JORNAL ODEMOCRATA 15/11/2022
O líder do Movimento Democrático Guineense (MDG), Silvestre Alves, considerou esta terça-feira, 15 de novembro de 2022, “encomendada” a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em extinguir 28 partidos políticos, por essa decisão ser “dois pesos e duas medidas”.
Em entrevista aos jornalistas na sua residência para reagir a decisão do Supremo Tribunal de Justiça que extinguiu 28 partidos políticos, incluindo o seu partido, Alves afirmou que a democracia guineense é uma “farsa comprometida”, devido aos espantados que querem protagonismos por via da força, querem ter dinheiro pela facilidade e drogas.
Disse também que a sua formação política tem dificuldade em aceitar o despacho do STJ, porque a Lei quadro dos partidos políticos tratou-se de vários aspetos, mas “infelizmente viram o STJ preocupar-se mais com o número dos militantes em vez de se preocupar com a proveniência dos fundos”.
Silvestre Alves disse que não vale a pena continuar com partido que acarreta encargos, mas sim continuar como cidadão, fazendo o seu dever. Adiantou que é preciso fazer uma revolução radical com métodos, refundando o Estado guineense, caso contrário o país vai ter pessoas espantadas como comerciantes, negociantes, narcotraficantes para dirigir Estado sem capacidade.
O político assegurou que o Supremo Tribunal de Justiça não tem uma Lei de aplicação, mas a lei quadro é uma espécie de lei de base que precisa de uma lei de aplicação para definir qual é a periodicidade que o STJ deve verificar, adiantando que a medida tomada pela corte Suprema não levou em consideração os resultados eleitorais, porque a sua formação política teve mais de dois mil votos que ultrapassou o número que está a ser exigido, mesmo não concorrendo em todos os círculos eleitorais.
Alves disse que se as eleições marcadas para 18 de dezembro estão comprometidas, por isso não faz sentido exigir os partidos para apresentar a lista dos seus militantes.
“Não faz sentido, ou seja, perde pertinência o despacho produzido no mês de setembro último, se afinal de contas as eleições vão ser adiadas. Quanto mais próximo for as eleições, podíamos dizer que o número dos militantes apresentados pelos partidos é tendencialmente fiel para chegar ao ato eleitoral, não é oito meses antes, porque tudo leva a crer que as eleições não serão realizadas antes do mês de maio, mas o Supremo já começa a inviabilizar ou extinguir partidos”, sublinhou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A