terça-feira, 29 de outubro de 2024

EUA: Os eleitores norte-americanos aproximam-se das eleições presidenciais com profunda inquietação sobre o que se poderá seguir, incluindo o potencial de violência política, tentativas de anular resultados e implicações mais amplas para a democracia, segundo nova sondagem.

© Reuters   Por Lusa  29/10/24 

 EUA temem violência pós-eleitoral e esforços para anular resultados

Os eleitores norte-americanos aproximam-se das eleições presidenciais com profunda inquietação sobre o que se poderá seguir, incluindo o potencial de violência política, tentativas de anular resultados e implicações mais amplas para a democracia, segundo nova sondagem.

As conclusões da sondagem, conduzida pelo Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos da agência noticiosa Associated Press-NORC, falam de preocupações persistentes sobre a fragilidade da democracia mais antiga do mundo, quase quatro anos após a recusa do ex-presidente Donald Trump em aceitar os resultados das eleições de 2020 e que inspirou uma multidão dos seus apoiantes para invadir o Capitólio dos Estados Unidos. 

Cerca de quatro em cada 10 eleitores registados dizem estar "extremamente" ou "muito" preocupados com as tentativas violentas de anular os resultados após as eleições de novembro.

Um número semelhante está preocupado com esforços legais para o fazer e cerca de um em cada três eleitores diz estar "extremamente" ou "muito" preocupado com as tentativas dos responsáveis eleitorais locais ou estaduais de impedir a finalização dos resultados.

Relativamente poucos eleitores -- cerca de um terço ou menos -- estão "não muito" ou "nem um pouco" preocupados com o facto de isso acontecer.

As amplas tentativas de Trump de rejeitar a vontade dos eleitores e de se manter no poder após a sua derrota em 2020 levaram a preocupações de que voltaria a não ceder caso venha a perder para a vice-presidente, Kamala Harris.

Quase nove em cada 10 eleitores disseram que o perdedor da eleição presidencial é obrigado a ceder assim que todos os estados terminarem a contagem dos seus votos e os processos legais sejam resolvidos, incluindo cerca de oito em cada 10 republicanos. Mas apenas cerca de um terço dos eleitores espera que Trump aceite os resultados e conceda o resultado caso perca.

Democratas e republicanos têm opiniões muito divergentes sobre o assunto: cerca de dois terços dos republicanos pensam que Trump cederia, em comparação com cerca de um em cada 10 democratas.

A mesma preocupação não se aplica a Harris. Quase oito em cada 10 eleitores disseram que a democrata aceitará os resultados e concederá se perder as eleições, incluindo uma sólida maioria de eleitores republicanos.

Os membros de ambos os partidos têm amplas preocupações sobre o desempenho da democracia americana, dependendo do resultado das eleições de novembro.

No geral, cerca de metade dos eleitores acredita que Trump enfraqueceria "muito" ou "um pouco" a democracia nos EUA se ganhasse, enquanto cerca de quatro em cada 10 disseram o mesmo de Harris.

Não é de estranhar que os americanos estivessem profundamente divididos em termos ideológicos. Cerca de oito em cada 10 republicanos disseram que outro mandato para Trump fortaleceria a democracia "muito" ou "um pouco", enquanto uma parte semelhante de democratas disse o mesmo sobre a presidência de Harris.

Cerca de nove em cada 10 eleitores de cada partido disseram que o candidato adversário provavelmente enfraqueceria a democracia, pelo menos "um pouco", se fosse eleito.

Parte do que divide os eleitores quanto às suas opiniões sobre a democracia americana é o ataque de 06 de janeiro ao Capitólio dos EUA e quem é o culpado. Os democratas e os independentes têm muito mais probabilidades do que republicanos de atribuir "muita" ou "bastante" responsabilidade a Trump.

As opiniões sobre o ataque de 06 de janeiro não são as únicas em que os eleitores se dividem em termos ideológicos. Seguindo o exemplo de Trump, a maioria dos republicanos afirma que Biden não foi legitimamente eleito. Quase todos os democratas e cerca de sete em cada 10 independentes acreditam que Biden foi legitimamente eleito.

A campanha presidencial deste ano destacou um aspeto do sistema político americano que alguns consideram antidemocrático -- a utilização do Colégio Eleitoral para eleger o Presidente em vez do voto popular. Trump e Harris concentraram os seus eventos de campanha e publicidade em sete estados decisivos que representam apenas 18% da população do país.

Cerca de metade dos eleitores pensa que a possibilidade de um candidato se tornar Presidente ao vencer o Colégio Eleitoral, mas perder o voto popular, é um "grande problema" nas eleições nos EUA.

O inquérito a 1.072 adultos foi realizado de 11 a 14 de outubro de 2024, utilizando uma amostra extraída do painel 'AmeriSpeak' baseado na probabilidade do NORC, da Universidade de Chicago. A margem de erro é de mais ou menos 4,2 pontos percentuais.


Guiné-Conacri : O regime militar da Guiné anunciou a dissolução de dezenas de partidos políticos e a colocação de dois grandes movimentos da oposição sob vigilância.

© Por Lusa    29/10/24  

 Regime militar da Guiné-Conacri dissolve dezenas de partidos políticos

O regime militar da Guiné anunciou a dissolução de dezenas de partidos políticos e a colocação de dois grandes movimentos da oposição sob vigilância.

A dissolução de 53 partidos políticos e a vigilância obrigatória de outros 54 durante três meses foi anunciada pelo Ministério da Administração Territorial e Descentralização, na segunda-feira à noite.

As medidas foram tomadas com base numa avaliação de todos os partidos políticos, iniciada em junho, que pretendia "limpar o tabuleiro de xadrez político", acrescentou.

Os movimentos que vão ficar sob observação durante três meses vão poder operar normalmente, mas deverão resolver as irregularidades apontadas no relatório.

Estes partidos incluem a Reunião do Povo Guineense, do antigo presidente Alpha Condé, deposto pelos militares em 2021, e a União das Forças Democráticas da Guiné.

As autoridades afirmaram que os partidos sob observação não realizaram o congresso partidário dentro do prazo e não forneceram extratos bancários, entre outras questões.

O ex-coronel Mamadi Doumbouya, empossado como Presidente e promovido ao posto de general, tomou o poder pela força na Guiné-Conacri, país vizinho da Guiné-Bissau, em setembro de 2021.

Sob pressão internacional, a junta militar comprometeu-se inicialmente a entregar o poder a civis eleitos até ao final de 2024, mas já deixou claro que não cumprirá esse compromisso.

