sexta-feira, 27 de maio de 2022
Este anel inteligente da Gucci custa quase mil euros... O anel foi criado em colaboração com a Oura.
© Oura / Gucci
Notícias ao Minuto 27/05/22
A fabricante de ‘wearables’ Oura anunciou uma parceria com a marca de luxo Gucci que resultou na criação de um anel inteligente - o Gucci x Oura Ring.
Este anel - que na verdade é uma edição especial do Oura 3 - tem uma cor negra e conta com detalhes em ouro de 18 quilates ao longo de toda a superfície. O Gucci x Oura Ring está equipado com uma série de sensores capaz de avaliar a frequência cardíaca, a qualidade do sono, atividade física, entre outros detalhes.
O Gucci x Oura Ring está disponível diretamente a partir da loja oficial da Gucci e tem um preço de 950 euros.
O que devemos fazer para viver mais (e porque não o estamos a fazer)
Notícias ao Minuto 27/05/22
Viver mais pode ser um esforço que exige não só mudanças a nível individual, bem como uma mudança a nível social.
O Japão, a Suíça e a Coreia do Sul são os países com uma maior esperança média de vida.
A esperança média de vida é um indicador da saúde da população de um país, havendo dentro desse grupo pessoas que acabam por viver mais que outras e que nos levam a questionar: porquê?
Embora as pessoas estejam obviamente preocupadas com quando vamos morrer, certo é que não se trata apenas de viver ou morrer. Trata-se, também, de viver uma vida tão longa (e saudável) quanto possível. Contudo, podemos estar perante um problema que não depende só de nós.
O El Pais recorda que os conselhos para viver mais são os já sabidos e aconselhados por médicos de todo o mundo:
- Não fumar
- Não consumir álcool ou, se o fizer, que sejam em quantidades pequenas
- Praticar exercício físico diariamente
- Consumir frutas e legumes
- Não comer fast food
Mas se a 'receita' da longevidade é mais que sabida, porque teimamos em não seguir as indicações?
Segundo o El Pais, o facto de não seguirmos as regras está relacionado com o meio onde vivemos. Ou seja, o nosso bairro, o nosso emprego, a nossa classe social, o nosso género e até a educação que recebemos influenciam muito as opções que tomamos.
Assim, escreve esta publicação, quando se define aqueles que são hábitos saudáveis para uma vida melhor, deve ter-se em conta, também, às determinantes sociais da saúde.
Posto isto, o El Pais sugere fazer um exercício diferente, realizado em 1999 por David Gordons, e em que as mudanças de vida aconselhadas são ao nível social.
- Não sejas pobre
- Não tenhas pais pobres
- Não tenhas um emprego stressante
- Vive numa casa de boa qualidade
- Não vivas ao lado de fábricas
Podem parecer recomendações absurdas, é facto. Contudo, sob um quadro de determinantes sociais da saúde, devem ser vistos como esforços coletivos que fazemos como uma sociedade para proteger e promover a saúde de todas as pessoas na sociedade.
E é disso que se trata quando se fala de saúde pública: são esforços coletivos para melhorar a nossa saúde e bem-estar globais, para prevenir mortes prematuras e para aumentar a esperança de vida saudável da população.
Leia Também: O consumo elevado deste (popular) alimento aumenta a longevidade
UNIÃO AFRICANA: Crises e terrorismo juntam chefes de Estado em cimeiras da União Africana
© Lusa
Por LUSA 27/05/22
As crises humanitárias e terrorismo e as "mudanças inconstitucionais de governo" juntam hoje e sábado duas dezenas de chefes de Estado do continente africano em duas cimeiras extraordinárias consecutivas da União Africana (UA) na capital da Guiné Equatorial.
A previsão que aponta para a presença física de cerca de 20 chefes de Estado - entre os quais, os Presidentes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe - é do país anfitrião dos dois eventos, que se realizam numa altura em que a UA estima que cerca de 113 milhões de africanos necessitam de ajuda humanitária de emergência em 2022.
