© Getty
POR LUSA 25/12/22
As autoridades ucranianas afirmaram hoje que 16 civis morreram e outros 72 ficaram feridos na última ofensiva russa na véspera de Natal.
O chefe adjunto do gabinete presidencial, Kirilo Tymoshenko, disse que todas as mortes tinham sido registadas na região de Kherson, bem como 64 feridos. Dos restantes feridos, sete foram registados em Donetsk e um em Kharkiv.
A região de Kherson foi a mais duramente atingida pelos ataques russos nas últimas 24 horas.
No total, Kherson foi atingida por 74 ataques de mísseis e foguetes russos. De acordo com Kirilo Tymoshenko, os projécteis atingiram instalações de infraestruturas críticas, bem como edifícios privados, um hospital e uma escola, entre outros.
Ao longo da noite passada, foram relatados bombardeamentos pelas forças russas nas regiões de Sumy, Kharkiv, Zaporijia e Mikolaiv, entre outras.
O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, felicitou os ucranianos pela época festiva e agradeceu-lhes a força que demonstraram desde que a Rússia iniciou a invasão do país há dez meses.
"A guerra separou muitos de nós.... No entanto, apesar de todos os bombardeamentos e ataques terroristas, vamos perseverar. Nem o frio, nem a fome, nem a escuridão nos farão desesperar", afirmou o primeiro-ministro ucraniano.
Leia Também:
© Getty Images
Notícias ao Minuto 25/12/22
O Presidente Vladimir Putin afirmou em entrevista que a Rússia está pronta para negociar com todas as partes envolvidas no conflito - mas que a Ucrânia e os seus apoiantes do Ocidente se recusam a fazê-lo.
"Acredito que estamos a agir na direção certa. Estamos a defender os nossos interesses nacionais, os interesses dos nossos cidadãos, o nosso povo. E não temos outra escolha a não ser proteger os nossos cidadãos", disse Putin à televisão estatal, numa entrevista emitida este domingo e citada pela agência Reuters.
"Estamos prontos para negociar com todos os envolvidos [na guerra na Ucrânia] sobre soluções aceitáveis, mas isso é com eles - não somos nós que recusamos as negociações, são eles", disse ainda.
"Tudo se baseia na política dos nossos adversários geopolíticos, que visam dividir a Rússia, a Rússia histórica", disse Putin numa entrevista, de que um excerto foi transmitido na televisão pública russa.
"'Dividir para reinar melhor': eles sempre tentaram fazê-lo, estão a tentar fazê-lo agora, mas o nosso objetivo é bastante diferente: unir o povo russo", disse Putin.
O presidente russo já tinha justificado a intervenção militar na Ucrânia em várias ocasiões pela necessidade de unir ucranianos e russos, que, na sua perspetiva, são um e o mesmo povo.
Questionado sobre a próxima entrega de um sistema de defesa aérea Patriot de Washington a Kiev, na sequência da visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aos Estados Unidos, o Presidente russo disse estar "100% seguro" de que o exército russo "destruirá" este equipamento.
"Claro que o destruiremos, 100% de certeza", disse Putin na televisão russa.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Mais de 7,8 milhões de pessoas fugiram da guerra na Ucrânia para outros países europeus, havendo ainda 6,5 milhões de deslocados internos, segundo dados recentes das Nações Unidas
Desconhece-se o número exato de baixas civis e militares em dez meses de guerra, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.