A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB) iniciam, amanhã, terça-feira, 07 de janeiro de 2020, uma greve de três dias para exigir do executivo de Aristides Gomes, o pagamento de todas as dívidas contraídas pelas empresas públicas, que até este momento receberam nada, bem como o pagamento das dívidas do passado, contraídas mediante acordo com funcionários públicos como solução para acabar com as vagas de paralisações na função pública. A posição das duas organizações sindicais foi tornada pública pelo Secretário-geral da UNTG, Júlio António Mendonça, durante uma entrevista concedida esta segunda-feira, 06 de janeiro de 2020.
O sindicalista lembrou, neste particular que, desde o passado dia 23 de dezembro que entregaram o pré-aviso de greve ao governo, mas nunca foram chamados para se sentarem à mesma mesa com o executivo, pelo que não há alternativa senão avançar com a paralisação da função pública guineense.
“sem o pagamento a administração pública guineense continuará a ser paralisada de três em três dias em cada semana”, avisa.
Segundo Júlio Mendonça, a atitude do governo levou as duas centrais sindicais a concluírem que não há vontade, da parte do governo, para resolver os problemas dos servidores públicos, mas uma lógica de governar para garantir que os seus familiares e parentes estejam bem.
“Não consigo entender como é que uma pessoa, que representa o Estado, chega a um acordo com os seus parceiros sociais e, a partir da data que assinou o memorando, nunca mais se dignou zelar pelo seu cumprimento e nós, sindicalistas, temos um compromisso com os trabalhadores e não podemos perder tempo, enquanto os funcionários a sofrem. Mais grave ainda é que o governo tem estatuto e diplomas legais que devem ser implementados, que é uma exigência do ponto um do memorando de entendimento, não se interessa por nada e continua a violar as regras do jogo, sobretudo no concernente ao ingresso de pessoas na função pública. Os direitos dos trabalhadores estão a ser postos em causa, não podemos aceitar essa situação”, enfatizou.
Júlio Mendonça chamou atenção aos dirigentes sindicais de base que nesta luta não estejam a altura para aguentar, que é melhor que coloquem o cargo à disposição, tornando-se em simples funcionários, porque ninguém obrigou ninguém ser sindicalista. Assim, pediu a todas as organizações filiais a seguirem as orientações das centrais sindicais para a efetivação dos seus direitos, dignificando a classe trabalhadora guineense.
Para Júlio António Mendonça, o país não podia parar devido ao processo eleitoral, por os trabalhadores públicos precisarem trabalhar e produzir receitas para depois beneficiarem, mas não tomar o dinheiro do erário público e utilizá-lo na campanha eleitoral, “como aconteceu nestas eleições. O Estado foi banalizado a todos os níveis”, criticou sindicalista.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
OdemocrataGB
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