segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, qualificou hoje de "atrevido" o secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, por ter comentado a situação política guineense.

Por Lusa  07/10/24
O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, qualificou hoje de "atrevido" o secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, por ter comentado a situação política guineense.

"Ele é atrevido, o secretário executivo não tem essa competência, ele foi além das suas prorrogativas", afirmou, em entrevista à Lusa, o chefe de Estado da Guiné-Bissau.

Zacarias da Costa pronunciou-se por duas vezes sobre a Guiné-Bissau, que assumirá a presidência da CPLP em 2025, afirmando que a comunidade "segue com alguma preocupação os desenvolvimentos" no país da África Ocidental.

"Ele é atrevido, não tem limites, nem tem a noção das declarações que proferiu. Tinha que se preocupar é com a situação de Timor-Leste", reiterou o presidente da Guiné-Bissau, referindo-se à origem timorense de Zacarias da Costa.

O chefe de Estado guineense considerou que o secretário executivo da CPLP "está a agir a mando de uma mão oculta", sem adiantar mais pormenores.

"Espero que seja a última vez que se refere à Guiné-Bissau. Da próxima vez, haverá consequências diretas", afirmou.

Umaro Sissoco Embaló salientou que a Guiné-Bissau "já presidiu a uma organização muito maior que a CPLP", referindo-se à presidência da CEDEAO, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

Sissoco Embaló disse já ter abordado a questão com o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, à margem da última Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, e que lhe foi dirigido um pedido de desculpas da parte do chefe do Governo timorense.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, também já manifestou descontentamento com as declarações do secretário executivo da CPLP.

Em entrevista à Lusa, em Lisboa, o responsável pela diplomacia guineense mostrou-se preocupado com as declarações que considerou "pouco abonatórias" para o país e lembrou que a CPLP tem um órgão político que é o Conselho de Ministros, presidido por São Tomé e Príncipe.

"Que eu saiba [Zacarias da Costa] não consultou, não ouviu ninguém. Pergunto-me com que legitimidade é que o secretariado assume este tipo de questões, sem ouvir ninguém?", referiu.

Zacarias da Costa afirmou que "a CPLP segue com alguma preocupação os desenvolvimentos na Guiné-Bissau, mas constitui um princípio fundamental da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa não interferir nos assuntos internos de cada Estado-membro".

"Temos a certeza que os guineenses saberão como sair desta situação menos boa. As eleições já foram anunciadas pelo Presidente da República, para o dia 24 de novembro, e naturalmente esperamos que tudo corra com normalidade", acrescentou.

O Presidente da República da Guiné-Bissau marcou eleições legislativas antecipadas para o próximo dia 24 de novembro, após ter dissolvido a Assembleia Nacional Popular, em dezembro de 2023, e ter formado um Governo de iniciativa presidencial.

Recentemente, a Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular adotou uma resolução onde exortou o Presidente da República a marcar eleições presidenciais ainda no decurso deste ano para que no dia 28 de fevereiro de 2025 haja um novo chefe de Estado.

A Comissão Permanente instou ainda as autoridades a resolver a situação no Supremo Tribunal de Justiça e a eleições de um novo secretariado da Comissão Nacional de Eleições, justificando que a CNE está caduca desde 2022.

Os pronunciamentos da Comissão Permanente foram mal recebidos pelos governantes que proibiram o acesso de vários deputados à Assembleia Nacional e levaram dirigentes do MADEM-G15, a ala que apoia Umaro Sissoco Embaló, a afirmar que o atual presidente do parlamento, Domingos Simões Pereira, não tinha condições para permanecer no cargo, indicando Satu Camará, vice-presidente do órgão, como substituta.

NOVO SISTEMA DE CONTROLO DE FRONTEIRAS NO AEROPORTO INTERNACIONAL OSVALDO VIEIRA NA GUINÉ-BISSAU

Por Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau

O Sistema de Controlo de Fronteira PASSE (Processo Automático e Seguro de Saídas e Entradas) começou a ser utilizado pelos serviços de fronteiras do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira no passado dia 2 de outubro.

Este novo sistema, implementado no âmbito do projeto GESTDOC e tendo como parceiros a Direção-Geral de Migração e Fronteiras da Guiné-Bissau (DGMF) e o Sistema de Segurança Interna de Portugal, tem como objetivo garantir maior eficiência e segurança no controlo de passageiros. 

Os funcionários da DGMF participaram, no mês de setembro, em três ações de formação que os habilitaram a utilizar o novo sistema.

Foram ainda capacitados os serviços competentes com mais e melhores recursos materiais e tecnológicos, incluindo um centro de dados totalmente equipado, computadores, leitores óticos de documentos e impressoras.

O Projeto GESTDOC – Modernização e reforço da cadeia de identificação e segurança documental em Cabo Verde e na Guiné-Bissau – é financiado pela União Europeia 🇪🇺 e é gerido e cofinanciado pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, IP. 🇵🇹. Camões, I.P.  


Chefe de equipa médica chinesa:”RECURSOS MÉDICOS E INFRASESTRUTURAS HOSPITALARES SÃO DESAFIOS QUE ENFRETAMOS NA GUINÉ-BISSAU”

 O DEMOCRATA  07/10/2024  

O chefe da equipa médica chinesa na Guiné-Bissau, Pang Yong, disse que a escassez de recursos médicos e o número reduzido das infrasestruturas hospitalares são os maiores desafios que estão a enfrentar nos seus trabalhos de assistência médica e tratamento às populações guineenses, no âmbito do acordo assinado entre os dois países, acrescentando, neste particular que, a escassez de profissionais de saúde associada ⁷ limitações no nível de especialização e não só, como também o número de médicos e enfermeiros por mil habitantes na Guiné-Bissau está muito abaixo da média mundial e que a grave escassez de pessoal médico resulta em elevada carga de trabalho.  

“Os equipamentos médicos dos hospitais locais são envelhecidos e ultrapassados, e há uma grave falta de equipamentos médicos avançados. Por exemplo, a escassez de equipamentos de grande porte, como máquinas de tomografia computorizada (CT) e ressonância magnética nuclear (RMN), afeta o diagnóstico preciso e o tratamento eficaz das doenças. A disponibilidade de medicamentos essenciais é frequentemente irregular, e muitos dos medicamentos necessários para tratar doenças comuns estão muitas vezes em falta, o que compromete os resultados dos tratamentos e a recuperação dos pacientes”, alertou o médico especialista em anestesiologista que dirige a equipa médica chinesa na Guiné-Bissau, durante uma entrevista exclusiva ao Jornal O Democrata para falar de trabalhos levados a cabo por assistência médica à população local, como também da iniciativa da promoção da semana da medicina tradicional chinesa no hospital principal militar amizade “Sino – Guineense”.

O Democrata (OD): Qual foi o objetivo principal da equipe médica chinesa ao ser enviada para a Guiné-Bissau?

