sábado, 29 de março de 2025

Voluntariado é taxado como produto importado na Guiné-Bissau

© Lusa  29/03/2025 

O voluntariado está onde falha o Estado na Guiné-Bissau, através de organizações que doam trabalho, equipamentos e materiais, mas estes são taxados como produtos importados nas alfândegas guineenses, queixam-se essas instituições sociais.

A queixa é comum a organizações que trabalham na área da saúde e estão a suprir falhas do sistema na assistência médica e cuidados à população, mas não são contempladas na lei das isenções de impostos e taxas aduaneiras da Guiné-Bissau.

A associação portuguesa Acolher, Nutrir, Amar (ANA) ajudou a instalar um bloco operatório com duas salas, no hospital Catarina Troiana, em Nhacra, e o mais difícil, segundo as responsáveis, foi o desalfandegamento do equipamento, que é taxado como qualquer produto importado.

"Por não haver isenções e as taxas cobradas serem enormes, foi muito difícil", apontou Fátima Lourenço, da associação que angariou 25 mil euros para as obras e o equipamento doado por benfeitores e empresas, nomeadamente o Hospital Lusíadas.

O Governo guineense reconhece que "é um ganho enorme em termos do serviço de prestação de saúde na Guiné-Bissau", onde, mesmo nos hospitais de referência, faltam recursos e equipamentos.

Este "balão de oxigénio", como lhe chamou o ministro da Saúde Pública, Pedro Tipote, é resultado do voluntariado de uma das organizações internacionais que no terreno faz o que é obrigação do Estado, mas que este não tem capacidade de fazer, reconheceu o governante.

"O importante para nós é ter com antecedência o conhecimento daquilo que poderá ser a ação de qualquer organismo que atua nesta área para darmos o acompanhamento, o seguimento de tudo quanto será necessário para a execução das suas missões", afirmou.

Questionado sobre se estas isenções deviam estar na lei, o ministro defende que "deve-se ter é um grande cuidado de analisar melhor porque se não alguém pode apoderar-se de uma associação e fazer entrar os produtos para comercialização".

Portugal tem cinco organizações a trabalhar permanentemente no terreno e outras tantas que se deslocam frequentemente em missões à Guiné-Bissau, segundo o embaixador Miguel Silvestre.

O problema das isenções, como disse, é transversal a diferentes áreas e pesa na ação das organizações não governamentais, que têm fundos limitados.

Os custos são bem conhecidos da irmã Valéria, uma religiosa italiana que criou no meio do mato, junto a Nhacra, um hospital que dá mais de mil consultas por mês e faz mais de 450 partos por ano.

Os cerca de 30 quilómetros que separam este hospital da capital demoram a percorrer nas estradas de terra e esburacadas da Guiné-Bissau, que muitos guineenses calcorreiam a pé para conseguir cuidados médicos.

Ali é dada resposta nas áreas da saúde materno infantil, nutrição, imunidade das crianças e na prevenção da transmissão do HIV de mãe a filho, com o acompanhamento de 150 mães seropositivas.

Sempre que possível, há também suporte alimentar com 35 pessoas a trabalhar permanentemente com apoios dos amigos italianos e de associações como a portuguesa ANA.

O trabalho da ANA está mais vocacionado para a cardiologia pediátrica, com mais de 2.200 consultas e cerca de 200 crianças transferidas e tratadas em Portugal, segundo as responsáveis Fátima Lourenço e Ana Alves.

A associação tem trabalhado com a irmã Valéria e decidiram em conjunto que "fazia todo o sentido" instalar ali o bloco operatório para crianças e adultos que já não viam, mas que servirá outras patologias, além da oftalmologia.

Com a ajuda de benfeitores e das famílias de acolhimento que recebem em Portugal as crianças guineenses para tratamento, conseguiram angariar os fundos e recursos para o bloco e apoiar mais uma Missão Visão, que operou 100 doentes numa semana e deu 500 consultas.

Há mais de dez anos que a especialista Paula Sepúlveda chefia estas missões dedicadas essencialmente às cataratas, um problema prevalente no país "talvez por questões alimentares ou a questão do sol".

"Há pessoas com 40 ou 50 anos já completamente cegas por catarata", observou a médica.

Mário Na Biútcha tem 89 anos e vive numa escuridão permanente, não vê nada dos dois olhos por causa das cataratas.

Ouviu na rádio que a irmã Valéria tinha em Nhacra "um projeto de tratamento da vista" de decidiu arranjar dinheiro para se deslocar até lá.

Mário foi consultado e aguardava a chamada para cirurgia sentado ao lado de Bubacar Djau,que já tinha sido operado a um olho e agora consegue ver.

"Agora vejo as pessoas completas, dantes não conseguia ver nada, mesmo perto, estava sempre tudo escuro", contou este homem de "setenta e tal anos".

Desde o ano passado que viaja de Pirada, no leste da Guiné-Bissau, junto à fronteira com o Senegal, até Nhacra para ser consultado e garante que nunca pagou nada, nem para fazer a operação.

A equipa portuguesa faz três missões por ano à Guiné-Bissau e tem levado ao hospital de Nhacra outros especialistas como o obstetra Matos Cruz que se juntou ao voluntariado, em 2023.

Arranjou material para fazer ecografias "como mais um chamariz para trazer as mulheres das tabancas à maternidade", num país entre as mais altas taxas de mortalidade materno infantil.

"Por uma questão cultural os homens que mandam nas tabancas não querem que elas venham, mas as coisas têm-se vindo a modificar. Cada vez mais vêm", afirmou.


Leia Também: O Presidente guineense garantiu hoje que o país vai financiar em 90% as próximas eleições legislativas e presidenciais, que marcou para 23 de novembro, e admitiu apoio de parceiros para cobrir o resto do orçamento.

O Instituto Brasil-África vai treinar 50 jovens guineenses na indústria de caju "devido à importância estratégica do setor" na economia da Guiné Bissau, disse à Lusa o seu presidente.

© Lusa  29/03/2025 

 Jovens guineenses vão ao Brasil receber formação em produção de caju

O Instituto Brasil-África vai treinar 50 jovens guineenses na indústria de caju "devido à importância estratégica do setor" na economia da Guiné Bissau, disse à Lusa o seu presidente.

