolado pela propagação do terrorismo e por uma grave crise de segurança, política e humanitária.
Os militares que tomaram o poder pela força em 2020 procederam a uma reorientação estratégica, rompendo a aliança com a antiga potência colonial, França, virando-se militar e politicamente para a Rússia.
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