quarta-feira, 19 de abril de 2023

Sete mil soldados ucranianos desaparecidos. Quase metade terá morrido... A maioria estará sob cativeiro russo, estima o governo ucraniano.

© Muhammed Enes Yildirim/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto   18/04/23 

Mais de sete mil ucranianos foram dados como desaparecidos desde o início da invasão russa da Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, anunciou, esta terça-feira, o Ministério para a Reintegração de Territórios Ocupados Temporariamente. 

Segundo Oleg Kotenko, comissário do departamento responsável pelas pessoas desaparecidas, estima-se que cerca de 60-65% dos soldados desaparecidos estejam em cativeiro russo, enquanto os restantes podem já ter morrido. 

“Esperamos que as pessoas que procuramos estejam de facto capturadas e não mortas”, disse o responsável, citado pelo jornal ucraniano The Kyiv Independent. 

Esta manhã, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que a Ucrânia já recuperou mais de dois mil prisioneiros de guerra do cativeiro russo. “Desde 24 de fevereiro, a Ucrânia recuperou 2.235 homens e mulheres ucranianas do cativeiro russo. Lembramo-nos de todos. Vamos trazer todos e cada um deles”, assinalou na plataforma Telegram.  

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.


Leia Também: Zelensky visita Avdiivka, um dos principais palcos da guerra. As imagens

Governo alemão anuncia entrega de sistema de defesa Patriot a Kyiv

© Christophe Gateau/picture alliance via Getty Images

POR LUSA  18/04/23 

A Alemanha entregou um sistema de defesa aérea Patriot e mísseis à Ucrânia, bem como 16 camiões Zetros e dois veículos de proteção de fronteira, de acordo com a atualização semanal do Governo alemão divulgada esta terça-feira.

O 'site' oficial do Governo federal da Alemanha listou esta terça-feira um sistema de defesa Patriot entre os itens militares entregues na semana passada à Ucrânia.

Berlim tinha prometido fornecer a Kyiv uma bateria Patriot em janeiro, após o compromisso de Washington de enviar o sistema fabricado nos EUA, com os Países Baixos a juntarem-se aos esforços de apoio militar mais tarde, noticiou o portal de notícias Kyiv Independent.

Também a agência Associated Press (AP) noticiou esta entrega de armamento alemão, assinalando a chegada à Ucrânia de algumas das armas mais importantes pedidas por Kyiv.

A Ucrânia tem pressionado pela entrega de Patriots e outros sistemas de defesa aérea aos seus aliados ao longo dos últimos meses, sendo que o da Alemanha parece ter sido o primeiro a chegar.

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yurii Ihnat, recusou-se a confirmar esta terça-feira que um sistema Patriot está na Ucrânia, de acordo com o 'media' local RBC-Ucrânia.

Ihnat sublinhou que receber os mísseis será um evento marcante, permitindo que os ucranianos derrubem alvos russos a uma distância maior.

O sistema Patriot é a arma de defesa antiaérea mais avançada do arsenal dos EUA. Uma bateria Patriot tem entre quatro a oito lançadores projetados para quatro mísseis cada.

Os patriotas visam melhorar significativamente a defesa das cidades ucranianas e infraestrutura crítica contra ataques regulares de mísseis russos.

O porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, destacou em 30 de março que 65 soldados ucranianos completaram o treino em sistemas Patriot em Fort Sill, Oklahoma, e regressaram à Europa.

A invasão russa da Ucrânia desencadeou uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise mais grave de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O número de baixas civis e militares não é conhecido, mas diversas fontes, incluindo a ONU, dizem que será muito elevado.


Leia Também: EUA anunciam novo pacote militar de 2,4 mil milhões de euros para Kyiv


Ministro da Defesa: “INSEGURANÇA NO GOLFO DA GUINÉ É UMA AMEAÇA ÀS COMUNIDADES COSTEIRAS”

JORNAL ODEMOCRATA  18/04/2023  

O ministro da Defesa BuNacional, Marciano Silva Barbeiro, afirmou esta terça-feira, 18 de abril de 2023, que o Golfo da Guiné tornou-se no centro de crime marítimo, registando uma crescente insegurança que afeta o comércio marítimo e ameaça as comunidades costeiras.   

“A zona económica exclusiva da região do Golfo da Guiné, abrange cerca de 3,3 milhões de quilómetros quadrados. Apesar de imenso potencial, aquela região não dispõe de meios, por isso a sua vulnerabilidade acabou por ser profundamente assolada pela criminalidade organizada que se deslocou do Índico para o Atlântico, tornando aquela zona no centro do crime marítimo”, disse. 

O governante falava na cerimónia de abertura da Conferência de Segurança Marítima no Golfo da Guiné e as suas implicações na segurança nacional da Guiné-Bissau, que decorre nos dias 18 e 19 do mês em curso numa das unidades hoteleiras de Bissau.

A conferência realizada pelo Instituto da Defesa Nacional e cofinanciada pela União Europeia, reúne cerca de 50 participantes de diferentes instituições, designadamente, dos ministérios da Defesa,  das Pescas, do Instituto Marítimo Portuário, das Forças de Defesa e Segurança e alguns académicos bem como elementos das organizações da sociedade civil.

Silva Barbeiro disse que a região do Golfe da Guiné produz cerca de 70 por cento do petróleo e o gás natural de toda África e reveste-se de uma grande importância para a segurança energética ocidental, pois a sua proximidade aos dois principais consumidores mundiais da energia, América do Norte e Europa Ocidental, reduz os custos de transporte e permite-lhes uma alternativa na sua estratégia de diversificação de importações de hidrocarbonetos do Médio Oriente e da Rússia.     

“Falar hoje do Golfo da Guiné é falar da geopolítica que se estende de Cabo verde a Angola, como sendo uma das mais movimentadas rotas marítimas do mundo e estima-se em mais de 1500 os movimentos diários e 6 mil quilômetros de litoral, englobando três vastas regiões geográficas, políticas e econômicas da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da África Central e a Comissão do Golfo da Guiné, totalizando assim mais de 500 milhões de habitantes e uma diversidade étnica cultural e religiosa impressionante”, sublinhou.

Para o embaixador da União Europeia (UE), ArtisBertulis, a sua organização pretende apoiar os estados membros costeiros e organizações regionais na arquitetura de segurança marítima construída para a região.

Adiantou que é preciso atualizar a visão estratégica de forma a incluir a diversidade de riscos e ameaças à segurança das águas do Golfo da Guiné, com especial atenção à pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, bem como o aumento do narcotráfico que atinge o oeste do Golfo.

Por seu lado, o presidente do Instituto Nacional da Defesa, Braima Camará, informou que a instituição que dirige realiza uma conjugação de saberes específicos em matéria de segurança marítima e as suas implicações para a segurança nacional, já que a Guiné-Bissau é um país costeiro com mais de 80 ilhas. 