Depois de Angola, que terá 50 estudantes a receber formação na indústria do cacau, a  Guiné Bissau foi escolhida como o segundo país africano a participar do programa 'Youth Technical Training Program' (YTTP), "devido à importância estratégica do setor do caju para sua economia, responsável por mais de 90% das exportações do país, sendo uma fonte essencial de renda [rendimento], empregos e crescimento económico",  afirmou à Lusa João Bosco Monte.  

Apesar da sua relevância, este setor agrícola "enfrenta desafios significativos, como a baixa adoção de tecnologias modernas, a dependência de exportações de matéria-prima com pouco valor agregado e a necessidade de maior eficiência em toda a cadeia produtiva", justificou o responsável brasileiro.

De acordo com o presidente do instituto Brasil-África, o país africano utiliza, na maioria das vezes, "métodos tradicionais, o que reduz a eficiência produtiva e mantém a economia dependente da exportação de matéria-prima em estado bruto".

A formação será realizada entre 05 e 16 de maio no estado brasileiro do Ceará, principal produtor de castanha de caju no país.

Os 50 jovens guineenses serão capacitados em todas as etapas da produção através do acesso a "conhecimentos técnicos avançados, abrangendo boas práticas agrícolas, modernização do processamento e estratégias para agregar valor ao produto", disse.

Na opinião de João Bosco Monte, a qualificação da mão-de-obra neste setor agrícola guineense vai possibilitar ao país acrescentar valor ao produto final e aumentar assim a sua competitividade no mercado global.

"Além disso, o fortalecimento da cadeia produtiva do caju deverá contribuir para a diversificação da economia local, criando mais oportunidades de emprego, fomentando o empreendedorismo entre os jovens e impulsionando um desenvolvimento socioeconómico sustentável na Guiné-Bissau", justificou.

O objetivo do Instituto Brasil-África é o de capacitar 1.000 jovens africanos até o final de 2026 e, segundo o seu presidente, países como "Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe são exemplos de países que apresentam grande potencial para receber futuras edições do programa".


Comissão de observação lunar em conferência de imprensa

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na terça-feira, 25 de março, um jovem guineense no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, na posse de 1.542,1 gramas de cocaína.

© Radio TV Bantaba  March 29, 2025

Jovem detido com mais de 1.500 gramas de cocaína no Aeroporto de Bissau

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na terça-feira, 25 de março, um jovem guineense no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, na posse de 1.542,1 gramas de cocaína. O suspeito preparava-se para embarcar num voo da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) com destino a Lisboa.

De acordo com a PJ, a droga foi detetada durante um controlo de raio X, que revelou substâncias ilícitas escondidas no interior de uma mala de bagagem de mão. As autoridades confirmaram ainda que uma parte da droga foi ingerida pelo suspeito.

O jovem foi apresentado esta sexta-feira, 28 de março, ao juiz de instrução criminal para a primeira audiência e determinação das medidas de coação.

Acordo de minerais com os EUA "não é um acordo, mas sim uma tentativa de extorsão à Ucrânia"

Na semana em que os EUA entregaram à Ucrânia o acordo dos minerais a ser celebrado pelos dois países, Helena Ferro Gouveia, comentadora da CNN Portugal, acredita que o mesmo "é uma tentativa de extorsão” a Kiev, pois “toda a receita gerada [pelo país] será transferida para fora da Ucrânia, que só terá direito a uma percentagem desta receita depois de pagar aquilo que os norte-americanos consideram ser a sua dívida”.

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Milhares de muçulmanos preparam-se para celebrar fim do Ramadão

© Lusa   29/03/2025

Em declarações à Lusa, o imã da Mesquita Central de Lisboa, xeque David Munir, explicou que o Eid al-Fitr (celebração que marca o fim do jejum) pode acontecer no domingo ou na segunda-feira, dando início a um novo mês lunar islâmico - o Shawwal.

"Se a lua for visível ao pôr do sol [de hoje], o fim [do Ramadão] será no domingo. Caso a lua não seja visível [hoje], então na segunda-feira será de certeza", indicou.

O avistamento da Lua Nova vai marcar o fim do Ramadão - 30 dias depois - durante o qual desde a puberdade os seguidores do islamismo - exceto os muito idosos, as grávidas ou menstruadas, os doentes e os viajantes - estão obrigados a não comer e beber entre o amanhecer e o anoitecer.

O jejum no nono mês do calendário muçulmano, baseado no ciclo lunar, sendo aquele em que os muçulmanos acreditam que, no ano de 610 depois de Cristo, o anjo Gabriel revelou o Corão (o livro sagrado do Islão) ao profeta Maomé.

A cumprirem ano islâmico de 1446, que começou em 7 de julho de 2024 e terminará em 25 de junho de 2025, os muçulmanos, aproveitam o mês do jejum para refletir.

"Basicamente, quebramos o jejum, as pessoas fazem as suas orações pedindo a Deus, ao Criador, tudo aquilo que foi feito durante o mês do Ramadão e que possamos manter este clima e esta solidariedade durante os 11 meses que vêm", realçou o xeque Munir.

O imã da Mesquita Central de Lisboa referiu que "é muito mais fácil" perceber o fim do Ramadão num país islâmico, porque "a comunicação é oficial".

"Quanto mais depressa soubermos, iremos anunciar o mais depressa possível para as pessoas se prepararem para o dia do Eid [al-Fitr], que é o dia de festa. Se não for no domingo, no dia 31 [segunda-feira] é de certeza", vincou.

À Lusa, David Munir adiantou que estão previstas orações na Praça do Martim Moniz e na Alameda, em Lisboa, além das que são feitas todos os anos na Mesquita Central.

Durante o mês do Ramadão, a Mesquita Central de Lisboa confecionou cerca de 2.000 refeições diárias para a quebra do jejum, ao pôr-do-sol.

"Duas mil ou 2.100 refeições. Ao fim de semana vêm muitas mais pessoas quebrar o jejum. (...) Ao fim de semana as pessoas trazem crianças, os filhos. Não vem só o homem abrir o jejum, não vem só a mulher abrir o jejum. Vem os pais e os filhos", salientou.

O facto de o ano lunar ser mais curto que o solar explica que a cada ano a data do Ramadão se aproxime do início do ano 10 ou 11 dias. Em 2030, o Ramadão será celebrado duas vezes, no início de janeiro e no final de dezembro.

"Em 2026, vamos começar em 19 ou 20 de fevereiro. Portanto, é normal que comecemos o Ramadão [no início] de 2030. E no fim de 2030 também iremos apanhar alguns de Ramadão. Não vão ser os 30 dias. O máximo 20 dias. Por exemplo, nós já comemorámos o mês do Ramadão em dezembro, em novembro, em outubro. Anualmente nós recuamos", assinalou.