A propagação do "terrorismo" levado a cabo por grupos extremistas islâmicos em todo o continente, e dois anos marcados por cinco golpes de Estado, quatro dos quais reconhecidos como tal pela organização pan-africana - que suspendeu das suas estruturas o Mali, Sudão, Burkina Faso e Guiné-Conacri - oferecem o contexto à segunda cimeira.
Os preparativos para os dois eventos começaram na passada quarta-feira na capital da Guiné Equatorial, com uma cerimónia de abertura de uma sessão do conselho executivo da UA e o discurso do presidente da sua comissão, o diplomata chadiano Moussa Faki Mahamat.
"Cerca de 113 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária em África, 48 milhões das quais são refugiados, requerentes de asilo e deslocados internos", afirmou Faki Mahamat.
Esta é uma necessidade "urgente" de ajuda em 15 países africanos mais afetados pelas crises, sublinhou pelo seu lado a UA através de um comunicado. A primeira Cimeira Humanitária Extraordinária, que também reunirá doadores internacionais, chamados a mobilizarem fundos, ocorre hoje.
Segundo a UA, "as necessidades humanitárias estão a aumentar rapidamente em África", particularmente "devido aos conflitos e choques climáticos (...), que aumentaram exponencialmente as necessidades humanitárias".
Mais de 30 milhões de pessoas estão deslocadas internamente no continente, incluindo mais de 10 milhões de crianças menores de 15 anos, de acordo com a UA, em consequência de vários conflitos intercomunitários em outras tantas regiões e à insegurança alimentar.
Num continente com 1,4 mil milhões de pessoas, cerca de 282 milhões padecem de subnutrição, um registo que representa aumento de 49 milhões em relação a 2019, segundo a agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Quanto à segunda cimeira, no sábado, intitulada "Terrorismo e mudanças inconstitucionais de governo", abordará "o terrorismo, uma gangrena que está progressivamente a infetar todas as regiões do continente, da Líbia a Moçambique, do Mali à Somália, através do Sahel, da Bacia do Lago Chade e do leste da República Democrática do Congo", segundo o presidente da Comissão da UA.
"O terrorismo continua a espalhar a sua lei macabra com consequências consideráveis para as finanças, economias e segurança das populações", salientou Faki Mahamat.
"Quanto a mudanças inconstitucionais de governo, um flagelo recente mas felizmente ainda muito localizado no continente, [o fenómeno] marca um revés para os processos democráticos empreendidos em muitos países nos últimos vinte anos", lamentou ainda o diplomata chadiano.
Para Mahamat, "os períodos de transição estabelecidos na sequência destas mudanças inconstitucionais tornaram-se fontes de dissensão e, por vezes, de tensão, que são prejudiciais para a estabilidade dos Estados em causa e dos seus vizinhos".
No Mali, Sudão, Guiné-Conacri e Burkina Faso, os governos eleitos foram derrubados nos últimos dois anos por golpes militares. Em todos os casos, as juntas militares que assumiram o poder prometeram transições para o poder civil, mas ou em prazos não especificados ou considerados demasiado longos pela UA e pelas organizações sub-regionais, mas também pela União Europeia e por várias capitais ocidentais.
A UA e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), entre outros, impuseram sanções às juntas militares golpistas e suspenderam das suas estruturas os países palco destes golpes, mas os resultados das sanções tardam em manifestar-se.
Neste contexto, o Chade tem gozado até agora de um estatuto de exceção, mas vários países denunciam uma alegada discriminação positiva de N'Djamena.
Em 20 de abril de 2021, dia em que foi anunciada a morte do Presidente Idriss Déby Itno em circunstâncias misteriosas na frente de batalha, não obstante ter quase 70 anos e mais de 30 anos de poder absoluto do país, o mundo foi informado de que um dos seus filhos, o general Mahamat Idriss Déby Itno, passava a dirigir os destinos do Chade, à frente de uma junta de 15 generais, e demitia o governo, dissolvia o parlamento e revogava a Constituição.
