quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

China perdoa parte da dívida da Serra Leoa e reforça ajuda económica

© Reuters

 POR LUSA    29/02/24 

A China vai perdoar parte da dívida e reforçar o apoio económico e ajuda humanitária à Serra Leoa, anunciou o Governo do país africano, em comunicado.

O presidente chinês, Xi Jinping, irá disponibilizar ajuda económica e técnica no montante de 50 milhões de yuan (6,4 milhões de euros), o cancelamento da dívida no valor de 20 milhões de yuan (2,6 milhões de euros) e 1.500 toneladas de assistência alimentar para a Serra Leoa, pode ler-se na mesma nota.

A decisão foi dada a conhecer por Xi Jinping durante uma reunião bilateral com o Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, que realiza uma visita de Estado à China, a primeira de um governante africano em território chinês este ano.

Segundo Julius Maada Bio, "a China tem sido um parceiro fiável da Serra Leoa".

"Estou convencido de que esta visita irá aprofundar as relações bilaterais entre a Serra Leoa e a China", acrescentou.

Por outro lado, agradeceu ao homólogo chinês todo o apoio ao país e referiu "que as relações entre as duas nações remontam a 1971 e que os laços transcenderam a distância geográfica".

Segundo a mesma nota, durante a reunião, Xi Jinping descreveu a relação de longa data entre a Serra Leoa e a China como "uma cooperação eficiente".

O Presidente chinês terminou a reunião, convidando Bio para a próxima Cimeira do Fórum de Cooperação China-África, a realizar este ano, acrescentando que as relações têm sido um bom exemplo do intercâmbio África-China.


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MADEM -G15 CONVIDA MILITANTES A CERRAR FILEIRAS

Por: JNP / TV VOZ DO POVO  fevereiro 29, 2024

O Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15) apelou aos seus militantes a cerrarem fileiras e trabalhar com afinco e determinação no sentido de reforçar a coesão interna, denunciando e combatendo quaisquer tentativas ou atos de desestabilização das estruturas regionais e setoriais.

A posição dessa formação política foi expressa num Comunicado com a data de 27 de fevereiro, onde o partido através da sua Comissão Permanente, condena com firmeza os atos e declarações de militantes e dirigentes sem mandato e fora das normas e regras estabelecidas nos estatutos, o que para esse órgão põe em causa a unidade e coesão internas.

O Madem-G15 recomendou ao Conselho Nacional de Direitos a tomada de diligências necessárias e urgentes, nos termos dos estatutos, para a audição, penalização e sanção competente, dos infratores.

Condena ainda o que considera tentativas de amedrontar, “com detenções e prisões arbitrárias, espancamentos e violência de toda a ordem”, contra os militantes e dirigentes do partido, referindo-se o recente interrogatório e apreensão do deputado e dirigente Bamba Bandjai e do militante, ativista politico, Queba Sane, vulgo R Kelly, tendo considerado o sucedido de ilegal.

No mesmo documento, o Movimento para Alternância Democrática apela a todas forças vivas do país, em particular, as organizações da sociedade civil e aos partidos políticos e a comunidade internacional, para seguirem com atenção a evolução da situação política na Guiné-Bissau.


COMUNICADO FINAL DO CONSELHO DE MINISTROS _29.02.2024

 Radio Voz Do Povo

Chefes de Estado africanos destacaram hoje, na 6.ª Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-6), a importância de agir em conjunto para enfrentar os desafios e ameaças colocados pelas mudanças climáticas.

© iStock

POR LUSA     29/02/24 

 Líderes africanos defendem ação conjunta para enfrentar ameaça climática

Chefes de Estado africanos destacaram hoje, na 6.ª Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-6), a importância de agir em conjunto para enfrentar os desafios e ameaças colocados pelas mudanças climáticas.

Os líderes do Quénia, da Somália, do Djibuti, do Botsuana e do Gabão comprometeram-se com uma gestão sustentável dos solos e sublinharam a importância de uma resposta conjunta às alterações climáticas.

Os presidentes apelaram à ação na abertura do segmento de alto nível da UNEA-6, o principal órgão de decisão ambiental do mundo, que termina esta sexta-feira em Nairóbi, no Quénia.

"Estamos a assistir ao aumento das temperaturas, a mais secas e inundações, ao degelo das calotas polares e à perturbação da vida humana em todos os continentes. Não podemos continuar assim para sempre", afirmou o Presidente da Somália, Hassan Cheikh Mohamoud.

"A Somália enfrenta um desafio. A guerra contra o terrorismo, o limiar de pobreza, o ambiente pós-conflito, a situação frágil. Isto veio agravar os esforços do desafio ambiental".

O Presidente do Quénia, William Ruto, apelou a uma "ação coletiva" para enfrentar a "crise existencial" do planeta.

"Dada a magnitude e a urgência da crise existencial que a humanidade e a vida no nosso planeta enfrentam, só uma ação coletiva eficaz, inclusiva e sustentável a nível multilateral permitirá à comunidade internacional enfrentar as alterações climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição", afirmou Ruto.

O Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, também se pronunciou neste sentido, sublinhando a importância de uma ação multilateral face aos desafios ambientais "para criar um sistema de governação ambiental internacional coerente com a ecologia".

Por seu lado, o Presidente do Djibuti, Ismail Omar Guelleh, deixou claro que é preciso começar a agir: "a inação não é uma opção, pois destrói a credibilidade e a solidez do multilateralismo e do sistema internacional", sublinhou.

O chefe da junta militar que governa o Gabão desde o golpe de Estado de 30 de agosto, Brice Oligui Nguema, sublinhou que "os desafios das alterações climáticas, da biodiversidade e da poluição constituem, sem dúvida, ameaças graves ao bem-estar da população".

"É evidente que a atitude egoísta e predatória adotada em relação à natureza desde o início da Revolução Industrial está agora a virar-se contra o Homem e o ambiente", afirmou Nguema.

A UNEA-6 reúne esta semana em Nairobi mais de cinco mil representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado, incluindo 150 ministros e vice-ministros, de mais de 180 países inscritos para a ocasião, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, sediado em Nairobi.