De acordo com o líder religioso, em Portugal, a comunidade muçulmana "já ultrapassou os 100 mil" crentes.

"Não tenho nenhuma prova científica, porque nós não temos censos (...), mas ultrapassa os 100 mil, à vontade, em todo país", frisou.


sexta-feira, 28 de março de 2025

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu hoje que "coisas muito más" vão acontecer ao Irão, se não concordar em sentar-se e negociar com Washington sobre o programa nuclear.

© REUTERS  Lusa  28/03/2025 

 Trump ameaça que "coisas muito más" vão acontecer ao Irão se não dialogar

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu hoje que "coisas muito más" vão acontecer ao Irão, se não concordar em sentar-se e negociar com Washington sobre o programa nuclear.

Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, Trump lembrou que no início do mês enviou uma carta ao líder do Irão, 'ayatollah' Ali Khamenei, instando-o a negociar o programa nuclear iraniano.

"Enviei-lhes uma carta recentemente e disse-lhes que teriam de tomar uma decisão, de uma forma ou de outra, e que teríamos de conversar e resolver a situação, ou coisas muito más iriam acontecer ao Irão, e eu não quero que isso aconteça", afirmou.

 Paralelamente a este apelo para o diálogo, Donald Trump tem intensificado a política de "pressão máxima" sobre o Irão, com sanções adicionais e a ameaça de uma ação militar em caso de recusa de conversações.

De acordo com a imprensa norte-americana, a carta que Trump enviou a Khamenei, no início deste mês, incluía um prazo de dois meses para chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano e afirmava existirem "duas maneiras de lidar com o Irão: militarmente ou chegando a um acordo".

Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, disse que Teerão tinha formulado uma resposta à carta do Presidente norte-americano, sem especificar o conteúdo.

Araqchi reiterou que a posição iraniana continua a ser a de "não negociar diretamente [com os Estados Unidos] sob pressão máxima e ameaças de ação militar". Contudo, notou que "negociações indiretas, tal como existiram no passado, podem continuar".

Ainda na segunda-feira, o chefe da diplomacia iraniana salientou que, com as acusações e as exigências da administração norte-americana, não vão entrar em negociações diretas. 

Durante o primeiro mandato (2017-2021), Trump ordenou a saída unilateral dos EUA do acordo nuclear com o Irão, negociado em 2015 pela administração Barack Obama (2009-2017) juntamente com China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha.

O pacto limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas. Com a saída do acordo, Trump restabeleceu as sanções contra a República Islâmica.

O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980. Mas os dois países trocam informações indiretamente através da embaixada suíça em Teerão, que representa os interesses norte-americanos no Irão.


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Ucranianos dispostos a lutar sem os EUA, mas instam a Europa a agir

© REUTERS/Maksim Levin TPX IMAGES OF THE DAY  Lusa  28/03/2025 

Mais de 80% dos ucranianos afirmam estar dispostos a continuar a lutar para alcançar "uma paz aceitável", mesmo que Washington cesse o seu apoio militar ao país, indicou hoje uma sondagem do Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv (KIIS).

Apesar dos elevados custos da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, 82% dos ucranianos declararam-se a favor da continuação da luta contra Moscovo, mesmo sem o apoio dos Estados Unidos (EUA), na condição de que a Europa mantenha o seu auxílio à Ucrânia, indicou a sondagem, citada pelas agências internacionais.

A grande maioria dos inquiridos manifestou-se a favor da continuação dos combates, ao invés de aceitar as condições de paz propostas pela Rússia, que privariam a Ucrânia da sua independência política, de um exército forte e de mais de 20% do seu território.

Apenas 8% dos inquiridos disseram ser a favor da capitulação.

"Os ucranianos querem a paz e estão abertos a compromissos dolorosos", afirmou Anton Grushetski, diretor do KIIS, em declarações à agência noticiosa espanhola EFE.

A Rússia está há várias semanas envolvida em conversações com Washington, com o objetivo de obter uma trégua na Ucrânia a todo o custo.

"Mas [os ucranianos] estão prontos para uma resistência nacional até que sejam garantidas condições de paz aceitáveis e segurança contra futuras agressões russas", sublinhou o diretor da instituição ucraniana.

A Rússia e a Ucrânia concordaram com uma trégua provisória aos ataques às infraestruturas energéticas, mediada pelos Estados Unidos, mas rapidamente se acusaram mutuamente de violações, ilustrando as dificuldades de uma negociação de paz mais alargada.

Oleksandr Kovalenko, analista militar do Grupo de Resistência à Informação, argumentou que a perda do apoio dos Estados Unidos constituiria um choque, mas a mesma não seria catastrófica.

"As forças ucranianas já demonstraram a sua capacidade de se adaptarem a combates sem o apoio dos EUA", afirmou Kovalenko, sublinhando que "uma retirada dos EUA poderia acelerar a produção interna de defesa e levar os parceiros europeus a redobrar a sua".

Ilona Sologoub, editora da plataforma analítica VoxUkraine, adiantou também à EFE que a Europa deveria tentar aproveitar a experiência da Ucrânia no campo de batalha e investir na sua indústria de armamento, algo que a Dinamarca já começou a fazer.

"A rapidez é essencial: a Rússia está a adaptar-se e a copiar as nossas tecnologias", alertou Sologoub.

Sologoub recordou ainda que existem atualmente mais de 200 mil milhões de euros em ativos russos congelados na Europa, que poderiam servir como fonte de financiamento para a guerra.

"Se o confisco parecer demasiado ousado, a Europa poderia trocar estes fundos por certificados da União Europeia a 20 anos", sugeriu a editora.

Num artigo conjunto com os economistas Anastasiya Fedik e Yuri Gorodnichenko, da Universidade de Berkeley, Sologoub delineou outras opções, incluindo o desenvolvimento da iniciativa SkyShield - proposta por 70 políticos europeus e vários peritos militares -, com o intuito de proteger a Ucrânia ocidental e central dos mísseis russos, sem confrontar diretamente as forças de Moscovo.

Segundo os economistas, a capacidade de resistência da Ucrânia, que dispõe de recursos limitados, demonstra que a Rússia pode vir a ser derrotada, possibilitando uma paz duradoura no continente, caso a Europa desbloqueie as suas capacidades.

