O acto contou com a presença dos membros de governo e perceiros do sector de Ambiente.
Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló /radiobantaba
O acto contou com a presença dos membros de governo e perceiros do sector de Ambiente.
Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló /radiobantaba
Após a audiência, o Chefe de Estado anunciou à imprensa que o Juiz Conselheiro Ladislau Clemente Embassa vai substituir o saudoso Venerando Augusto Mendes falecido há 3 meses.
Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló
▲Os rácios mais elevados da dúvida pública em relação ao PIB foram registados, no segundo trimestre, na Grécia (207,2%), em Itália (156,3%) e em Portugal (135,4%)
Portugal apresenta a terceira maior dívida pública entre o Estados-membros da União Europeia, apenas atrás da Grécia e de Itália, segundo dados do Eurostat.
O rácio da dívida pública situou-se, no segundo trimestre, nos 98,3% do PIB na zona euro e nos 90,9% na União Europeia (UE), mantendo Portugal o terceiro maior entre os Estados-membros (135,4%), segundo o Eurostat.
A zona euro apresentou, entre abril e junho, um peso da dívida pública de 98,3% do Produto Interno Bruto (PIB), um recuo face aos 100% do trimestre anterior, mas acima dos 94,4% homólogos.
Na UE a dívida pública foi, no segundo trimestre, de 90,9% do PIB, um recuo em cadeia (98,3%) mas uma aceleração homóloga (87,2%).
Tanto para a zona euro como para a UE, explica o Eurostat, o declínio do rácio da dívida pública no final do segundo trimestre deveu-se à recuperação do PIB ligada à retoma económica, tendo a dívida continuado a aumentar para financiar as medidas postas em prática para mitigar o impacto económico e social da pandemia da Covid-19.
Os rácios mais elevados da dúvida pública em relação ao PIB foram registados, no segundo trimestre, na Grécia (207,2%), em Itália (156,3%) e em Portugal (135,4%) e os mais baixos na Estónia (19,6%), na Bulgária (24,7%) e no Luxemburgo (26,2%).
A dívida pública portuguesa teve a quarta maior descida (-3,7 pontos percentuais) em cadeia e a quarta maior subida (9,1 pontos), entre os Estados-membros, quando comparada com o segundo trimestre de 2020.
Face ao trimestre homólogo, entre abril e junho, 24 Estados-membros viram o peso da dívida aumentar em relação ao PIB, com os maiores avanços a serem registados na Grécia (15,9 pontos percentuais), em Espanha (12,5 pontos), em Malta (10,8 pontos) e em Portugal (9,1 pontos).
Três países viram a dívida pública recuar face ao segundo trimestre de 2020: Irlanda (-3,1 pontos percentuais), Dinamarca (-1,5 pontos) e Países Baixos (-0,8 pontos).
“Como é do conhecimento do público em geral, infelizmente perdemos o nosso irmão que ocupava aquele cargo, e que era um distinto magistrado, um homem de bem Venerando Juíz Conselheiro, Augusto Mendes”, salientou.
Embaló informou ainda que o Ladislau Embassa vai concluir o mandato do referido malogrado e depois começar o seu,em cumprimento das regras da UEMOA .
O Chefe de Estado desejou tudo de melhor ao Embassa, aconselhando a desempenhar as suas novas funções no tribunal de oito estados membros com dignidade, competência e zelo.
Ladislau Embassa, ao usar de palavra, disse que é uma função de muita responsabilidade porque para além de ser um juíz de Tribunal de UEMOA também tem a responsabilidade de representar a imagem do país.
Disse que está consciente dessas responsabilidades e prometeu dar o seu máximo para dignificar a função normal de um juíz dessa organização e a imagem da Guiné-Bissau.
Prometeu ainda trabalhar com independência e isenção necessária fazendo com que as leis da UEMOA sejam cumpridas pelos Estados membros, empresas e cidadãos.
São membros da UEMOA - União Económica e Monetária Oeste Africana, o Burquina-faso, Benin, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Niger, Senegal e Togo.
Trata-se Yoyo João Correia e João Domingos da Silva.
Em atualização....© Getty Imagens
Notícias ao Minuto 21/10/21
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que a Rússia está a considerar em retirar os talibãs da lista de organizações terroristas, embora esclarecendo que deve ser a Organização das Nações Unidas (ONU) a dar o primeiro passo.