Acrescentou que 70 por cento do planeta terra é coberto de água e 80 por cento da população vive a menos de 100 milhas náuticas da costa.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

Analista política, Tamilton Teixeira: “ELEIÇÕES NA GUINÉ-BISSAU SÃO SINAIS DE GRAVE CRISE POLÍTICA”

JORNAL ODEMOCRATA  18/04/2023  

O professor universitário e analista político, Tamilton Teixeira, disse que as eleições na Guiné-Bissau são reflexos de “graves crises políticas” E que “infelizmente os políticos não compreendem isso”, acrescentando que o país não realiza eleições porque se chegou ao fim de uma legislatura ou de um mandato presidencial em condições naturais para renovar os poderes.  

“Nós não vamos às eleições porque chegamos ao fim de uma legislatura ou de um mandato presidencial, em condições normais, para renovar os poderes. As nossas eleições têm que ser lidas desta forma, mas os políticos não se dignam refletir sobre isso. As eleições guineenses tem sido sinal de grave crise, porque todas as eleições que fizemos nos últimos tempos aconteceram na sequência de rupturas”, criticou o sociólogo, alertando que é preciso uma reflexão sobre a situação política guineense, porque “as eleições legislativas de junho não vão ser diferentes”. 

O jovem sociólogo fez essas observações na entrevista exclusiva ao seminário O Democrata para falar da situação política na Guiné Bissau, particularmente do processo das eleições legislativas de 4 de junho do ano em curso, como também debruçar sobre a participação de mais de vinte partidos e duas coligações que disputam as legislativas, o que para algumas vozes críticas, representa um númeromuito elevado para um país como a Guiné-Bissau.   

O Supremo Tribunal de Justiça(STJ) já recebeu a documentação para a formalização dos partidos que disputam as legislativas que são: o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que desta vez lidera a Coligação Eleitoral PAIGC-CE, e integra a UM, MDG, PSD e PCD. Também concorrem o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), Assembleia de Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15), Partido da Renovação Social (PRS), PRID, FREPASNA, COLIDE-GB, RGB – Movimento Bafatá, PUSD, Partido Luz da Guiné-Bissau e Partido PAPES.

“ELEIÇÕES DE JUNHO NÃO SERÃO AS MAIS RENHIDAS, MAS SIM AS MAIS MILIONÁRIAS NA GUINÉ”

Tamilton Teixeira disse que faz tempo que a Guiné-Bissau vem carregando o símbolo  de um país atípico, perdendo com aquilo que é o essencial, sobretudo as ideias que fundaram o Estado e os princípios que nortearam a ideologia da independência. 

O analista afirmou que as eleições legislativas agendadas para junho não serão as mais renhidas, mas sim as mais milionárias, serão umas eleições em que jamais se gastou tanto dinheiro.

Lembrou que a Guiné-Bissau já teve eleições que “podemos considerar as mais renhidas pela sua própria dinâmica”, referindo-se às eleições de 1994, porque “eram eleições em que o partido que estava no poder, há muito tempo, concluiu que tinha  conquistado  o direito natural de governar, por ter sido partido libertador e de repente foi confrontado com as dinâmicas da abertura política, frisando que “naquele contexto não era fácil fazer com que o partido libertador abrisse as mãos de todos os privilégios”.  

Advertiu que as eleições de 4 de junho não terão nada de especial, porque os concorrentes vão disputar basicamente uma única coisa, quem vai continuar a deter a máquina pública, as finanças públicas, os recursos naturais, ou melhor, a riqueza dos guineenses. Acrescentou que essas eleições não serão renhidas, porque não vão estar em disputa algumas narrativas políticas concernentes à forma como pensam sobre a política internacional, contudo afiançou que vão ser eleições  pobres do ponto de vista do debate político e de propostas, bem como umas eleições milionárias e violentas, porque “a linguagem será muito baixa, em termos de qualidade pedagógica e política, não haverá nada”.     

Assegurou que os partidos políticos transformaram-se em  empresas fantasmas, criadas para ganhar certificados para atuar e para depois entrarem em esquemas para sobreviverem.

Não é de surpreender ver mais de 20 partidos e coligações, porque” o ambiente pré-eleitoral diz-nos que não mudará nada e que acontecerá a mesma  coisa como no passado”.

“Há um prenúncio de que o debate, durante a campanha eleitoral, não será sobre os 46 por cento da população analfabeta, sobre 900 mulheres que morrem por ano no parto e muito menos sobre a posição que a Guiné-Bissau ocupa na lista dos países com maiores problemas de insegurança alimentar. Nem serão sobre a corrida às novas tecnologias na educação e a mortalidade infantil, contra a violação dos direitos humanos entre outros”, notou.

“Alguns partidos em África, nomeadamente na Guiné-Bissau, têm a lógica de fazer voto através de uma dinâmica essencialmente guineense, fazendo acordos nas tabancas que não têm nada a ver com as suas ideologias político-partidárias.

Seria através de programas eleitorais que poderiamos saber se o partido é de esquerda ou direita, tendo em conta o pendor dos programas, como também as causas que levaram a criação desse partido político”, referiu.  

“PTG NÃO É UMA NOVIDADE ASSIM COMO PARA MIM O MADEM-G 15 NÃO FOI NOVIDADE”

“Estão a fazer grandes alianças ou coligações para quê? É uma coligação porque pensamos à esquerda e juntamo-nos ou porque juntamos os defensores da ideologia da direita, não é nada disso. São coligações com vista ao controlo do Estado. Pode perguntar aos partidos que coligaram sobre as matérias nas quais convergem, certamente não terão resposta”, disse, acrescentando que os partidos fazem acordos sazonais, acordos muito curtos, com o único propósito de ganhar as eleições e dividir pastas de governação. 

Assegurou que estes acordos não têm nenhuma sustentabilidade ideológica, porque são acordos de controlo de recursos do país. Lembrou, neste particular, que se assinou um acordo em Dakar entre o atual primeiro-ministro e o Presidente da República que, segundo a sua explanação, era um acordo feito apenas pensando nas eleições. 

Afirmou que as eleições legislativas agendadas para o mês de junho vão ser pobres do ponto de vista político, como também vão  contribuir para o empobrecimento da política guineense, porque”  cada vez mais o cargo político está a perder o seu significado, porque hoje há muitas pessoas que deixam muito a desejar ao ocuparem cargos importantes, isto banaliza e empobrece o cargo político e leva algumas pessoas sérias a afastarem-se da política, porque gente que não entende nada da política é que está a administrar o país”.

Questionado sobre a participação do Partido de Trabalhadores Guineenses (PTG) nestas eleições, um partido que tem como líder um veterano da política guineense, respondeu que existe uma coisa que chamou de “genealogia da família política guineense”, como surgiu a família política guineense.