Pang Yong (PY): A nossa missão é a prestação de serviços médicos em estreita cooperação com os profissionais de saúde da Guiné-Bissau, a equipa médica chinesa auxilia na prestação de cuidados médicos, no diagnóstico e tratamento de várias doenças, ajudando a atenuar a escassez de recursos médicos e as limitações no nível de atendimento médico local. Assim, proporcionamos aos pacientes guineenses um serviço de saúde de qualidade. De acordo com dados preliminares, até junho de 2024, a equipa médica chinesa já havia tratado 954.846 pacientes em consultas externas, socorrido 87.473 pacientes em estado crítico, admitido 791.365 pacientes hospitalizados e realizado 332.919 sessões de acupuntura.

A equipa médica chinesa partilha experiências e conhecimentos com os profissionais de saúde locais, aprendendo mutuamente e promovendo a formação técnica. Transmite-se assim conhecimentos avançados e técnicas médicas, melhorando as competências e o nível técnico dos profissionais de saúde guineenses, com o objetivo de criar uma equipa de saúde que possa ser auto-suficiente após a partida da equipa médica chinesa. 

Em função das condições locais da Guiné-Bissau, das características das doenças comuns e recorrentes, bem como dos casos médicos complexos, a equipa médica chinesa colabora com os hospitais locais no fortalecimento da construção de departamentos médicos especializados, ajudando a elevar o nível de diagnóstico e tratamento, contribuindo para o desenvolvimento global do setor de saúde na Guiné-Bissau.

OD: Quais são os principais desafios que a equipa enfrentou durante os trabalhos de socorro médico?

PY: Escassez de recursos médicos e sobretudo o número reduzido de hospitais. A Guiné-Bissau tem um número extremamente limitado de hospitais em todo o país, o que é insuficiente para satisfazer as necessidades básicas de saúde da população, resultando em muitos pacientes que não conseguem receber tratamento hospitalar atempado. 

A disponibilidade de medicamentos essenciais é frequentemente irregular, e muitos dos medicamentos necessários para tratar doenças comuns estão muitas vezes em falta, o que compromete os resultados dos tratamentos e a recuperação dos pacientes.

A Guiné-Bissau é uma zona de alta prevalência de doenças infecciosas como a malária, o VIH/SIDA e a tuberculose. A propagação dessas doenças não só aumenta a dificuldade no tratamento médico, como também representa uma séria ameaça à saúde dos membros da equipa médica. Por exemplo, durante a época de pico da malária, muitos pacientes procuram tratamento, exigindo grandes esforços da equipa médica na prevenção e controlo da doença.

Os profissionais de saúde locais carecem de formação profissional adequada e de oportunidades de aprendizagem contínua. A atualização de conhecimentos é lenta, e as técnicas e conceitos médicos são relativamente desatualizados. A equipa médica chinesa necessita de investir muito tempo e esforço na formação e orientação dos profissionais de saúde locais.

A língua oficial da Guiné-Bissau é o português, mas também existem várias línguas étnicas no país. Esta diversidade linguística cria dificuldades na comunicação entre a equipa médica, os pacientes e os profissionais de saúde locais, o que pode resultar na transmissão incorreta ou tardia de informações, comprometendo a precisão e a eficiência dos diagnósticos e tratamentos.

OD: Pode falar-nos das áreas mais afetadas que a equipe visitou e os tipos de cuidados que foram oferecidos?

PY: Chegámos à Guiné-Bissau há apenas três meses e, até ao momento, não enfrentámos nenhuma emergência médica grave no país, pelo que também não tivemos a oportunidade de fornecer serviços médicos relacionados a tais situações. No entanto, devido à declaração do Diretor-Geral do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da África, Jean Kaseya, que classificou a epidemia de Mpox como uma emergência de saúde pública em África, a nossa equipa médica reuniu informações sobre o vírus da varíola dos macacos e realizou sessões de divulgação e formação para o pessoal médico do hospital sobre esse tema.

OD: Como a equipe médica avaliou as necessidades de saúde da população local?

PY: A equipa médica chinesa avalia as necessidades de saúde dos residentes locais da Guiné-Bissau principalmente através dos seguintes métodos: Pesquisa de campo e visitas a comunidades e aldeias. Os membros da equipa médica deslocam-se às comunidades e aldeias da Guiné-Bissau, onde realizam conversas presenciais com os residentes locais. Através de perguntas sobre o estado de saúde, doenças comuns e experiências com cuidados médicos, procuram entender as suas necessidades reais em termos de saúde. Por exemplo, em algumas aldeias pobres, a equipa médica descobriu que a falta de infraestruturas sanitárias básicas tem levado a uma alta incidência de doenças infecciosas intestinais, o que aponta para a necessidade de reforçar a prevenção dessas doenças.

Realizamos visitas a algumas das instalações de saúde da Guiné-Bissau, como hospitais e clínicas, para avaliar os recursos médicos disponíveis, o stock de medicamentos, o número de profissionais de saúde e o seu nível de formação. Por exemplo, a equipa pode constatar que algumas clínicas de base não possuem equipamentos de diagnóstico básicos nem medicamentos comuns, o que indica uma grande carência de recursos médicos, devendo ser uma área de enfoque para a assistência médica futura.

Os médicos locais têm um conhecimento mais aprofundado sobre os padrões das doenças e os hábitos de procura de cuidados médicos dos residentes, sendo esta experiência útil para a equipa médica avaliar com maior precisão as necessidades de saúde da população.

Recolhemos relatórios estatísticos sobre doenças na Guiné-Bissau, incluindo taxas de morbilidade, mortalidade e os principais tipos de doenças. Através da análise desses dados, identificamos as doenças mais prevalentes no país, como a malária, a febre tifóide e o VIH/SIDA, estabelecemos assim os principais focos de prevenção e tratamento.

Comparamos os dados de diferentes regiões e grupos populacionais para identificar problemas de saúde específicos. Por exemplo, podemos descobrir que certas áreas têm uma elevada taxa de desnutrição infantil ou que determinados grupos profissionais estão mais propensos a desenvolver doenças ocupacionais, permitindo a criação de planos de assistência médica específicos.

OD: Qual foi a resposta da comunidade local em relação aos serviços médicos prestados?

PY: A comunidade local tem reagido de forma muito positiva e entusiástica aos serviços médicos prestados pela equipa médica chinesa na Guiné-Bissau, conforme demonstrado pelos seguintes aspetos:

O governo da Guiné-Bissau tem prestado uma elevada avaliação e reconhecimento ao trabalho da equipa médica chinesa. Em diversas ocasiões, os representantes do governo guineense expressaram a sua gratidão, reconhecendo as contribuições notáveis da equipa médica chinesa para o sector da saúde do país. Por exemplo, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, atribuiu coletivamente à equipa médica chinesa a “Medalha de Honra Nacional de Cooperação e Desenvolvimento”, uma das mais altas distinções de honra do país, o que demonstra o grande apreço do governo pelo trabalho da equipa chinesa.

Os serviços médicos prestados pela equipa médicas chinesas têm sido amplamente apreciados e agradecidos pela população local. A equipa ofereceu consultas gratuitas, tratamentos de doenças, entre outros serviços de qualidade, que ajudaram a resolver os problemas de muitos residentes que enfrentavam dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, fazendo-os sentir o carinho e apoio vindos da China. Alguns residentes relataram que a chegada da equipa médica chinesa melhorou significativamente o seu estado de saúde e aumentou a sua qualidade de vida.