Durante o seu discurso na reunião anual do clube de debates Valdai, em Sochi, Putin enfatizou que Moscovo "está a dirigir-se nessa direção".
"Todos esperamos que essas pessoas, os talibãs, que agora -- sem dúvida -- controlam a situação no Afeganistão, façam com que a situação evolua positivamente", adiantou.
No caso de os talibãs cumprirem as promessas -- governo inclusivo, respeito pelos direitos humanos, luta contra o terrorismo e o tráfico de drogas --, Moscovo "vai tomar a decisão sobre sua retirada da lista de organizações terroristas".
No entanto, Vladimir Putin especificou que "essas decisões são tomadas na ONU".
Em 2003, a Rússia baniu os talibãs, embora tenha recebido representantes do movimento radical islâmico várias vezes antes de assumir o poder em Cabul em agosto passado.
Putin destacou que a Rússia colabora com os talibãs e lembrou que os convidou a comparecerem, na quarta-feira, em Moscovo, numa conferência internacional, pedindo à ONU que convocasse uma reunião para ajudar o Afeganistão.
"Para que a normalização prossiga no ritmo certo, é claro, é preciso ajudar o Afeganistão a restabelecer a sua economia", atentou.
O chefe de Estado russo ressalvou que o Kremlin sabe que os talibãs estão a tentar "livrar-se" de elementos radicais em território afegão, "incluindo o Estado Islâmico [grupo 'jihadista']".
Todavia, Putin também estimulou os talibãs a estabelecerem relações com todos os grupos étnicos, políticos, sociais e religiosos do país da Ásia Central e recordou as importantes minorias tajiques e uzbeques.
"Gostaríamos que fossem concertados compromissos aceitáveis e que as questões não fossem resolvidas apenas com a ajuda das armas, como nos últimos tempos, e que os interesses das mulheres fossem respeitados", realçou.
Por sua vez, Putin considerou "correta" a decisão do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, de retirar as suas tropas do Afeganistão.
"É claro que, de uma forma ou de outra, isso vai afetar a confiança nos EUA, principalmente dos países que os veem como aliados. Mas acho que o tempo vai passar e tudo voltará ao seu lugar", sustentou.
Vladimir Putin disse ainda que certamente Joe Biden desconhecia os detalhes da retirada, mas estava ciente das repercussões políticas dessa decisão em Washington.
"Não obstante, tomou essa decisão, assumiu a responsabilidade", acrescentou.
O reconhecimento dos talibãs, que advertiu que o isolamento do Afeganistão é contraproducente, foi abordado na conferência internacional em Moscovo, na qual os participantes pediram ao movimento radical islâmico que cumprisse a maior parte dos compromissos assumidos com a comunidade internacional".
O governo provisório dos talibãs não inclui mulheres e é composto principalmente por religiosos do grupo étnico pastó, a maioria entre os fundamentalistas.
Rádio Jovem Bissau
O Governo ordenou esta Quinta-feira (21.10.2021) a extinção do matadouro de porco improvisado ao lado do aeroporto internacional Osvaldo Viera, alegando ser motivo de frequentes colisões de aves (abutres) com aviões no aeroporto e arredores.
Em declarações à imprensa após o encontro mantido esta Quinta-feira com os proprietários do referido matadouro, o ministro da administração territorial e poder local Fernando Dias, diz que o governo não pode permitir conflito com os operadores económicos que atuam no país.
"Podemos resolver esta situação internamente, pedimos os nossos irmãos que desloquem mais rápido até segunda-feira para outra localidade apropriada, porque se a situação continuar, o nosso aeroporto pode correr risco de ser interditado, caso as companhias aéreas sentirem-se inseguras com a situação e queixarem junto à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), alegando a falta de condições do aeroporto, a organização poderá tomar medidas de interdição do aeroporto" disse Dias.
Em representação dos abatedores e comerciantes de carne do matadouro em causa, Augusto Sá, disse que compreenderam a situação, mas esperam apoio do executivo para as suas deslocações.
Administrador do sector de Safim, Libáno Gomes Dias, garante que a sua administração vai colaborar com a câmara municipal de Bissau, para poderem encontrar um espaço adequado para a continuidade das suas actividades comercias.
A transportadora aérea portuguesa (TAP) tem sido a principal vítima dos abutres mais de duas vezes devido a colisão com os mesmos.