Não obstante as semelhanças em relação a outras "mudanças inconstitucionais de governo", a UA, mas também a UE, com a França à cabeça, apoiaram imediatamente o novo líder chadiano, ainda que não reconhecessem, tivessem sancionado e viessem a sancionar golpistas militares noutros pontos do continente.
O argumento dessa discriminação assentou na promessa do novo autoproclamado líder chadiano promover a realização de eleições "livres e democráticas" no prazo de 18 meses, que deveriam ser o corolário de um "Diálogo de Reconciliação Nacional" ainda por começar, 13 meses após a morte de Déby.
Mahamat Idriss Déby Itno aventou há dias a possibilidade de prolongar o período de "transição" por mais 18 meses, uma "necessidade" igualmente divulgada por outros líderes golpistas, a começar pelo do Mali, coronel Assimi Goïta, que abriu a sucessão de assaltos ao poder em agosto de 2020.
quinta-feira, 26 de maio de 2022
PR encontra-se em Malabo com homólogo da Guiné Bissau
O Presidente da República manteve, esta noite, em Malabo, Guiné-Equatorial, um encontro de trabalho com o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoko Embaló, com quem discutiu a situação política na sub-região e as relações bilaterais entre os dois países irmãos.
Do Presidente Embaló, o Chefe de Estado recebeu informações detalhadas sobre a situação política na Guiné Bissau, designadamente sobre a dissolução do Parlamento, a formação do Governo e as próximas eleições legislativas.
José Maria Neves classifica o encontro de muito produtivo e espera que "contribua não só para o reforço das relações de amizade e de cooperação entre os dois países, mas também para a paz, a estabilidade e o desenvolvimento da Guiné Bissau".
Sissoko reiterou a Neves o convite para visitar a Guiné Bissau. Um convite prontamente aceite, devendo ser concretizado tão cedo quanto possível.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA PARTICIPA NA CIMEIRA EXTRAORDINÁRIA DA UNIÃO AFRICANA QUE SE REALIZA EM MALABO - GUINÉ EQUATORIAL
UMARO SISSOCO EMBALÓ: Guiné-Bissau é o país que tem maior número de deputados em África
Por LUSA 26/05/22
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que o país tem o maior número 'per capita' de partidos políticos do mundo e o maior número de deputados no parlamento em toda a África.
"Se disser às pessoas que temos 102 deputados, logo de início até apanham um choque, mas é a nossa realidade. Infelizmente, gostamos de arranjar tachos, não olhamos para a realidade do país, mas com o tempo vamos corrigir tudo isso", observou o chefe de Estado guineense.
Sissoco Embaló falava no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau, momentos antes de viajar para a Guiné Equatorial, onde vai participar numa cimeira extraordinária da União Africana (UA).
A cimeira vai analisar os mecanismos de os Estados africanos constituírem um fundo para financiar ações de combate ao terrorismo e de luta contra as alterações de regimes constitucionais por vias não democráticas, adiantou o líder guineense.
"Eu mesmo fui vítima dessa situação", observou Sissoco Embaló, referindo-se à tentativa de golpe de Estado de que foi alvo em 01 de fevereiro.
Questionado sobre o processo da formação do futuro Governo de iniciativa presidencial, Embaló disse que já fez o convite para que o executivo integre todos os partidos com assento no parlamento.
O chefe de Estado dissolveu o parlamento a semana passada, manteve no cargo o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e o vice-primeiro-ministro, Soares Sambu, e convocou eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro.
O Presidente guineense esclareceu que não poderia convidar todos os partidos do país.