Os meios de comunicação social da Guiné-Bissau têm reportado e promovido ativamente o trabalho e as contribuições da equipa médica chinesa, o que não só permitiu que mais residentes locais tomassem conhecimento dos seus serviços, como também aumentou a influência e a reputação da equipa médica no país.  

OD: Houve alguma colaboração com a equipe de saúde local ou outras organizações? Se sim, como isso ajudou nas operações?

PY: A equipa médica chinesa na Guiné-Bissau colabora frequentemente com outras equipas e organizações, e essa cooperação oferece várias vantagens às suas atividades médicas. A equipa médica chinesa coopera estreitamente com hospitais locais da Guiné-Bissau, como o Hospital da Amizade Sino-Guineense e o Hospital de Canchungo. Através de formações académicas e orientação em cirurgias, a equipa ajuda os profissionais de saúde locais a melhorar as suas competências. 

Por exemplo, durante demonstrações cirúrgicas, os médicos locais podem aprender diretamente as técnicas e procedimentos dos médicos chineses, melhorando assim a sua capacidade cirúrgica; nas conferências académicas, a partilha de conceitos médicos avançados e as mais recentes descobertas científicas ajudam a atualizar os conhecimentos dos profissionais de saúde locais.

Tendo em conta as doenças prevalecentes e as necessidades médicas da região, a equipa médica chinesa colabora com os hospitais locais no fortalecimento de disciplinas médicas-chave. Por exemplo, em resposta à elevada incidência de doenças infeciosas, como a malária e o VIH/SIDA, a cooperação entre as partes foca-se no desenvolvimento dos departamentos de infeciologia e diagnóstico laboratorial, melhorando a capacidade de diagnóstico e tratamento dessas doenças.

Os gestores da equipa médica chinesa partilham experiências com a administração dos hospitais locais, trocando boas práticas de gestão de qualidade, gestão de recursos humanos e gestão de materiais, contribuindo para a melhoria dos sistemas de gestão e o aumento da eficiência operacional dos hospitais.

A colaboração com organizações internacionais permite à equipa médica chinesa aceder a mais recursos médicos, apoio técnico e oportunidades de formação especializada. Por exemplo, durante a luta contra o surto de Ébola, a equipa médica chinesa participou em formações conjuntas com estas organizações, aprendendo as mais recentes técnicas de controlo e prevenção de epidemias, o que melhorou a sua capacidade de resposta a emergências de saúde pública.

Sob a coordenação de organizações internacionais, equipas médicas de diferentes países podem trocar experiências e informações, estabelecendo estratégias conjuntas para lidar com os problemas de saúde locais. A equipa médica chinesa pode assim beneficiar das experiências bem-sucedidas de outras equipas, melhorando a eficácia das suas atividades médicas.

O Hospital Afiliado da Faculdade de Medicina do Norte de Sichuan como um dos 30 hospitais de cooperação China-África, o Hospital Afiliado da Faculdade de Medicina do Norte de Sichuan é responsável pela construção do departamento de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Canchungo. Este hospital não só fornece doações de materiais, como também apoia a construção da sala de operações, a renovação de salas de conferências e a instalação de sistemas de telemedicina. Além disso, envia equipas de especialistas para a Guiné-Bissau para apoio técnico e facilita a vinda de profissionais de saúde do Hospital de Canchungo para a China para formação, ajudando-os a melhorar as suas competências profissionais.

OD: Quais foram os resultados mais significativos alcançados até agora pela missão?

PY: A equipa médica chinesa na Guiné-Bissau alcançou inúmeros resultados notáveis, destacando-se nos seguintes aspetos: Implementação de novas técnicas, por exemplo, realizaram com sucesso a primeira angiografia coronária, introduzindo um diagnóstico e tratamento inovador para os pacientes com doenças cardiovasculares no Hospital da Amizade Sino-Guineense, o que tornou este procedimento uma prática regular no hospital.

Transmissão de tecnologias médicas avançadas. Técnicas como a broncoscopia, intervenções cardíacas e tratamento de ventilação mecânica não invasiva foram introduzidas e, através de ensino prático, os médicos locais foram treinados para dominar essas tecnologias, preenchendo lacunas importantes no setor médico da região.

A nossa equipa não se limitou ao tratamento clínico, mas também deu prioridade à formação dos profissionais de saúde locais. Através de formações académicas, demonstrações cirúrgicas e discussões de casos clínicos complexos, foi formada uma equipa de quadros técnicos e gestores altamente qualificados, criando uma “equipa médica que não se pode levar embora.”

A equipa médica chinesa, em colaboração com as autoridades competentes, realizou uma pesquisa exaustiva sobre a segunda fase do projeto do Hospital da Amizade Sino-Guineense, financiado pelo governo chinês, e implementou um conjunto de normas clínicas, impulsionando o progresso do projeto e melhorando a capacidade de diagnóstico e tratamento do hospital.

A equipa também contactou várias empresas chinesas para assegurar a doação de equipamentos médicos ao hospital, como ambulâncias, broncoscópios, ventiladores e dispositivos de terapia de oxigénio de alto fluxo. Além disso, organizaram cursos de formação sobre a utilização destes equipamentos, o que melhorou significativamente a capacidade de tratamento nas especialidades médicas mais importantes.

O trabalho exemplar da equipa médica ganhou o reconhecimento e elogio do governo e do povo da Guiné-Bissau. A Presidência da República realizou uma cerimónia de entrega de medalhas, onde concedeu à equipa médica chinesa a “Medalha de Honra Nacional para a Cooperação e Desenvolvimento”, uma das mais altas condecorações da Guiné-Bissau, refletindo a forte amizade entre os dois países.

A equipa médica também promoveu a cooperação académica através de vários eventos, como o “Fórum Sino-Africano de Emergência Médica” e a “Conferência de Intercâmbio Académico Sino-Guineense,” além de atividades de promoção da saúde. Estes eventos permitiram que especialistas médicos da Guiné-Bissau se integrassem em organizações médicas chinesas, fortalecendo as trocas e a cooperação no domínio médico, promovendo assim as relações amigáveis entre os dois países.

OD: Como a equipe está lidando com as doenças comuns e os problemas de saúde enfrentados pela população local?

PY: A equipa médica chinesa na Guiné-Bissau adotou várias abordagens para enfrentar as doenças comuns e os problemas de saúde da população local. A Guiné-Bissau é uma região com alta incidência de malária. A equipa médica trouxe uma quantidade suficiente de medicamentos antimaláricos para fornecer tratamento rápido e eficaz aos pacientes. Além disso, a equipa realiza campanhas de sensibilização nas comunidades e aldeias, aumentando o conhecimento sobre a prevenção da malária entre a população, explicando medidas como o uso de mosquiteiros e a prevenção de picadas de mosquitos.

Devido às condições de higiene precárias, as fontes de água e os alimentos são frequentemente contaminados, o que leva a uma elevada incidência de diarreia. A equipa médica trata os pacientes com reposição de líquidos e eletrólitos para prevenir a desidratação. Além disso, ensinam a população sobre higiene alimentar e pessoal, como lavar as mãos com frequência e garantir a limpeza no armazenamento e preparação de alimentos, para reduzir os casos de diarreia.