Para Tamilton Teixeira, “se retirarmos as siglas ou estreitarmos a outra parte dos partidos, vamos concluir que estamos a falar das mesmas coisas, portanto não há nenhuma diferença”.

“Na Guiné as siglas são novas e as pessoas são antiquadas. O que é que o PTG nos traz de novo? Botche Candé já disse várias vezes que apenas não trabalhou com o Presidente Luís Cabral, portanto o que ele vai trazer de novo? Nós sempre conhecemos as circunstâncias em que ele trabalhou no governo e nos partidos pelos quais passou. O PTG não é novidade para mim, assim como o MADEM – G15 não foinovidade nenhuma, e o PRID também. As pessoas que estiveram no PRID saíram do PAIGC, voltaram a sair do PRID e foram para a APU-PDGB e hoje estão no PAIGC novamente”, notou. 

O analista lembrou que tem um estudo no qual explica que toda essa gente se plantou ou se fez de políticos e empresários à volta de General – Presidente, João Bernardo “Nino” Vieira.  

“Todos de alguma forma são descendentes politicamente de Nino Vieira, por isso coloco o Presidente Nino como a raiz da frase e depois vamos ver como é que todos vão descer. São pessoas que se animam do mesmo espírito, portanto é muita pena que a juventude guineense não tenha essa consciência, que não haverá nenhuma novidade”, disse.

“PAIGC AO LONGO DA SUA HISTÓRIA PROMOVEUA MEDIOCRIDADE E HOJE É VÍTIMA DESSA MEDIOCRIDADE”

Sobre a participação do PAIGC nestas eleições, através de uma coligação eleitoral pela primeira vez na sua história, o que para alguns críticos demonstra a fragilidade do partido, Tamilton Teixeira disse que não considera a iniciativa dos libertadores como uma fragilidade porque “na Guiné não se sabe de facto quem é que tem o poder real, sobretudo nos últimos tempos”. 

“As coligações com vista às eleições são próprias da política e acontecem com a maior naturalidade, seja através de grandes partidos ou os de menor porte. Os contextos é que definem se as coligações são viáveis ou nem por isso. Eu sei que é digno de se perguntar o fato de está a ser a primeira vez que isso está a acontecer, mas acho que não é espontâneo porque remonta daquilo que eles chamam espaço de concertação, porque sempre atuaram em concertação, razão pela qual acharam que devem partir para as eleições em bloco”, contou.

Assegurou, neste particular, que o PAIGC começou a fragilizar-se por um erro político que o próprio partido tem que ter a coragem de corrigir.

“Quem levou o PAIGC a esta situação que eu não acho que seja negativo, mas colocando a questão noutro prisma e de que talvez poderia não ser necessário. Poderia não ser necessário, se o PAIGC passasse a apreender que não pode ser um partido que promove a mediocridade. Se tem uma coisa que o PAIGC fez ao longo da sua história, foi promover a mediocridade e hoje está a ser vítima dessa mediocridade”, criticou, lembrando que em 2014, questionou em que base o PAIGC achava que o José Mário Vaz (JOMAV) podia ser Presidente da República. 

Interrogado se não teme que o país venha a registar uma situação de falta de coabitação entre o Presidente da República e a pessoa que vier a ser indicada pelo partido vencedor das eleições legislativas, à semelhança daquilo que aconteceu entre o antigo Presidente José Mário Vaz e o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, disse que “na verdade, a Constituição da Guiné-Bissau, embora tenha algumas lacunas como qualquer outra constituição, deixa claro algumas matérias”. 

“Na Guiné-Bissau, da forma como se vive a política, ainda não encontramos uma figura, um presidente que vai querer apenas ser o Presidente da República. Os Presidentes que tivemos sempre demonstraram que controlam tudo. Esta vontade de ser quem controla tudo para poder controlar mais alguma coisa é que tem criado problemas entre o Presidente e o primeiro-ministro”, sublinhou, frisando que nessas condições qualquer pessoa que se guie pelo bom senso não vai gostar de ser primeiro-ministro de Umaro Sissoco Embaló.

Relativamente ao tema de debate nas ruas sobre se um analfabeto pode ser deputado da nação, disse que a pergunta deve ser colocada de outra forma: Porque é que os analfabetos conseguiram ser deputados na Guiné-Bissau em todas as legislaturas, porque aconteceu?

“O que tem acontecido? É que o sistema está montado para isto ou para premiar o despreparado e o incompetente. A nossa taxa de analfabetismo é de 46 por cento. É grave. Costumo insistir na outra estatística dos alfabetizados que não entendem o que leem, os deputados que não sabem interpretar, criar e fazer uma proposta lei”, disse, criticando que a política guineense é muito pobre e que permite que tudo aconteça. 

Afiançou que o problema na Guiné-Bissau não são essas pessoas analfabetas, mas sim, pessoas que todo o mundo julga que são mais preparadas, mas que trabalharam no desmonte do Estado. 

“O Estado foi desmontado de tal maneira que estas pessoas que consideramos não preparadas perceberam agora e perguntaram afinal das contas isto é assim, então vamos também participar”, referiu.      

Por: Aguinaldo Ampa/Assana Sambú 

"Precisamos salvar a Europa para salvar o mundo", disse João Lourenço que pediu cessar-fogo na Ucrânia

João Lourenço, candidato do partido MPLA, que procura um segundo mandato em Angola, encerrou a campanha eleitoral com um comício na maior praça eleitoral, Luanda. 

VOA Português  abril 18, 2023

Ao discursar na abertura da reunião do Comité Central do MPLA, João Lourenço disse que há que “assegurar uma paz duradoura para a Europa no seu todo, o que implica necessariamente haver, em algum momento que se considere adequado, negociações directas entre a Rússia e a NATO".

LUANDA — O Presidente angolano pediu um cessar-fogo incondicional e o início de negociações entre as partes directamente envolvidas no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, para o estabelecimento de uma paz duradoura entre os dois países.

Ao discursar na abertura da reunião do Comité Central do MPLA, partido no poder, nesta terça-feira, 18, João Lourenço disse que há que “assegurar uma paz duradoura para a Europa no seu todo, o que implica necessariamente haver, em algum momento que se considere adequado, negociações directas entre a Rússia e a NATO, entre a Rússia e a União Europeia”.

Ele propos que os Estados Unidos e a China, pela influência que têm sobre cada um dos países em conflito, concertem "acções diplomáticas direcionadas para a resolução deste conflito".

"Precisamos de salvar a Europa para salvar o mundo", sublinhou o Chefe de Estado, lembrando que "a Europa já não pode ser o epicentro de uma nova guerra mundial".

Na sua intervenção ante os dirigentes do partido, o Presidente angolano sublinhou que a política externa de Angola tem sido coerente.