"A Guiné-Bissau é o país do mundo com maior número de partidos políticos 'per capita'", observou Umaro Sissoco Embaló, que quer transparência nas próximas eleições legislativas antecipadas, salientando que a presença dos partidos representados no parlamento poderá dar essa garantia.
@Radio Bantaba... PR Umaro Sissoco Embalo viaja para Guiné-Equactorial para Cimeira da União Africana☝
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PM | REUNIU-SE PELA ÚLTIMA VEZ COM TODOS OS MEMBROS DO II°GOVERNO DA X LEGISLATURA.
Nuno Gomes Nabiam- Primeiro Ministro da República da Guiné-Bissau
O Primeiro-Ministro Nuno Gomes Nabiam presidiu esta manhã o último encontro com todos os Membros do II Governo da X Legislatura na Primatura.
A reunião serviu para o Chefe do Governo agradecer os membros do Governo pelos esforços e sacrifícios consentidos no desempenho das suas funções no âmbito do exercício da governação e da governabilidade do país ao longo de dois anos, cujo os resultados são globalmente positivos.
O Governo ainda em funções, o Primeiro-Ministro deixou um conjunto de orientações gerais que devem ser observadas neste periodo em que se aguarda pela formação do novo elenco governamental, visando assim, a superação circunstâncial de eventuais obstáculos na gestão corrente dos assuntos de governação do país.
Em reacção, os membros do Governo aproveitaram para agradecer o Primeiro-Ministro, pela confiança política neles depositada e pela oportunidade de poderem participar na ingente tarrefa de promoção do desenvolvimento do nosso país.
O encontro decorreu num ambiente de cordialidade, e de grande camaradagem.
Está apontado a próxima semana para a formação do novo elenco governamental.
Um bem haja a todos
#ChefiadogovernoGB2021
#GCPM
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ÚLTIMA HORA - BUREAU POLÍTICO DO PAIGC DÁ AVAL À COMISSÃO PERMANENTE PARA NEGOCIAR UMA EVENTUAL ENTRADA NO GOVERNO
Esta posição do órgão da Coordenação Política do PAIGC consta das resoluções saídas da sua 1a Reunião Extraordinária do Ano 2022. Neste plenário foi mandatado o Secretariado Nacional a instruir os responsáveis das Estruturas de Base do Partido a darem esclarecimentos sobre os últimos posicionamentos da Direção Superior, sobretudo o envolvimento do Líder do PAIGC no processo de auscultação promovido pelo Presidente Umaro Sissoco Embalo e que levaram à dissolução do Parlamento e, acto contínuo, ao anúncio da iniciativa da formação de um novo Governo.
O Bureau Político aprovou ainda uma moção de reconhecimento e louvor à Camarada Teodora Inácia Gomes, distinguida com um Prémio de reconhecimento pelos seus esforços na luta para a consolidação do Pan-africanismo, galardão que lhe foi atribuído pelas instâncias internacionais africanas no âmbito das Comemorações do Dia 25 de Maio, Dia da Libertação Africana.
No seu discurso de encerramento, o Presidente do PAIGC afirmou que “esta decisão do BP traduz, mais uma vez, que no Partido a liderança é colegial”.
Ditaduraeconsenso.blogspot.comLeia Também: NOTÍCIA DC: João Bernardo Vieira, um dos candidatos à liderança do PAIGC, foi o único que votou contra a entrada do partido no futuro governo guineense.
DIABETES: Fármaco para triglicerídeos pode reduzir hospitalização de diabéticos
© iStock
Por LUSA 26/05/22
Uma equipa de cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) confirmou que um fármaco usado para baixar os níveis de triglicerídeos pode reduzir as hospitalizações por insuficiência cardíaca em diabéticos, foi hoje revelado.
Em causa está o fenofibrato, um fármaco usado para baixar os níveis de triglicerídeos no sangue, e um estudo que junta dados de mais de 5 mil doentes.
