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POR LUSA 28/04/23
A presidente da Assembleia da República de Moçambique, Esperança Bias, condenou "a destruição e a perda de vidas humanas" provocadas pela invasão russa da Ucrânia, defendendo respeito pela soberania dos países e a promoção de "um mundo de paz".
"A guerra destrói, então devemos todos nós trabalhar para que tenhamos um mundo de paz", disse Bias, em declarações ao canal público Televisão de Moçambique (TVM), num balanço dos três dias da visita que realizou à Rússia.
"Devemos todos trabalhar no sentido de termos um mundo em paz, em que cada país respeita a soberania de um outro país e que haja uma cooperação numa base de relacionamento são", enfatizou.
Esperança Bias assinalou que Moçambique tem a experiência dos efeitos da violência armada, porque é agora assolado pelo "terrorismo", no norte de Moçambique, e já sofreu no passado com várias guerras.
"Nós conhecemos os estragos que a guerra fez em Moçambique, os estragos que as ações do terrorismo estão a fazer, particularmente a perda de vidas humanas", notou a presidente do parlamento moçambicano.
Sobre as relações com a Rússia, Esperança Bias defendeu o reforço da cooperação económica e empresarial, visando incrementar os laços bilaterais.
"No fundo, os empresários de pequena dimensão são aqueles que trazem maior impacto para a economia e criam muito mais empregos", declarou, convidando os homens de negócios russos a apostar no mercado moçambicano.
Por outro lado, prosseguiu, a cooperação política entre Moçambique e Rússia tem condições para crescer, com base nas missões de alto nível entre os dois países.
A presidente do parlamento moçambicano visitou Moscovo entre segunda-feira e quarta-feira, a convite da sua homóloga russa Valentina Matvienko, a terceira figura do Estado russo, que esteve em Maputo em maio do ano passado.
Maputo absteve-se em todas as votações na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a invasão russa da Ucrânia, defendendo a resolução pacífica do conflito.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde a independência) foi um aliado de Moscovo durante o tempo da ex-URSS, tendo recebido apoio militar durante a luta contra o colonialismo português e ajuda económica depois da independência, em 1975.