Através da doação de medicamentos e equipamentos, a equipa médica chinesa ajudou a melhorar a capacidade dos hospitais locais no diagnóstico e tratamento de infeções respiratórias. A equipa também realiza formação para os profissionais de saúde locais, partilhando experiências sobre o diagnóstico e tratamento de doenças respiratórias, ajudando-os a identificar e tratar melhor essas doenças.

A equipa médica produziu e distribuiu uma grande quantidade de materiais educativos, apresentando informações de forma visual e com linguagem simples sobre prevenção de doenças e estilos de vida saudáveis. Esses materiais incluem guias sobre a prevenção da malária, manuais de prevenção da diarreia e dicas para evitar infeções respiratórias, que a população pode consultar facilmente.

O governo chinês faz doações regulares de medicamentos e equipamentos médicos à Guiné-Bissau para atender às necessidades de saúde da população local. Esses medicamentos abrangem tratamentos para malária, doenças infecciosas e doenças crónicas. Os equipamentos doados incluem estetoscópios, esfigmomanómetros, glicosímetros e instrumentos cirúrgicos, contribuindo para melhorar a capacidade de diagnóstico e tratamento dos hospitais locais.

OD: Como a medicina tradicional chinesa se integra ao trabalho de socorro médico que vocês estão realizando?

PY: Nos diagnósticos feitos utilizamos os métodos de exame da medicina moderna, como testes laboratoriais e exames de imagem, podem fornecer uma base objetiva para o diagnóstico com medicina tradicional chinesa (MTC). Por exemplo, ao avaliar a gravidade da condição de um paciente e determinar o tipo e estágio da doença, os resultados dos exames modernos podem tornar a diferenciação da MTC mais precisa.

Os quatro métodos de diagnóstico da MTC (observação, olfato, interrogação e palpação) também podem complementar a medicina moderna. A observação de sinais como a cor da face, a língua e o pulso do paciente pode revelar problemas que podem ser ignorados pela medicina moderna, fornecendo mais pistas para um diagnóstico abrangente.

Relativamente ao tratamento, a combinação de medicina chinesa e ocidental pode aumentar a eficácia dos tratamentos. Para doenças complexas, como câncer e doenças cardiovasculares, a combinação dos dois sistemas aproveita os pontos fortes de ambos. Por exemplo, em tratamentos oncológicos, a cirurgia, radioterapia e quimioterapia ocidentais podem remover tumores rapidamente, enquanto a MTC pode ajudar a regular a função corporal, fortalecer o sistema imunológico e reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos.

A terapia de reabilitação na MTC pode ser integrada com os métodos de reabilitação da medicina moderna. Em casos de recuperação pós-fratura, os tratamentos de fisioterapia e treinamento da medicina moderna ajudam na regeneração de ossos e músculos, enquanto a acupuntura, massagem e tratamentos à base de ervas chinesas aliviam a dor, promovem a circulação sanguínea e aceleram o processo de recuperação.

O conceito da MTC de “prevenir antes que a doença ocorra” pode ser integrado às atividades de saúde pública. Por meio da promoção de conhecimentos de saúde e técnicas adequadas de MTC, pode-se aumentar a conscientização e a capacidade de autocuidado do público, prevenindo o surgimento de doenças. Exemplos incluem a promoção de exercícios tradicionais como Tai Chi e Baduanjin para melhorar a saúde física, e a divulgação de técnicas como moxabustão e massagem em pontos de acupuntura para prevenir doenças comuns como gripes e insônia.

A medicina chinesa também pode desempenhar um papel na resposta a emergências de saúde pública. Durante surtos de doenças infecciosas como a gripe, o uso de fórmulas preventivas de MTC pode aumentar a imunidade da população e reduzir o risco de infeção. Em eventos de saúde pública, a MTC pode contribuir com suas capacidades de desintoxicação e fortalecimento imunológico para fornecer tratamentos eficazes.

OD: Quais são os principais tratamentos e métodos da medicina tradicional chinesa que estão sendo promovidos durante esta semana?

PY: A acupuntura tem efeitos notáveis no tratamento de várias doenças dolorosas, como cefaleia, dor no pescoço e ombros, dor nas costas e pernas, e dores nas articulações. Através da estimulação de pontos específicos, promove a desobstrução dos meridianos, harmoniza a circulação de energia e sangue, e alivia a dor. Também tem eficácia no tratamento de doenças do sistema nervoso, como paralisia facial, sequelas de AVC, insónia e ansiedade. A acupuntura pode regular a função do sistema nervoso, melhorar a condução nervosa e promover a reparação dos nervos.

Além disso, pode ser usada para tratar doenças do sistema digestivo, como dor de estômago, inchaço abdominal, diarreia e obstipação. A acupuntura regula o movimento gastrointestinal e a secreção de sucos digestivos, melhorando o funcionamento do sistema digestivo. As agulhas utilizadas são muito finas, causando poucos traumas ao paciente. Quando realizada por médicos devidamente treinados, a acupuntura é um procedimento seguro, geralmente sem causar reações adversas graves.

O paciente não precisa de tomar medicamentos durante o tratamento, evitando assim efeitos secundários dos fármacos. Além disso, as sessões de acupuntura são relativamente curtas, permitindo que o tratamento seja concluído rapidamente sem interferir no dia-a-dia do paciente.

Para residentes locais com lesões musculares e rigidez causadas por trabalho físico intenso ou má postura, a massagem terapêutica (Tui Na) é eficaz no alívio da tensão muscular e relaxamento dos tecidos musculares. Através de técnicas manuais, promove a circulação sanguínea local, aumentando o fornecimento de nutrientes aos músculos e reduzindo a fadiga muscular.

A massagem também é muito útil na recuperação de lesões desportivas, como entorses e distensões. Ao melhorar a circulação sanguínea na área lesionada, acelera a regeneração dos tecidos, aliviando a dor e o inchaço.

A equipa médica chinesa prepara vinhos medicinais personalizados para os residentes locais, utilizando os princípios da MTC, para tratar lesões por trauma e dores nas articulações, com resultados muito eficazes. O uso externo do vinho medicinal chinês pode tratar diversas doenças, como artrite reumatóide, lesões traumáticas e dores musculares crónicas. Diferentes doenças requerem diferentes fórmulas de fitoterapia para garantir o melhor efeito terapêutico.

A equipa médica chinesa introduziu aos residentes locais o conceito de dietoterapia da MTC, recomendando alimentos adequados de acordo com diferentes constituições físicas e condições de saúde. Por exemplo, para pacientes com constituição debilitada, sugere-se o consumo de alimentos que reforçam a energia e o sangue, como tâmaras vermelhas, longan e inhame. Para pacientes com hipertensão e colesterol alto, é recomendada a ingestão de alimentos que reduzem a pressão arterial e o colesterol, como aipo, cebola e cogumelos pretos.

OD: Pode falar-nos dos benefícios da medicina tradicional chinesa em comparação com os métodos ocidentais?