"Este estudo sugere que o fenofibrato pode ser usado para prevenir a insuficiência cardíaca em pessoas com diabetes de tipo 2. Contudo, mais estudos são necessários antes de estes resultados serem aplicados à prática clínica", referem os autores, citados em informação da FMUP enviada à agência Lusa.
Os investigadores analisaram 5.518 doentes com diabetes tipo 2, uma doença associada ao aumento do risco de desenvolver insuficiência cardíaca e de morte por causas cardiovasculares.
A maioria dos doentes (69%) analisados era do sexo masculino com uma média de idades de 62 anos.
De acordo com a informação da FMUP, os doentes estudados tinham sido incluídos "num grande ensaio clínico que testou a hipótese de combinar medicamentos para controlo dos níveis de gordura no sangue com o objetivo de prevenir problemas cardíacos em doentes de alto risco".
Um dos resultados do estudo indica que o grupo dos doentes medicados com fenofibrato (fármaco usado para reduzir os níveis de triglicerídeos no sangue) em associação com uma estatina (fármaco usado para reduzir os níveis de colesterol no sangue) registou "menos primeiras hospitalizações por insuficiência cardíaca ou morte de causa cardiovascular do que os doentes medicados com estatina em associação com placebo".
Os cientistas apontam que "este efeito benéfico do fenofibrato associado a estatina foi mais importante entre os doentes com diabetes que estavam a seguir uma estratégia padrão para a redução da glicose [açúcar no sangue] em comparação com o que faziam uma estratégia mais intensiva".
Coordenado pelo investigador da FMUP, João Pedro Ferreira, os resultados foram publicados na revista científica Diabetes Care, da American Diabetes Association.
Suportado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através da UnIC, além de João Pedro Ferreira, assinam o artigo os investigadores Francisco Vasques-Nóvoa, Diana Ferrão, Francisca Saraiva, Inês Falcão-Pires, João Sérgio Neves, Abhinav Sharma, Patrick Rossignol, Faiez Zannad e Adelino Leite Moreira, todos da FMUP.
UCRÂNIA/RÚSSIA: Anarquistas ucranianos juntam-se à resistência contra Putin
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Notícias ao Minuto 26/05/22
Movimento manteve-se de fora do conflito até agora, devido à natureza anti-Estado que define o anarquismo.
Apesar de se opor a todas as estruturas do Estado ucraniano, à semelhança de quase todos os outros partidos e movimentos anarquistas espalhados pelo mundo, os anarquistas ucranianos puseram a grande diferença de parte e anunciaram o seu apoio ao governo.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, ativistas anarquistas garantiram que vão lutar "para proteger a sociedade mais ou menos livre que existe na Ucrânia", não deixando de alertar para a proliferação de grupos neonazis e a abolição de alguns partidos como fatores negativos no país.
Ainda assim, a defesa do território ucraniano é mais importante, e o movimento anarquista criou uma base em Kyiv para enviar mantimentos para a linha da frente e para acolher anarquistas do resto do mundo que queiram lutar.
"O terror de Putin está a acontecer na Ucrânia e é indiscriminado. Está a acontecer contra todas as partes da população, especialmente nas partes russófonas que o Putin supostamente vinha libertar", apontou um ativista.
O mesmo movimento considerou que o regime de Putin é "ultraconservador, uma ditadura de extrema-direita que reprime anarquistas, a imprensa livre, as redes LGBT" e assusta "as iniciativas mais banais e locais, como ativistas ambientais".
Segundo contou o porta-voz do movimento ao jornal, Serhiy Movchan, cerca de 100 anarquistas foram lutar para a linha da frente, e cerca de 20 anarquistas de outros países juntaram-se à luta, incluindo um da Rússia. Há também anarquistas a apoiar as infraestruturas médicas no leste da Ucrânia.
"Vemos o conflito entre a Ucrânia e a Rússia como um conflito entre um estado mais ou menos democrático, e um estado totalitário", definiram.