"Angola é pela paz, defendemos o respeito do Direito Internacional, dos princípios plasmados na Carta das Nações Unidas, somos contra todas as guerras e, consequentemente, condenamos a invasão da Ucrânia pela Rússia e a ocupação e anexação de parte do território ucraniano", disse Lourenço, quem concluiu que "o conflito atingiu proporções de tal ordem que já não basta garantir a paz para a Ucrânia e a normalização das relações entre os dois países".

terça-feira, 18 de abril de 2023

PRESIDENTE DA REPÚBLICA RECEBE EM AUDIÊNCIA O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BATALHA


  Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

PRESIDENTE DA REPÚBLICA RECEBE EM AUDIÊNCIA ANTÓNIO MOREIRA

O Presidente da República, recebeu em audiência, o Sr. António Jaime Mendes Moreira, antigo funcionário do Ministério da Cultura, com problemas de saúde há trinta anos. 

Nesta ocasião, o Sr. Moreira agradeceu o Chefe de Estado pelo apoio e solidariedade, que possibilitou o seu tratamento médico em Dakar.

Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

ONU alerta que a fome está a alastrar na África Ocidental

© Lusa

 POR LUSA   18/04/23 

A fome está a aumentar e a alastrar na África Ocidental, afetando cerca de 48 milhões de pessoas -- maior número dos últimos 10 anos -, que enfrentam a insegurança alimentar na região assolada por conflitos, advertiu hoje a ONU.

Impulsionada principalmente pela violência, bem como pelas consequências económicas da pandemia de covid-19 e da inflação, a insegurança alimentar está a ter um forte impacto no Burkina Faso, Mali, Níger, norte da Nigéria e na Mauritânia, alertaram hoje em Dacar, em conferência de imprensa, fontes da ONU.

As mesmas fontes disseram que, pela primeira vez, cerca de 45.000 pessoas na região do Sahel estão à beira da insuficiência alimentar, a um passo de distância da fome.

A grande maioria, 42.000, encontra-se no Burkina Faso, acrescentaram.

"A situação é preocupante", disse Ann Defraye, uma especialista regional em nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na África Ocidental e Central.

"No ano passado, assistimos a um grande aumento (31%) do número de crianças admitidas em estabelecimentos de saúde com graves desperdícios em todo o Sahel. Em muitas áreas, está a tornar-se muito mais difícil para as famílias encontrarem alimentos nutritivos para comer, especialmente onde existem comunidades bloqueadas", acrescentou.

A violência ligada à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico assola há anos o Burkina Faso e o Mali.

Os fundamentalistas islâmicos bloquearam dezenas de aldeias na região, cortaram o acesso às zonas agrícolas e armadilharam estradas com explosivos, dificultando a livre circulação dos residentes e forçando as agências de ajuda a prestar assistência humanitária somente por via aérea, o que torna as operações muito mais dispendiosas.

À medida que os civis fogem dos ataques e os fundamentalistas islâmicos expandem as suas ações no Burkina Faso, a fome também se espalha através da fronteira para os vizinhos Togo e Benim.

Estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas esteja em insegurança alimentar no Benim e no Togo, quase o dobro do número em 2021, de acordo com a ONU.

Pela primeira vez, aqueles dois países pediram ajuda a organizações humanitárias para lidarem com o afluxo de pessoas deslocadas e refugiados.

"Estamos realmente preocupados com os países costeiros. Se não se fizer o suficiente no Burkina (Faso), o risco de um número crescente de pessoas ter de atravessar a fronteira para encontrar refúgio seguro ou oportunidades de subsistência porque não podem utilizar as suas terras ou porque o seu gado foi atacado aumentará", frisou Alexandre Le Cuziat, um conselheiro sénior de emergência do Programa Alimentar Mundial na África Ocidental e Central.

"Ainda há uma janela de prevenção nos países costeiros, mas está a fechar-se rapidamente. Vimo-la fechar-se rapidamente no Sahel", disse Le Cuziat, que defendeu que as organizações humanitárias, governos regionais e países doadores precisam de tirar lições da crise de insegurança noutros países e tentar mitigar as consequências nos Estados costeiros.


Leia Também: ONU expressa aos EUA "preocupação" com espionagem contra Guterres

Nigéria é o 2.º país a aprovar uso de vacina da Oxford contra a malária

© Lusa

POR LUSA   18/04/23 

A Nigéria, o país com mais casos de malária e mortes no mundo, tornou-se a segunda nação a aprovar o uso de uma vacina contra a doença desenvolvida pela Universidade de Oxford, Reino Unido, anunciou hoje a agência reguladora nigeriana.

"A Nigéria tem o maior fardo [de malária] do mundo e os comités concordaram que a utilização de uma vacina eficaz é necessária como resposta adicional", disse Christy Obiazikwor, porta-voz da Agência Nacional para a Administração e Controlo de Alimentos e Medicamentos da Nigéria (NAFDAC).

A responsável indicou que um comité externo à NAFDAC e um grupo de peritos desta instituição reviram exaustivamente a vacina da Universidade de Oxford, antes de a aprovarem.

Os peritos constataram que a vacina, conhecida como R21/Matrix-M e fabricada pelo Instituto Soro da Índia, satisfazia os critérios de segurança e eficácia da Nigéria, acrescentou Obiazikwor.

É também a primeira a exceder o objetivo da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 75% de eficácia.

No entanto, a NAFDAC ainda não indicou quando é que estas vacinas estarão disponíveis na Nigéria, pois, pelo menos inicialmente, o país dependerá da doação de milhares de doses, antes de poder começar a comprá-las.

Apenas o Gana e agora a Nigéria, com mais de 213 milhões de pessoas, deram luz verde para a utilização da vacina.

O Gana aprovou a sua utilização em crianças dos 05 aos 36 meses, o grupo etário em maior risco de morrer de malária, em meados deste mês.

É uma vacina de baixa dose que pode ser fabricada em grande escala e a um custo modesto, permitindo o fornecimento de centenas de milhões de doses aos países africanos que mais sofrem de malária.

A R21/Matrix-M foi submetida a ensaios clínicos no Reino Unido, Tailândia e vários países africanos, incluindo um ensaio em curso da fase III no Burkina Faso, Quénia, Mali e Tanzânia, envolvendo 4.800 crianças.

Os resultados destes ensaios deverão ser publicados no final deste ano.

Em 2021, a vacina RTS,S - produzida pelo gigante farmacêutico britânico GSK - tornou-se a primeira vacina contra a malária recomendada para utilização generalizada pela OMS, embora a investigação tenha mostrado que a eficácia desse produto foi de cerca de 60% e diminuiu significativamente ao longo do tempo.

A doença matou 619.000 pessoas em 2021, com 96% dessas mortes registadas em África, de acordo com a OMS.