"A Europa deve deixar de se preocupar com a reação de Moscovo e lembrar-se de que a Rússia só recua perante a força", insistiram os peritos.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.


Leia Também: Putin quer arrastar a guerra com "administração de transição"

Eclipse parcial no sábado vai reduzir produção de energia solar em mais de 20%

cnnportugal.iol.pt 

Fenómeno em que o sol vai ser parcialmente coberto pela lua, durante duas horas, vai ser visível em todo o território continental

O eclipse solar parcial que vai ocorrer durante duas horas na manhã de sábado vai provocar uma redução de 23% da produção do Sistema Elétrico Nacional prevista para aquele horário, avançou esta sexta-feira a REN – Redes Energéticas Nacionais.

“O fenómeno ocorrerá no território continental entre as 09:30 e as 11:30 e provocará uma perda de geração estimada de 560 MW [megawatts], o que representa cerca de 8,5% do consumo e 23% da produção do Sistema Elétrico Nacional previsto para este horário”, apontou a REN, em comunicado.

A empresa adiantou que tem estado, em colaboração com os restantes operadores de redes de transporte do setor elétrico europeus, a preparar o Sistema Elétrico Nacional (SEN) para os efeitos do eclipse que vai ocorrer no sábado.

O fenómeno em que o sol vai ser parcialmente coberto pela lua, durante duas horas, vai ser visível em todo o território continental.

Durante o eclipse, a REN estima uma perda de 10 MW por minuto e uma recuperação à taxa de 22 MW por minuto, “o que causará desafios operacionais relacionados com o equilíbrio entre geração e o consumo no SEN e com controlo do desvio na interligação com Espanha”.

Assim, explicou, vai ser necessário alocar reservas adicionais com geração hídrica e/ou térmica.

Estes valores estimados não consideram a produção solar associada a algumas unidades de produção para autoconsumo, que também vão ter um efeito no aumento do consumo, sublinhou a REN.

“Este efeito está também a ser estimado pela REN e devidamente previsto nas previsões de consumo para esse dia, de modo a reduzir e mitigar, em tempo real, os efeitos inesperados”, garantiu.

Entrevista de Said Raïs France24 ...Nada vai impedir de ser candidato presidencial ", disse o presidente Guiné-Bissau Said Rais Daula... 28/03/2025


 Abel Djassi

COMUNICADO, é concedida Dispensa de Serviços aos Trabalhadores da Administração de Estado, Segunda-feira, dia 31 de Março 2025, por ocasiocasião da celebração da festa de Ramadão


Putin aproveita inspeção a submarino nuclear para pedir uma mudança de governo na Ucrânia

Por cnnportugal.iol.pt

A proposta, apresentada por Putin durante uma visita ao porto de Murmansk, encontrou uma rápida resposta negativa da Casa Branca

As exigências de Vladimir Putin para o cessar-fogo da guerra na Ucrânia são muitas e na madrugada desta sexta-feira chegou mais uma. O presidente russo sugeriu, durante uma inspeção a um submarino nuclear no Ártico, que a Ucrânia fosse colocada sob uma administração temporária, como forma de preparar o terreno para novas eleições e possibilitar acordos de paz.

Putin, que já havia afirmado anteriormente que o atual governo ucraniano não era um parceiro legítimo para negociações de paz, reforçou a sua posição ao sugerir que uma administração temporária fosse supervisionada pela ONU, pelos Estados Unidos, pela Europa e outros aliados. O objetivo, segundo o Kremlin, seria criar um ambiente de confiança e organização para a realização de eleições democráticas, com o intuito de estabelecer um governo capaz de negociar com a Rússia um possível acordo de paz.

Esta declaração ocorre num contexto em que os Estados Unidos tentam encontrar uma solução diplomática para o conflito, com conversações paralelas com Moscovo e Kiev.

“Poderíamos, claro, discutir com os Estados Unidos, mesmo com os países europeus, e claro, com os nossos parceiros e amigos, sob a égide da ONU, a possibilidade de estabelecer uma administração de transição na Ucrânia”, afirmou Putin na madrugada desta sexta-feira, ele que há muito quer uma mudança na gestão da Ucrânia, que desde 2014, depois da queda de Víktor Yanukóvytch, não tem um líder pró-russo.

A ideia de Putin parece responder à crítica que a Ucrânia e os líderes europeus têm feito à Rússia, acusando-a de tentar prolongar as negociações de cessar-fogo sem qualquer intenção real de acabar com o conflito.

A proposta, apresentada por Putin durante uma visita ao porto de Murmansk, no norte da Rússia, encontrou uma rápida resposta negativa da Casa Branca, que deixou claro que a governação da Ucrânia deve ser decidida pelo povo ucraniano, em conformidade com a sua Constituição. Isto apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter apelidado Zelensky de "ditador sem eleições" há algumas semanas.

Através de um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, os EUA deixaram claro que a liderança da Ucrânia deve ser determinada pelo próprio povo ucraniano. Esta rejeição reflete o compromisso dos Estados Unidos em reconhecer a soberania da Ucrânia e a resistência do governo de Volodymyr Zelensky, que continua a ser uma figura chave na luta contra a invasão russa.

O presidente ucraniano, por sua vez, já tinha rejeitado anteriormente qualquer proposta que pudesse comprometer a sua legitimidade, lembrando que as eleições na Ucrânia não podem ocorrer durante a lei marcial, em vigor desde o início da guerra.

Por outro lado, os líderes europeus têm continuado a sua estratégia de apoio à Ucrânia, com promessas de reforçar o exército ucraniano e garantir a segurança do país no futuro. França e Reino Unido têm tentado expandir a assistência militar ao país, incluindo a criação de uma "força de segurança" estrangeira, caso seja alcançada uma trégua com a Rússia.

Na quinta-feira, na cimeira de Paris onde 31 líderes mundiais estiveram presentes, os dois países anunciaram o envio de delegações que, “nos próximos dias”, vão apoiar Kiev na guerra com a Rússia.

EUA vão instalar mísseis antinavio nas Filipinas para "dissuadir" a China

© Lusa  28/03/2025

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou hoje que Washington vai disponibilizar armamento militar avançado, incluindo mísseis antinavio, para "reforçar a dissuasão" contra a China, face às crescentes tensões territoriais entre Manila e Pequim.

