© LusaPOR LUSA 21/03/24
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, avisou hoje que vai passar a perseguir "até na China, se for o caso", qualquer ativista político que o insulte a si ou à sua família.
Sissoco Embaló, que falava aos jornalistas à saída da reunião semanal do Conselho de Ministros, reagia à colocação nas redes sociais de um áudio, onde, supostamente, aparece a conversar com um indivíduo em Portugal.
No áudio, uma voz, atribuída à Embaló, aparece a comentar um alegado ataque a tiro a um ativista político, recentemente ocorrido num bairro periférico de Lisboa.
A alegada vítima do ataque armado, Belmiro Pimentel, aponta o chefe de Estado guineense como o suposto autor moral do crime.
"Vi um cidadão Belmiro, que nem conhecia, mas que recebi uma vez na vida a seu pedido, a insultar-me (...). Agora, quem me insultar, nem que esteja na China, irá sentir a capacidade de alcance do Presidente da República", declarou Umaro Sissoco Embaló.
O Presidente guineense disse ter desvalorizado o áudio de uma suposta conversa sua com uma pessoa atualmente radicada em Portugal, em que, alegadamente, os dois comentavam o ataque a Belmiro Pimentel e a outros ativistas políticos na Europa.
"Ouvi esse áudio também, mas, talvez para elucidar as pessoas, qualquer humorista atualmente tem capacidade de imitar a voz do Presidente da República. Podem constatar isso no Youtube com humoristas da Costa do Marfim, no Ruanda, nos Estados Unidos de América, mesmo em Portugal, há lá pessoas com capacidade de imitar a voz do Presidente daqueles países", afirmou Embaló.
Para o Presidente guineense, "é uma questão política", que, enfatizou, não lhe "tira o sono".
Sobre as alegações de Belmiro Pimentel, de que o Presidente guineense teria contratado "marginais a troco de dinheiro" para o atacarem, Sissoco Embaló afirmou que não precisa contratar bandidos, por ter à sua disposição "estruturas do Estado" para responder aos que lhe insultam.
"Se quiser fazer alguém mal posso utilizar as estruturas do Estado, mas não o faço", declarou.
Umaro Sissoco Embaló sublinhou que está aberto às críticas, para corrigir a sua atuação, mas que não tolerará daqui para a frente insultos à sua pessoa ou ameaças à integridade física dos seus familiares.
"Ouvi as pessoas a ameaçarem que vão atacar os meus, posso dizer que até o meu cão pode andar tranquilo aqui na Guiné-Bissau, na Europa, onde quer que seja, quem lhe fizer alguma coisa vai saber que mexeu com o que não devia", declarou.
O Presidente guineense salientou ser "uma pessoa de bem", chefe de Estado, e que, como pessoa, "nunca insultou ninguém".
"Se perguntarem a essa gente toda que me insulta se alguma vez os insultei a eles ou aos seus familiares, vão dizer que não", observou.
O chefe de Estado guineense afirmou ter "declarado guerra a Belmiro Pimentel", por este ter tomado a mesma atitude em relação à sua pessoa. O ativista, bastante seguido por guineenses nas redes sociais, tem afirmado que pretende a queda de Sissoco Embaló "a todo o custo".
O Presidente guineense lamentou a situação da sua mãe, perante os insultos de que tem sido vítima por parte dos ativistas políticos.
"A minha mãe tem 90 anos. Sou obrigado a ir à casa dela todas as semanas para lhe acalmar, com problemas de tensão arterial que ela tem", enfatizou.