sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

"Guerra aberta". A escalada do conflito entre Hutis e Ocidente... Grupo rebelde ameaça EUA e Reino Unido. "Vão arrepender-se dos ataques" ao Iémen.

© Mohammed Hamoud/Getty Images

Notícias ao Minuto    12/01/24 

Nas últimas horas, os Hutis tomaram conta da atualidade internacional. Após vários avisos, os EUA e o Reino Unido cumpriram e começaram a bombardear alvos relacionados com o grupo rebelde, no Iémen, e estes retaliaram com novos ataques.

Apesar de o conflito se ter intensificado agora, já existe há muitos anos. Os Hutis foram formados para combater a corrupção no Iémen, no entanto, a sua história está intensamente marcada pela luta contra os EUA.

Depois de vários anos em aparente paz, com o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro de 2023, os Hutis, que dizem fazer parte do eixo da resistência (Irão, Hamas e Hezbollah) voltaram ao ataque. Não só contra Israel, como contra os EUA e o Ocidente.

Em 19 de novembro, por exemplo, lançaram 27 ataques com drones e mísseis contra navios comerciais, com ligação a Israel, no Mar Vermelho. Ataques esses que aumentaram em 500% entre novembro e dezembro e obrigaram muitas companhias marítimas a abandonarem a região.

Nesta quinta-feira, depois de vários avisos, os EUA e o Reino Unido bombardearam bases militares do grupo rebelde, localizadas em Sanaa, e as províncias de Hodeidah e Dhamar, o que fez escalar ainda mais o conflito. Pelo menos cinco combatentes dos Hutis terão morrido nos ataques.

Ainda no dia de ontem, os Hutis atacaram navios dos EUA e Reino Unido, que estavam no Mar Vermelho, declarando, como escreveu na rede social X (antigo Twitter) o membro do gabinete político dos Hutis, Ali al Quhom, "guerra aberta" ao Ocidente.

"A batalha será maior e vai além da imaginação e das expetativas dos norte-americanos e dos britânicos. É uma guerra aberta", ameaçou, acrescentando que os EUA e o Reino Unido vão "arrepender-se dos ataques" ao Iémen.

Em comunicado, o presidente dos EUA, Joe Biden, explicou que autorizou o ataque conjunto com o Reino Unido e que contou com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos.

Por sua vez, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, garantiu que os ataques contra as posições dos rebeldes hutis no Iémen foram "limitados, necessários e proporcionais" e em retaliação pelas ofensivas contra navios no mar Vermelho.

Perante a escalada do conflito, a Arábia Saudita pediu contenção e a Rússia uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.



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Ministro do Interior entrega passaporte aos adeptos dos djurtus CAN Costa de Marfim


Radio Voz Do Povo 

EUA e Reino Unido lançam ataque contra os Houthis. Vai o conflito no Médio Oriente alargar-se?

Os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram vários ataques contra posições dos rebeldes Houthis no Iémen. Com o apoio de outros países, vários caças, navios e submarinos dispararam em retaliação aos ataques no Mar Vermelho.

O tenente-general Marco Serronha analisa este caso e explica as implicações no conflito do Médio Oriente.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA RECEBE CUMPRIMENTOS DE ANO NOVO

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló,  recebeu os cumprimentos de Ano Novo das mais altas instituições do Estado, da vida política, religiosa e diplomática do país, nomeadamente: o Executivo, chefias militares, câmara municipal, governadores regionais, instituições judiciais, sociedade civil, entidades religiosas; o sector da arte, cultura, cinema e desporto, funcionários da presidência e por fim, o Corpo Diplomático, organismos Internacionais acreditados e Embaixadores Nacionais

Além de cumprir a tradição, este ritual permitiu às diferentes instituições e sectores da sociedade partilhar com o Mais Alto Magistrado da Nação as perspectivas para o novo ano. O Chefe de Estado, por sua vez, expressou a sua gratidão pelos votos recebidos e reiterou o compromisso de trabalhar em prol do bem-estar e progresso da nação.