A cimeira centra-se na forma como o multilateralismo pode ajudar a resolver a chamada "tripla crise global": alterações climáticas, perda de natureza e biodiversidade, poluição e resíduos.



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Ucrânia reage a discurso de Putin. Europa "tem apenas duas opções"... O conselheiro de Volodymyr Zelensky afirmou que a "Federação Russa está claramente a expandir a guerra".

© Maksym Polishchuk/Global Images Ukraine via Getty Images

Notícias ao Minuto   29/02/24 

O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak reagiu, esta quinta-feira, ao discurso do presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o Estado da Nação, considerando que, após a ameaça da "utilização de armas nucleares", a Europa "tem apenas duas opções": acelerar a ajuda à Ucrânia ou continuar conversas sobre "pacificar a criatura".

"A Federação Russa está claramente a expandir a guerra. Provocações, preparação de ataque em diferentes direções, acumulação de recursos militarizados e… 'ameaça nuclear'", começou por referir numa publicação na rede social X.

"Nada está a mudar e não vai mudar... Por conseguinte, a Europa, os países democráticos, têm apenas duas opções", acrescentou.

A primeira opção passa por "acelerar a assistência à Ucrânia para infligir uma derrota e minimizar os danos sofridos pela Federação Russa". Já a segunda opção prende-se com "continuar longas conversas, dúvidas, pensar em 'pacificar a criatura' e, no final, entrar pessoalmente em confronto com o exército russo nos seus próprios territórios". 

O conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky referiu que o exército russo, que "já provou abundantemente o sangue humano", "está a crescer a proporções bíblicas e não faz outra coisa senão roubar, violar, matar".

"É crucial perceber que esta escolha não é teórica, nem um dia no futuro, nem condicional. Mas apenas aqui e agora", atirou.

O presidente russo discursou hoje perante a Assembleia Federal da Rússia, onde afirmou que a aliança transatlântica NATO "está a preparar-se para atacar" o território russo e irá utilizar "as forças melhores e mais eficazes para o fazer".

"Mas lembramo-nos do destino daqueles que tentaram invadir o nosso território e é claro que o seu destino será muito mais trágico do que qualquer coisa que possamos enfrentar", atirou.

"Eles têm de compreender que nós também temos armas. Armas que os podem derrotar no seu próprio território e, claro, tudo isto é muito perigoso porque pode efetivamente desencadear a utilização de armas nucleares. Será que eles não compreendem isso?", questionou, acrescentando que "as forças nucleares estratégicas estão em estado de prontidão".



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"Temos de estar preparados para responder a novas pandemias", avisa diretora-geral da saúde - e a culpa será dos insetos

Rita Sá Machado

Por  Ana Rita Cunha  Cnnportugal.iol.pt

Rita Sá Machado admite o aparecimento de novas pandemias nos próximos anos, nomeadamente devido a doenças transmitidas por mosquitos. Segundo a diretora-geral da saúde serão surtos “mais focados”.

“Temos de estar preparados para responder a novas pandemias. Iremos ter surtos mais focados e não de grandes dimensões, mas vamos tê-los nos próximos anos”, antecipou a responsável na CNN Summit, nesta quinta-feira, dedicada à saúde e ao ambiente, que decorreu no Centro Cultural de Belém.

Rita Sá Machado explica que “devido à crise climática há uma expansão das doenças vetoriais”.

EM ATUALIZAÇÃO...

BUSCA E APRENSÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO VAI AO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Por Notabanca   29.02.2024

Operação “Bassora” de buscas e apreensões desencadeada pelo Ministério Público não desarma. Continua sem olhar pela cara de alguém e vai ao longe do fundo do túnel.

Após o Palácio do Governo, ministério da Justiça e serviços de Migração e Fronteiras, agora, os magistrados do Ministério Público estão a caminho do Supremo Tribunal de Justiça, por ser alvo de investigação.

O Ministério Público pretende ter mais detalhes sobre a denúncia da apropriação ilegítima de cerca de 16 milhões de francos cfa transferidos pela Legis PALOP. 

A semana promete rodar episódios. Pois, a operação “Bassora” vai ao Supremo Tribunal de Justiça dando sequência ao referido processo em que o ex-Presidente, Paulo Sanhá é constituído suspeito.

A linha de investigação do Ministério Público está  agora na mira do cofre da justiça do Supremo Tribunal para descobrir desvio e apropriação de avultadas somas em dinheiro.

Conforme a fonte confiável de Notabanca, por hora, mobiliza-se para o apuramento do rombo financeiro verificado no cofre da justiça no período de gestão compreendido entre 2004 a 2012 em que muito dinheiro terá sido desviado para personalidades ligadas ao ministério da justiça.

ÚLTIMA HORA: CEDEAO - Conselho de Mediação e Segurança ordena "abertura imediata da ANP"... ???

Por Radio Sintchan ôcco

As autoridades são convidadas:

1 - À abertura imediata da ANP.

2 - CEDEAO que envie uma missão de alto nível para acelerar a nomeação de membros da CNE;

3 - A eleição do presidente do STJ.

4 - A calendarização da retirada progressiva da missão de apoio e estabilização da CEDEAO (SSMGB).

DMG TV/TVSO

Exportadores congratularam com o preço de 300 francos por quilograma de Cajú anunciado pelo Governo Guineense


 Radio TV Bantaba

Igreja MAFI em Bissau, incendiado por desconhecidos


 Radio TV Bantaba 

Vítima de cancro deixa mensagem a namorado: "Vai aproveitar a tua vida"

© Facebbok/Daniella Thackray

Notícias ao Minuto   29/02/24 

Daniella preferiu aproveitar os últimos dias, ao invés de lamentar o facto de ir morrer. No final, deixou mensagem a todos os que tornaram a sua vida mágica.

Um mulher britânica, de 25 anos, incentivou o seu noivo a "aproveitar a vida" numa publicação escrita pouco antes de morrer, vítima de um cancro.