PY: A MTC enfatiza que o corpo humano é um organismo integrado, onde os diferentes órgãos e tecidos estão interligados e se influenciam mutuamente. No tratamento de doenças, a MTC considera não apenas as alterações locais, mas também regula o corpo como um todo. Por exemplo, ao tratar insónias, a MTC não se concentra apenas no problema do sono, mas também leva em conta o estado emocional do paciente, dieta e hábitos de vida, visando melhorar a saúde global do paciente.

A MTC oferece uma ampla gama de tratamentos, como fitoterapia, acupuntura, massagem terapêutica (Tui Na), ventosas e dietoterapia. O médico pode escolher o método mais adequado conforme a condição do paciente, maximizando a eficácia. Por exemplo, para pacientes com doenças crónicas, a fitoterapia pode melhorar a saúde geral e aumentar a imunidade. Para pacientes com dores agudas, acupuntura e massagem podem aliviar a dor e melhorar os sintomas.

A maioria dos medicamentos na MTC provém de plantas, animais e minerais naturais, que são preparados de forma adequada e combinados para uso terapêutico, resultando em menos efeitos colaterais. Comparado com os medicamentos da medicina ocidental, a taxa de reações adversas dos remédios fitoterápicos é mais baixa e tem menor impacto sobre órgãos importantes como o fígado e os rins.

Os tratamentos da MTC focam na regulação das funções fisiológicas e na capacidade de autocura do corpo, em vez de simplesmente combater a doença. Por exemplo, métodos como acupuntura e massagem estimulam pontos e meridianos específicos, regulando a circulação de energia e sangue para tratar a doença, sem causar efeitos colaterais ao corpo.

OD: Qual tem sido a recepção da medicina tradicional chinesa pelos cidadãos da Guiné-Bissau?

PY: A aceitação da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) pelo povo da Guiné-Bissau tem vindo a aumentar gradualmente. No passado, devido às condições limitadas de saúde no país, a medicina convencional ocidental por vezes não obtinha resultados eficazes no tratamento de certas doenças. A MTC, com seus princípios terapêuticos únicos e comprovada eficácia, apresentou-se como uma alternativa valiosa, oferecendo aos guineenses novas opções de tratamento. Por exemplo, a acupuntura tem mostrado bons resultados no alívio de doenças dolorosas e do sistema nervoso, ganhando gradualmente uma boa reputação na comunidade local.

Com o trabalho contínuo da equipa médica chinesa em missão na Guiné-Bissau e os esforços para promover a MTC, um número crescente de cidadãos guineenses tem vindo a aprender e a experimentar essa medicina. A equipa médica chinesa implementa palestras de saúde, distribui materiais informativos e organiza atividades de experiência, tudo com o objetivo de educar o público sobre os benefícios da MTC e demonstrar sua eficácia. Muitos pacientes, após receberem tratamentos baseados em MTC, testemunham melhorias significativas em sua saúde, o que fortalece ainda mais a confiança e aceitação dessa prática.

OD: Você poderia compartilhar algumas histórias de sucesso de pacientes tratados com métodos de medicina tradicional chinesa durante a missão?

PY: Esta é uma carta de agradecimento escrita à mão por um paciente com enurese noturna no Hospital de Canchungo, na Guiné-Bissau. O pequeno menino, chamado Mamajam Djálo, sofreu de enurese noturna persistente durante 5 anos, e sua vida perdeu a alegria que deveria ter. O Dr. Xu Gang, um médico de medicina tradicional chinesa, com seus sólidos conhecimentos médicos e habilidade excecional em acupuntura, elaborou um plano de tratamento personalizado para o menino. Durante o tratamento, ele não apenas demonstrou uma habilidade médica superior, mas também ofereceu ao menino uma infinita recuperação e encorajamento. 

Após um esforço incansável, o menino finalmente se libertou das dores e recuperou uma vida saudável. Esta carta de agradecimento, embora simples e modesta em suas palavras, expressa profundamente o respeito e a sincera gratidão do menino e de sua família ao médico chinês. Esta carta é como uma ponte que une os corações do povo chinês e da Guiné-Bissau.

Por: Assana Sambú

Forças ucranianas reivindicam ataque a terminal petrolífero na Crimeia

© Getty Images   Por Lusa   07/10/24  

O exército ucraniano reivindicou hoje ter atingido durante a noite o maior terminal petrolífero da Crimeia, a península ucraniana anexada por Moscovo em 2014, com as autoridades russas a relatarem um grande incêndio.

"Esta noite, as forças de defesa realizaram um ataque bem-sucedido a um terminal petrolífero marítimo inimigo" ao serviço do exército russo em Feodosia, uma cidade no leste da Crimeia, disse o Estado-Maior ucraniano nas redes sociais.

O ataque a este local, "o maior da Crimeia em termos de volume de produtos petrolíferos processados", foi efetuado com mísseis, acrescentou o exército, citado pela agência francesa AFP.

A Ucrânia já tinha utilizado mísseis de longo alcance, nomeadamente para atacar o quartel-general da frota russa do Mar Negro em Sebastopol (leste da Crimeia) em setembro de 2023.

Nos últimos meses, os ataques ucranianos têm sido efetuados principalmente com 'drones' de combate, com Kiev a lamentar a falta de mísseis e a culpar os atrasos nas entregas ocidentais.

As autoridades russas de ocupação na Crimeia comunicaram um incêndio num depósito de petróleo em Feodosia, sem mencionar o ataque ucraniano e garantindo que o incidente não causou vítimas.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostraram pelo menos duas grandes colunas de fumo negro a subir para o céu.

Pouco depois do comunicado ucraniano, o presidente da câmara de Feodosia, Igoo Tkachenko, decretou "o regime de emergência de nível municipal" devido a "um incêndio no território do terminal petrolífero marítimo".

A agência russa TASS noticiou que as autoridades municipais estavam a retirar cerca de 300 pessoas dos locais próximos do depósito de combustível.

"De acordo com as últimas informações, não há vítimas nem feridos", disse a TASS, sem se referir à reivindicação do exército ucraniano.

As autoridades locais disseram também que parte da cidade estava sem eletricidade e que os comboios pendulares tinham sido suspensos, segundo a AFP.

"As medidas para minar o potencial militar e económico da Federação Russa continuam. Haverá mais", acrescentou o Estado-Maior das forças da Ucrânia, citado pela agência espanhola EFE.

As informações divulgadas pela Ucrânia e pela Rússia sobre o curso da guerra entre os dois países vizinhos não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

A guerra foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

A Rússia já tinha invadido e anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.



7 de outubro de 2023: o dia do massacre do Hamas contra Israel

Militantes do Hamas raptam uma mulher israelita de um kibutz para a Faixa de Gaza, 7 de outubro de 2023.Hatem Ali / AP

Catarina Solano de Almeida  sicnoticias.pt

Cronologia do dia mais mortífero em Israel desde a sua criação em 1948.

O ataque dos comandos do Hamas infiltrados no sul de Israel a partir de Gaza na madrugada de sábado, 7 de outubro de 2023 foi de uma escala sem precedentes. Foram lançados milhares de rockets contra território israelita, militantes islâmicos furaram barreiras e entraram em comunidades perto da Faixa de Gaza, matando residentes e fazendo reféns.

Mais de 1.200 pessoas morreram de ambos os lados, 251 foram levadas como reféns pelo Hamas para a Faixa de Gaza. Israel declarou o estado de guerra.