Vários dirigentes guineenses manifestaram recentemente o seu apoio à candidatura de Doumbouya às próximas eleições presidenciais, ainda sem data oficial.

Vários países da África Ocidental, incluindo Mali, Níger e Burkina Faso, sofreram golpes de Estado que instalaram juntas militares e cortaram ou reduziram os laços militares de longa data com as potências ocidentais em favor do apoio de segurança da Rússia.


Timor-Leste: Uma organização não-governamental (ONG) afirmou que a violência contra os vendedores ambulantes em Díli revela "tendências autoritárias" e um "desrespeito pelos direitos humanos básicos", que está a provocar "divisão e conflito" na sociedade.

© Por Lusa  29/10/24  

 Violência contra vendedores em Díli revela "tendências autoritárias"

Uma organização não-governamental (ONG) afirmou que a violência contra os vendedores ambulantes em Díli revela "tendências autoritárias" e um "desrespeito pelos direitos humanos básicos", que está a provocar "divisão e conflito" na sociedade.

"A aplicação brutal da 'lei e ordem' não só está a levar a violações dos direitos humanos, mas também a provocar divisão e conflito dentro da sociedade", advertiu a Fundação Mahein (FM), numa análise divulgada na sua página oficial.

"Em vez de recorrer à violência para intimidar os pobres a conformarem-se, os líderes devem refletir sobre a sua própria responsabilidade na situação atual deste país", salientou a ONG.

Em causa está a campanha de despejos e demolições iniciada este ano pelo Governo, através da Secretaria de Estado dos Assuntos de Toponímia e Organização Urbana, para eliminar construções ilegais e atividades económicas não licenciadas, e que, em alguns casos, tem sido exercida com violência.

O último incidente ocorreu na semana passada, quando oficiais daquela Secretaria de Estado e elementos da polícia se envolveram numa luta com vendedores ambulantes em Díli, tendo um homem sido ferido com um tiro alegadamente disparado por um membro das forças de segurança.

"O discurso público que justifica o uso da violência também é preocupante. Declarações sugerindo que as forças do Estado têm justificação para usar violência porque 'caso contrário as pessoas não ouvem' contradizem os princípios de uma República Democrática, fundada no Estado de Direito e no respeito pela dignidade humana", afirmou a Fundação Mahein.

Para a ONG, aquelas afirmações lembram a "ditadura militar indonésia, um Estado que justificava a brutalidade e a violência em nome da ordem e da estabilidade".

"A FM receia que a normalização da violência estatal para impor ordem crie um precedente perigoso para as futuras interações entre o Estado e os cidadãos", advertiu.

Para a FM, o comércio ambulante e as construções ilegais são sinais de "problemas estruturais mais profundos" e revelam falhas das autoridades na "modernização da economia e da sociedade".

"Em vez disso, focaram a maior parte da sua energia a competir pelo poder e, quando no poder, a implementar megaprojetos ou esquemas que enriquecem as elites e compram apoio político", acusou a ONG.

A organização disse também que a campanha da secretaria de Estado "contrasta fortemente com a impunidade de que gozam as elites políticas e económicas de Timor-Leste".

"Enquanto cidadãos comuns são perseguidos, espancados e têm as suas casas demolidas e os bens destruídos, as elites gozam de imunidade para violações muito mais graves da lei", afirmou a FM.

Para a fundação, a "violência" e as "táticas repressivas" não são a solução para aqueles problemas e apelou ao Governo para "reconsiderar a abordagem", focando-se na análise às "causas profundas da informalidade e da pobreza em Timor-Leste".


O secretário-geral da ONU lembrou que "nenhuma legislação pode alterar" as obrigações internacionais de Israel, depois da aprovação de uma lei que pode ameaçar o trabalho da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.

Por  Lusa   29/10/24 

 "Nenhuma legislação pode alterar" as obrigações internacionais de Israel

O secretário-geral da ONU lembrou que "nenhuma legislação pode alterar" as obrigações internacionais de Israel, depois da aprovação de uma lei que pode ameaçar o trabalho da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.

António Guterres disse, numa declaração divulgada na segunda-feira, que Israel tem "obrigações ao abrigo do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário e aqueles que concedem privilégios e imunidades à ONU".

O português disse estar "profundamente preocupado" com a aprovação no parlamento israelita de uma lei que proíbe a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) de realizar "qualquer atividade" ou de prestar qualquer serviço dentro de Israel.

Guterres anunciou que vai levar o assunto à Assembleia Geral da ONU, que em 1952 criou a UNRWA "para satisfazer as necessidades dos refugiados palestinianos".

O secretário-geral indicou que "não há alternativa à UNRWA", pois é "o principal meio através do qual a ajuda essencial chega aos refugiados palestinianos nos territórios palestinianos ocupados".

A aplicação da lei "será prejudicial para a solução do conflito israelo-palestiniano e para a paz e segurança em toda a região", alertou.

A legislação, que não entra imediatamente em vigor, poderá destruir o processo de distribuição de assistência em Gaza, numa altura em que a crise humanitária no enclave se está a agravar e em que Israel se encontra sob crescente pressão dos Estados Unidos para reforçar a ajuda aos palestinianos.

O parlamento israelita (Knesset) aprovou, além desta, uma segunda lei que corta os laços diplomáticos com a UNRWA.

O Governo de Israel acusou funcionários da UNRWA de terem estado envolvidos no ataque do movimento islamita palestiniano Hamas contra o sul do país, a 07 de outubro de 2023.

A agência negou prestar conscientemente ajuda a grupos armados e afirmou atuar rapidamente para expulsar quaisquer suspeitos de serem militantes.


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O presidente ucraniano afirmou que "entre o agressor e a vítima não pode haver neutralidade".


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

O Presidente norte-americano, Joe Biden, alertou hoje que o envio de militares norte-coreanos para a Rússia é "muito perigoso", no dia em que o Pentágono anunciou a chegada de dez mil soldados da Coreia do Norte a solo russo.

© Ting Shen/Bloomberg via Getty Images   Por Lusa   28/10/24  

 Biden considera "muito perigoso" envio de soldados norte-coreanos para a Rússia

O Presidente norte-americano, Joe Biden, alertou hoje que o envio de militares norte-coreanos para a Rússia é "muito perigoso", no dia em que o Pentágono anunciou a chegada de dez mil soldados da Coreia do Norte a solo russo.

"Perigoso. Muito perigoso", comentou aos jornalistas o líder da Casa Branca, depois de votar antecipadamente em Wilmington, no estado de Delaware, para as presidenciais nos Estados Unidos, que vão determinar o seu sucessor.