Daniella Thackray anunciou a sua própria morte numa publicação que deixou escrita durante os seus últimos dias de vida. A jovem sucumbiu a um raro e agressivo cancro nas vias biliares, conhecido como colangiocarcinoma.

"Embora não consigamos controlar aquilo que acontece conosco, podemos controlar a forma como reagimos a isso. Escolhi não lamentar a vida que estava a perder e ao invés aproveitar cada momento que me restava", pode ler-se na publicação feita na sexta-feira.

Na sua publicação, a jovem escreve que amava a vida que tinha e deixa uma mensagem a todos os que permitiram que fosse feliz. "Obrigada a todos os que permitiram que a minha vida fosse tão mágica. Recordem-se daquilo que digo sobre aproveitar todas as pequenas coisas", disse, antes de deixar um último recado ao companheiro, do qual tinha ficado noiva há cerca de um mês.

"E, por fim, para o meu querido Tom. Amo-te e sempre te amarei. Obrigada pelo teu apoio e por teres preenchido a minha vida com tanta alegria. Agora, vai aproveitar a tua vida, tu mereces!", rematou.

O colangiocarcinoma é uma forma rara de cancro que, em média, afeta menos de 6 em cada 100 mil pessoas em todo o mundo, de acordo com o Instituto Nacional do Cancro dos EUA.


Astrónomos detetam vapor de água num disco de formação planetária "próximo" da Terra

HL Tauri (Alma)

Cnnportugal.iol.pt,  29/02/2024 

Disco em causa está em torno da estrela HL Tauri, localizada na constelação do Touro

Astrónomos detetaram vapor de água num disco de formação planetária que rodeia uma estrela jovem, semelhante ao Sol, situada a 450 anos-luz da Terra, divulgou hoje o Observatório Europeu do Sul (OES).

Segundo o trabalho, publicado na revista científica Nature Astronomy, a água, além de condição essencial para a vida tal como se conhece, desempenha também um papel importante na formação de planetas.

O disco em causa está em torno da estrela HL Tauri, localizada na constelação do Touro.

"Os nossos resultados mostram como a presença da água pode influenciar o desenvolvimento de um sistema planetário, tal como aconteceu há cerca de 4,5 mil milhões de anos no nosso próprio Sistema Solar", afirmou, citado em comunicado do OES, o astrónomo Stefano Facchini, da Universidade de Milão, em Itália, que liderou a investigação.

As imagens obtidas a partir de observações feitas no Chile com o radiotelescópio ALMA, operado em parte pelo OES, "revelam uma quantidade substancial de vapor de água a uma série de distâncias da estrela que incluem um espaço onde um planeta pode estar a formar-se atualmente", afetando possivelmente a sua composição química, de acordo com Facchini.

Os grãos de poeira que compõem um disco são considerados as sementes da formação de planetas, ao colidirem e aglomerarem-se em corpos cada vez maiores na órbita de uma estrela.

Os astrónomos argumentam que regiões suficientemente frias, onde a água congela nos grãos de poeira, são o local ideal para a formação de planetas.

RÚSSIA: O presidente da Rússia discursou sobre o Estado da Nação, onde abordou temas como a chamada "operação militar especial" na Ucrânia e disse que a NATO "está a preparar-se para atacar" o território russo. Mas alertou: "Nós também temos armas".

© ALEXANDER NEMENOV/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto   29/02/24 

 Da Ucrânia à ameaça nuclear, passando pela família. O discurso de Putin

O presidente da Rússia discursou sobre o Estado da Nação, onde abordou temas como a chamada "operação militar especial" na Ucrânia e disse que a NATO "está a preparar-se para atacar" o território russo. Mas alertou: "Nós também temos armas".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, esta quinta-feira, que o país conseguiu "provar que é capaz de responder aos desafios mais difíceis" e alertou que um ataque da NATO "pode efetivamente desencadear a utilização de armas nucleares".

"Só podemos realizar todos os nossos planos juntos. Provámos que a Rússia é capaz de responder aos desafios mais difíceis", afirmou, num discurso sobre o Estado da Nação, citado pela agência de notícias RIA Novosti.

Putin referiu-se também à chamada "operação militar especial" levada a cabo na Ucrânia, que, segundo o presidente, recebeu um "apoio esmagador" da população russa. 

Ao longo dos últimos dois anos, "as empresas russas enviaram milhares de milhões de rublos" para apoiar os militares, tratando-se de "uma contribuição para a vitória geral".

Putin garantiu que as "instituições da democracia na Rússia" serão "ainda mais" desenvolvidas. E enfatizou: "Não permitiremos que ninguém interfira nos nossos assuntos internos". 

Lançando farpas ao Ocidente, que disse precisar de "um espaço em desvanecimento e morte, o presidente russo afirmou que os líderes ocidentais "calcularam mal quando foram confrontados com a determinação do povo russo".

"Representantes de diferentes grupos étnicos, culturas e religiões provaram na prática que a unidade do nosso povo é uma força colossal e conquistadora", frisou.

O presidente russo destacou que o país "lembrar-se-á dos seus heróis caídos" e anunciou um minuto de silêncio em honra dos soldados mortos em combate. 

Após a homenagem, Putin afirmou que o exército russo está a avançar "com confiança" em várias frentes na Ucrânia e que a Rússia está "a defender a sua soberania e segurança e a proteger os nossos compatriotas".

O presidente frisou  que Moscovo fará tudo o que for possível para acabar com o conflito na Ucrânia e erradicar o nazismo no país vizinho, mas lembrou que "não foi a Rússia que começou a guerra".

"Não foi a Rússia que começou a guerra no Donbass, mas faremos tudo para acabar com ela, erradicar o nazismo e cumprir os objetivos da operação militar especial", destacou.

NATO "está a preparar-se para atacar" o território russo

Putin considerou disparatadas alegações de que a Rússia pretende atacar a Europa e afirmou que o "Ocidente provocou um conflito na Ucrânia, no Médio Oriente e noutras regiões do mundo e continua a mentir".