"Concordámos que os EUA vão disponibilizar capacidades avançadas adicionais às Filipinas. Isto inclui a utilização do sistema de mísseis antinavio NMESIS e de veículos de superfície não tripulados", disse Hegseth, numa conferência de imprensa em Manila.

O sistema de mísseis antinavio, montado numa plataforma de lançamento móvel não tripulada, será utilizado nas Filipinas durante os exercícios militares Balikatan, em abril. Os EUA participam nestes exercícios, juntamente com outros países como a Austrália e o Japão. O exercício do ano passado reuniu 16.000 soldados.

Hegseth afirmou no mesmo dia que Washington vai reforçar os laços militares com as Filipinas para fortalecer a dissuasão contra "ameaças dos chineses comunistas" e garantir a liberdade de navegação.

A política externa isolacionista do líder norte-americano Donald Trump desencadeou preocupações na Ásia sobre o compromisso dos Estados Unidos com a região.

A decisão de Hegseth de fazer das Filipinas a sua primeira paragem na Ásia, seguida pelo Japão - ambos aliados dos EUA que enfrentam disputas territoriais com a China - foi a garantia mais forte, até agora, da Administração Trump de que os EUA vão manter uma presença na região.

"A dissuasão é necessária em todo o mundo, mais especificamente nesta região, no seu país, considerando as ameaças dos chineses comunistas", disse Hegseth ao Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr.

"A paz através da força é uma coisa muito real", afirmou. O chefe do Pentágono elogiou as Filipinas por se manterem "muito firmes" na defesa dos seus interesses em águas contestadas.

A China reivindica praticamente todo o Mar do Sul da China, uma importante rota de segurança e de comércio global. As Filipinas, o Vietname, a Malásia, o Brunei e Taiwan também têm reivindicações sobrepostas sobre as águas ricas em recursos, mas os confrontos entre a guarda costeira e as forças navais chinesas e filipinas aumentaram nos últimos dois anos.

As forças chinesas utilizaram potentes canhões de água e manobras perigosas em alto mar para bloquear o que Pequim considera serem invasões de navios filipinos nas águas da China. Aviões militares chineses também se aproximaram de aviões de patrulha filipinos a uma distância alarmante para os afastar do Atol Scarborough.

Sob a anterior administração de Joe Biden, os EUA avisaram repetidamente que são obrigados a ajudar a defender as Filipinas se as forças, navios e aviões filipinos forem objeto de um ataque armado no Pacífico, incluindo no mar do Sul da China.

Hegseth fez eco dessa promessa, expressando "o compromisso férreo" de Trump "com o Tratado de Defesa Mútua e com a parceria".

Marcos disse ao chefe da defesa dos EUA que, ao visitar as Filipinas na sua primeira deslocação à Ásia, ele "envia uma mensagem muito forte do compromisso de ambos os países de continuar a trabalhar juntos para manter a paz na região do Indo-Pacífico, no mar do Sul da China".

"Sempre entendemos o princípio de que a maior força de paz nesta parte do mundo são os Estados Unidos", disse Marcos.

Antes da visita de Hegseth, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, disse que a China se opõe à "interferência de países externos" no mar do Sul da China.

"A cooperação militar entre os Estados Unidos e as Filipinas não deve prejudicar os interesses de segurança de outros países nem minar a paz e a estabilidade regionais", afirmou na quinta-feira em conferência de imprensa.

Os Estados Unidos têm "um registo surpreendente de quebra de promessas e de abandono dos seus aliados" ao longo da sua história, apontou.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, avisou separadamente as Filipinas "que nada de bom poderia resultar de abrir a porta a um predador".

"Aqueles que servem voluntariamente como peças de xadrez acabarão por ser abandonados", afirmou.


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Guiné-Bissau: Recenseamento Geral da População e Habitação: Recolha de Dados Monitorizada em Tempo Real.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) continua a avançar com os trabalhos no âmbito do Recenseamento Geral da População e Habitação, com um acompanhamento rigoroso e tecnológico do processo. A recolha de dados está a ser monitorizada em tempo real, garantindo maior eficiência e qualidade na obtenção das informações essenciais para o planeamento e desenvolvimento do país.

Com a implementação de novas ferramentas digitais, os agentes recenseadores conseguem transmitir os dados de forma imediata para a central do INE, permitindo um controlo contínuo da cobertura do recenseamento e a rápida identificação de eventuais desafios no terreno.

@Radio Voz Do Povo

"Se um míssil for dirigido à Assembleia da República não temos maneira de o parar": Portugal e os portugueses não estão preparados para uma guerra

Soldado ucraniano dorme num bunker em Chasiv Yar (Wojciech Grzedzinski/Anadolu via Getty Images) Marta Coropos Carvalho  cnnportugal.iol.pt

Enquanto vários países europeus mobilizam os cidadãos com manuais de sobrevivência e reforçam a Defesa, especialistas alertam para a falta de planeamento e resposta de Portugal face à ameaça de uma crise inesperada

E se, de repente, a vida como a conhecemos mudasse radicalmente? E se uma crise inesperada - um desastre natural, um conflito armado ou uma ameaça nuclear - nos forçasse a viver sem as comodidades do dia a dia que tomamos como garantidas?

Vários países europeus têm vindo a preparar os seus cidadãos para estes cenários de emergência, promovendo planos de ação, guias de sobrevivência e recomendações oficiais. Em Portugal, porém, essa mobilização parece inexistente. Estará o país a ficar para trás na preparação para o inesperado? Estamos a ignorar um risco real?

Numa altura em que o contexto geopolítico internacional reacende o debate sobre a possibilidade de um conflito armado na Europa, o major-general Isidro de Morais Pereira é claro: existe uma ameaça e Portugal está a subestimar os riscos. 

“É uma ameaça à nossa forma de vida, à nossa liberdade, à nossa democracia e à nossa tolerância. Se queremos preservar a nossa forma de viver temos de nos proteger. Portugal deve seguir o bom exemplo de muitos outros países da Europa que já estão a tomar medidas e a orientar as populações”, afirma, em declarações à CNN Portugal.

O governo francês anunciou a criação de um manual de sobrevivência para preparar a população para "ameaças iminentes". O documento de 20 páginas será entregue a cada família e contém instruções de como se devem proteger e ajudar os outros em caso de ameaça.

Duarte Caldeira, presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, também não tem dúvidas: em Portugal existe uma “impreparação total” para estes cenários, resultado de um “défice tremendo de informação”.

