Reprodução de vídeo Secretário-geral da ONU, António Guterres (à direita) e Moussa Faki, presidente da Comissão da União Africana (à esquerda).
Durante Encontro de Cúpula, em Adis Abeba, ele parabenizou o presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa por assumir a presidência rotativa do bloco e afirmou que os desafios da África só podem ser resolvidos pelos próprios africanos.
O secretário-geral da ONU discursou neste domingo no encerramento da 33ª. sessão da União Africana, em Adis Abeba.
No encontro de chefes de Estado e Governo, ele comentou o tema da sessão sobre o silêncio das armas e declarou que a medida não apenas serve à paz e à segurança, mas também ao desenvolvimento sustentável e aos direitos humanos.
Obrigação moral
António Guterres apresentou três pontos em seu discurso, o primeiro foi a erradicação da pobreza, o que para ele é uma obrigação moral com a humanidade.
Ele citou a Década de Ação para avançar com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.
Em segundo lugar, o chefe da ONU apresentou a crise climática e em terceiro o silenciar das armas.
O secretário-geral ressaltou melhorias nos padrões africanos com mais acesso à educação, à saúde, segurança alimentar e outros serviços básicos. Mas lembrou que o progresso continua lento e desigual.
Para Guterres, o continente tem sido, desde há muito tempo, vítima de uma globalização injusta.
Ele acredita que a comunidade internacional precisa apoiar mais o continente para um combate mais robusto à evasão fiscal, à lavagem de dinheiro e aos fluxos ilícitos de capital.
UN Photo Chefe da ONU destaca necessidade urgente de igualdade entre mulheres e homens
Mulheres e meninas
O secretário-geral voltou a citar a importância da igualdade de gênero na erradicação da pobreza e na participação de mulheres e meninas.
A ONU defende que as mulheres são parte vital do desenvolvimento, da paz e da coesão social.
E para Guterres, os jovens também precisam ser incluídos como agentes de mudança. Ao convidar jovens para expressarem suas opiniões por ocasião do 75 aniversário da ONU, o secretário-geral se disse inspirado por africanos que defendem paz e diálogo na África.
O continente tem registrado um aumento de temperatura duas vezes maior que o da média global.
No ano passado, os ciclones Idai e Kenneth em Moçambique, Zimbábue, foram mais uma prova da vulnerabilidade da região, assimo como outras crises do clima do Sahel à Zâmbia e do Quênia a Madagáscar.
Clima
Guterres citou a atual praga de gafanhotos no leste da África e outras crises também na África Central, que devem ser tratadas como prioridade.
Ele espera que este ano a Conferência sobre Mudança Climática, COP 26, seja melhor que a anterior e que possa servir para atender os desafios da África nesta área.
Guterres afirmou que a ONU apoia inteiramente iniciativa da União Africana sobre silenciar as armas, e destacou o sucesso de um governo de transição no Sudão evitando um conflito civil.
Ao comentar a situação no Sudão do Sul, ele disse que é fundamental que os líderes ouçam a voz do povo.
Foto ONU/Eskinder Debebe Vista desde a prefeitura de Beira, a cidade moçambicana mais atingida pelo ciclone Idai
Sahel
O chefe da ONU citou a violência na região do Sahel, a conflito na Somália e o aumento de ataques visando civis na Burkina Fasso, no Mali e no Níger. Para ele, é preciso uma abordagem mais robusta para responder à violência.
Ao comentar a situação na Líbia, António Guterres, disse que é hora de acabar com o conflito. Ele voltou a dizer que certos membros da comunidade internacional são cúmplices da violência no país.
Para Guterres, os desafios atuais são complexos, mas com parceria e cooperação, a solução poderá ser compartilhada para um resultado eficiente e duradouro.
news.un.org/pt
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