"Agora, sem qualquer embaraço, dizem que a Rússia tenciona atacar a Europa. Vocês e eu compreendemos que eles estão a dizer disparates", disse Putin.

Putin afirmou que a aliança transatlântica NATO "está a preparar-se para atacar" o território russo e irá utilizar "as forças melhores e mais eficazes para o fazer".

"Mas lembramo-nos do destino daqueles que tentaram invadir o nosso território e é claro que o seu destino será muito mais trágico do que qualquer coisa que possamos enfrentar", atirou.

"Eles têm de compreender que nós também temos armas. Armas que os podem derrotar no seu próprio território e, claro, tudo isto é muito perigoso porque pode efetivamente desencadear a utilização de armas nucleares. Será que eles não compreendem isso?", questionou, acrescentando que "as forças nucleares estratégicas estão em estado de prontidão".

"As famílias numerosas têm de se tornar a norma"

Já sobre o estado da Rússia, Putin enfatizou que um dos objetivos do país é aumentar a taxa de natalidade, que, nos próximos seis anos, deverá atingir um "crescimento sustentável".

"As famílias numerosas têm de se tornar a norma", defendeu, agradecendo às autoridades locais que já estão a implementar programas de apoio às famílias com crianças.

Esta trata-se da 19.ª vez que Putin discursa perante a Assembleia Federal da Rússia. O presidente, de 71 anos, no poder desde 2000, vai candidatar-se a um novo mandato nas eleições presidenciais que decorrerão entre 15 e 17 de março. 


Leia Também: O exército da Rússia disse hoje ter neutralizado o desembarque de forças especiais de Kyiv na região de Kherson, alegando ter matado "até 25 soldados" e capturado um militar.

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe entre os mais livres em África

© Lusa

POR LUSA     29/02/24 

Cabo Verde, em primeiro, e São Tomé e Príncipe, em terceiro, estão entre os países mais bem classificados em África no respeito pelos direitos políticos e liberdades civis, surgindo Angola como "não livre", no relatório divulgado hoje pela Freedom House.

As Maurícias são o segundo país mais bem classificado de África, de acordo com a 51.ª edição anual do relatório "Freedom in the World" ("Liberdade no Mundo"), hoje lançado pelo 'think tank' (grupo de reflexão) sedeado em Washington, que no caso do continente africano destaca o declínio da liberdade pelo décimo ano consecutivo.

"A liberdade em África diminuiu pelo décimo ano consecutivo em 2023, devido a conflitos armados, golpes militares e irregularidades eleitorais", considera a Freedom House.

A Freedom House destaca que, de um modo geral, a liberdade em África diminuiu, uma vez que 14 países registaram uma diminuição da pontuação contra cinco que registaram melhorias.

O Níger registou a descida mais acentuada da pontuação (-18 pontos), depois de as forças militares terem deposto o Governo eleito e a Libéria averbou a maior melhoria da pontuação (+4 pontos) no continente.

O relatório inclui pontuações (0 a 100) e relatórios nacionais pormenorizados sobre os direitos políticos e as liberdades civis de 195 países e 15 territórios em todo o mundo.

Relativamente aos países africanos de língua oficial portuguesa, Angola e a Guiné Equatorial são classificados como "não livres", a Guiné-Bissau e Moçambique como "parcialmente livres" e Cabo Verde (92) e São Tomé e Príncipe (84) como "livres".

O Sudão do Sul (1), a Eritreia (3), a Guiné Equatorial (5) e a República Centro-Africana (5) são os países com a classificação mais baixa do continente.

O relatório refere que apenas 7% das pessoas em África vivem em países livres, enquanto 50% vivem em países não livres.


Leia Também: Direitos e liberdades em perda para 1/5 da população mundial

2rs África: Sall e as eleições no Senegal

 A poucos dias das presidenciais no Senegal, o presidente Macky Sall anunciou o seu adiamento fazendo aumentar a instabilidade e os protestos que o país vivia desde que dois candidatos tinham sido excluídos da lista de presidenciáveis

Por Voaportugues.com

Saúde em Foco: mutilação genital coloca a vida de mulheres em risco

 Esta semana, no Saúde em Foco, olhamos para o progresso e desafios para a erradicação da Mutilação Genital Feminina. Da Nigeria, Lois Tofunmi Amele, que defende igualdade de género, fala da necessidade de tratamento das vítimas da mutilação.

Por Voaportugues.com

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Crise interna: PR SISSOCO DECIDE "CORTAR" RELAÇÃO COM O MADEM-G15...???

Por: Rádio TV Voz do Povo    28/02/2024

A crise interna que se instalou nos últimos tempos no Movimento para a Alternância Democrática - Grupo dos 15 (MADEM-G15) ganhou novos contornos.

Não obstante várias iniciativas de mediação encetadas pelos fundadores e anciões, a situação continua a agudizar-se, razão pela qual o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló decidiu cortar toda a sua ligação com o partido. 

A TV Voz do Povo apurou junto de uma fonte do partido, que os anciões e os fundadores não conseguiram mediar a crise que a cada dia ganha novos contornos. 

"O nivel do desentendimento que se regista agora é muito preocupante e está a ser difícil de resolver, por isso o Presidente da Republica, General Umaro Sissoco Embaló, decidiu agora cortar toda a sua relação com o MADEM", confidenciou a nossa fonte no partido, que pediu o anonimato. 

A fonte recorda que o chefe de Estado tentou ajudar na resolução da crise que afeta o partido, mas não conseguiu e resolve assumir a posição de distanciar-se do partido.

A mesma fonte alerta que a crise interna que abala o partido, criado há cinco anos por dissidentes do PAIGC, terá consequências enormes para o MADEM nos próximos embates eleitorais.

Os analistas políticos em Bissau afirmam que a crise interna que se regista a nível dos principais partidos do país neste momento, designadamente o MADEM favorecerá ao PAIGC nas próximas eleições legislativas antecipadas, à semelhança do que aconteceu nas eleições legislativas de 4 de junho de 2023.