De acordo com o governo a transferência do matadouro que fica a escassos metros do aeroporto internacional Osvaldo Viera, deve-se a frequentes colisões de aves com aviões, no aeroporto e arredores na sequência de abutres pousarem lá para aproveitarem restos de carne, o prazo dado pelo executivo termina já na próxima segunda-feira (25.10.2021) embora sem um local específico para continuidade da atividade dos mesmos.
De salientar que em diversas ocasiões, em 2018 a Organização da Aviação Civil Internacional chamou atenção as autoridades nacionais param a necessidade de serem adotadas medidas que garantissem segurança no aeroporto, sob pena de lhe ser retirado o estatuto internacional.
Por: Mamadi Sene Sissé
A Embaixada da República da Guiné-Bissau em Cabo Verde informa à todos os seus cidadãos residentes em Cabo Verde que no seguimento da decisão do Governo de Cabo Verde em aprovar no passado dia 17 de Setembro o Diploma que estabelece o regime excepcional de regularização extraordinária aos cidadãos da CEDEAO e de CPLP, esta Missão Diplomática abriu um Gabinete do Núcleo de apoio e assessoria aos guineenses, que já começou a funcionar na Embaixada desde Segunda-feira, dia 18 de Outubro.
O objectivo do Gabinete que passará a funcionar 24h por dia é prestar apoio e assessoria aos cidadão guineenses residentes em Cabo Verde no que tange ao processo de regularização
Com este pojecto, os utentes terão melhor acompanhamento e mais suporte para resolverem os problemas ligados à residência.
Para mais informações, favor contactar os serviços da Embaixada através dos contactos disponíveis em anexo ou dirigir-se às instalações da Embaixada sita em Meio Achada Santo António.
De 22 de Outubro a 5 de Novembro de 2021, a equipa médica " saúde Sabe Tene" estará no país, mais concretamente no HNSM, com 49 profissionais de várias especialidades, para fazer consultas e cirurgias de doentes urgentes, rastreio de cancro da mama, workshop sobre patologia mamária entre outras atividades.
# Tudo para o bem do povo guineense #
Hospital Nacional Simão Mendes
Um avião da TAP Air Portugal ficou retido nesta terça-feira, dia 19 de outubro, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, na cidade de Bissau, devido a um incidente resultante da ingestão de uma ave de grande porte por um dos motores da aeronave, o que na gíria aeronáutica se denomina por bird strike ou colisão com pássaros, confirmaram ao ‘Newsavia’ fontes aeronáuticas na capital da República da Guiné-Bissau.
A aeronave, um Airbus A321neo, matrícula CS-TJI, fazia o voo TP1477, entre Lisboa e Bissau. O avião descolou pelas 17h43 locais da capital portuguesa e o incidente terá acontecido momentos antes da aterragem na capital da República da Guiné-Bissau, que se verificou pelas 20h35 locais. Desconhecem-se outros pormenores. O aparelho e os passageiros que deveriam embarcar para Lisboa no voo de regresso, ficaram retidos em Bissau. A TAP alojou os seus clientes e tripulantes em hotéis da cidade, onde aguardam novas notícias da companhia.
A TAP deverá escalar um outro avião para Bissau, que deverá chegar nesta quarta-feira à capital guineense, com uma equipa técnica para avaliar a situação e decidir sobre uma eventual reparação por técnicos da companhia. Este avião, como tem acontecido em ocasiões anteriores, embarcará os passageiros que ficaram retidos na Guiné-Bissau.
Esta é a quarta vez, desde 24 de setembro passado, que um avião da TAP Air Portugal fica retido em Bissau devido a avaria. Três vezes devido a bird strikes e outra, que ocorreu na semana passada, devido a um problema hidráulico. São situações imprevistas e desagradáveis, cuja culpa não pode ser assacada à companhia, que têm ocorrido com frequência e que têm custos para a empresa, além dos constrangimentos que causam aos passageiros.
Desde há algum tempo que diversas pessoas, em Bissau, têm chamado a atenção das autoridades nacionais da aviação para a existência de uma indústria de abate de suínos localizada a poucos metros de uma das cabeceiras da pista do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, próximo da estrada que segue para norte da cidade. A sua existência, denunciada sobretudo através das redes sociais, tem trazido para junto do aeroporto bandos de abutres que são uma ameaça ao tráfego aéreo. Uma situação agravada pela existência de uma lixeira municipal a cerca de seis quilómetros do aeroporto.