Os anarquistas já existiram em maior número na Ucrânia, especialmente após o colapso do império russo e do czar Nicolau II. Entre 1917 e 1921, os anarquistas liderados por Nestor Makhno conseguiram transmitir a sua mensagem a algumas comunas autogovernadas no sul e leste da Ucrânia, mas o movimento acabou por morrer às mãos dos bolcheviques.
No entanto, o impacto histórico da União Soviética, do Holodomor e a propaganda da direita em colar toda a esquerda ao passado soviético, têm dificultado o crescimento do movimento anarquista.
Os anarquistas queixam-se também da forma como Putin criou partidos pró-Rússia em vários países, incluindo na Ucrânia, e se catalogou como antifascista, considerando que foi uma forma de manchar a imagem da esquerda, apesar dos partidos e instituições pró-Kremlin atacarem direitos humanos e a liberdade de imprensa.
A guerra na Ucrânia já fez quase 4.000 mortos entre a população civil, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o número de mortos poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar as baixas em cidades tomadas e sitiadas pela Rússia.
Rússia foi o país que disparou mais mísseis desde a 2ª Guerra Mundial
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Por LUSA 26/05/22
A Rússia disparou mais mísseis na campanha da Ucrânia do que qualquer outro país em outros conflitos desde a Segunda Guerra Mundial, referem especialistas militares à revista norte-americana Newsweek, que sublinha falhas da campanha russa.
De acordo com a publicação, o elevado número de disparos desde o passado dia 24 de fevereiro não foi suficiente para o invasor vencer o conflito, que se prolonga há mais de três meses, sublinhando que a "campanha de bombardeamentos" conseguiu na prática "poucos" resultados.
"[Um total de] 2.154 mísseis russos atingiram as nossas cidades e comunidades em pouco mais de dois meses", disse na semana passada o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"O bombardeamento russo da Ucrânia não cessa nem de dia nem de noite", frisou o chefe de Estado da Ucrânia.
Este valor máximo relativo ao número de ataques com mísseis aumentou depois de Volodymyr Zelensky ter anunciado que Kiev tinha abatido aviões de combate russos, um resultado considerado "vergonhoso" pela Newsweek, referindo que a Força Aérea de Moscovo é 15 vezes superior em relação ao mesmo ramo militar ucraniano.
A publicação cita vários especialistas e relatórios de informações militares sobre a Ucrânia.
A falta de êxito na campanha, de acordo com as fontes consultadas, deve-se ao "fracasso" da Rússia no momento em que deveria ter aproveitado a vantagem numérica em termos de efetivos e de material, nomeadamente da Força Aérea.
A Newsweek refere também que se verificou uma diminuição relativa ao abastecimento, no terreno, de armas de precisão.
A Rússia atacou aeródromos e pontos de defesa aérea nos primeiros dois dias da invasão mas não prosseguiu de forma continuada o mesmo procedimento nas semanas seguintes.
A Força Aérea ucraniana, de menor dimensão, esteve em grande parte no solo, mas Kiev conseguiu adaptar-se e melhorar os métodos de dispersão através de mísseis de defesa, em particular os projéteis terra-ar.
"Trata-se da superioridade aérea do pobre", disse um especialista à revista publicada nos Estados Unidos.
Ameaçada pelos mísseis terra-ar ucranianos, a Rússia passou a usar cada vez menos bombardeiros além da linha da frente estabelecida pelo próprio Exército no terreno.
Os relatórios dos serviços de informações militares dos Estados Unidos citados pela revista indicam que "pouco mais de 10% das saídas" dos bombardeiros passou além da linha da frente.
Os ataques de longo alcance da Rússia contra os "objetivos estratégicos" continuaram mas foram levados a cabo através de uma combinação de mísseis disparados desde terra, ar e mar.
Os caças e bombardeiros russos, apoiados pela artilharia de combate, navios, incluindo submarinos, lançaram disparos "sem entrarem no espaço aéreo ucraniano".