Pouco antes, o Departamento de Defesa norte-americano americano tinha anunciado que cerca de dez mil militares da Coreia do Norte foram enviados para treinar na Rússia e combater na Ucrânia nas próximas semanas.

"Estamos cada vez mais preocupados com a intenção da Rússia de utilizar estes soldados em combate ou para apoiar operações de combate contra as forças ucranianas na região russa de Kursk", disse a porta-voz do Pentágono aos jornalistas.

Sabrina Singh recordou que o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, já tinha avisado publicamente que, caso os soldados da Coreia do Norte fossem utilizados no campo de batalha, seriam considerados beligerantes e alvos legítimos, com sérias implicações para a segurança na região do Indo-Pacífico.

Austin vai ter um encontro com os responsáveis da Defesa da Coreia do Sul no final desta semana no Pentágono, no qual se espera que seja discutido o uso de soldados norte-coreanos no conflito da Ucrânia.

Na manhã de hoje, a NATO afirmou que algumas das tropas norte-coreanas já foram enviadas para a região fronteiriça de Kursk, onde a Rússia tem tentado repelir uma incursão ucraniana iniciada no passado verão.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, defendeu que este destacamento representa "uma escalada significativa" no envolvimento da Coreia do Norte no conflito e marca "uma perigosa expansão da guerra da Rússia", iniciada com a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

O secretário-geral indicou que a Aliança Atlântica está a "consultar ativamente" os países da organização, a Ucrânia e os parceiros do Indo-Pacífico sobre estes desenvolvimentos e que iria falar em breve com o Presidente da Coreia do Sul e com o ministro da Defesa de Kiev.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, ignorou os comentários de Rutte e observou que Pyongyang e Moscovo assinaram um pacto de segurança conjunto em junho passado, mas não chegou a confirmar que os soldados norte-coreanos estavam na Rússia.

Lavrov argumentou que instrutores militares ocidentais já foram enviados secretamente para a Ucrânia para ajudar os seus militares a utilizar armas de longo alcance fornecidas pelos parceiros ocidentais.

A Ucrânia, cujas defesas estão sob forte pressão russa na região oriental de Donetsk, poderá receber mais notícias inquietantes no seguimento das presidenciais norte-americanas da próxima semana, em que uma vitória do republicano Donald Trump sobre a atual vice-Presidente, a democrata Kamala Harris, poderá levar a uma diminuição da ajuda militar de Washington.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, citando relatórios dos serviços de informação, afirmou na passada sexta-feira que as tropas norte-coreanas estariam no campo de batalha dentro de alguns dias.


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Parlamento israelita aprova lei que proíbe a atuação da UNRWA no país

Por Lusa   28/10/24 

Os deputados israelitas aprovaram hoje uma lei que poderá ameaçar o trabalho da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), que presta ajuda à população de Gaza, impedindo-a de operar em solo israelita.

O projeto de lei proíbe a UNRWA de realizar "qualquer atividade" ou de prestar qualquer serviço dentro de Israel.

A legislação, que não entrará em vigor imediatamente, arrisca-se a colapsar o frágil processo de distribuição de assistência em Gaza, numa altura em que a crise humanitária no enclave se está a agravar e em que Israel se encontra sob crescente pressão dos Estados Unidos (EUA) para reforçar a ajuda aos palestinianos.

A votação foi aprovada por 92-10 após um debate aceso entre os defensores da lei e os seus opositores, na sua maioria membros de partidos parlamentares árabes.

Um segundo projeto de lei que corta os laços diplomáticos com a UNRWA também é votado hoje.

Em conjunto, estes projetos de lei assinalam um novo retrocesso nas relações entre Israel e a UNRWA, acusada por Israel de estabelecer laços estreitos com os militantes grupo islamita Hamas.

Os projetos de lei põem em risco o fluxo de ajuda humanitária para Gaza, que enfrenta uma escassez generalizada de alimentos, água e medicamentos e onde mais de 1,9 milhões de palestinianos se encontram deslocados das suas casas.

Israel tem sido muito crítico em relação à agência da ONU e as suas relações têm-se vindo a deteriorar desde o início da guerra em Gaza entre Israel e o Hamas, a 07 de outubro de 2023, com o Governo israelita a acusar alguns funcionários da UNRWA de terem estado envolvidos no ataque do movimento islamita palestiniano no sul de Israel.

O governo israelita também afirmou que centenas dos milhares de funcionários da agência têm ligações a militantes e que encontrou equipamento militar pertencente ao Hamas perto ou debaixo das instalações da UNRWA.

A agência negou prestar conscientemente ajuda a grupos armados e afirmou atuar rapidamente para expulsar quaisquer suspeitos de serem militantes.

Os projetos de lei, que não incluem disposições para que organizações alternativas supervisionem o seu trabalho, foram fortemente criticados por grupos de ajuda internacional e por aliados ocidentais de Israel, como os Estados Unidos e o Reino Unido. Também a União Europeia manifestou "grande preocupação".

A UNRWA, criada pela Assembleia Geral da ONU em 1949, é responsável pela gestão de centros de saúde e escolas em Gaza e na Cisjordânia ocupada por Israel e é considerada a "espinha dorsal" da ajuda internacional a Gaza, que se encontra numa situação de catástrofe humanitária.

Os projetos de lei entrarão em vigor 60 a 90 dias após o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel ter notificado a ONU, de acordo com o porta-voz do deputado Dan Illouz, um dos copatrocinadores de um dos projetos de lei.

"Se for aprovado e implementado, será um desastre", afirmou Juliette Touma, diretora de comunicação da agência.

"A UNRWA é a maior organização humanitária em Gaza. Quem é que pode fazer o seu trabalho?", questionou.

O conflito em Gaza foi desencadeado em 07 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, e outras cerca de 250 foram levadas como reféns.

Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 43 mil mortos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.

O número crescente de mortos surge numa altura em que Israel reorienta a sua ofensiva para o norte da Faixa de Gaza, duramente atingido, incluindo hospital Kamal Adwan onde, segundo os militares israelitas, os militantes atuavam.

O exército israelita apelou aos palestinianos para que evacuassem o norte da Faixa de Gaza, onde tem estado a levar a cabo uma grande ofensiva há mais de três semanas.

A ONU afirmou no início deste mês que pelo menos 400 mil pessoas se encontram no norte de Gaza, uma zona que foi um dos primeiros alvos da guerra de retaliação de Israel.