Há mais uma região separatista a pedir proteção à Rússia (e não é na Ucrânia)

Os rebeldes pró-russos em Tiraspol pediram proteção à Rússia. Aqui são vistos a agitar as bandeiras da Transnístria e da Rússia, em 2014 (Vadim Denisov/AFP/Getty Images via CNN Newsource)

CNN, Christian Edwards, Radina Gigova e Anna Chernova

Os rebeldes pró-russos de uma parte separatista da Moldova pediram ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que protegesse a sua região do que alegam ser ameaças do governo moldavo.

A Transnístria, que se separou ilegalmente da Moldova com o desmoronamento da União Soviética, manteve-se firmemente na órbita do Kremlin, enquanto a Moldova, que faz fronteira com a Ucrânia, está a tentar aderir à União Europeia.

Num congresso especial realizado na quarta-feira, os políticos da Transnístria pediram a Moscovo que protegesse a região da "crescente pressão da Moldova", tendo o Kremlin afirmado mais tarde que a proteção dos seus "compatriotas" era uma prioridade, segundo a agência noticiosa estatal russa RIA Novosti.

Embora o congresso tenha inicialmente provocado receios de que Moscovo pudesse avançar com o plano de longa data para desestabilizar o governo cada vez mais pró-ocidental da Moldova, o país rejeitou-o como "propaganda".

Eis o que precisa de saber.

O que aconteceu na Transnístria?

As reuniões do Congresso dos Deputados da Transnístria, um modelo de tomada de decisões da era soviética, são raras, mas frequentemente significativas. Um Congresso de Deputados deu origem à Transnístria em 1990, desencadeando uma guerra entre os separatistas apoiados por Moscovo e a jovem república moldava dois anos mais tarde.

Nenhum país reconhece oficialmente a Transnístria, onde a Rússia tem mantido uma presença militar ao longo das últimas décadas, embora cada vez mais reduzida. Atualmente tem cerca de 1.500 soldados.

Antes de quarta-feira, a última reunião do congresso tinha sido em 2006, quando foi aprovado um referendo que pedia a adesão à Rússia. Quando os políticos da Transnístria anunciaram inesperadamente uma nova reunião, os analistas sugeriram que tal poderia conduzir a novos apelos à unificação com a Rússia. As autoridades moldavas e ucranianas minimizaram esta especulação.,

Mapa da Transnístria (CNN)

O congresso não chegou a este resultado extremo, mas aprovou uma resolução que apela à Rússia para que dê mais "proteção" às autoridades moldavas aos mais de 220 mil cidadãos russos na Transnístria.

"A Transnístria lutará persistentemente pela sua identidade, pelos direitos e interesses do povo da Transnístria e não desistirá de os proteger, apesar de qualquer chantagem ou pressão externa", afirma a resolução, de acordo com a agência noticiosa russa TASS.

A proteção dos interesses dos habitantes da Transnístria, nossos compatriotas, é uma das prioridades", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

Por outro lado, as autoridades moldavas rejeitaram o congresso como uma tentativa de alimentar a "histeria".

"Não há perigo de escalada e desestabilização da situação nesta região do nosso país", escreveu o porta-voz Daniel Voda no Telegram. "O que está a acontecer em Tiraspol [a capital da região] é um evento de propaganda."

Em declarações à CNN, o gabinete de reintegração da Moldova afirmou que "rejeita as declarações propagandísticas de Tiraspol e recorda que a região da Transnístria beneficia das políticas de paz, segurança e integração económica com a UE, que são vantajosas para todos os cidadãos".

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matt Miller, afirmou na quarta-feira que os Estados Unidos estão "a acompanhar de perto as ações da Rússia na Transnístria e a situação geral na região".

Porquê realizar um congresso agora?

A guerra da Rússia na Ucrânia teve um efeito profundo na economia da Transnístria. A Ucrânia fechou a fronteira com a região quando a guerra começou, cortando cerca de um quarto do comércio do enclave. Embora continue a receber gás russo gratuitamente, o acordo que permite o trânsito de gás através da Ucrânia expira em dezembro e não há garantias de que seja prorrogado.

A guerra também levou a Moldova a tentar resolver o seu conflito de décadas com a Transnístria. Em parte em resposta à guerra, a União Europeia concedeu ao país o estatuto de país candidato em junho de 2022 e, em dezembro de 2023, deu luz verde para o início das negociações de adesão.

Embora a presidente da Moldova, Maia Sandu, tenha indicado que estaria disposta a aderir à União Europeia sem a Transnístria, a reunificação pode agilizar o processo. Um blogue recente do Carnegie Endowment for International Peace argumentava que "a estratégia da Moldova é apressar o processo tornando a vida da Transnístria o mais difícil possível".

Neste sentido, em janeiro, a Moldova eliminou inesperadamente as isenções aduaneiras para as empresas da Transnístria, obrigando-as a pagar impostos tanto à Transnístria como a Chisinau.

Dumitru Minzarari, professor de estudos de segurança no Colégio de Defesa do Báltico, explica à CNN que a decisão da Transnístria de realizar um congresso especial foi "diretamente desencadeada" pela reintrodução dos direitos aduaneiros pela Moldávia.

"Ao oferecer isenções fiscais à região separatista, o governo moldavo estava praticamente a financiar a existência de um regime separatista em Tiraspol", continua Minzarari - um acordo que o governo já não sentia que tinha de tolerar.

O especialista acrescenta que a disputa criou oportunidades para as autoridades russas "pescarem em águas turbulentas".

Porque é que a Rússia está interessada na Moldávia?

Se a invasão russa da Ucrânia tivesse corrido como planeado, teria capturado a capital Kiev em dias e o resto do país em semanas, atravessando a costa ucraniana até à cidade de Odessa, no sudoeste do país, perto da Transnístria.

O então comandante da Região Militar Central da Rússia, major-general Rustam Minnekaev, disse que um dos objetivos da chamada "operação militar especial" era estabelecer um corredor através do sul da Ucrânia até à Transnístria, uma vez que a Rússia procura reunir-se com os seus "compatriotas no estrangeiro".