Para a Newsweek, as características do atual conflito na Ucrânia vão provocar consequências no futuro que vão permitir a avaliação da eficácia no uso dos diferentes tipos de mísseis ou sobre o controlo dos céus, entre outros aspetos.
Até ao momento, a consequência da guerra aérea na Ucrânia é "duplamente desastrosa" para Moscovo, insistem os especialistas.
"No futuro ninguém vai querer comprar armas russas. A Rússia é o segundo maior exportador de armamento depois dos Estados Unidos e o curso da guerra não tem sido um bom augúrio para o futuro [relativo a venda de material bélico russo[", insistem os especialistas.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas dos locais onde residiam -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
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Antigo secretário de Estado norte-americano afirmou que a Ucrânia devia ceder território à Rússia para acabar com a guerra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu na quarta-feira com duras críticas ao controverso ex-secretário de estado norte-americano, Henry Kissinger, depois deste ter sugerido que a Ucrânia devia ceder os territórios no Donbass para acabar com a guerra.
Numa mensagem de vídeo ao Fórum Económico Mundial, que se realiza em Davos, Zelensky afastou cedências e recordou a 'Política de Apaziguamento' - levada a cabo pelo Reino Unido no prelúdio da Segunda Guerra Mundial, no final dos anos 30, que permitiu à Alemanha nazi anexar uma série de territórios sem resistência.
"Parece que o calendário do senhor Kissinger está em 1938, e não em 2022, e ele pensou que estava a falar para uma audiência, não em Davos, mas em Munique", atirou o líder ucraniano.
Através da 'Política de Apaziguamento, o Reino Unido, liderado na altura por Neville Chamberlain, permitiu que a Alemanha anexasse uma parte da Checoslováquia e outros territórios, na esperança de acabar com a hipótese de guerra, no Acordo de Munique. Tal acabaria por não acontecer, e a Alemanha liderada por Hitler invadiu a Polónia menos de um ano depois da assinatura do acordo.
Zelensky, numa tentativa de apontar um eventual paradoxo, referiu ainda o passado da família de Kissinger, que era judaica e fugiu da Alemanha em 1938, quando o diplomata tinha apenas 15 anos.
Na terça-feira, Henry Kissinger criticou o armamento da NATO às forças ucranianas, afirmando que um prolongamento da guerra só dificultaria negociações com a Rússia. Kissinger - conhecido pelo seu papel como secretário de estado dos EUA durante a Guerra Fria, responsável pelo apoio dos norte-americanos a ditadores na América Latina, pela saída do Vietname e pela política de 'Détente' com a União Soviética -, argumentou também novas fronteiras entre a Ucrânia e a Rússia deviam ser definidas no Donbass.
"Prolongar e insistir na guerra muito mais tempo levará a que passe a ser não uma questão de liberdade da Ucrânia mas, sim, uma nova guerra contra a própria Rússia", defendeu o antigo diplomata, agora com 98 anos.
O presidente ucraniano criticou a opinião de países terceiros sobre uma eventual cedência de território para travar a guerra e combater a crise económica mundial - na União Europeia, a Itália tem defendido essa mesma postura.
"Independentemente do que o estado russo faça, há alguém a dizer: 'Vamos ter em conta os seus interesses'. Este ano, em Davos, ouvimos o mesmo. Apesar dos mísseis russos atingirem a Ucrânia. Apesar das dezenas de milhares de ucranianos mortos. Apesar de Bucha, Mariupol, etc.. Apesar das cidades destruídas. Apesar de 'campos de filtração' construídos pelo estado russo, nos quais matam, torturam, violam e humilham", afirmou.
Zelensky, numa mensagem pró-europeia, resumiu dizendo que a Rússia "fez isto à Europa" mas, em Davos, "o senhor Kissinger emerge do passado profundo e diz que uma parte da Ucrânia devia ser dada à Rússia".