EUA vão enviar pela primeira vez para Taiwan sistema avançado de defesa antimíssil

 Cnn

Estados Unidos aprovam venda de armas no valor de 2 mil milhões de dólares a Taiwan

Os Estados Unidos aprovaram a venda de armas a Taiwan no valor de 2 mil milhões de dólares, incluindo a entrega pela primeira vez à ilha autónoma de um sistema avançado de defesa antimíssil terra-ar, numa iniciativa que suscitou críticas da China.

O gabinete presidencial de Taiwan agradeceu no sábado a Washington por ter dado luz verde à potencial venda de armas. Sob o comando do novo presidente da ilha, Lai Ching-te, Taiwan tem vindo a intensificar as medidas de defesa à medida que a China aumenta as suas ameaças militares contra o território que reivindica como seu.

Na semana passada, Pequim realizou jogos de guerra em torno de Taiwan, pela segunda vez desde que Lai tomou posse em maio.

Os EUA são o aliado não oficial mais forte de Taiwan e as suas leis obrigam-no a fornecer a Taiwan os meios para se defender.

“O reforço das capacidades de autodefesa de Taiwan é a base para a manutenção da estabilidade regional”, declarou a porta-voz da presidência de Taiwan, Karen Kuo.

A China criticou a iniciativa, afirmando que a mesma prejudicava a sua soberania e os seus interesses em matéria de segurança, prejudicava as relações entre os EUA e a China e ameaçava a paz no Estreito de Taiwan, que separa a China de Taiwan.

Veículos militares fazem fila para lançar mísseis TOW A2 fabricados nos EUA durante um exercício de tiro ao vivo no condado de Pingtung, sul de Taiwan, em 3 de julho de 2023. Sam Yeh/AFP/Getty Images

“A China condena veementemente e opõe-se firmemente a esta ação e apresentou sérios protestos aos EUA”, lê-se numa declaração de um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “Tomaremos contramedidas resolutas e tomaremos todas as medidas necessárias para defender firmemente a soberania nacional, a segurança e a integridade territorial.”

O pacote de vendas potenciais inclui três Sistemas Nacionais Avançados de Mísseis Superfície-Ar (NASAMS) e equipamento relacionado avaliado em até 1,16 mil milhões de dólares, de acordo com o Gabinete de Assuntos Político-Militares do Departamento de Estado dos EUA.

Inclui também sistemas de radar num valor estimado em 828 milhões de dólares.

O sistema NASAMS foi testado em combate na Ucrânia e ajudará a reforçar as capacidades de defesa aérea do exército taiwanês, informou o Ministério da Defesa de Taiwan.

Os jogos de guerra da China na semana passada tinham como objetivo praticar a “selagem dos principais portos e áreas-chave” em torno de Taiwan, de acordo com as autoridades chinesas. Taiwan registou um número recorde de 153 aviões, 14 navios da marinha e 12 navios do governo chinês num só dia.

NATO exige a Moscovo fim de "expansão perigosa" com tropas norte-coreanas

© Lusa   Por Lusa    28/10/24 

O secretário-geral da NATO anunciou hoje que militares norte-coreanos estão a caminho de região russa de Kursk, ocupada pela Ucrânia, e exigiu à Rússia que "pare imediatamente" com o que classificou de uma "expansão perigosa" da guerra.

"Hoje posso confirmar que as tropas norte-coreanos enviadas para a Rússia estão a caminho da região de Kursk", disse Mark Rutte, numa declaração sem direito a perguntas no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.

O secretário-geral da NATO considerou que o "envolvimento de tropas norte-coreanas é uma escalada significativa na guerra ilegal da Rússia" e é "mais uma quebra de todas as resoluções do Conselho de Segurança" das Nações Unidas.

"É uma expansão perigosa da guerra da Rússia. A NATO exige que pare imediatamente com estas ações", completou Mark Rutte.

Nas últimas duas começaram a surgir notícias de que a Coreia do Norte ia enviar militares para ajudar a Rússia na invasão à Ucrânia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi o primeiro a fazer o alerta, durante uma visita a Bruxelas para participar na reunião do Conselho Europeu e, mais tarde, numa reunião ministerial no quartel-general da Aliança Atlântica.

Seul confirmou depois que Pyongyang estava a preparar-se para transportar militares, incluindo elementos das forças especiais, para a Rússia.

Os Estados Unidos da América e, posteriormente, a NATO confirmaram as intenções de Pyongyang e o elo mais forte com Moscovo.

A Ucrânia iniciou em 06 de agosto deste ano uma incursão no território russo e ocupou a região de Kursk. Foi a primeira vez que a integridade territorial da Rússia foi colocada em causa desde a Segunda Guerra Mundial.

A Ucrânia ocupou aquela região para tentar pressionar as tropas russas a recuar das regiões que ocuparam: Donetsk e Lugansk, e também a Crimeia, que está ocupada desde 2014.

O presidente ucraniano chegou a anunciar que o país controlava mais de 1.000 quilómetros quadrados daquela região russa e até hoje a Rússia pouco avançou em Kursk para repelir os militares ucranianos.


China adota medidas para "sociedade mais acolhedora para crianças"

 © Yu Xiangquan/VCG via Getty Images  Por Lusa   28/10/24 

O Conselho de Estado da China publicou hoje várias medidas destinadas a "promover o apoio à natalidade" e a "construir uma sociedade pró-parentalidade", numa altura em que a demografia ameaça abrandar a ascensão do país.

O documento aborda uma estratégia centrada na "melhoria do sistema de apoio à natalidade e em incentivos para reduzir os custos associados à criação e educação" dos filhos.

Promove também um "ambiente de respeito e apoio à maternidade", com o objetivo de "atingir um nível de fertilidade adequado" e "apoiar o desenvolvimento demográfico" na China.

As medidas preveem o reforço dos serviços de apoio à natalidade, o reforço do papel da segurança social em torno da maternidade e o apelo à "consolidação dos direitos à licença de maternidade e paternidade", a fim de garantir a sua aplicação em todo o país.

O plano apela ainda a uma expansão das infraestruturas e dos serviços de acolhimento de crianças.

Outro dos eixos do documento do executivo chinês são as políticas de apoio à educação, à habitação e ao emprego, especialmente dirigidas às famílias com mais de um filho, em que se pretende "expandir a disponibilidade de recursos educativos de qualidade, facilitando que várias crianças de uma família estudem na mesma escola", e "promover a oferta de atividades extracurriculares".

Em matéria de habitação, incentiva a adoção de políticas que apoiem a aquisição de imóveis por famílias com mais de um filho, enquanto, no domínio do emprego, as entidades empregadoras são encorajadas a implementar "medidas de flexibilidade" dos horários de trabalho, como o teletrabalho, para promover um ambiente favorável à "constituição de família".