Apesar de a Ucrânia ter travado o avanço de Moscovo em Kherson, a cerca de 350 quilómetros da Transnístria, os analistas sublinharam que a Rússia mantém os seus planos para a Moldova.

"O Kremlin procura utilizar a Transnístria como um representante controlado pela Rússia, que pode utilizar para fazer descarrilar o processo de adesão da Moldova à União Europeia, entre outras coisas", alertou o Instituto para o Estudo da Guerra, um grupo de reflexão sediado nos Estados Unidos, num relatório publicado na semana passada.

A Transnístria separou-se ilegalmente da Moldávia. Um busto de Lenine em frente ao edifício da Casa dos Sovietes em Tiraspol, em julho de 2022 (Anton Polyakov/Getty Images via CNN Newsource)

Tal como a Rússia considerou inaceitável a viragem da Ucrânia para a União Europeia, em 2014, e usou a força militar para a impedir, também está interessada em evitar o mesmo na Moldova. A CNN viu um documento elaborado pelo serviço de segurança russo, o FSB, que detalhava um plano para desestabilizar a Moldova e impedir a inclinação daquele país para o Ocidente.

Putin justificou a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e as operações militares em Donetsk e Lugansk como um esforço para proteger os cidadãos de língua russa no leste da Ucrânia, que ele alegou estarem sob ameaça de Kiev.

Minzarari afirma que existem "fortes paralelos" entre essa retórica e o tipo de retórica utilizada recentemente pelo governo da Transnístria. Numa entrevista à RIA Novosti, o presidente Vadim Kranoselsky afirmou que o governo moldavo estava a preparar ataques terroristas contra a Transnístria antes de uma possível invasão, sem apresentar provas.

No entanto, outros analistas argumentam que, em vez de sublinhar a influência da Rússia na região, a situação na Transnístria é antes uma chamada de atenção para o facto de Moscovo não ter conseguido, até agora, atingir os seus principais objetivos de guerra.

"Um apelo à anexação da Transnístria rejeitado pela Rússia seria um grande golpe de relações públicas para a Ucrânia, lembrando aos russos e aos ucranianos que o que os comentadores acreditavam há dois anos serem objectivos modestos para a guerra estão agora demasiado longe do alcance da Rússia para serem sequer considerados", refere Ben Dubow, membro não residente do Centro de Análise de Políticas Europeias, à CNN.

SENEGAL: PR senegalês vai pedir parecer sobre eleições presidenciais

© Lusa

POR LUSA   28/02/24 

O Presidente senegalês, Macky Sall, vai pedir ao Conselho Constitucional um parecer sobre as recomendações de que as presidenciais decorram após o fim do seu mandato, permanecendo em funções até à tomada de posse do sucessor, anunciou hoje a Presidência.

As eleições, que se deveriam ter realizado no passado domingo, foram adiadas por Macky Sall a horas do início da campanha eleitoral, em 03 de fevereiro, e marcadas para 15 de dezembro.

O Presidente "remeterá o assunto ao Conselho Constitucional para que este se pronuncie sobre as conclusões e recomendações do 'diálogo nacional'", evento convocado por Macky Sall e que decorreu na segunda e na terça-feira, lê-se num comunicado de imprensa.

Macky Sall receberá o relatório com as conclusões do "diálogo" na próxima segunda-feira, acrescenta-se no comunicado, que não indica quando é que o chefe de Estado se irá pronunciar sobre estas recomendações, nomeadamente sobre a data das eleições.

O "diálogo nacional" defendeu que o mandato de Sall, que termina em 02 de abril, deverá ser prolongado até à posse do seu sucessor e os participantes do evento defenderam ainda que não há condições para a convocação das eleições antes do final de mandato.

A oposição boicotou o "diálogo nacional", uma iniciativa presidencial para se tentar chegar a um acordo sobre a data das eleições e tirar o país, considerado um dos mais estáveis da África Ocidental, de uma das mais graves crises das últimas décadas.

A repressão das manifestações de protesto provocaram quatro mortos e dezenas de detenções.

No comunicado da Presidência salienta-se ainda que o Governo senegalês aprovou hoje um projeto de lei que amnistia os atos cometidos durante os distúrbios que assolaram o país nos últimos três anos, no meio da crise em torno do adiamento das eleições presidenciais.

Esta medida de amnistia foi proposta por Macky Sall com o propósito de "acalmar o clima político, reconciliar e ultrapassar", segundo a ata do Conselho de Ministros.

O texto deve agora ser aprovado pela Assembleia Nacional numa data não especificada.



Leia Também: Macky Sall anuncia amnistia geral a manifestantes detidos desde 2021

GUINÉ-BISSAU: "A Assembleia Nacional Popular não está dissolvida. Se esses órgãos são eleitos por um período de quatro anos, nós estamos preparados para ter eleições [legislativas] em 2027 e não em 2024. Este ano, devemos ter eleições, sim, mas eleições presidenciais", disse Simões Pereira numa entrevista exclusiva à DW África

Por  João Carlos (Lisboa) DW Português   28/02/2024

Bissau: Simões Pereira recusa legislativas antecipadas

À DW, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, diz que as únicas eleições que devem ter lugar em 2024 são as presidenciais. E apela a organizações como a UE ou a CPLP para falarem com o Presidente da República.

Domingos Simões Pereira, o presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, diz que as únicas eleições que se deveriam realizar este ano no país são as presidenciais.

"A Assembleia Nacional Popular não está dissolvida. Se esses órgãos são eleitos por um período de quatro anos, nós estamos preparados para ter eleições [legislativas] em 2027 e não em 2024. Este ano, devemos ter eleições, sim, mas eleições presidenciais", disse Simões Pereira numa entrevista exclusiva à DW África, em Lisboa.

O também líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) mostra-se ainda aberto a criar "sinergias" com outras forças políticas que queiram contribuir para a estabilidade política no país. E pede a instituições como a União Europeia ou a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que exerçam influência junto do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, para repor a normalidade institucional na Guiné-Bissau.