A Nigéria é o país mais atingido pela malária a nível mundial, sendo responsável por até 27% das infeções globais e 32% das mortes por esta doença nesse ano.


Leia Também: Malária. Gana aprova vacina de Oxford e imuniza crianças com até 3 anos

"Sabia que Yeltsin cumpriria a sua palavra". Será que Bill Clinton se arrepende de ter persuadido a Ucrânia a entregar as suas armas nucleares?

 No passado grandes líderes mundiais, Bill Clinton e Tony Blair foram questionados sobre o desafio global que a guerra da Ucrânia coloca. É uma entrevista exclusiva da CNN Internacional ao ex-presidente dos Estados Unidos e ao antigo primeiro-ministro britânico, a propósito dos 25 anos do acordo de Sexta-feira Santa que devolveu a paz à Irlanda do Norte.


Governo deu passo importante para exportação das 30 mil toneladas da castanha de caju remanescente da campanha de 2022. Os empresários interessados e os intermediários reuniram-se com o Ministro do Comércio na presença dos representantes do Primeiro-ministro e vice-Primeiro-ministro.

 Radio Voz Do Povo

Enquete: Quem deve mudar a sua bandeira: PAIGC ou a República da Guiné Bissau?

 Radio TV Bantaba

ADVOGADOS DO PAIGC EM CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Colectivo dos Advogados acusa atual regime na tentativa de impedir o PAIGC de partipar nas próximas legislativas.

Radio TV Bantaba 

Turismo: ASOPTS-GB afirma que a entrada em funcionamento da Guiné-Bissau Airlines vai beneficiar o setor

Bissau, 18 Abr 23 (ANG) – O vice-presidente da Associação dos Operadores Turísticos e Similares da Guiné-Bissau (Asopts-GB) disse  hoje que a entrada em funcionamento da nova companhia aérea, a Guiné-Bissau Airlines, com realização de voos internos e regulares para as ilhas e algumas regiões do país  irá beneficiar o setor turístico.

Rui de Carvalho proferiu essas declarações em  entrevista exclusiva à ANG ao falar  das  vantagens que o turismo nacional possa ter com a criação, pelo Governo, da nova companhia aérea da Guiné-Bissau.

Salientou que seria muito bom ter voos internos para quando os turistas chegarem ao país e possam ter meios para se  deslocar para as regiões  e conhecer as potencialidades turísticas aí existentes.

 “Isso ajudar-nos-ia muito a cumprir  a nossa aposta de fixar as populações nas suas localidades, apostando no desenvolvimento turístico local, tal como acontece, por exemplo, nas ilhas onde muita coisa já foi feita para o avanço do turismo no país”, explicou.

Segundo Carvalho, a criação de  riquezas nas regiões através das diferentes atividades que o turismo desenvolve, evitaria o êxodo rural  para a cidade de Bissau, que já está a “explodir” de tanta gente que vêm a procura de melhores condições de subsistência .

Rui de Carvalho sustenta que se  deve apostar na permanência  das pessoas nas suas respetivas regiões,  e que o turismo  é um dos setores que poderão  contribuir para que isso aconteça.

Carvalho realçou a transversalidade do turismo que engloba áreas como ,a banca, telecomunicações, transportes, entre outras,criando riquezas.

Para o vice-presidente da (Asopts-GB),  o maior problema do turismo nacional tem a ver com preços dos bilhetes de avião, que diz serem desencorajadores para os turistas que  querem visitar  o país.

Por está razão, Rui de Carvalho recomenda  a redução  das tarifas de passagem, visando a atração de mais turistas para a Guiné-Bissau.

O Governo anunciou para breve o início das atividade de uma nova companhia aérea da Guiné-Bissau, denominada Guiné-Bissau Air Line.

O acordo para o efeito foi assinado na semana passada , em Bissau entre o ministros dos Transportes e Comunicações, Aristides Ocante da Silva e o representante de uma empresa de Canadá Jitaa Aeronautics Inc, Gausu Sauane.

ANG/MSC/ÂC//SG

Encontro entre Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau e grupo de comerciantes Organizados na Fileira de caju, hoje terça-feira (17.04) sobre as castanhas remanescentes da campanha anterior e o começo da presente campanha

Presidente da Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau Caustar Dafa  manteve um encontro de trabalho hoje (18.04) com o Grupo de comerciantes organizados na Fileira de Caju onde debruçaram sobre as castanhas remanescentes da campanha anterior e o começo da presente campanha

Radio Voz Do Povo

Antigo funcionário do Ministério da Cultura, António Jaime Mendes Moreira, com problemas de saúde há 30 anos recebe apoio do Presidente da República para tratamento médico em Dakar. António Moreira regressa a Bissau e, agradece o Presidente Embalo pelo apoio.

Radio Voz Do Povo

Ensino privado / IGE deu 30 dias aos proprietários de escolas privadas para regularizarem o funcionamento dos seus estabelecimentos

Bissau, 18 Abr 23 (ANG) – A Inspecção Geral da Educação(IGE) exorta os proprietários das escolas privadas, em situação irregular, a regularização, no prazo de 30 dias, do funcionamento dos seus estabelecimentos.

Em conferência de imprensa esta terça-feira, o Chefe de Gabinete Jurídico do (IGE), Ivo Injami diz ser  incompreensível ter uma escola privada a fucionar há mais de dois ou três anos sem informar ao Ministério da Educação, frisando que, enquanto gestores da área não vão admitir esse tipo de procedimento.

Injami disse que, há muito tempo, se tem verificado o funcionamento irregular  de muitas escolas privadas em diferentes setores, regiões e tabancas do país.

"Vimos escolas privadas a funcionar sem qualquer documentos e fizemos o nosso trabalho enquanto Inspecção Geral e há medidas de chamada de atenção que foram feitas aos proprietários das escolas privadas, mas,  muitas não  cumpriram com aquilo que é a orientação”, explicou.

Ivo Injami  apela  a todos os proprietários das escolas privadas do país sem documentos exigidos por lei para funcionamento de seus estabelecimento   para se dirigirem ao Ministério da Educação a fim de regularizarem as suas situações.

Avisa que  escolas que não cumprirem o Ministério não procederá a confirmação de Certificados emitidos por essas escolas.

Diz saber  que  muitas escolas que funcionam recorrem à outras escolas para emissão de certificados.

 “São problemas que constatadas no terreno, pelo que chamamos a atenção aos proprietários das escolas através de um circular que têm o prazo de 30 dias para regularizarem as suas situações ”, disse.

Aquele responsável disse que existe um regulamento de funcionamento das escolas privadas na Guiné-Bissau, pelo que todos os proprietários ou donos de escolas devem cumprir esse regulamento.

Referiu que as escolas privadas funcionam em regime de empresas, que são instituições que têm como objectivo a obtenção de lucros, pelo que não  justifica que essas escolas não paguem impostos e outras contribuições tributárias.

