Por cnnportugal.iol.pt
A proposta, apresentada por Putin durante uma visita ao porto de Murmansk, encontrou uma rápida resposta negativa da Casa Branca
As exigências de Vladimir Putin para o cessar-fogo da guerra na Ucrânia são muitas e na madrugada desta sexta-feira chegou mais uma. O presidente russo sugeriu, durante uma inspeção a um submarino nuclear no Ártico, que a Ucrânia fosse colocada sob uma administração temporária, como forma de preparar o terreno para novas eleições e possibilitar acordos de paz.
Putin, que já havia afirmado anteriormente que o atual governo ucraniano não era um parceiro legítimo para negociações de paz, reforçou a sua posição ao sugerir que uma administração temporária fosse supervisionada pela ONU, pelos Estados Unidos, pela Europa e outros aliados. O objetivo, segundo o Kremlin, seria criar um ambiente de confiança e organização para a realização de eleições democráticas, com o intuito de estabelecer um governo capaz de negociar com a Rússia um possível acordo de paz.
Esta declaração ocorre num contexto em que os Estados Unidos tentam encontrar uma solução diplomática para o conflito, com conversações paralelas com Moscovo e Kiev.
“Poderíamos, claro, discutir com os Estados Unidos, mesmo com os países europeus, e claro, com os nossos parceiros e amigos, sob a égide da ONU, a possibilidade de estabelecer uma administração de transição na Ucrânia”, afirmou Putin na madrugada desta sexta-feira, ele que há muito quer uma mudança na gestão da Ucrânia, que desde 2014, depois da queda de Víktor Yanukóvytch, não tem um líder pró-russo.
A ideia de Putin parece responder à crítica que a Ucrânia e os líderes europeus têm feito à Rússia, acusando-a de tentar prolongar as negociações de cessar-fogo sem qualquer intenção real de acabar com o conflito.
A proposta, apresentada por Putin durante uma visita ao porto de Murmansk, no norte da Rússia, encontrou uma rápida resposta negativa da Casa Branca, que deixou claro que a governação da Ucrânia deve ser decidida pelo povo ucraniano, em conformidade com a sua Constituição. Isto apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter apelidado Zelensky de "ditador sem eleições" há algumas semanas.
Através de um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, os EUA deixaram claro que a liderança da Ucrânia deve ser determinada pelo próprio povo ucraniano. Esta rejeição reflete o compromisso dos Estados Unidos em reconhecer a soberania da Ucrânia e a resistência do governo de Volodymyr Zelensky, que continua a ser uma figura chave na luta contra a invasão russa.
O presidente ucraniano, por sua vez, já tinha rejeitado anteriormente qualquer proposta que pudesse comprometer a sua legitimidade, lembrando que as eleições na Ucrânia não podem ocorrer durante a lei marcial, em vigor desde o início da guerra.
Por outro lado, os líderes europeus têm continuado a sua estratégia de apoio à Ucrânia, com promessas de reforçar o exército ucraniano e garantir a segurança do país no futuro. França e Reino Unido têm tentado expandir a assistência militar ao país, incluindo a criação de uma "força de segurança" estrangeira, caso seja alcançada uma trégua com a Rússia.
Na quinta-feira, na cimeira de Paris onde 31 líderes mundiais estiveram presentes, os dois países anunciaram o envio de delegações que, “nos próximos dias”, vão apoiar Kiev na guerra com a Rússia.
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