Depois dos avisos, EUA e Reino Unido (cumprem e) atacam Hutis no Iémen

© EVELYN HOCKSTEIN/POOL/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto   12/01/24 

O grupo iemenita tem atacado vários navios no Mar Vermelho desde o ano passado. Estados Unidos avisaram esta semana que iria haver consequências se os ataques do grupo apoiado pelo Irão continuassem.

Os Estados Unidos e o Reino Unido começaram a atacar alvos relacionados com os Hutis, no Iémen, de acordo com o que avança, esta quinta-feira, a Reuters. A informação foi confirmada por quatro responsáveis norte-americanos à agência de notícias.

Esta é a primeira vez que ataques são lançados por estes países a este grupo, apoiado pelo Irão. A situação surge depois depois de os Hutis terem atacado já vários navios no Mar Vermelho, desde o final do ano passado.

Um responsável do grupo, Abdul Qader al-Mortada, já confirmou os ataques, de acordo com o que avançam as publicações internacionais. Na rede social X (antigo Twitter), o responsável "confirmou que os dois países lançaram ataques na capital, Sanaa, e nas províncias de Hodeidah, Saada e Dhamar".

EUA  e Reino Unido já tinham deixado aviso

Já esta semana, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, tinha avisado que os ataques deste grupo não podiam continuar. Após uma visita a vários países do Médio Oriente, por forma a perceber qual seria a melhor forma de o conflito não arrastar a nível regional, Blinken foi questionado, durante uma conferência de imprensa, sobre estes ataques. 

Blinken explicou, na terça-feira, que não era do interesse de ninguém ver "uma escalada", mas foi peremptório: "Se as nossas forças forem atacadas ou ameaçadas, tomaremos as medidas adequadas. Vamos responder, vamos protegê-las - já o demonstrámos no passado, e faremos o mesmo se tiver de ser".

  • Blinken deixa aviso a Hutis: "Se continuarem, haverá consequências"

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, deu uma conferência de imprensa depois de viajar por vários países - com os quais falou sobre a guerra no Médio Oriente. Evitar a expansão do conflito a nível regional foi um dos principais assuntos.

Apesar de sublinhar que não se deve especular sobre o futuro, Blinken esclareceu: "Só queremos esclarecer que se estas ações dos Hutis continuarem, haverá consequências".

Esta posição foi reforçada pelo ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, na quarta-feira. Shapps advertiu os rebeldes Hutis que os seus ataques no Mar Vermelho devem parar, acusando ainda o Irão de apoiar as operações dos rebeldes iemenitas.

"É demais. Precisamos deixar claro aos Hutis que [os ataques] têm de parar e enviamos-lhes uma mensagem simples: preparem-se", afirmou Shapps à televisão britânica Sky News.

Já esta quinta-feira, o grupo 'respondeu' aos avisos feitos por estes dois países. O principal líder dos rebeldes Hutis do Iémen, Abdelmalek al-Huti, avisou que qualquer agressão dos EUA contra o movimento xiita apoiado pelo Irão "nunca ficará sem resposta".

"Enfrentaremos a agressão americana. Qualquer agressão americana nunca ficará sem resposta", disse o líder Huti num discurso emitido na televisão.



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ARMANDO COREIA DIAS VULGO N'DINHO NOTIFICADO NA TRIBUNAL REGIONAL DE BISSAU.

 
Fonte: Abel Djassi 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Ucrânia: UE deverá conseguir produzir 1 milhão de munições na primavera

Por sicnoticias.pt

A União Europeia (UE) deverá conseguir produzir um milhão de munições de artilharia "na primavera", mas não a tempo de os Estados-membros conseguirem cumprir o compromisso assumido com a Ucrânia até fim de março, avaliou esta quinta-feira a Comissão Europeia.

Questionada sobre o tema na habitual conferência de imprensa diária do executivo comunitário, a porta-voz para o Mercado Interno, Johanna Bersel, referiu que a produção da indústria europeia de defesa "irá atingir na primavera a meta de capacidade de produção de um milhão de munições por ano".

