Os comerciantes intermediários consideram que a presente campanha de caju está a ser “muito prejudicial” aos seus negócios, chegando às perdas a representar mais de milhão de francos cfa.
Em entrevista a ANG, Baila Seidi, um intermediário que opera há vários anos, afirmou que já sofreu um prejuízo que ronda 900 mil Fcfa e afirma que há colegas seus que sofreram perdas maiores. “Houve colegas que compraram 1 kg de caju a 200 Fcfa junto ao produtor e o venderam na balança a 150Fcfa”, informou desabafando Baila Seidi.
Solicitado a indicar as causas do insucesso da campanha deste ano, este comerciante imputa a “culpa” à crise político-militar provocada pelo golpe de Estado de Abril de 2012.
No entendimento de Bala Seidi, se não fosse essa situação, viriam mais empresários estrangeiros e em conseqüência, verificaria a concorrência, em termos de preço da compra da castanha guineense que, de acordo com especialistas, possui uma qualidade apreciável no mercado internacional.
Nesta fase final do processo, seidi pede ao governo a intervir com vista a minimizar as perdas na fileira de caju através da capitalização dos comerciantes que, por sua vez, comprarão o resto de caju na mata a um preço razoável. Visivelmente triste Seidi que opera nas regiões de Tombali e Bafata, afirmou que dos 500 toneladas que esperava comprar este ano, apenas comprou 200. Tudo porque, não está a ter o devido retorno face às despesas inerentes.
Quem também lamentou a sua situação ao repórter da ANG é o intermediário Ibraima Djaló que disse ter comprado a castanha na ilha de Onhucum, sector de Uno, a 175Fcfa o quilo mas que vê-se agora obrigada a vender a preço de 140 francos cfa o quilo. Djaló que fala em “imensas despesas, nomeadamente, o aluguer de viatura para o transporte do caju, da taxa de 175 mil Fcfa que tem que pagar ao Ministério das Finanças e 52 mil cfa ao Ministério de Comercio, apela igualmente ao executivo para intervir com o propósito de “ minimizar as perdas que afectam os autores da fileira”.
Na mesma linha falou o comerciante Quintino Djedju que apelidou a presente campanha de “Um insucesso total”.
Entretanto, para além de pouca presença de comerciante e camiões de caju, o repórter da ANG constatou igualmente que hoje dia 26 ,na principal balança do país, sita junto ao Porto de Bissau que, a castanha de caju estava a ser comprada a 140Fcfa por quilograma. Facto que, segundo um comerciante, impede os intermediários de irem comprar o produto nas mãos dos produtores.
O caju e a pesca constituem 80% do volume da exportação da Guiné-Bissau.
Bissau, 26 Jun 13 (ANG)