ʺSão agente económico e nada  pode fazer com que funcionassem na irregularidade. A  educação é uma atividade licita aceite por lei e se assim for os intervenientes na área devem proceder de forma licita”, sustentou. 

ANG/MI/ÂC//SG

Gâmbia. Ex-ministro vai a julgamento "por crimes contra a Humanidade"

© swissinfo.ch

POR LUSA   18/04/23 

O antigo ministro do Interior do ditador da Gâmbia Yahya Jammeh, Ousman Sonko, em prisão preventiva na Suíça desde 2017, vai a julgamento num tribunal federal "por crimes contra a Humanidade", anunciou hoje o procurador federal suíço.

Ousman Sonko está em prisão preventiva desde a sua detenção, em 26 de janeiro de 2017 na Suíça, onde tinha apresentado um pedido de asilo após ter sido demitido do seu cargo de ministro do Interior, que deteve durante 10 anos até setembro de 2016, durante o regime de Jammeh, que governou o país entre 1994 e 2017.

Após uma extensa investigação que durou mais de seis anos, o Ministério Público Federal Suíço (MPC) apresentou a sua acusação ao Tribunal Penal Federal na segunda-feira, de acordo com um comunicado divulgado hoje pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

As acusações contra Sonko cobrem o período entre 2000 e 2016 e, de acordo com a acusação suíça, configuram crimes contra a Humanidade, na medida em que é acusado de "ter, na sua capacidade e funções, apoiado, participado e não se ter oposto aos ataques sistemáticos e generalizados levados a cabo no contexto da repressão das forças de segurança da Gâmbia contra qualquer opositor do regime do Presidente Yahya Jammeh".

Esta "política repressiva" visava "em particular opositores políticos, jornalistas e suspeitos de golpes de Estado e caracterizou-se alegadamente pelo uso sistemático de tortura, violação, execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias ou desaparecimentos forçados", acrescenta-se no comunicado do MPC.

A Gâmbia, um pequeno país da África Ocidental e antiga colónia britânica, foi governada com mão de ferro durante 22 anos por Yahya Jammeh, que vive exilado na Guiné Equatorial depois de ter sido derrotado nas eleições presidenciais de dezembro de 2016, conclui a AFP.


Polónia constrói barreira eletrónica na fronteira com a Rússia

© STR/NurPhoto via Getty Images

POR LUSA  18/04/23 

A Polónia está a construir uma barreira eletrónica com tecnologia de última geração na fronteira com o enclave russo de Kaliningrado, para monitorizar e neutralizar qualquer atividade ilegal, disse hoje o ministro polaco do Interior.

"Teremos monitorização total da fronteira com a Rússia", disse Mariusz Kaminski sobre a barreira que será equipada com câmaras de vigilância 24h e detetores de movimento num raio de 210 km.

O ministro afirmou que esta será a fronteira europeia mais segura, graças à barreira que deverá estar concluída no outono, e que estará perfeitamente preparada para travar qualquer tipo de atividade ilegal relacionada com situações de crise relacionadas com "os vizinhos orientais".

Em 2022, a Polónia construiu um muro na fronteira com a Bielorrússia para impedir o fluxo maciço de imigrantes ilegais que considerava ser organizado pelas autoridades russas e bielorussas para desestabilizar a Polónia e a UE.

De momento existe na fronteira com Kaliningrado uma barreira antitanque a bloquear as estradas.


Leia Também: Moscovo utiliza câmaras de vigilância para localizar possíveis recrutas

NATO alerta para proliferação nuclear da China "sem transparência"

© Omar Havana/Getty Images

POR LUSA  18/04/23 

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, alertou hoje para a proliferação do armamento nuclear em todo o mundo, em particular na China, que está a aumentar o "arsenal nuclear sem qualquer transparência".

"A NATO [...] vai ser uma aliança nuclear enquanto houver ameaças nucleares", sustentou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), por videoconferência, no arranque da 18.ª Conferência Anual da NATO sobre o Controlo de Armas, Desarmamento e a Não-proliferação de Armas de Destruição Maciça.

Jens Stoltenberg considerou que, no imediato, a Rússia é a principal ameaça dos 31 Estados-membros que compõem a NATO e que a invasão à Ucrânia, há mais de um ano, "faz parte de um longo padrão de comportamentos agressivos" por parte de Moscovo.

O aumento da "retórica nuclear provocadora" -- "ignorando, violando e abandonando a maior parte dos acordos de não-proliferação que mantinham o mundo seguro" -- faz parte de uma estratégia da Rússia para "impedir os aliados da NATO de ajudar a Ucrânia", completou Stoltenberg.

Contudo, Moscovo não é a única preocupação: "A China está a aumentar o seu arsenal nuclear sem qualquer transparência."

O secretário-geral da Aliança Atlântica nomeou os quatro países cuja proliferação nuclear mais preocupa os Estados-membros e o mundo: China, Rússia, Irão e Coreia do Norte.

O propósito, acrescentou, deveria ser um compromisso de desnuclearização e um caminho para uma paz duradoura e, na ótica do secretário-geral, a NATO "desempenha um papel importante nesse esforço".


Leia Também: João Lourenço defende diálogo Rússia-NATO e Rússia-UE para paz na Europa

Guiné-Conacri. Chefe da junta diz que Ruanda é "modelo" para se inspirar

© Reuters

POR LUSA   18/04/23 

O chefe da junta na Guiné-Conacri disse querer inspirar-se no "modelo" do Ruanda, durante a visita do Presidente Paul Kagame, uma das primeiras deslocações de um chefe de Estado estrangeiro desde que os militares tomaram o poder em 2021.

"Desde o genocídio de 1994 até à reunificação do país, o Ruanda conseguiu recuperar, assumir e reconstruir-se antes de se afirmar como uma referência africana. É nisto que o modelo ruandês fascina o coronel Presidente Mamadi Doumbouya", disse hoje a Presidência guineense, numa declaração.

Mamadi Doumbouya, que foi investido Presidente na sequência do golpe militar em setembro de 2021, comprometeu-se, sob pressão internacional, a dar lugar a civis eleitos até ao final de 2024, o tempo necessário para levar a cabo reformas profundas, segundo ele.

Na declaração acrescentou-se que "o verdadeiro desafio para o Presidente Mamadi Doumbouya é reconstruir a Guiné-Conacri de forma profunda, colocando-a no caminho da reconciliação nacional, da autonomia e da emergência".

Os dois líderes disseram querer reforçar as relações bilaterais e "criar uma ponte" entre Conacri e Kigali.

Paul Kagame chegou a Conacri na segunda-feira à noite para a terceira etapa da sua viagem à África Ocidental, depois do Benim e da Guiné-Bissau.