Cronologia do dia mais mortífero em Israel desde a sua criação em 1948.

Ataque surpresa com uma série de ações em simultâneo

Às 6h29 em Israel (3h29 em Lisboa), o Exército israelita deteta tiros de rockets incessantes lançados da Faixa de Gaza contra localidades israelitas na fronteira.

O Hamas afirma ter disparado mais de 5 mil projéteis no âmbito da ofensiva batizada "Tempestade Al-Aqsa", referência à mesquita Al-Aqsa, terceiro lugar sagrado do Islão situado em Jerusalém-Leste, ocupada e anexada por Israel.

O eficaz sistema israelita de defesa antiaérea "Cúpula de Ferro" entra em ação mas é rapidamente sobrecarregado pela quantidade de rockets disparados aos milhares.

Em simultâneo, combatentes do Hamas - o movimento dirá mais tarde que foram 1200 - precipitam-se sobre a fronteira com Israel em motas, carrinhas, pequenas lanchas e até paramotores.

Utilizam explosivos e escavadoras para atravessar a barreira que separa a Faixa de Gaza de Israel e realizam ataques em cerca de 50 locais, matando indiscriminadamente em kibutzs, em bases militares e num festival de música onde ocorre um massacre e de onde centenas de israelitas e estrangeiros são raptados.

Nos kibutzs, vão de casa em casa e matam moradores. São também acusados de agressões sexuais a uma escala ainda difícil de avaliar.

Um relatório da ONU divulgado em março deste ano concluiu que "há boas razões para acreditar” que a “violência sexual” foi cometida em “múltiplos locais” no dia 7 de outubro, “incluindo violação e violação em grupo, em pelo menos três locais”.

Exército israelita demora a reagir

Às 8h30, os comandos invadiram seis bases militares: em Erez, no extremo norte da Faixa de Gaza, Nahal Oz, em frente à Cidade de Gaza, outras duas perto do kibutz Be'eri, uma em Reim, no centro da Faixa de Gaza, e duas mais a sul, perto da fronteira egípcia.

Os residentes dos kibutzs perto de Gaza foram obrigados a defender-se contra os atacantes do Hamas durante horas, uma vez que o exército israelita demorou a chegar. Mais tarde, contaram que se refugiaram em abrigos enquanto os combatentes tentavam arrombar as portas, ou pegaram nas armas que tinham e correram para as ruas para tentar repelir os ataques.

No festival de música Nova, onde se encontravam cerca de 3.000 pessoas a poucos quilómetros da Faixa de Gaza, o Hamas atacou durante horas e matou pelo menos 370 pessoas, segundo dados oficiais israelitas.

O exército israelita confirmou oficialmente por volta das 18h00 que “soldados e civis” foram raptados pelo Hamas e levados para a Faixa de Gaza.

No kibutz Be'eri, uma das comunidades mais afetadas, os primeiros reforços israelitas chegaram “a partir das 13h30”, segundo um relatório do exército. Uma divisão completa do exército interveio às 16h15 para organizar uma evacuação coordenada dos sobreviventes e recuperar o controlo do kibutz.

Reféns israelitas e estrangeiros, incluindo lusodescendentes

No total, 251 pessoas foram feitas reféns, 44 no festival Nova e pelo menos 74 no kibutz Nir Oz. Alguns, incluindo soldados, já estavam mortos quando foram levados para Gaza, segundo o exército. Podem ter sido mortos por fogo amigo, nomeadamente no kibbutz Be'eri, onde testemunhas disseram que um tanque disparou contra uma casa onde 14 pessoas estavam sequestradas por combatentes do Hamas.

Israel declara o estado de guerra

Às 10h39, Israel começa a bombardear incessantemente Gaza, um pequeno território palestiniano governado pelo Hamas desde 2007 e onde vivem 2,4 milhões de habitantes.

Às 11h34, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declara num discurso televisivo: “Estamos em guerra”.

À tarde, o exército israelita convoca 360 mil reservistas para reforçar um exército que conta com 170 mil soldados: recrutas que cumprem o serviço militar obrigatório e soldados de carreira.

Ao cair da noite, continuam as buscas por possíveis homens armados do Hamas em território israelita, enquanto civis aterrorizados ainda estão trancados nas suas casas e as ruas desertas.

Só a 10 de outubro é que o exército israelita anuncia ter recuperado o controlo de todas as localidades do sul de Israel atacadas pelo Hamas.

Leia Também: O que é o Hamas, inimigo jurado de Israel?


Leia Também: Há um ano, Hamas atacou Israel. Eis o escalar do conflito em números


Leia Também: Países condenam ataques do Hamas e prestam homenagem às vítimas  


Saúde mental. Cansaço ou algo mais? Três sinais 'burnout' que não deve ignorar... É importante estar atento. Leia o que diz uma especialista.

© Shutterstock  Por Notícias ao Minuto  07/10/24 

Hoje em dia, o stress do dia a dia, as longas horas de trabalho e as pressões financeiras deixam qualquer um exausto. É, no entanto, importante saber distinguir o cansaço 'normal' do que está associado a um 'burnout' (esgotamento, em tradução livre).  

Megan Jones Bell, médica antiga diretora científica do Headspace, citada no Mirror, enumerou os três sinais de alerta que nunca devem ser ignorados. 

 Três sinais 'burnout' que não deve ignorar: 

Fadiga. De acordo com a médica, o indicador mais imediato de um esgotamento é uma queda nos níveis de energia durante o dia. "Há muitos sinais comportamentais que o indicam", como começar a suspirar mais ou beber mais café ou chá, "a nossa energia é um indicador muito claro da nossa carga mental e física"; 

Perturbações do sono. "Existe uma relação direta entre o stress diurno e a dificuldade em adormecer", isto significa que "dormir menos horas do que o normal pode ser um sinal de esgotamento"; 

Sentir-se vazio. Por exemplo, "começar a perder a perder o prazer em coisas que normalmente nos dariam prazer", assim como começar a isolar-se dos amigos e entes queridos. 

Leia Também: 'Burnout' parental. Investigadora defende deteção precoce de sinais 

--

Serviços telefónicos de apoio emocional em Portugal

SOS Voz Amiga (entre as 16 horas e as meia-noite) -  213 544 545 (número gratuito) - 912 802 669 - 963 524 660 

Conversa Amiga (entre as 15 e as 22 horas) - 808 237 327 (número gratuito) e 210 027 159

SOS Estudante (entre as 20 horas e a uma da madrugada) - 239 484 020 - 915246060 - 969554545

Telefone da Esperança (entre as 20 e as 23 horas) - 222 080 707 

Telefone da Amizade (entre as 16 e as 23 horas) – 228 323 535

Todos estes contatos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende. No SNS24 (808 24 24 24), o contacto é assumido por profissionais de saúde. Deve selecionar a opção 4 para o aconselhamento psicológico. O serviço está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana.