O documento insta à promoção de uma cultura favorável ao nascimento e ao casamento através de campanhas de sensibilização e de programas educativos.

O documento conclui com uma exortação aos governos locais e às agências governamentais para que implementem estas políticas de apoio.

A China encerrou 2023 com 1.409,7 milhões de habitantes, menos 0,14% do que em 2022, um ano em que a população já tinha diminuído em 850.000 pessoas, marcando o primeiro declínio desde 1961, quando a política falhada do Grande Salto em Frente provocou grandes fomes.

A partir de 2021, o país asiático passou a permitir que os seus cidadãos tenham um terceiro filho, embora a decisão não tenha sido acolhida com grande entusiasmo pela população, devido tanto ao peso económico da educação dos filhos como à prioridade dada às carreiras.

Durante o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, o partido no poder sublinhou que o país precisa de um sistema que "aumente as taxas de natalidade e reduza os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da parentalidade".


Leia Também: Menos jardins de infância na China. País com queda na taxa de natalidade 

Irão ameaça responder aos ataques de Israel com "todos os meios"

© ATTA KENARE/AFP via Getty Images   Por Lusa    28/10/24 

O Irão ameaçou hoje com uma "resposta firme" a Israel após os ataques israelitas realizados no sábado contra instalações militares iranianas que provocaram pelo menos quatro mortos.

"Iremos utilizar todos os meios disponíveis para responder com firmeza e eficácia à agressão do regime sionista", anunciou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghai, acrescentando que "o tipo de resposta será adotado em função do tipo de ataque".

O porta-voz elogiou a resposta dos sistemas de defesa aérea iranianos, que descreveu como "um ponto de viragem na história do país", defendendo que a condenação dos ataques por países daquela zona mostra que "o principal problema da região é o regime israelita".

Baqaei sublinhou ainda que as autoridades iranianas não estão a considerar modificar a sua doutrina nuclear após os ataques israelitas e disse que "a posição do Irão contra as armas de destruição maciça é clara".

"Não acreditamos na militarização do programa nuclear", assegurou, citado pela agência de notícias iraniana Mehr.

As palavras de Baqaei surgem horas depois de o comandante da Guarda Revolucionária do Irão, Hosein Salami, ter avisado Israel que enfrentará "consequências amargas e inimagináveis" devido aos bombardeamentos, que classificou como "ilegítimos e ilegais".

O ataque de sábado, que constituiu uma retaliação de Telavive pelo lançamento, no início de outubro, de mísseis balísticos a partir do Irão para território israelita, provocou pelo menos quatro soldados iranianos mortos e danos materiais em instalações militares nas províncias de Teerão, Khuzistão e Ilam.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, denunciou os ataques à ONU e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança, o órgão executivo máximo das Nações Unidas, para "abordar a grave violação e ações ilegais e garantir a responsabilização do regime criminoso" de Israel.

O pedido foi apoiado pela Argélia, China e Rússia e a reunião está marcada para hoje às 15:00 de Nova Iorque (19:00 em Lisboa).

O Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, afirmou no domingo que o país não procura a guerra, mas prometeu uma "resposta apropriada" aos ataques israelitas.

Por seu lado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu que o ataque aéreo de sábado foi "preciso e poderoso" e "alcançou todos os seus objetivos", embora ainda não seja claro quantos locais foram alvo dos aviões israelitas.

Alguns dos edifícios danificados situavam-se na base militar iraniana de Parchin, onde a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) suspeita que o Irão tenha realizado, no passado, testes para criar armas nucleares.

Há muito que o Irão insiste que o seu programa nuclear é pacífico, embora a AIEA, os serviços secretos ocidentais e outras entidades digam que Teerão teve um programa de armas ativo até 2003.

Os outros danos podem ser observados na base militar vizinha de Khojir, que, segundo os analistas, esconde um sistema de túneis subterrâneos e locais de produção de mísseis.


Ataque ucraniano com drones provoca incêndio em fábrica na Rússia

© Reprodução X - @globalbeaconn   Por  Notícias ao Minuto   28/10/24 

Dois trabalhadores ficaram feridos na sequência do ataque de domingo, revelou o governador regional, Alexander Gusev.

Um ataque ucraniano com drones provocou um incêndio numa fábrica de etanol em Anninsky, na região de Voronezh, na Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia. A informação foi avançada através da rede social Telegram, citada pela Reuters.

O governador regional, Alexander Gusev, revela que cerca de dez drones foram destruídos ou intercetados na região, no domingo, e que os destroços danificaram dois outros edifícios industriais. Em declarações, revela que dois trabalhadores da fábrica ficaram feridos e que o incêndio já foi extinto pelos bombeiros.

Ainda no seguimento do ataque, foram relatadas explosões em Krasnoye, no distrito de Novokhopersky, que é perto dos serviços de segurança russos, relataram vários canais de informação russos no Telegram.

Durante a noite, as unidades de defesa aérea russas intercetaram, ainda, 21 veículos aéreos não tripulados sobre várias regiões.


Leia Também: O exército russo avançou 478 quilómetros quadrados em território ucraniano desde o início de outubro, naquele que é o maior ganho territorial de Moscovo num mês desde as primeiras semanas de guerra, em 2022, segundo a agência AFP.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló chega a Cali, Colômbia, representando a Guiné-Bissau na COP 16, Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade.

Uma oportunidade que servirá para fortalecer laços e promover a preservação da natureza e biodiversidade das nossas ilhas, reconhecidas pela UNESCO


Presidência da República da Guiné-Bissau

domingo, 27 de outubro de 2024

A campanha eleitoral para as eleições legislativas do Senegal, previstas para 17 de novembro, começa hoje, três semanas antes de uma votação em que o presidente do país, Bassirou Diomaye Faye, espera que o seu partido obtenha uma maioria parlamentar.

© Getty Images   Por Lusa   27/10/24 

 Arranca campanha eleitoral para as eleições legislativas do Senegal

A campanha eleitoral para as eleições legislativas do Senegal, previstas para 17 de novembro, começa hoje, três semanas antes de uma votação em que o presidente do país, Bassirou Diomaye Faye, espera que o seu partido obtenha uma maioria parlamentar.

"A obtenção de uma maioria na Assembleia Nacional (parlamento unicameral) é crucial porque nos permitiria implementar reformas profundas na governação, na justiça e nas instituições legislativas", disse à EFE Mbene Faye, o candidato número dois do partido senegalês Patriotas do Trabalho, da Ética e da Fraternidade (Pastef).