O chefe de Estado ruandês manifestou a sua vontade de trabalhar com a Guiné-Conacri no quadro de uma cooperação aberta, de acordo com a declaração da Presidência guineense. Disse também que espera receber Mamadi Doumbouya no Ruanda "muito em breve".

Para a oposição, a visita do Presidente Kagame não deve servir para legitimar os militares no poder.

A oposição apela a um rápido regresso dos civis ao poder, à abertura de um diálogo "credível" e à libertação de todos os prisioneiros que considera políticos.


Leia Também: PR Sissoco Embalo recebe o seu homologo Ruandês_Paul Kagame no Palácio da República com honras militares. A visita de trabalho e de amizade vai durar algumas horas.

Cabo Verde. "Açambarcamento" de vagas para vistos portugueses investigado

© Lusa

POR LUSA  18/04/23 

A Procuradoria-Geral da República cabo-verdiana informou hoje que está a analisar as denúncias de "açambarcamento" de vagas para agendamento de vistos para Portugal, em que empresas chegam a cobrar mais de 180 euros, num serviço que é gratuito.

"A situação está a ser analisada, mas que, por se tratar de denúncias recentes, ainda nada temos a avançar. Oportunamente forneceremos as devidas informações", informou o Ministério Público, num caso denunciado na segunda-feira em reportagem da agência Lusa.

Portugal tem alertado, e cada vez de forma mais incisiva, para o "açambarcamento" de vagas para pedidos de vistos em Cabo Verde, e a voz mais recente foi a do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, que apelou, na Praia, à denúncia, admitindo o recurso a meios alternativos para minimizar o impacto destas ações que considera ilegais.

Numa ronda por algumas agências na cidade da Praia, a Lusa constatou que várias empresas estão a cobrar valores diferenciados para realizar esse serviço, que podem ir dos 1.000 escudos (nove euros) aos 20 mil escudos (181 euros), podendo aumentar em caso de prestação de outros serviços no âmbito do processo.

Contudo, o agendamento é gratuito, através da página na Internet da VFS Global, empresa externa que há oito meses processa os pedidos de vistos de trabalho, estudo, tratamento médico e reagrupamento familiar de Cabo Verde para Portugal.

Na mesma reportagem, muitos cabo-verdianos avançaram que recorrem a intermediários para agendarem pedidos de visto, mesmo pagando valores elevados, devido à vontade de viajar para Portugal, transformando a atividade num negócio ilegal, descrevendo cada vaga como "ouro".

Neste sentido, os mesmos entrevistados da Lusa pedem melhorias para evitar o "açambarcamento" de vagas por empresas privadas cabo-verdianas, para agilizar o processo.

Desde agosto de 2022 que o agendamento e triagem dos pedidos de vistos nacionais da Embaixada de Portugal na Cidade da Praia são feitas pela VFS Global - Visa Facilitation Services, um prestador de serviços internacional, já usado em mais de 40 postos consulares portugueses em todo o mundo.

Os agendamentos para entrega de vistos são feitos exclusivamente através da página de Internet da empresa, a quem também caberá a "gestão e disponibilização regular de vagas" para esse efeito, enquanto os custos destes serviços são suportados pelos requerentes.

De acordo com a informação disponibilizada pela VFS, ao requerente é cobrada uma "taxa de serviço" de 4.440 escudos (40 euros), "por pedido, para além das taxas de visto" [9.924 escudos - 90 euros], valor "não reembolsável".

A contratação da empresa externa visa aumentar a capacidade e implementar o acordo de mobilidade da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), mas a decisão final sobre a atribuição de visto continua a ser das autoridades portuguesas.

Em março, o novo embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, sublinhou que o agendamento para pedidos de vistos é gratuito e alertou para o "efeito pernicioso" dos intermediários no processo.

Durante uma recente visita a Cabo Verde, em que inaugurou as novas instalações do Centro Comum de Vistos (CCV), gerido por Portugal e que desde 2010 emite vistos de curta duração para o espaço Schengen em representação de 19 países europeus, o secretário de Estado reforçou o alerta e pediu a denúncia dos casos e investigação das autoridades competentes.

"Temos uma preocupação grande, nomeadamente, com a captura de vagas ou açambarcamento de vagas [para pedidos de visto], que é um problema que não é de agora, é um problema que não é só aqui em Cabo Verde, nem só um problema na rede consular portuguesa, porque outros países também se queixam dessa captura de vagas em sistemas parecidos com esta plataforma de agendamento que nós temos. Mas isso não significa que nós não encaremos isto com muita determinação e muita responsabilidade e com o compromisso de tentar minimizar este impacto", afirmou.

Segundo o governante, Portugal está, no entanto, a trabalhar em soluções técnicas do ponto de vista informático que possam limitar essa prática que considera ser abusiva.

"Porque estes atos são gratuitos e é como gratuitos que devem ser prestados e não que se aproveite das pessoas e dos cidadãos para poder ganhar dinheiro, às vezes numa situação mesmo ilegítima ou ilegal", prosseguiu.


Leia Também: Presidente de Cabo Verde em visita a Portugal a partir de hoje

Governo ucraniano convida Lula da Silva a visitar o país

© Oleg Nikolenko / Twitter

POR LUSA   18/04/23 

O Governo ucraniano convidou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, a visitar a Ucrânia para entender as causas e as consequências da agressão russa ao país, noticiou hoje a imprensa internacional.

De acordo com a agência de notícias Europa Press, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, afirmou que existe "uma vítima" e "um agressor" e estes não podem ser tratados da mesma maneira.

"A Ucrânia não precisa ser convencida de nada", declarou Nikolenko na rede social Facebook.

O porta-voz também afirmou que a Ucrânia é a primeira interessada em acabar com a guerra e que, por observar "com interesse" os esforços do Presidente brasileiro pela paz, acredita que Lula da Silva poderia realizar uma visita à Ucrânia para ter contacto direto com a situação do país.

O convite surge após Lula da Silva ter feito declarações polémicas relativas à guerra na Ucrânia.

Lula da Silva declarou que a Península da Crimeia - território ucraniano que foi anexado ilegalmente pela Rússia em 2014 - provavelmente permaneceria de forma definitiva sob o domínio russo, sublinhando ainda que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, "não poderia querer tudo".

No regresso de uma visita à China no passado fim de semana, o chefe de Estado brasileiro também atribuiu aos Estados Unidos e à União Europeia (UE) a responsabilidade da escalada do conflito ao fornecerem armas à Ucrânia, o que gerou também críticas por parte de Kiev, dos norte-americanos e europeus.

Lula da Silva defendeu no sábado que os Estados Unidos devem parar de "encorajar a guerra" na Ucrânia e a União Europeia deve "começar a falar de paz".

Desta forma, explicou aos jornalistas, a comunidade internacional poderá "convencer" o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que "a paz é do interesse de todo o mundo".