A porta-voz referiu também não ter dados atualizados sobre o fornecimento de munições à Ucrânia pelos Estados-membros do bloco europeu.

Por seu lado, Peter Stano, um dos porta-vozes comunitários para os Negócios Estrangeiros, referiu que até finais de dezembro os Estados-membros tinham enviado para Kiev "mais de 300 mil munições de artilharia e 3.300 mísseis" dos arsenais nacionais, havendo ainda "mais de 20 contratos-quadro" para aquisição de 180 mil munições adicionais.

Nas mesmas declarações, Peter Stano não se comprometeu com o cumprimento do objetivo de um milhão de munições até fim de março, que o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Defesa, Josep Borrell, já tinha reconhecido ser "difícil de atingir".

O porta-voz salientou ainda que o objetivo político se mantém, defendendo que os 27 do bloco "fizeram o que puderam através dos seus arsenais e fazem o que podem no que respeita a encomendas" para honrar o seu compromisso com Kiev.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.


MINISTÉRIO PUBLICO - ASSUNTO: SOLICITAÇÃO - PROC. A. № 31/GAE/2023

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Cumprimentos do ano novo - Sociedade Civil e Entidades Religiosas

Presidência da República da Guiné-Bissau 

O PAIGC, pela voz da Coligação PAI - Terra Ranka, certamente ignora que levou quase 2 anos para aceitar os resultados da segunda volta das últimas eleições presidenciais na Guiné-Bissau...

Por Fernando Casimiro

O PAIGC, pela voz da Coligação PAI - Terra Ranka, certamente ignora que levou quase 2 anos para aceitar os resultados da segunda volta das últimas eleições presidenciais na Guiné-Bissau, sendo que, o reconhecimento nunca foi confirmado, por via da imposição do próprio PAIGC, para que houvesse, a partir da sua aceitação dos resultados eleitorais das presidenciais, uma cerimónia de tomada de posse do Presidente da República, na Assembleia Nacional Popular, o que obviamente, nunca chegou a acontecer.

O Presidente da República já estava em funções há 2 anos e com reconhecimento nacional e internacional...

Nos dias de hoje é o mesmo PAIGC que está impaciente e volta a insurgir-se contra a Comunidade Internacional e as Organizações Internacionais, face às suas reivindicações por causa da dissolução da Assembleia Nacional Popular e da demissão do Governo no passado dia 04.12.2023. 

O PAIGC (ou a Coligação PAI -Terra Ranka) ignora que o Presidente da República da Guiné-Bissau denunciou à Comunidade Internacional e às Organizações Internacionais, uma tentativa de golpe de Estado entre os dias 30 de novembro e 1 de dezembro de 2023?

O PAIGC (ou a Coligação PAI - Terra Ranka), não sabe que por via do argumento de tentativa de golpe de Estado, a Comunidade Internacional e as Organizações Internacionais dão margem para benefício da dúvida ao Presidente da República, enquanto não forem divulgados oficialmente os resultados das investigações sobre o caso?

Ou seja, o PAIGC (ou a Coligação PAI - Terra Ranka), não sabe que, face a uma alegada associação à tentativa de golpe de Estado do seu Presidente, que é igualmente Presidente da Assembleia Nacional Popular (A dissolução da Assembleia Nacional Popular não impede a subsistência do mandato dos deputados até abertura da legislatura subsequente às novas eleições - Número 2 do Artigo 94.º da Constituição da República da Guiné-Bissau), a prioridade é refutar e confrontar judicialmente a acusação ao seu Presidente?

O PAIGC (ou a Coligação PAI - Terra Ranka), não sabe que na ausência de iniciativas legais e constitucionais para confrontar a veracidade das acusações de tentativa de golpe de Estado a que está associado o seu Presidente, nem a Comunidade Internacional, nem as Organizações Internacionais terão um posicionamento de condenação contra a dissolução da Assembleia Nacional Popular, mesmo sendo um ato inconstitucional, face à inobservância dos limites temporais estabelecidos pela Constituição da República?