Anúncio: BOLSAS DE ESTUDO NA SUÍÇA PARA ANO LETIVO 2025/2026 PARA DOUTORAMENTO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Jornal Odemocrata  07/10/2024

O Consulado Honorário da Suíça na Guiné-Bissau, vem por este meio, tornar público o seguinte: A Embaixada da Suíça na República do Senegal e República da Guiné-Bissau enviou através do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, informação sobre a disponibilidade de bolsas de estudo para o ano letivo 2025/2026 para o curso de Doutoramento e/ou Investigação Científica nas instituições de Ensino Superior Suíços.

Apenas os candidatos de nacionalidade bissauguineense nascidos após 31 de Dezembro de 1989 são legíveis.

Nenhuma área prioritária é definida e as bolsas não se restringem a pesquisas específicas. As Bolsas de Mestrado ou bolsas de Arte não são contempladas.

A Embaixada convida as universidades e faculdades da Guiné-Bissau a enviarem as suas candidaturas nas áreas pretendidas.  Essas serão depois avaliadas de acordo com os critérios estabelecidos.

Os candidatos interessados devem entrar em contato com um professor de uma instituição de ensino superior ou universidade na Suíça que concorde em supervisionar sua pesquisa. A carta de aceitação deve ser incluída no processo de candidatura; caso contrário, o pedido não poderá ser aceite pela Embaixada.

Os dossiers de solicitação em papel devem ser enviados em duas cópias (um original e uma cópia) à Embaixada da Suíça até 16 de dezembro de 2024, o mais tardar. Os interessados são convidados a ler As Regras de Orientação (Guidelines Applicants) e requisitos para a apresentação de uma candidatura.

Através do site Internet du Secretariado de Estado para a Formação, Pesquisa e Inovação (SEFRI) : www.sbfi.admin.ch/scholarships fr podem baixar os formulários que se encontram do dossier ZIP ESKAS 2025-2026 » ou enviar um correio a Embaixada através do endereço seguinte: dakar@eda.admin.ch.

sábado, 5 de outubro de 2024

Presidente da República General Umaro Embalo, Com seus homólogos Presidente francês Emmanuel Macron e Presidente de Mauritânia 🇲🇷 Mohamed Ould Ghazouani nas Ruas largas de Paris/França.

Catchus ku parci kita bua djuntu.👇

Gaitu Baldé

No segundo dia da 19ª Cimeira da Francofonia em Paris, 2024, o Presidente Umaro Sissoco Embaló segue com encontros importantes, abordando temas essenciais para a cooperação internacional e o desenvolvimento de Guiné-Bissau.







ESTE VÍDEO É PARA ESCLARECER O QUE ESTAVA OCULTO, NO QUE DIZ RESPEITO À CASO DE 6 BILHÕES...

O chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general Michael Erik Kurilla, chegou hoje a Israel, segundo o diário local Haaretz, para participar na coordenação da resposta do Estado judaico ao ataque iraniano de terça-feira.

© Win McNamee/Getty Images  Por Lusa   05/10/24 

 Chefe do Comando Central dos EUA em Israel para apoiar retaliação ao Irão

O chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general Michael Erik Kurilla, chegou hoje a Israel, segundo o diário local Haaretz, para participar na coordenação da resposta do Estado judaico ao ataque iraniano de terça-feira.

A chegada de Kurilla surge numa altura em que Israel prepara a sua resposta ao ataque maciço da República Islâmica do Irão, que será "séria e significativa", disseram esta tarde as autoridades militares. 

Na passada terça-feira, cerca de 180 mísseis balísticos lançados pelo Irão atingiram Israel, num ataque maciço que fez disparar as sirenes antiaéreas em todo o país, obrigou milhões de pessoas a procurar abrigo em poucos minutos e causou uma vítima mortal.

O exército israelita anunciou uma resposta "significativa", mas não deu pormenores.

O Canal 12, a estação de televisão mais popular de Israel, disse que o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, iria realizar consultas adicionais de segurança esta noite para discutir o ataque.

Entre os possíveis alvos da resposta israelita estão instalações petrolíferas iranianas, algo que os EUA têm tentado dissuadir.

"Se eu estivesse no lugar deles, pensaria em alternativas ao ataque aos campos de petróleo", disse o Presidente dos EUA, Joe Biden, numa conferência de imprensa na sexta-feira.

Após o ataque iraniano de terça-feira, Netanyahu afirmou que o Irão tinha cometido um "grave erro" e que iria "pagar por ele".

O Irão afirmou que o ataque foi uma resposta à morte do líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, num bombardeamento israelita, em Beirute, há uma semana, bem como à morte do antigo líder do Hamas, Ismail Haniyeh, num ataque em Teerão que Israel nunca reivindicou ou negou.

A morte de Nasrallah surge no contexto de uma série de bombardeamentos de Israel contra o Líbano, visando o Hezbollah, que nos últimos dias tem afetado o sul do país e o vale de Bekaa, a leste, mas também a capital, Beirute.

Desde o início das hostilidades, os ataques israelitas mataram cerca de 2.000 pessoas e obrigaram 1,2 milhões a fugir das suas casas, principalmente no sul e no leste do país mediterrânico.

Além disso, o ataque do Irão ocorreu horas depois de Israel ter anunciado uma incursão terrestre no sul do Líbano, na qual foram mortos até agora nove militares israelitas e o exército estima que cerca de 400 milicianos do Hezbollah tenham sido mortos.


Leia Também: Ataque com 'rockets' no norte de Israel faz três feridos

Vários 'rockets' atingiram hoje um edifício na localidade árabe de Deir al Asad, a 20 quilómetros da fronteira norte de Israel, provocando três feridos ligeiros, segundo o diário The Times of Israel.

Kyiv diz ter derrubado caça russo na região de Donetsk... As forças ucranianas afirmaram hoje ter abatido um avião de combate russo, enquanto a Rússia disse ter feito avanços no leste da Ucrânia.

© Getty Images   Por Lusa   05/10/24 

O avião russo foi abatido na cidade de Kostiantynivka, na região de Donetsk, disse o chefe da Administração Militar de Kostiantynivka, Serhiy Horbunov, citado pelos 'media' locais. As imagens divulgadas mostraram destroços carbonizados do aparelho, que atingiu uma casa.

Também na região de Donetsk, parcialmente ocupada, o Ministério da Defesa russo afirmou hoje que assumiu o controlo da aldeia de Zhelanne Druhe.

Se for confirmada, esta captura ocorre dois dias depois de as forças ucranianas terem dito que estavam a retirar-se da cidade de Vuhledar, na linha da frente, a 33 quilómetros de Zhelanne Druhe.

Entretanto o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje que irá apresentar o seu "Plano de Vitória" aos aliados do chamado Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, na base militar de Ramstein, dentro de uma semana.

Numa mensagem publicada na sua conta da rede social X, Zelensky disse que está com a sua equipa a preparar-se para a 25.ª reunião em Ramstein, no próximo sábado, dia 12 de outubro, "a primeira a ser realizada ao nível de líderes políticos", para apresentar os planos para uma vitória na guerra que teve início com a ofensiva lançada pela Rússia em fevereiro de 2022.

Zelensky apresentou este plano ao Presidente norte-americano, Joe Biden, na semana passada em Washington.