O candidato, que não tem laços familiares com o presidente Faye, é o segundo na lista do Pastef, logo atrás do primeiro-ministro, Ousmane Sonko.

Para dar início à campanha, o partido realizará vários eventos e manifestações nas principais cidades do país.

Em meados de setembro, o Presidente senegalês anunciou a dissolução da Assembleia Nacional, para sair do atual impasse no hemiciclo, onde o seu partido tem apenas 23 deputados num total de 165.

"É evidente que estamos a assistir a uma verdadeira transformação política no Senegal, impulsionada sobretudo pelas novas aspirações dos jovens", afirmou o candidato Faye.

"A necessidade de uma mudança profunda foi sentida nos últimos anos (...) As políticas tradicionais não produziram os resultados esperados em termos de desenvolvimento económico, justiça social e inclusão", acrescentou.

Em 17 de novembro, os senegaleses devem escolher a composição da Assembleia Nacional a partir de uma lista de 41 partidos e coligações políticas.

Além do Pastef, o antigo presidente Macky Sall (2012-2024), que lidera a coligação da oposição Takku Wallu Senegal (Defender o Senegal, em wolof), uma aliança entre o seu partido, a Aliança para a República (APR) e o Partido Democrático Senegalês (PDS), fundado pelo seu antecessor na chefia do Estado, Abdoulaye Wade, está a fazer o seu regresso à arena política.

Grupos como Jàmm Ak Jariñ (Paz e Prosperidade), liderado pelo antigo primeiro-ministro Amadou Ba, e a coligação Samm Sa Kaddu (Manter a palavra), liderada por Barthélémy Dias, presidente da Câmara de Dakar, também estão na corrida.

A oposição criticou a iniciativa do Presidente Faye, considerando-a uma tentativa de consolidar o poder executivo em detrimento da representação parlamentar.

"Ouvimos o primeiro-ministro (Sonko) dizer que precisavam de uma maioria esmagadora (...) Isso significa que precisam de uma maioria para esmagar a oposição e, obviamente, para esmagar a democracia. Porque quando não há oposição, não há democracia", disse à EFE Thierno Bocoum, porta-voz do Samm Sa Kaddu.

Para Bocoum, "é necessário equilibrar os poderes, canalizá-los mais. Acima de tudo, é essencial criar um contrapeso na Assembleia Nacional, porque só o poder detém o poder".

O Presidente, que venceu as eleições presidenciais deste ano com maioria absoluta, procura uma vitória nas eleições legislativas que lhe permita implementar o seu ambicioso programa económico, centrado numa menor dependência externa.

Faye defende, por exemplo, a saída do Senegal do franco CFA, uma moeda controversa criada em 1945 pela França (ex-metrópole) e utilizada em oito países da África Ocidental, bem como a renegociação dos contratos de hidrocarbonetos com as multinacionais.

Além disso, defende uma renovação institucional completa com medidas como a abolição do cargo de primeiro-ministro e a criação de uma vice-presidência, algo que exigiria uma reforma constitucional e teria de ser aprovado pela Assembleia Nacional.


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Benjamin Netanyahu diz que ataque contra o Irão "alcançou objetivos"

© Reuters    Por Lusa   27/10/24 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que o ataque aéreo realizado no sábado contra alvos militares iranianos foi "preciso e poderoso" e "alcançou todos os seus objetivos".

"O ataque foi preciso e poderoso, atingiu todos os seus objetivos", disse Netanyahu, numa primeira declaração pública sobre a ofensiva, durante uma cerimónia comemorativa do primeiro aniversário hebraico do ataque do Hamas no sul de Israel.

O governante falava um dia depois de aviões de guerra israelitas terem atingido vários alvos militares no Irão, em retaliação por um ataque iraniano com mísseis balísticos contra Israel no início de outubro.

Ainda não é claro quantos locais no total foram alvo do ataque israelitas, mas imagens de satélite mostram danos em duas bases militares iranianas secretas.

O ataque danificou instalações numa base militar secreta a sudeste de Teerão e noutra base ligada ao programa de mísseis balísticos.

Alguns dos edifícios danificados situavam-se na base militar iraniana de Parchin, onde a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) suspeita que o Irão tenha realizado no passado testes que poderiam desencadear uma arma nuclear.

O Irão há muito que insiste que o seu programa nuclear é pacífico, embora a AIEA, as agências de inteligência ocidentais e outros digam que Teerão teve um programa de armas ativo até 2003.

Os outros danos podem ser observados na base militar vizinha de Khojir, que, segundo os analistas, esconde um sistema de túneis subterrâneos e locais de produção de mísseis.

Os militares iranianos não reconheceram os danos causados em Khojir ou Parchin pelo ataque de Israel na manhã de sábado, embora tenham afirmado que a ofensiva matou quatro soldados iranianos que trabalhavam nos sistemas de defesa aérea do país.

Contactada pela agência Associated Press, a missão do Irão junto das Nações Unidas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, nem os militares israelitas.


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EXCLUSIVO. “A Ucrânia nunca voltará ao totalitarismo”: a entrevista da primeira-dama ucraniana à SIC

 SIC Notícias

De visita a Portugal, Olena Zelenska, primeira-dama ucraniana, dá uma entrevista exclusiva à SIC, conduzida por Nuno Rogeiro.

A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, defende que a Ucrânia nunca vai voltar a ser um regime totalitário e que vai manter os valores democráticos, após a guerra. Em entrevista exclusiva à SIC, durante uma visita a Portugal, a mulher de Volodymyr Zelensky falou sobre a reconstrução do país, quando o conflito terminar, e como pode a Ucrânia trabalhar para que a próxima geração seja de vencedores, e não de sobreviventes.

Zelensky: “um líder da nação”

Olena Zelenska começa por recordar os dias mais negros da guerra, logo em 2022, para identificar aquele que diz ter sido o maior sentimento que reconheceu no marido, na altura: a responsabilidade.

A primeira-dama ucraniana defende que o presidente Volodymyr Zelensky assumiu simplesmente a posição de “líder da nação”, que garante que o país “faz o que tem de fazer”: “lutar”. Por acreditar na vitória da Ucrânia.

O “otimismo”, defende – juntamente, com a “consistência” e o “sentido de humor” - são, de resto, as qualidades que Olena Zelenska destaca no presidente ucraniano.

Gastos exorbitantes? “Propaganda russa sem muita verdade”

Olena Zelenska foi questionada quanto aos dedos que lhe têm sido apontados, nomeadamente às críticas de que leva a cabo “gastos exorbitantes” durante as deslocações internacionais – comoesta que agora fez a Portugal.