O PAIGC (ou a Coligação PAI - Terra Ranka), já se esqueceu do caminho que leva aos órgãos judiciais...?

Afinal, o Dr. Carlos Pinto Pereira faz muita falta ao PAIGC, logo ele que passou a ser uma mais valia para o Presidente da República...

Poderíamos questionar o porquê de, ao Presidente da Assembleia Nacional Popular, alegadamente acusado de estar por trás da suposta tentativa de golpe de Estado (a acusação não é minha), ter sido permitido ausentar-se da Guiné-Bissau, e sem ter qualquer restrição na sua  vida pessoal?

Contudo, sabendo que há inquéritos em curso (oxalá haja limite temporal legal para o fim dos inquéritos e a transição para a justiça da alegada tentativa de golpe de Estado e dos envolvidos, diretos ou indiretos), até se compreende o direito à presunção de inocência sobre o Presidente da Assembleia Nacional Popular e a inexistência de qualquer medida de coação à sua pessoa, em concreto, e à sua liberdade de pensamento e ação. 

Didinho 11.01.2024

BRASIL: Lula nomeia novo ministro da Justiça (que ajudou a libertá-lo da prisão)

© REUTERS/Adriano Machado

Notícias ao Minuto   11/01/24 

Lewandowski tomou decisões que contribuíram para libertar Lula da prisão depois de ter sido condenado em 2019 por aceitar subornos de empresas de engenharia em escândalo de corrupção.

O presidente do Brasil, Lula da Silva, nomeou esta quinta-feira o antigo juiz do Supremo Tribunal, Ricardo Lewandowski, como o novo ministro da Justiça do Brasil.

Lewandowski, de 75 anos, foi nomeado por Lula para o Supremo Tribunal em 2006 e ocupou o cargo até atingir a idade de reforma no ano passado, reporta a agência Reuters.

"Ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com esta dupla que está ao meu lado, cada um na sua função", disse Lula, durante o anúncio feito hoje, no Palácio do Planalto.

O ex-juiz, que vai assumir o cargo já no dia 1 de fevereiro, estará sob pressão para combater a perceção de que Lula não está a conseguir combater o aumento da criminalidade violenta no país.

No Ministério da Justiça, Lewandowski vai substituir Flávio Dino, que foi nomeado por Lula para integrar a mais alta corte do país em dezembro. Este último irá assumir a vaga da ex-ministra Rosa Weber, no Supremo Tribunal Federal, a 22 de fevereiro.

Fico feliz porque o Lewandowski deixou a cadeira do STF, após anos de contribuição na Suprema Corte, e vai assumir o lugar do companheiro Flávio Dino, em 1° de fevereiro. Ganha o Ministério da Justiça e Segurança Pública com o Lewandowski, ganha a Suprema Corte com Flávio Dino e…

— Lula (@LulaOficial) January 11, 2024

De recordar que Lewandowski presidiu o julgamento de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado, a sucessora escolhida por Lula para substituí-lo após o fim do seu segundo mandato como presidente.

Dilma foi afastada do cargo em 2016 sob acusação de violar leis fiscais ao utilizar fundos de bancos estatais para cobrir défices orçamentais.

Lewandowski tomou decisões que contribuíram para libertar Lula da prisão depois de ter sido condenado em 2019 por aceitar subornos de empresas de engenharia em escândalo de corrupção.

A condenação de Lula foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal em 2021, quando a maioria dos ministros, incluindo Lewandowski, confirmou a decisão de que o tribunal federal de primeira instância - onde Lula foi julgado - não tinha jurisdição no caso.

Após 580 dias na prisão, Lula foi libertado e derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.


Cumprimentos do novo ano - Corpo Diplamático, Consular e Organismos Internacionais acreditados e Embaixadores Nacionais.



 Presidência da República da Guiné-Bissau 

Cumprimentos do novo ano - Funcionarios da Presidencia da República


 Presidência da República da Guiné-Bissau 

Cumprimentos do novo ano: Arte, Cultura , Cinema e Desportos em cumprimento do novo ano ao P R General Umaro Sissoco Emabolo.