DW África: Está muitas vezes fora da Guiné-Bissau certamente devido à situação política no país, onde têm sido impedidas manifestações de rua do PAIGC. É isso que explica os encontros com a comunidade guineense radicada no exterior e as manifestações em Lisboa? Considera que a batalha para demover o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, deve ser feita a partir do exterior?

Domingos Simões Pereira (DSP): Não, absolutamente não. Penso que a política guineense tem de se [ser feita] na Guiné-Bissau. Eu acredito que as instituições, tanto políticas como da sociedade civil, se estão a mobilizar, vão retemperando as suas forças e vão definindo novas estratégias de luta conforme as circunstâncias. Agora, o conhecimento que a comunidade internacional tem ou deixa de ter em relação à realidade conta. A mobilização da nossa diáspora é muito importante. Portanto, somando tudo isso e outras questões que eu já tinha em agenda, foi viabilizada a intenção de passar uma temporada por cá.

Não deixo de reconhecer que o quadro securitário também influenciou essa tomada de decisão, que é temporária. Eu espero que brevemente possa não só regressar, como também retomar a plenitude das minhas responsabilidades e competências.

DW África: Mas teme que a sua vida esteja em risco depois daqueles acontecimentos que se registaram no país?

DSP: Eu já afirmei e volto a reiterar que não acredito que haja algum cidadão guineense que, em algum momento, não sinta a sua vida em risco. E quando digo nenhum, estou a referir-me a nenhum, absolutamente. Porque criou-se um quadro de violência global, em que os cidadãos sentem que é das autoridades que têm a vocação e deviam assumir a responsabilidade da sua segurança que vem a primeira agressão.

DW África: Está a desenvolver vários contactos políticos fora do país, depois dos acontecimentos que levaram à dissolução do Parlamento pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló. Já esteve no Parlamento Europeu e acaba de vir da reunião da Internacional Socialista em Espanha. O que se pode esperar destas instituições no sentido da reposição da legalidade na Guiné-Bissau?

DSP: Antes de mais é preciso dizer que nós mantemos a nossa avaliação de que houve, sim, um decreto que pretendeu a dissolução do Parlamento, mas o Parlamento da Guiné-Bissau não está dissolvido. Porque para o Parlamento estar dissolvido, essa disposição teria de conformar-se com a Constituição da República, o que não é o caso.

As últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau foram em junho de 2023 Foto: F. Tchumá/DW

Agora, nós reconhecemos que não estamos sozinhos no mundo, temos parceiros. Eu, enquanto Presidente da Assembleia Nacional Popular - até prova em contrário, a segunda figura política do país - tenho a obrigação de partilhar com os nossos parceiros qual é a realidade que se vive na Guiné-Bissau, ajudá-los a compreender [a situação], para que possam exercer a influência possível no quadro do reforço das instituições democráticas.

Não se espera que essas organizações internacionais substituam as entidades políticas nacionais. Espera-se que, no quadro da cooperação existente entre essas entidades, possam exercer a sua influência no sentido da reposição da normalidade.

Eu quero aproveitar a questão para dar dois exemplos que eu penso que são bastante ilustrativos dessa realidade. O maior parceiro da Guiné-Bissau e da própria CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] é a União Europeia: parceiro económico, parceiro financeiro; é um parceiro estratégico muito importante. E o conhecimento que as entidades europeias têm em relação à realidade guineense acaba tendo uma influência muito grande. Porque, por exemplo, agora alguém voltou a falar da necessidade de realização de eleições legislativas. Mas a questão é: vamos realizar eleições legislativas para resolver o quê? Para esclarecer que parte dessa confusão?

Nós estamos a sair de eleições legislativas, em junho de 2023. A Assembleia Nacional Popular estava regularmente constituída, a funcionar com absoluta normalidade. Vamos voltar a realizar eleições e vamos pedir às mesmas entidades, neste caso a União Europeia, para, como parceiro da Guiné-Bissau, financiar novas eleições, meses depois da última eleição, para não resolver nenhum problema?

DW África: Portanto, o PAIGC rejeita categoricamente a ideia de marcação de novas eleições legislativas pelo Presidente Sissoco Embaló?

DSP: A nossa posição é decorrente da nossa interpretação de que a Assembleia Nacional Popular não está dissolvida. E se esses órgãos são eleitos por um período de quatro anos, nós estamos preparados para ter eleições [legislativas] em 2027 e não em 2024.

Este ano, devemos ter eleições, sim, mas eleições presidenciais, porque o atual Presidente tomou posse em fevereiro de 2020 para um mandato de cinco anos, o que significa que o seu mandato chega ao fim em fevereiro de 2025. E como a Constituição dita que o último dia do seu mandato deve ser o dia de empossamento do novo Presidente eleito, decorre daí a nossa expetativa de que as próximas eleições presidenciais sejam marcadas, o mais tardar, para outubro de 2024.

Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco EmbalóFoto: Michel Euler/AP/picture alliance

DW África: Qual a posição do Parlamento Europeu e da União Europeia? Os parlamentares ter-se-ão pronunciado a propósito?

DSP: Todos, unanimemente. Eu penso que os próprios têm feito essas declarações públicas, de serem parceiros da Guiné-Bissau, para nos apoiar a consolidar as instituições democráticas. 

Todos reconhecem que a Assembleia Nacional Popular continua a ser um órgão válido, existente, credível, legitimado nas suas competências, incluindo o próprio presidente da Assembleia Nacional Popular. Isso foi reafirmado pelo Parlamento Europeu na reunião da União Interparlamentar, em Luanda, que teve lugar recentemente.

Nas reuniões da Internacional Socialista, que são presididas pelo chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, essa reafirmação foi feita de forma inequívoca. Infelizmente, nos nossos países que ainda têm esse quadro de instabilidade há a tendência de receber isso quase como uma afronta, neste caso, ao Presidente da República, como uma afronta ao regime instalado.

Não, não é o caso. O que todos os parceiros nos querem dizer é que, para haver um quadro de cooperação, é preciso normalidade institucional. E a normalidade avalia-se em função do cumprimento das normas constitucionais.