“A generalidade dos cidadãos portugueses nunca passou por um conflito bélico nem recebeu qualquer tipo de formação nesse sentido. As pessoas não sabem que medidas de autoproteção devem adotar numa situação destas”, aponta.

Além da França, também a Polónia e a Finlândia - dois países da NATO que fazem fronteira com a Rússia - , juntam-se à Suécia e à Noruega na lista de países que já distribuíram folhetos semelhantes. O conteúdo dos documentos não difere muito: procuram preparar a população para um cenário de guerra.

“Em Portugal, não existe por parte das autoridades e do Estado este esforço para os portugueses adequarem os seus comportamentos ao risco. Em 2020 e 2021 fomos vítimas de uma pandemia gravíssima devastadora em relação à vida humana e percebemos que a sociedade não estava preparada para lidar com este risco. O Estado tem de agilizar mecanismos de informação de modo a que o cidadão esteja devidamente informado a todo o termo com os riscos a que está sujeito”, afirma Duarte Caldeira. 

Os suecos, por exemplo, estão familiarizados há muito tempo com estes panfletos de informação pública: o primeiro foi emitido na Segunda Guerra Mundial. Por outro lado, consultando o website português da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil só existe um único folheto de sensibilização disponível - e é relativo ao risco sísmico.

Numa situação de conflito armado, a capacidade militar por si só não é suficiente: é essencial que os cidadãos também estejam preparados. Para o major-general Isidro de Morais Pereira, em Portugal existe uma desvalorização da componente civil em favor da militar - “não basta ter umas forças armadas muito capazes se não se pensa como é que se deve proteger a população”, garante - o que, na sua visão, evidencia falhas na resposta a desafios deste género.

"A divulgação de manuais de sobrevivência como estes fazem parte da defesa civil do território, da defesa das populações, são medidas que podem contribuir muito para proteger as pessoas. Isto tem de ser feito em Portugal. O Sistema Nacional de Planeamento Civil de Emergência tem como tarefa fundamental planear, olhar para o futuro, traçar cenários, perceber como é que a sociedade como um todo deve estar pronta para reagir, não é só os militares. Este manual é uma necessidade que devia ser elaborada pelo Planeamento Civil de Emergência e distribuído por todos os cidadãos”, vinca.

A própria União Europeia anunciou o lançamento uma estratégia de preparação para tempos de crise. A iniciativa inclui um conjunto de orientações para os Estados-membros, de forma a garantir que tanto a população civil como as autoridades estão prontas para crises de larga escala, incluindo cenários onde as forças armadas necessitem de apoio civil.

A última secção do manual norueguês orienta os cidadãos sobre como se podem inscrever em forças de reserva, sejam elas militares ou comunitárias, permitindo-lhes desempenhar um papel ativo na defesa e no apoio à comunidade.

Armazenamento de água e de um gerador para o caso de a fábrica de Avdiivka, na Ucrânia, voltar a ser bombardeada (Gaelle Girbes/Getty Images)

Criação de um fundo de Defesa: algo a investir?

Além da aposta na preparação da população, vários países europeus estão a reforçar os seus orçamentos para a defesa. A França anunciou  a criação de um fundo de 450 milhões de euros exclusivo para a Defesa, seguindo o exemplo alemão

A Polónia, a Estónia, a Letónia - três dos quatro países da NATO que mais investem em Defesa -, a Finlândia e a Suécia também já anunciaram estar a considerar aumentar a despesa militar, beneficiando da flexibilização das normas fiscais da União Europeia para este setor, numa altura em que Bruxelas prevê que o dinheiro gasto em Defesa não entre para as contas do défice. Na opinião do major-general, Portugal deveria adotar uma abordagem semelhante.

“É essencial criar um fundo de Defesa para cobrir as principais lacunas do país e a prioridade deve ser a aquisição de sistemas de defesa antiaérea. Nós não temos nem capacidade para defender os órgãos de soberania: se Portugal for atacado por um míssil antibalístico dirigido à Assembleia da República, nós não temos maneira de o parar porque não temos nenhum sistema antiaéreo capaz de o detetar, não temos radares suficientemente potentes nem, depois, mecanismos para o interceptar no ar e para o destruir, não temos, ponto final”, nota.

Outra medida anunciada pela Alemanha é o desenvolvimento de uma aplicação para ajudar os cidadãos a localizar o bunker mais próximo em caso de ataque. Já Portugal não tem qualquer estrutura organizada para este efeito. 

Também a Polónia, no seu manual de sobrevivência, deixa conselhos à população sobre sistemas de alerta, abrigos antiaéreos e segurança digital.

“O que é que nós temos em Portugal? Temos a rede metropolitana, temos em Lisboa algumas instalações militares que têm essa capacidade, mas também não são muitas, e temos alguns parques de estacionamento subterrâneos, mas tudo isto tem de ser adaptado. Portanto, há estruturas que existem, não por essa razão, mas que poderão ser adaptadas caso haja um ataque, um bombardeamento, para as pessoas se abrigarem, mas é preciso um plano sério para essa transformação. Não há uma rede organizada como nos outros países”, afirma o major-general Isidro de Morais Pereira. 

A Comissão Von der Leyen apresentou, na semana passada, o plano para ReArmar a Europa sob o qual se pretende investir até 800 mil milhões de euros em armamento e outros equipamentos nos próximos quatro anos - com 650 mil milhões a virem dos orçamentos nacionais e 150 mil milhões de empréstimos com dívida comum garantida pelo orçamento comunitário.

Como é que os cidadãos comuns se podem preparar?

Face a um cenário de crise, podem faltar alimentos, deixar de haver água nas torneiras, falhar o abastecimento de combustíveis, existir várias falhas na Internet e redes móveis e até haver escassez de medicamentos.

Para o investigador da área da Proteção Civil, construir o nosso próprio “kit de sobrevivência” é indispensável e uma “responsabilidade” de cada cidadão.

Não devem faltar mantimentos não perecíveis e que forneçam “calorias suficientes”, um vasto abastecimento de água, enlatados, pilhas, um rádio para receber informações importantes das autoridades, lanternas, e conjuntos de primeiros socorros, incluindo medicamentos não sujeitos a receita médica, como analgésicos ou anti-inflamatórios de venda livre. Ter ainda uma duplicação das chaves de casa e do carro e fotocópias dos documentos de identificação pode ser também importante. 

Como o cenário de confinamento é uma possibilidade, o governo francês aconselha ainda a ter jogos por perto, como cartas, para entreter os mais novos.