A TAP tem sido a principal vítima dos abutres, nomeadamente por voar à noite, com menor visibilidade para controlar essa ameaça, comentaram fontes aeroportuárias contactadas pelo ‘Newsavia’.
A foto de abertura é de arquivo e mostra um Airbus A320 da TAP estacionado em Bissau, no passado dia 24 de setembro, quando também sofreu um bird strike no Aeroporto Osvaldo Vieira. Foto © Albano Barai.
A vigília que deveria ter lugar esta quarta-feira ficou interrompida por um grupo de Polícias e de Guarda Nacional de sector de Catió, que alegaram Ordem superior para interromper a manifestação, que segundo eles não está autorizada.
Os técnicos de saúde estão em greve decretado por União Nacional dos Trabalhadores da Guiné UNTG central sindical a mais de 09 meses, exigindo do governo a melhoria das condições do trabalho, pagamento das dívidas, efectivação dos técnicos, aprovação de carreira dos técnicos de saúde entre outros pontos constantes no caderno reivindicativo entregue ao patronato.
Fonte: LT
O gabinete jurídico da União Nacional dos Trabalhadores, (UNTG) denunciou esta terça-feira que, alguns profissionais da saúde pública estão a ser ouvidos nas instalações da Polícia Judiciária (JP), em Bissau, na sequência de uma queixa-crime instaurada pelo governo.
Em causa está a paralisação por completo de todos os serviços da saúde pública a nível nacional, nos dias 21 e 22 do mês passado, situação que provocou uma tensão pública e perda de vidas humanas.
A informação, foi transmitida aos jornalistas por um dos membros do gabinete jurídico da UNTG, Erineu Domingos Nancassa.
"Já assistimos algumas audições, mas como é um processo deve haver ainda alguns elementos para atribuir a culpa afim de tomarem qualquer medida. Mas podemos afirmar que não existe nenhum elemento que pode culpar qualquer profissional, porque a greve é um direito que assiste um funcionário perante a lei da nação. Por isso, quero pedir a todos os profissionais que foram notificados para ficarem tranquilos", disse.
Domingos Nancassa falava em conferência de imprensa semanal da UNTG, com o objetivo de atualizar a situação da greve geral na função pública do país.
Na ocasião, o vice-secretário geral da UNTG, Yasser Turé, disse que o atual executivo não está na altura de garantir o bem-estar social básico aos cidadãos, por isso quer assassinar a liberdade sindical.
"Este governo de subsídio bilionário criou uma situação sócio política catastrófica e, é impensável pensar que a UNTG irá ficar de silêncio e ser um cúmplice desta situação", sublinhou Yasser Turé.
Perante toda esta situação, o sindicalista anunciou que no próximo mês de Novembro, a UNTG vai desencadear uma manifestação radical com vista a exigir do executivo o cumprimento das suas obrigações.
Importa referir que, na sequência da paralisação que decorreu no mês passado, o Presidente da República, Úmero Sissoco Embaló garantiu que haverá consequências para os responsáveis da referida ocorrência.
Neste sentido, o Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, ordenou que sejam abertos inquéritos para apurar eventual responsabilização criminal de líderes sindicais.
Há quase um ano que persiste a paralisação na função pública do país e a situação parece não ter um fim, devido o comportamento do executivo.
© Shutterstock
Por ANA RITA REBELO Notícias ao Minuto 20/10/21
O Lifestyle ao Minuto falou com o médico Almeida Nunes, especialista em Medicina Interna no Hospital Lusíadas Lisboa, para perceber as respostas que existem em Portugal para o tratamento da dor crónica.
Somos dos países onde o consumo de medicamentos analgésicos opióides aumenta de ano para ano. A preocupação com estes fármacos, obtidos a partir do ópio e que são usados para disfarçar uma dor que teima em não desaparecer, não é de agora, mas a discussão - que tem estado engavetada - ainda só está a aquecer.
Almeida Nunes, especialista em Medicina Interna no Hospital Lusíadas Lisboa, considerou, em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, que é preciso avaliar se está a haver uma prescrição adequada desta classe de medicamentos. Ainda assim, perante a dor, o médico é perentório: "É para tratar e ser erradicada".
Devemos encarar a dor crónica como uma doença ou como um sintoma?