A primeira-dama ucraniana responde que a guerra “não é só nas trincheiras”, é também “uma guerra de informações”, e “pelas emoções e simpatia das pessoas”. Por isso, afirma, tem sido alvo de “ataques” da propaganda russa, que tentam minar a confiança no presidente ucraniano e na família deste.

“Não há muita verdade nessas notícias”, declara.

A guerra e as crianças (com uma ajuda de Israel?)

Se há quem tente proteger as crianças da guerra, Olena Zelenska é da opinião de que elas têm de compreender o que se está a passar.

“Temos de falar de porque é que aconteceu a agressão, como foi possível, o que é preciso fazer para haver uma vitória justa e paz”, defende.

Para a primeira-dama ucraniana, são as crianças que vão ter de viver nessa paz conquistada após a guerra e, por isso, “têm de ser cidadãos conscientes após a vitória”.

As próximas gerações ucranianas são um tema muito caro a Zelenska, que coordena uma fundação que, além de ajuda humanitária, desenvolve programas que envolvem as crianças e as famílias afetadas pela guerra na Ucrânia - projetos que vão desde a construção de abrigos mais confortáveis nas escolas à promoção da saúde mental.

“Queremos que a próxima geração não seja a geração dos sobreviventes, mas a geração vencedora”, defende.

Na abordagem aos traumas psicológicos da guerra, os ucranianos contaram pegaram no exemplo e nas soluções de especialistas israelitas, a propósito da experiência da guerra naquele território – mas, ressalva Olena Zelenska, “nem tudo serve”. “A nossa guerra é diferente”, nota.

O russo: “É a língua do agressor, mete medo falar”

Olena Zelenska aborda também a rejeição da cultura e da língua russa, que tem marcado a Ucrânia desde o início da invasão, em 2022.

A primeira-dama ucraniana recorda como, já durante a União Soviética, a língua ucraniana foi perseguida. “À nossa volta era tudo russo”, lembra. Ainda assim, garante, não se identifica com “uma personagem da história russa”. “Nunca.”

Hoje, para Zelenska e grande parte dos ucranianos, afirma – apesar das semelhanças e de poderem ser tidos como “povos irmãos” -, o sentimento geral é de renúncia à cultura e à língua russas.

“Neste momento é a língua do agressor, que veio para matar literalmente. Falar essa língua, agora, até mete medo”, declara.

Que futuro para a Ucrânia?

Questionada sobre como vê o futuro do seu país, Olena Zelenska não hesita em responder que olha para a Ucrânia como um “país vencedor”, que “conseguirá o seu direito à existência e o respeito dos outros países”.

Um país “desenvolvido”, descreve, com novas ideias e energia para dar ao mundo.

“Vamos conseguir manter os nossos valores democráticos, nunca voltaremos ao totalitarismo”, assegura.

Apesar de admitir que não será fácil reconstruir o país após a guerra, Zelenska mantém, tal como o marido, o otimismo. “Estou convicta de que nos espera um futuro muito interessante."


Leia Também:  A Força Aérea Ucraniana derrubou na noite de sábado 41 dos 80 drones que foram lançados contra várias regiões pelo Exército russo, segundo o relatório diário hoje divulgado pelo ramo aéreo das Forças Armadas da Ucrânia.

Moçambique: O Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, estima que dez pessoas morreram durante os dois dias de manifestações nacionais convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

© ALFREDO ZUNIGA/AFP via Getty Images   Por Lusa  27/10/24 

 ONG aponta uma dezena de mortos em dois dias de protestos em Moçambique

O Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, estima que dez pessoas morreram durante os dois dias de manifestações nacionais convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

"Os dois dias de manifestações foram caracterizados por ambiente de terror em algumas cidades e vilas como Maputo, Matola, Boane, Chimoio, Nampula e Nacala-Porto. O saldo até aqui é de cerca de dez pessoas assassinadas pela polícia, dezenas de feridos e cerca de 500 detidos", lê-se no mais recente boletim do CIP sobre o processo eleitoral, incidindo sobre a greve e manifestação de quinta e sexta-feira.

Acrescenta que três sedes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) foram queimadas nesses dois dias, que diversas lojas foram saqueadas e viaturas incendiadas.

"O dia 24 tinha começado calmo em todo o país, mas o cenário mudou após o anúncio dos resultados eleitorais. Milhares de cidadãos, maioritariamente jovens, saíram às ruas para contestar os resultados eleitorais que deram 70% de votos a favor da Frelimo, uma mega fraude nunca vista na história do país", critica o boletim do CIP, que tem observadores a acompanhar o processo das eleições gerais de 09 de outubro.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou na quinta-feira a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo (partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República de 09 de outubro, com 70,67% dos votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas afirma não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

A Frelimo reforçou ainda a maioria parlamentar, passando de 184 para 195 deputados (em 250), e elegeu todos os 10 governadores provinciais do país.

Além de Mondlane, o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, atual maior partido da oposição), Ossufo Momade, um dos quatro candidatos presidenciais, disse que não reconhece os resultados eleitorais anunciados pela CNE e pediu a anulação da votação.

Na quinta-feira, o candidato presidencial Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que lidera, recusou igualmente os resultados, considerando que foram "forjados na secretaria", e prometeu uma "ação política e jurídica" para repor a "vontade popular".

O anúncio dos resultados pela CNE voltou a desencadear violentos protestos e confrontos com a polícia em Moçambique, sobretudo em Maputo, por parte de manifestantes pró-Venâncio Mondlane, que já disse que vai anunciar na segunda-feira os moldes da "terceira etapa" da contestação.


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Mais de 6.000 médicos e enfermeiros estrangeiros trabalham em Portugal

Hospital Santa Maria (Lusa/Tiago Petinga)    cnnportugal.iol.pt

Profissionais espanhóis e brasileiros são os mais representados no panorama da saúde em portugal

Perto de 4.800 médicos e mais de 1.300 enfermeiros estrangeiros trabalham atualmente em Portugal, um número que tem aumentado no caso dos clínicos, enquanto nos enfermeiros se mantém estável, segundo dados das respetivas ordens profissionais.

Dados da Ordem dos Médicos (OM) avançados à agência Lusa indicam que, em 2021, havia 4.360 médicos estrangeiros a exercer em Portugal, número que subiu para 4.503 em 2022, para 4.730 em 2023 e para 4.770 este ano.

Em 2024, as nacionalidades mais representadas entre esses médicos são: espanhola (35,4%), brasileira (26,9%), italiana (5,7%), ucraniana (3,9%), alemã (3,5%), cubana (3%), angolana (2%), colombiana (1,9%) e, com 1,5% cada, romena, francesa, cabo verdiana e guineense.