Contudo, Duarte Caldeira alerta que o kit não garante autonomia para mais que “meia dúzia de horas”. A resposta tem mesmo de ser organizada pelo Estado.  

“Nenhuma família pode sustentar-se sozinha durante longos períodos de crise. Isso é inviável, é utópico, não existe. Têm de ser as autoridades devidamente organizadas a garantir esse apoio logístico que passa muito para além da atitude de cada um dos cidadãos perante situações desse tipo”, conclui.

Saúde: Vitamina pouco falada faz muitíssimo bem ao coração e rejuvenesce o corpo... Uma nutricionista sugere mesmo que a vitamina K2 pode ajudar-nos a envelhecer melhor.

© Shutterstock  Notícias ao Minuto  28/03/2025 

A vitamina K2 é um nutriente essencial, mas desconhecido por muitos. Contudo, tem vindo a ganhar destaque pelos benefícios que demonstra na saúde humana. A nutricionista Juliana Andrade destaca ao jornal Metrópoles os seus benefícios ao nível da saúde óssea, cardiovascular e até mesmo na saúde da pele. 

Conforme explica, a vitamina K2 desempenha um papel fundamental na proteção do colagénio e da elastina. "Contribui para a preservação da elasticidade da pele, combatendo o envelhecimento precoce", aponta. Além disso, "é a chave para a boa mineralização óssea e para a prevenção de doenças como a osteoporose, que enfraquece os ossos e aumenta o risco de fraturas". Ao mesmo tempo, pode reduzir o risco de calcificação arterial e melhorar a circulação sanguínea.

A vitamina K2, acrescenta, "também desempenha um papel importante na saúde oral, promovendo a remineralização dos dentes e protegendo contra cáries. Além disso, pode melhorar a sensibilidade à insulina, o que contribui para o controlo dos níveis de glicose no sangue e reduz o risco de doenças metabólicas, como o diabetes tipo 2".

Alimentos fermentados, como o natto (soja fermentada), e outros produtos como gema de ovo, fígado de boi e frango, queijos maturados, iogurtes e peixes como salmão e sardinha são algumas ds principais fontes naturais de vitamina K2.  


Um sismo de 7,7 na escala de Richter causou o pânico durante alguns minutos na Tailândia e Myanmar, este último onde o epicentro foi registado. Segundo a imprensa internacional, países como a Índia, Laos ou Bangladesh também sentiram o abalo.

© X (antigo Twitter)/ BeyazGazete  Notícias ao Minuto  28/03/2025

 Edifícios a colapsar e às 'escuras' após sismo em Banguecoque. As imagens

Um sismo de 7,7 na escala de Richter causou o pânico durante alguns minutos na Tailândia e Myanmar, este último onde o epicentro foi registado. Segundo a imprensa internacional, países como a Índia, Laos ou Bangladesh também sentiram o abalo.

Imagens captadas no momento em que um sismo de 7,7 na escala de Richter abalou várias zonas da Tailândia e o Myanmar - onde foi registado o epicentro - começam a ser partilhadas esta sexta-feira.

Vários vídeos mostram os edifícios de vários andares - característicos da capital tailandesa - a 'ceder' ao abalo. Nas imagens abaixo é possível ver os efeitos dos tremores, que fizeram com que água de piscinas caísse de vários andares.

Acima, pode também ver o momento em que um edifício em Banguecoque colapsa. Para já, as autoridades ainda não contabilizaram danos ou vítimas.

A sismo também terá sido sentido noutros países asiáticos, como o Bangladesh, Índia, Laos e China. Os alarmes em Bangecoque ouviram-se às 13h30 locais, 6h30 em Lisboa. Segundo a imprensa internacional as pessoas saíram dos seus edifícios, que não terão ficado intactos. 


Mudança de hora: A hora muda no fim de semana. Quatro dicas para começar a preparar-se... Para que a transição seja mais fácil, existem formas de começar a preparar o corpo. Saiba tudo.

© Shutterstock  Notícias ao Minuto  27/03/2025 

Na madrugada deste domingo, quando for uma da manhã tem de acertar o relógio para as duas, isto em Portugal Continental e na Madeira. Começa a hora de verão e irá perder uma hora de sono, apesar de ganhar mais horas de sol. Ainda assim, pode ser importante começar a preparar o corpo nestes dias antes para que a transição seja mais fácil.

Chris Mosunic é especialista em medicina do sono e ao blogue Calm apresentou quatro dicas que vão fazer com que comece a preparar-se dias antes da mudança da hora. Saiba o que fazer.

1- Comece a ajustar o horário de sono dias antes da mudança de hora para fazer com que o impacto de perder uma hora não seja tão grande;

2- Na noite anterior à mudança da hora, ajuste o relógio para preparar-se mentalmente para a mudança;

3- Relaxe à noite com a leitura de um livro ou a ouvir música calma, tudo para conseguir dormir melhor;

4- Exponha-se mais à luz do dia, principalmente de manhã, para ajudar a regular o seu relógio interno.


Leia Também: Primavera chegou... e mudança de hora está a caminho. O que há a saber?

quinta-feira, 27 de março de 2025

Camião bate contra poste de luz no bairro de Antula/Volta ao lado da Residência de antigo General das Forças Armadas, António Indjai, limitando circulação dos veículos, deixando condutores e moradores da zona preocupados.

CAP GB

Aliados decidem enviar delegação militar franco-britânica para a Ucrânia e manter pressão económica sobre Putin

Zelensky na Cimeira da Coligação de Vontade no Palácio do Eliseu Tiago Ferreira Resende  cnnportugal.iol.pt

A mensagem que saiu do encontro é clara: este é o momento de aumentar, não diminuir, as sanções à Rússia, para garantir que o Kremlin compreenda a seriedade do isolamento económico

Debaixo de grande atenção e expectativa, a cimeira de líderes mundiais realizada em Paris produziu conclusões que marcam um novo capítulo no apoio à Ucrânia e na pressão sobre a Rússia. Num momento de incerteza e tensão, as decisões tomadas pelos chefes de Estado revelam o compromisso de não abandonar a Ucrânia e manter a pressão sobre Moscovo, enquanto se preparam futuras etapas do conflito no terreno. Entre os principais acordos, destacam-se as sanções à Rússia e o envio de uma delegação militar europeia para a Ucrânia.