 Presidência da República da Guiné-Bissau 

Cumprimentos do novo ano: Poder judicial no cumprimento do novo ano ao Chefe de Estado General Umaro Sissoco Embalo.

Grande parte da guerra entre Israel e o Hamas está a ser travada debaixo da terra. E agora, pela primeira vez, a CNN teve acesso aos túneis capturados do Hamas, o local onde alguns dos reféns foram mantidos no subsolo em Khan Younis.

Exclusivo: a CNN no labirinto de túneis do Hamas em Khan Younis 

Grande parte da guerra entre Israel e o Hamas está a ser travada debaixo da terra. E agora, pela primeira vez, a CNN teve acesso aos túneis capturados do Hamas, o local onde alguns dos reféns foram mantidos no subsolo em Khan Younis. 

O enviado especial Nic Robertson fez a reportagem acompanhado pelas Forças de Defesa Israelitas. No entanto, a CNN não submeteu as suas imagens às forças israelitas e manteve o controlo editorial.

Cumprimentos do novo do poder executivo, chefias militares, Câmara Municipal de Bissau e Governadores Regionais ao PR General Umaro Sissoco Embalo.


 Presidência da República da Guiné-Bissau 

Tribunal Internacional inicia julgamento de acusação de genocídio em Gaza

© Lusa

POR LUSA  11/01/24  

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) começa hoje a julgar o caso apresentado em 29 de dezembro pela África do Sul contra Israel, que acusa de genocídio na Faixa de Gaza.

Quinze juízes vão nesta primeira audiência do principal órgão judicial da ONU ouvir a argumentação sul-africana, que defende ainda que o TIJ decrete medidas de emergência, incluindo ordenar que Israel cesse imediatamente as operações militares, bem como todos os "atos genocidas" descritos no pedido.

A África do Sul alega que dado o "dano contínuo, extremo e irreparável sofrido pelos palestinianos em Gaza", se impõe essa medida complementar.

Em causa está a reação israelita aos atos perpetrados pelo movimento islamita Hamas em 07 de outubro de 2023, na sequência de um ataque maciço daquele movimento extremista que incluiu o lançamento de foguetes e a infiltração simultânea de milhares de milicianos que massacraram cerca de 1.200 pessoas e raptaram outras 250 em colonatos judaicos nos arredores da Faixa de Gaza.

Desde então, o exército israelita lançou uma forte ofensiva aérea, terrestre e marítima no enclave palestiniano, onde, para além dos mortos e feridos, cerca de dois milhões de pessoas, a maioria da sua população, sofrem uma crise humanitária sem precedentes, com o colapso dos hospitais, o aparecimento de epidemias e a escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

A contestação e defesa de Israel está marcada para sexta-feira.

Na apresentação do caso, Pretória enfatiza em 84 páginas a obrigação de todos os Estados Partes - onde se incluem África do Sul e Israel - da Convenção de 1948, de tomar "todas as medidas razoáveis ao seu alcance para prevenir o genocídio".

Como tal, instou o Tribunal a reconhecer que Israel violou esta obrigação.

Na sequência da queixa sul-africana, Israel condenou e rejeitou a alegação de genocídio, que classificou de "repugnante", tendo dois dias depois o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusado as autoridades sul-africanas de "espalharem mentiras".

Os Estados Unidos opuseram-se à iniciativa sul-africana, qualificando-a de "contraproducente e completamente desprovida de base factual", mas a causa é apoiada por outros países.

O executivo sul-africano tem sido historicamente um forte apoiante da causa palestiniana e o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) tem frequentemente associado a causa à sua própria luta contra o regime segregacionista do 'apartheid' (1948-1994) na África do Sul.


Leia Também: O primeiro-ministro israelita repetiu hoje que Israel não pretende deslocar civis da Faixa de Gaza nem ocupar a região, poucas horas antes do julgamento do país por genocídio num tribunal internacional em Haia, noticiou hoje a imprensa internacional. 


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