DW África: Os partidos MADEM-G15, o PRS e a APU-PDGB estão a mobilizar-se para "salvar a democracia", porque entendem que o clima de tensão está a aumentar. Acha que esta frente única seria uma via para a estabilidade? O PAIGC alinharia nessa estratégia?

DSP: Nós saudamos esse sinal de vivacidade dos partidos, porque a democracia vive desse dinamismo. Nós respeitamos a opinião desses partidos, mas é óbvio que reservamos a nós próprios a avaliação de propostas concretas. Nós precisamos [de as] conhecer, porque o que conhecemos até agora é [apenas] o enunciado de um determinado propósito, que eu penso que todos reconhecerão como coincidente com aquilo que sistematicamente o PAI - Terra Ranka denunciou e pelo qual lutou.

Portanto, se isso quer dizer que os partidos subscrevem essa posição, se estamos alinhados nesses princípios, não há contradição nenhuma em criarmos sinergias nesse sentido.

DW África: Alguns analistas afirmam que Umaro Sissoco Embaló está a sentir-se encurralado. Tem a mesma opinião?

DSP: Eu não vou falar disso hoje. Ontem (27.02) completaram-se quatro anos desde que Umaro Sissoco Embaló assumiu a Presidência da Guiné-Bissau. Estamos numa contagem decrescente para o fim do seu mandato. Nós exigimos desde sempre a reposição da normalidade. Não o conseguimos da forma como pretendíamos que acontecesse. Esperamos que, pelo menos agora, se respeite o fim do mandato, a fixação das eleições, a convocação dessas eleições num quadro de normalidade.

Nós não queremos que qualquer afirmação nossa ou de outra entidade possa servir de pretexto para voltarmos a adiar e comprometer um calendário mais do que estabelecido. O Presidente da República iniciou o mandato no dia 27 de fevereiro, e todo o guineense tem presente que, no dia 27 de fevereiro de 2025, devemos conhecer o novo Presidente da República.

DW África: Como reage às últimas declarações do Presidente da República acusando os órgãos da comunicação social de estarem a fazer o papel da oposição e as ameaças aos ativistas, sobretudo os da diáspora, que comentam sobre a situação política na Guiné-Bissau?

DSP: Eu tenho evitado comentar as afirmações do Presidente, sobretudo estando fora. Eu, exercendo as funções de presidente da Assembleia Nacional Popular, tenho um quadro institucional estabelecido para dizer aquilo que eu penso.

Agora, essa afirmação é claramente um atentado à liberdade de imprensa, à liberdade de organização. E eu só posso admitir que foi realmente uma afirmação infeliz por parte dele.

DW África: São Tomé Príncipe, que detém a presidência rotativa da CPLP, anunciou recentemente o envio de uma missão de bons ofícios para a Guiné-Bissau. O que se pode esperar de uma missão desta natureza?

DSP: É preciso dizer que, enquanto cidadão[s] lusófono[s], todos nós sentimos algum vazio institucional. Essa afirmação foi muito bem acolhida. Criou expetativas. Criou esperanças. Eu espero que a CPLP não deixe morrer essa oportunidade porque isso traria mais um descrédito; não ajudaria na credibilidade.

Não estou a dar lição nenhuma a ninguém, mas estou a afirmar, enquanto político e cidadão da comunidade de países de língua portuguesa, a nossa esperança de ver a nossa organização mais presente, mais ativa e mais dinâmica no acompanhamento da realidade política nos nossos países.

Presidente do Senegal poder-se-ia manter no cargo além do prazo constitucional, facto que ele tinha vindo a descartar.


 RFI Português 

Conferência de Imprensa no âmbito da visita de Estado a Líbia#


  Presidência da República da Guiné-Bissau 

Governo guineense, elegeu como prioridade, direitos da mulher, criança e pessoas com deficiência e impulsionar as reformas estruturas do sistema Judiciário, diz Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos


 Radio TV Bantaba

SAÚDE: Ferver a água da torneira pode eliminar os microplásticos, diz estudo... Cientistas explicam tudo.

© ShutterStock

Notícias ao Minuto   28/02/24 

Hoje em dia, os nano e microplásticos estão, aparentemente, em todo o lado: na água, no solo e no ar. Têm muitos efeitos negativos na saúde, mas existem formas de evitá-los ao máximo e, recentemente, um estudo descobriu que simplesmente ferver (e filtrar) a água da torneira pode ajudar a remover quase 90% destes tipos de plástico. 

Mais especificamente, o estudo revelou que, "à medida que a temperatura da água aumenta com a ebulição da água dura, que é rica em minerais, uma substância calcária conhecida como calcário ou carbonato de cálcio forma uma crosta, conhecida como incrustante, que envolve as partículas de plástico", explicam os cientistas. 

Com o tempo, "estas incrustações acumular-se-iam como o calcário típico, altura em que poderiam ser esfregadas para remover os nano e microplásticos", acrescenta Eddy Zeng, o líder do estudo. Por isso, além de ferver a água, sugere que "quaisquer incrustantes remanescentes a flutuar na água possam ser removidos, passando-a por um filtro simples, como um filtro de café."

Para chegarem a estas conclusões, os cientistas recolheram amostras de água da torneira de Guangzhou, na China, e adicionaram-lhes diferentes quantidades de nano e microplásticos. Todas as amostras foram fervidas durante cinco minutos e deixadas arrefecer. Depois, a equipa mediu o teor de plástico que ficou a flutuar na água. 

Com a experiência, os investigadores conseguiram mostraram que em água com 300 miligramas de calcário por litro até 90 por cento dos plásticos foram eliminados após a fervura. Já em amostras de água com menos de 60 miligramas por litro, concluíram que cerca de 25% dos plásticos foram removidos.


Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau : Gabinete de Presidente...


JUVENTUDE PARA ALTERNANCIA DEMOCRÁTICA (JUADEM) COORDENAÇÃO NACIONAL - COMUINICADO À IMPRENSA

 

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 - COMUNICADO DA COMISSÃO PERMANENTE...


 

Por Malafi Câmara /Florença Iyere