Numa das discussões mais aguardadas da cimeira, que teve França como anfitriã, e o vizinho Reino Unido também como protagonista, os líderes da aliança de apoio à Ucrânia chegaram a um consenso claro: não é hora de aliviar as sanções impostas à Rússia.

Emmanuel Macron, presidente francês, afirmou categoricamente que “não pode haver levantamento de sanções antes que a paz seja estabelecida”. A decisão foi respaldada por todos os participantes da reunião, incluindo Volodymyr Zelensky, que sublinharam a necessidade de manter a pressão económica sobre o regime de Vladimir Putin. O objetivo é intensificar as restrições sobre as capacidades industriais e a frota russa, sem abrir mão do compromisso com a diplomacia e a busca por uma solução pacífica.

Apesar dos sinais de alguns países, como os Estados Unidos sob a liderança de Trump, que discutem a possibilidade de flexibilizar certas sanções, o grupo de 31 países que estiveram presentes no Palácio do Eliseu concordaram que a unidade permanece essencial para alcançar um acordo de paz.

A mensagem que saiu do encontro é clara: este é o momento de aumentar, não diminuir, as sanções à Rússia, para garantir que o Kremlin compreenda a seriedade do isolamento económico e político.

Líderes mundiais de 31 países reunidos esta quinta-feira, no Palácio do Eliseu, em Paris, para decidir o futuro da Ucrânia (EPA/Lusa)

França e Reino Unido concordam em enviar delegação militar para a Ucrânia "dentro de dias"

Outro ponto abordado na cimeira desta quinta-feira foi o envio de apoio militar direto à Ucrânia. Macron anunciou que, em colaboração com o Reino Unido, França deverá enviar uma delegação militar para a Ucrânia “dentro de dias”. O objetivo é trabalhar de perto com as Forças Armadas ucranianas de forma a definir e a planear o futuro.

A equipa, que reúne os dois países, deverá concentrar-se na preparação do “formato das forças armadas ucranianas”, acrescenta o presidente francês.

Posteriormente, Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, divulgou mais informações sobre o envio das delegações. “O grupo de países pediu-me a mim e ao Emmanuel [Macron] que liderássemos a coordenação dos esforços”, indicou. 

“Esta é uma força destinada a dissuadir, a fim de enviar a Putin a mensagem de que este é um acordo que vai ser defendido - essa é a melhor descrição”, disse. 

Starmer lembrou, no entanto, que será preciso uma votação no parlamento inglês caso o país decida mesmo enviar tropas para a Ucrânia. “Não estamos nessa fase agora. Estamos na fase de transformar o momento político em planos operacionais”, reiterou, adotando uma posição mais recetiva do que Macron, que aproveitou o final da cimeira para fazer mais anúncios em nome do velho continente.

No caso de uma paz duradoura na Ucrânia, segundo o líder francês, será criada uma força de segurança europeia, composta por “vários países” da União. A missão dessa força será atuar como uma garantia de apoio a longo prazo, funcionando como uma barreira dissuasora contra possíveis agressões russas.

Macron esclareceu ainda que esta força não terá a função de substituir as tropas de manutenção de paz, nem atuará nas linhas de frente do conflito. A ideia é que atue em áreas estratégicas da Ucrânia, reforçando a segurança do país sem interferir diretamente nas operações militares em curso. Embora tenha reconhecido que não houve unanimidade entre os aliados europeus, o presidente francês afirmou que a força será composta por militares de "alguns Estados-membros" da coligação de apoio à Ucrânia.

O presidente de França também destacou que espera contar com o apoio de Trump – com quem falou ao telefone instantes antes da cimeira de Paris ter começado -, mas salientou que está preparado para um cenário em que Washington não esteja diretamente envolvido.

Emmanuel Macron, presidente de França, Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, reuniram-se em Paris instantes antes da cimeira com a presença de 31 líderes mundiais ter começado (EPA/Lusa)

Ainda antes de qualquer conclusão, Macron, Starmer e Zelensky aproveitaram o encontro de Paris para cumprir uma reunião bilateral, à qual o presidente ucraniano descreveu como tendo sido "muito boa" para os ucranianos e para o próprio.

“Tivemos uma reunião bilateral muito boa e foi muito importante para nós, para os ucranianos e para mim pessoalmente”, afirmou, acrescentando que considera os EUA, o Reino Unido e França como “aceleradores” do processo de paz. 

Montenegro não quis ficar para trás e anunciou novos milhões para Kiev

Portugal não quis ficar para trás e aproveitou para anunciar um apoio significativo a Kiev. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que o Governo aprovou uma despesa de até 205 milhões de euros para apoiar a Ucrânia com equipamento militar. Este valor destina-se a fortalecer as capacidades das forças armadas ucranianas, permitindo-lhes não apenas manter a luta, mas também assegurar a dissuasão necessária para proteger a segurança da Ucrânia e da Europa em um cenário pós-guerra.

Em “Portugal, ao mesmo tempo que estávamos a realizar esta reunião, estávamos a decidir no Conselho de Ministros, em Lisboa, a autorização da despesa no valor de 205 milhões de euros, que concretiza o apoio militar em equipamento, em várias áreas que vão dotar as Forças Armadas ucranianas para poderem, não só continuar a fazer o seu combate, como assegurar, num processo de paz, toda a dissuasão para que a segurança da Ucrânia e da Europa esteja salvaguardada”, anunciou o primeiro-ministro à imprensa à saída do Palácio do Eliseu, em Paris.

Montenegro destacou a importância da União Europeia e da Aliança Atlântica no esforço coletivo, enfatizando que a decisão de apoiar a Ucrânia reflete um compromisso com uma paz justa e duradoura, com o envolvimento ativo da Ucrânia e da Europa.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, é recebido por Emmanuel Macron, presidente de França, esta quinta-feira, no Palácio do Eliseu, em Paris (EPA/Lusa)

Questionado sobre o possível envio de militares para a Ucrânia no âmbito de um processo de paz, Montenegro disse que abordou este tema na reunião. Para o chefe do executivo português, uma iniciativa nesse sentido deve ter "perspetivas de uma paz justa e duradoura" e deve considerar "medidas e garantias dos parceiros europeus e transatlânticos".

“Portugal não vai estar fora desse esforço para precisamente, no âmbito dessas garantias, podermos ter uma política de dissuasão e de manutenção de segurança. Mas estamos longe ainda, muito longe dessa fase. Nós assumimos o nosso compromisso com os nossos parceiros”, afirmou o primeiro-ministro.