Depende do 'timing'. Isto porque depois de três meses deixa de ser sintoma passando a ser considerada uma doença. Contudo, também é um sintoma e extraordinariamente importante. É talvez o sintoma mais comum que o ser humano refere e aquele que é um dos menos bem tratados. Mas independentemente disso, devemos encarar a dor crónica como uma situação a tratar. É um sintoma normalmente inserido numa outra doença, para o qual temos de estar muito atentos, pois é um sinal de alerta do nosso corpo.
Almeida Nunes © DR |
Um doente com dor crónica é uma pessoa que tem baixa qualidade de vida e, portanto, não faz normalmente as tarefas que deveria executar no seu dia-a-dia e isto acarreta, digamos, um humor depressivo
Quais os fatores de risco e principais sintomas?
A dor tem muito de subjetividade, isto é, não é igual para todos. Há pessoas com um linear muito superior à dor e outras com inferior. Daí que tenhamos de adaptar a realidade da dor a cada caso. Os fatores de risco que pode acarretar são muitos, quer na esfera física como na psíquica. E na esfera física o fator de risco ou de consequência mais importante é a impotência funcional, porque obviamente quem vive com dor crónica na coluna ou no joelho tem dificuldade de mobilidade.
Em termos psicológicos, a dor é um fator determinante e importante para uma certa depressividade: um doente com dor crónica é uma pessoa que tem baixa qualidade de vida e, portanto, não faz normalmente as tarefas que deveria executar no seu dia-a-dia e isto acarreta, digamos, um humor depressivo.
Quais são as queixas mais frequentes dos doentes?
Além da própria dor em si, o mau estar. Isto é, o indivíduo sentir que não consegue fazer a sua vida normal, que não tem mobilidade, não consegue exercer as suas tarefas… Sentem uma impotência funcional que determina e, naturalmente, a tristeza e o sentimento de incapacidade.
Julgo que o Serviço Nacional de Saúde está devidamente capacitado para responder a esta situação, quer na sua forma aguda como na sua forma crónica
De que forma é que a dor aguda pode ser controlada?
A dor, seja aguda, crónica ou subaguda, deve ser sempre controlada porque, hoje, já assiste ao doente o direito de viver sem dor. Mesmo um indivíduo com dor aguda, por exemplo, uma cólica renal, obviamente tem de ser tratado e nós, médicos temos atualmente meios farmacológicos e outros capazes de tratar a dor. Portanto, a dor é para tratar, para ser erradicada.
E quando não é tratada de modo adequado?
Há várias consequências para o doente com dor crónica não controlada. Uma mulher com fibromialgia, por exemplo, se tiver um episódio de dor, pode ficar impedida de sair naquele dia para jantar e, portanto, isto é uma limitação muito grande do movimento, da liberdade, do indivíduo e que acarreta muitas vezes um mau estar do ponto vista psicológico, com depressão e ansiedade associadas. E é evidente que um indivíduo deprimido e ansioso não tem um desempenho cognitivo que deveria ter. Portanto, uma coisa acarreta a outra.
Portugal é um dos países da Europa onde mais se prescreve determinado tipo de fármacos, nomeadamente anti-inflamatórios, mas nem sempre terão o seu papel
Que tipo de respostas é que o sistema nacional de saúde consegue oferecer aos doentes?
Julgo que o Serviço Nacional de Saúde está devidamente capacitado para responder a esta situação, quer na sua forma aguda como na sua forma crónica. Muitas vezes, um doente com dor crónica é um doente de foro oncológico e, como sabemos, existem não só hospitais de dia que dão resposta a esta situação, mas também consultas de especialidade. Nos grandes centros hospitalares existem consultas vocacionadas para a dor. De recordar que Portugal é um dos países da Europa onde mais se prescreve determinado tipo de fármacos, nomeadamente anti-inflamatórios, mas nem sempre terão o seu papel.
Eu próprio, tenho isto na minha prática clínica, temos duvidado muito a nossa orientação terapêutica no sentido dos fármacos opioides. Não só pela sua capacidade superior de erradicação da dor como também pelo facto de terem menos iatrogenia, ou seja, menos efeitos colaterais indesejáveis, nomeadamente a nível renal, cardiocirculatório e também do aparelho digestivo. Vivemos numa época em que existe a necessidade de repensar no lugar que estes fármacos têm no arsenal terapêutico, incluindo no tratamento da dor crónica.