Leia Também: Zelensky apresenta o seu 'Plano de Vitória' aos aliados no próximo sábado 

Hezbollah combate tropas na fronteira enquanto Israel bombardeia o Líbano

Por  voaportugues.com

A missão de manutenção da paz das Nações Unidas no Líbano disse que as suas forças “permanecem em todas as posições”, apesar de um pedido israelita na segunda-feira para “deslocar algumas das nossas posições”, à medida que as incursões terrestres dos militares começaram.

O Hezbollah afirmou no sábado, 5, que os seus combatentes estavam a confrontar as tropas israelitas na região fronteiriça do sul do Líbano, onde os militares israelitas afirmaram ter atacado militantes do movimento apoiado pelo Irão numa mesquita.

Nos últimos dias, a escalada rápida da violência assistiu a intensos ataques israelitas contra os bastiões do Hezbollah em todo o Líbano, enquanto as tropas terrestres efectuavam incursões perto da fronteira, transformando quase um ano de trocas transfronteiriças numa guerra total.

No primeiro ataque aéreo israelita na região norte de Tripoli, no âmbito da atual escalada, o grupo militante palestiniano Hamas afirmou que o “bombardeamento sionista” do campo de refugiados de Beddawi matou um comandante, Saeed Attallah Ali, bem como a sua mulher e duas filhas, no sábado.

A escalada, que esta semana incluiu o segundo ataque de mísseis do Irão a Israel, a intensificação dos disparos de mísseis do Hezbollah e ataques reivindicados por aliados do Irão a partir de locais tão distantes como o Iémen, ocorre poucos dias antes do primeiro aniversário do ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro.

Manifestação de pessoas antes do aniversário do atentado de 7 de outubro, em Roma

No centro de Beirute, Ibrahim Nazzal, que se encontra entre as centenas de milhares de pessoas deslocadas devido à violência, afirmou: “Queremos que a guerra acabe para podermos regressar à nossa terra. “Todas as nossas casas desapareceram. Não sei para onde voltaremos.”

Quase um ano após o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas, Israel deslocou as suas atenções para norte, com o objetivo de permitir o regresso a casa de dezenas de milhares de israelitas deslocados pelos foguetes do Hezbollah.

As forças armadas israelitas lançaram uma vaga intensificada de ataques contra os redutos do Hezbollah em todo o Líbano, matando mais de 1110 pessoas desde 23 de setembro.

No terreno, o Hezbollah afirmou, na madrugada de sábado, que os seus combatentes estavam envolvidos em confrontos com as tropas israelitas na zona fronteiriça, depois de anteriormente terem afirmado que tinham forçado os soldados a recuar.

Os militares israelitas afirmaram que as suas forças tinham matado 250 combatentes do Hezbollah na zona fronteiriça esta semana e, no início do sábado, atingiram um “centro de comando localizado dentro de uma mesquita” na cidade de Bint Jbeil.

As forças de manutenção da paz "permanecem"

Os recentes ataques de Israel ao Líbano mataram um general iraniano, uma série de comandantes do Hezbollah e, no maior golpe sofrido pelo grupo em décadas, o seu líder, Hassan Nasrallah.

O líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, num raro discurso público na sexta-feira, disse que “a resistência na região não vai recuar com estes martírios”, elogiando a “defesa feroz” do Hezbollah e do Hamas contra as forças israelitas.

Enquanto Israel pondera a sua resposta ao ataque com mísseis iranianos na terça-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, advertiu contra a possibilidade de atacar as instalações petrolíferas iranianas, um dia depois de ter dito que Washington estava a “discutir” essa ação.

O ataque iraniano, que Teerão classificou como uma vingança pela morte de Nasrallah e de outras figuras de topo, matou uma pessoa na Cisjordânia ocupada.

Na quarta-feira, imagens de satélite da base aérea de Nevatim, no sul de Israel, mostram danos aparentes numa estrutura, em comparação com uma fotografia tirada a 3 de agosto.

No Líbano, os bombardeamentos israelitas colocaram pelo menos quatro hospitais fora de serviço e, na sexta-feira, a primeira entrega de ajuda médica organizada pelas Nações Unidas chegou ao aeroporto de Beirute.

Os correspondentes da AFP ouviram uma série de explosões no sul de Beirute na madrugada de sábado, depois de o porta-voz militar israelita em língua árabe, Avichay Adraee, ter avisado os habitantes para evacuarem uma parte da cidade.

O Líbano afirmou que um ataque israelita na sexta-feira cortou a principal estrada internacional para a Síria, tendo Israel afirmado que o objetivo era impedir o fluxo de armas.

A unidade de gestão de catástrofes do Líbano disse que mais de 374.000 pessoas - a maioria refugiados sírios - procuraram refúgio na Síria na última semana de setembro.

A missão de manutenção da paz das Nações Unidas no Líbano disse que as suas forças “permanecem em todas as posições”, apesar de um pedido israelita na segunda-feira para “deslocar algumas das nossas posições”, à medida que as incursões terrestres dos militares começaram.

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano apelou também a um compromisso “em acções e não apenas em palavras” em relação à Resolução 1701 do Conselho de Segurança, que pôs fim à guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah e estipulou que apenas o exército libanês e as forças de manutenção da paz deveriam ser destacados para o sul do Líbano.

"Reunir o mundo"

Numa visita a Beirute na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, disse que o seu governo apoia “os esforços para um cessar-fogo” que seria aceitável para o Hezbollah e viria “simultaneamente com um cessar-fogo em Gaza”.

Biden disse que os Estados Unidos, o principal fornecedor militar de Israel, estavam a trabalhar para “reunir o resto do mundo e os nossos aliados” para evitar que os combates se espalhassem ainda mais.

Famílias entram na Síria a pé, através de uma cratera causada por ataques aéreos israelitas que visavam bloquear a autoestrada Beirute-Damasco no cruzamento de Masnaa, no leste do Vale de Bekaa, no Líbano, sábado, 5 de outubro de 2024.

Os mediadores dos EUA, do Qatar e do Egito tentaram, sem sucesso, durante meses, chegar a uma trégua em Gaza e garantir a libertação de 97 reféns ainda detidos no território governado pelo Hamas.

Os disparos israelitas mataram pelo menos 12 pessoas em Gaza, segundo um médico hospitalar, a agência de defesa civil e o Crescente Vermelho palestiniano.

O Crescente Vermelho afirmou que uma criança foi morta num “ataque com mísseis” que atingiu um campo de deslocados improvisado perto de uma escola no centro de Gaza, onde os militares israelitas afirmaram ter visado um “centro de comando e controlo” militante.

O ataque de 7 de outubro causou a morte de 1.205 pessoas, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada nos números oficiais israelitas que incluem os reféns mortos em cativeiro.

A ofensiva militar de retaliação de Israel matou pelo menos 41.825 pessoas em Gaza, a maioria das quais civis, de acordo com os números fornecidos pelo Ministério da Saúde do território e descritos como fiáveis pela ONU.

Um funcionário da organização médica de beneficência Médicos Sem Fronteiras (MSF) disse à AFP que a vida estava a tornar-se “impossível” em Gaza, apelando a maiores esforços humanitários.

“À medida que o tempo frio se aproxima, isto vai correr muito mal”, disse a presidente dos MSF em França, Isabelle Defourny, de regresso de uma missão ao sul de Gaza.