Os Estados Unidos referiram na segunda-feira que o Brasil está a repetir a propaganda russa e chinesa "sem ter em conta os factos", depois do Presidente brasileiro ter acusado Washington e União Europeia (UE) de prolongar o conflito na Ucrânia.

"Neste caso específico, o Brasil está a repetir a propaganda russa e chinesa, sem ter em conta os factos", realçou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, órgão diretamente ligado ao Presidente norte-americano.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


Leia Também: Lula cultiva "a mesma ambiguidade estratégica da China", diz Borrel

CNE inicia ciclo de formações no âmbito da Campanha de Educação Cívica para as legislativas 04 junho, com a formação formadores dos animadores cívicos eleitorais. O secretário executivo adjunto da CNE, Idrissa Djaló realça o papel dos educadores cívicos face a percentagem dos votos nulos, independente da taxa de participação no processo eleitoral.

 Radio Voz Do Povo

Resposta à Nota de Repúdio ou à Nota de Desespero?

Foto @Colectivo de Intelectuais Balantas na Diaspora

Quando tomamos conhecimento da existência de um dito “Colectivo dos Intelectuais Balantas na Diáspora” em pleno século XXI, começamos a entender de facto as razões de um ataque despropositado e incompreensível contra uma medida puramente administrativa, tomada perante servidores do Estado Guineense que por razões de afinidades étnicas e políticas querem fugir â sua responsabilidade de julgar os que foram mentores e operacionais de uma tentativa de derrube pela força de um regime democrático e constitucional, isto porque os acontecimentos de 1 de Fevereiro levaram ao assassinato de mais de uma dezena de vítimas inocentes, cujas vidas foram ceifadas na sequência de uma clara acção de tentativa de golpe-de-Estado.

Como pode uma organização que se intitula de “Colectivo dos Intelectuais Balantas na Diáspora” falar em leis e princípios éticos quando tudo indica, até pela sua denominação, ser uma organização assente e regido na base de um inaceitável tribalismo, isto porque como indica o nome desse colectivo é um estado de organização tribal que defende que os seres humanos deveriam viver em sociedades pequenas (tribos) ao invés de viver em sociedade, isto porque a sociedade guineense é constituída por mais de 23 grupos étnicos que no seu conjunto são guineenses.

Queremos chamar a atenção deste colectivo tribal, que o tribalismo é a brecha biológica com a qual muitos políticos têm contado há muito tempo: explorando nossos medos e instintos tribais. Alguns exemplos são o nazismo, a Ku Klux Klan, guerras religiosas e a Idade das Trevas e o padrão típico da sua actuação, neste caso concreto reflecte-se nessa sua chamada “Nota de Repúdio”.

Vamos agora colocar algumas questões a esse colectivo tribal, que se auto-intitula de “intelectuais balantas na diáspora”, começando por relembrar que a tentativa de golpe, redundou no assassinato de uma dezena de jovens. Será que os mandantes dessa tentativa e os seus operacionais não devem ser julgados?

Este colectivo tribal na sua famigerada nota confunde alhos com bugalhos, mas em vez de proteger a justiça tenta sorrateira e maldosamente tentar encontrar supostos bodes expiatórios, atribuindo ou insinuando questões que vão desde a interferência nas questões de justiça, como de supostas agressões que nunca existiram de facto, na forma como os pintaram ou inventaram. 

O dito colectivo não procurou ao menos analisar os dados que estão ligados aos acontecimentos de 1 de Fevereiro antes de enveredar na defesa de supostos acontecimentos para tentar ludibriar a opinião pública e sorrateiramente tentar incitar terceiros para darem continuidade aos fracassados intentos?

Vamos aos factos:

O Colectivo tribal já teve tempo ou vontade para ver os mercenários digitais a lançarem a incitarem os militares e a população de Bissau a apoiarem esta falhada tentativa frustrada?

Será que o Colectivo tribal não viu as fotos publicadas em algumas páginas nas redes sociais, captadas por bloguistas entrincheirados e previamente avisados do que iria suceder nos edifícios?

Será que estes “intelectuais de meia-tigela e tribalista” não perguntaram aos funcionários o que viram ou escutaram da parte dos assaltantes que febrilmente vasculhavam os edifícios ministeriais do Palácio do Governo, procurando desesperada e raivosamente o Presidente da República com a clara intenção de o assassinar?

Quanto aos problemas que afligem os guineenses, principalmente, a subida galopante dos produtos de primeira necessidade, só podemos convidar o dito “Colectivo de Intelectuais” a empenharem-se mais no melhoramento da sua intelectualidade, porque a sua nota de repúdio deixa muito a desejar…

A guerra entre a Rússia e Ucrânia poder-se-ia invocar como uma das causas conducentes a esta crise, que infelizmente está generalizada à escala mundial. Mas vamos aos factos que também são responsáveis por esta situação.

Pilhagem dos bens do Estado (FUMPI, Resgate, etc.)

Desgovernação e pilhagem no tesouro público;

Incapacidade de recuperação dos empréstimos por acção ineficaz e até conivente das instituições judiciais. Leiam, tribunais;

Peso excessivo de funcionários públicos que foram “tchokidus” sem terem background para as funções para os quais a política os colocou e cujos reflexos pesaram e muito em matéria salarial;

Existência de uma administração pesada e obsoleta e incapaz de dar respostas aos imperativos de desenvolvimento, que levaram entre outros ao “afundamento” das nossas regiões;

A política do “mama taco” praticado por sucessivas administrações governamentais levaram a decadência de sectores chaves como a educação, saúde, infraestruturas, agricultura, fuga de quadros, entre outros males.

Hoje, uma luz acendeu na escuridão que se transformou a Guiné-Bissau e os ratos e ratazanas que grassavam e aniquilavam o Estado Guineense e que colocaram o país num pantanal de drogas, descrédito e de “mama taco”, estão tentando sobreviver, atacando e denegrindo quem corajosa e lucidamente está recuperando e curando o nosso país desses males.

Essa luz chama-se Úmaro Sissoco Embaló, filho humilde saído no meio do seu povo para assumir com coragem e patriotismo o restauro da credibilidade interna e internacional da Guiné-Bissau e em três anos de trabalho os guineenses começam a reparar que o comboio da desgovernação, do tribalismo, dos assassinatos e prisões arbitrárias, da droga, da indisciplina, do roubo e pilhagem, está sendo reconduzido ao trilho e seguindo inexoravelmente rumo ao progresso e bem-estar.

É precisamente isto que os inimigos ou adversários têm medo e estão tentando a todo o custo travar, mas que se torna impossível, porque este regime do General do Povo veio para ficar, respaldado por um ganho de crédito político regional, continental e internacional.


Analise do jornalista em assuntos africano Allien Yero Embalo sobre a Visita do Presidente Ruandês Paul Kagame.


 Rádio África fm News