Comentando estes dados à Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, disse que para a OM não interessa a nacionalidade dos profissionais, mas sim as suas capacidades e habilitações para exercer a profissão.

“A ordem dos médicos tem inscrito um número crescente de médicos de outras nacionalidades e isso obviamente que é importante”, mas, defendeu, deviam ser dadas condições aos médicos portugueses a exercer no estrangeiro para que regressem ao Serviço Nacional de Saúde.

Anunciou a este propósito, que a OM vai remeter esta semana uma proposta à Assembleia da República, em que defende “condições especiais” de atratividade, além do programa Regressar, para estes médicos regressarem a Portugal.

Carlos Cortes defendeu ainda que há “um conjunto de esforços” que devem ser feitos para captar médicos para o SNS, independentemente da nacionalidade.

Sublinhou que a OM vê “com muito agrado” a presença de médicos estrangeiros em Portugal, mas vincou que têm de ser “médicos diferenciados”, com “as habilitações adequadas”, havendo um conjunto de mecanismos para fazer essa avaliação.

Os dados indicam que, em 2021, 122 médicos inscritos na OM necessitaram de requerer junto de uma universidade portuguesa o reconhecimento do título académico, número que subiu para 220 em 2022 e para 306 em 2023. Nos primeiros 10 meses deste ano, foram 212.

“Foram realizados 18 exames de especialidade em 2021 (um reprovado), 32 em 2022 (quatro reprovados), 35 em 2023 (quatro reprovados), e nove até ao momento em 2024 (dois reprovados)”, adiantam.

Trabalham também em Portugal 1.311 enfermeiros estrangeiros, a maioria do Brasil (469), seguidos de Espanha, com 294, segundo dados da Ordem dos Enfermeiros.

Há ainda profissionais dos países africanos de língua oficial portuguesa, nomeadamente de Angola (60), Cabo Verde (52), Guiné-Bissau (41), São Tomé (40) e Moçambique (5).

Os dados apontam também a existência de 55 profissionais oriundos da França, 39 da Ucrânia, 30 da Moldávia, 28 da Alemanha, 22 da Roménia, 18 da Inglaterra, 17 da Itália e outros 17 da Venezuela, entre outros países como a Rússia (17), Peru (15), Holanda (15), Polónia (12), Bélgica (8), Canadá (7) e EUA (7).

Em declarações à Lusa, o bastonário da OE, Luís Filipe Barreira, adiantou que o número de enfermeiros imigrantes se tem “mantido mais ou menos estável nos últimos anos”.

Questionado sobre a importância destes profissionais numa altura em que o SNS se debate com a falta de enfermeiros, o bastonário afirmou que o “mais importante” seria haver uma política de recursos humanos para fixar os enfermeiros portugueses.

“Formamos dos melhores enfermeiros do mundo” que depois emigram à procura de melhores condições de trabalho, lamentou, lembrando que faltam 14.000 enfermeiros no SNS, citando dados oficiais.

Para Luís Barreira, é preciso fazer um levantamento destas necessidades, “que são urgentes”, e delinear um plano de contratação.

“Este assunto tem sido alvo das reuniões pela senhora ministra da Saúde, que está sensibilizada para esta matéria, e espero que no ano de 2025 este levantamento venha a ser feito”, declarou, defendendo também ser necessário melhorar “as condições dos enfermeiros em Portugal” para que os que emigraram retornem.

Dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), publicados no documento “Plano de Recursos Humanos na Saúde 2030”, referem que o número de médicos estrangeiros no SNS aumentou de 902 em 2017 para 967 em 2023 (+7,2%) e o de enfermeiros de 515 para 684 (+32,8%).

A ACSS salienta que “o seu contributo pode ser determinante em certas regiões” como maiores dificuldade de recrutamento e da retenção de profissionais de saúde.

A China condenou a venda a Taiwan de sistemas de mísseis norte-americanos, denunciando uma ação que "prejudica seriamente as relações" com os Estados Unidos e "põe em perigo a paz" na região.

© iStock    Por Lusa  27/10/24 

 China condena venda de mísseis dos Estados Unidos a Taiwan

A China condenou a venda a Taiwan de sistemas de mísseis norte-americanos, denunciando uma ação que "prejudica seriamente as relações" com os Estados Unidos e "põe em perigo a paz" na região.

A venda de sistemas de mísseis terra-ar a Taiwan "viola seriamente a soberania e os interesses de segurança da China, prejudica seriamente as relações sino-americanas e põe em perigo a paz e a estabilidade" no estreito, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado divulgado no sábado à noite.

Pequim poderá tomar "todas as medidas necessárias para defender firmemente a soberania nacional, a segurança e a integridade territorial".

O negócio de 1,16 mil milhões de dólares (1,07 mil milhões de euros), aprovado por Washington na sexta-feira e que ainda tem de ser aprovado pelo Congresso, inclui vários sistemas antiaéreos e 123 mísseis, de acordo com a agência norte-americana responsável pelas vendas militares ao estrangeiro.

Outra venda anunciada na sexta-feira envolve sistemas de radar no valor total de 828 milhões de dólares (767 milhões de euros). O equipamento será retirado diretamente dos 'stocks' da Força Aérea dos EUA.

O Ministério da Defesa de Taiwan expressou, no sábado, "sincera gratidão" pela venda, que ajudará o exército a "continuar a melhorar a capacidade de defesa e a manter conjuntamente a paz e a estabilidade no estreito".

Os Estados Unidos não reconhecem Taiwan como um Estado e consideram a República Popular da China como o único governo legítimo, mas fornecem a Taipé uma ajuda militar substancial.

Pequim opõe-se regularmente ao apoio dos EUA a Taiwan e acusa Washington de se intrometer em assuntos que são do interesse da China.

A China considera Taiwan, com um governo autónomo, como como uma das suas províncias, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa em 1949.

Derrotados pelos comunistas, que fundaram a República Popular da China, os nacionalistas fugiram para Taiwan.

O Governo chinês afirma-se favorável a uma reunificação pacífica, mas reitera que não exclui a possibilidade de "recorrer à força", se necessário.

As relações entre Pequim e Taipé têm-se deteriorado desde 2016, altura em que Tsai Ing-wen se tornou líder de Taiwan. William Lai, que era vice-presidente na administração de Tsai, e que posteriormente assumiu a liderança do país manteve a posição de defesa da soberania do território.

A China acusou ambos de procurarem aprofundar o fosso entre a ilha e o continente. Em resposta, Pequim intensificou a pressão diplomática e a atividade militar em torno do território.


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