Fonte: ditaduraeconsenso.blogspot.comA propósito do que se tem dito ou tentado indicar, atentatórios do bom nome, da autoridade moral e segurança física do Camarada Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC.
O regresso ao país do Camarada Domingos Simões Pereira tem sido atacado de várias formas e em diversas frentes. Percebe-se sem quaisquer dúvidas que o regime contava impedi-lo, fazendo uso de ameaças e acusações, baseadas em fabricações e montagens, intimidações e agressões. Recorreu-se a tudo, incluindo expedientes grosseiramente orquestrados, como um suposto mandato de captura internacional, accionado mal anunciada a sua intenção de regressar ao país, e um mandado de detenção que deveria ser executado à minha chegada a Bissau, no passado dia 12 de Março.
Gorada essa intenção, e rendidos à evidência do extraordinário acolhimento que os populares reservaram à sua chegada, tiveram de se virar para o expediente da calúnia, da instrumentalização étnica e religiosa e de falsas acusações de pretensas tentativas de desestabilização que, a existir, são do conhecimento e controlo exclusivos de quem as pronuncia.
É triste constatar que, em pleno século XXI, há concidadãos guineenses, que entendem ser normal questionar o direito de outros guineenses viverem neste chão, em paz e tranquilidade. É lamentável sentir a necessidade de informar aos mesmos, que o Camarada Domingos não tem para onde ir, não dispõe de outra pátria e, não tem intenção de abdicar do seu quinhão e dos direitos, civis e políticos que lhe assistem.
Compreende-se perfeitamente que seja nesta altura o bode expiatório preferencial e conveniente, que é evocado por todos quantos sintam a necessidade de justificar a sua mudança de posição com relação à situação política prevalecente no nosso país. Compreende-se sobretudo quando essa missão subserviente é recompensada com ganhos materiais e vantagens que devem ser substanciais. Que tenham bom proveito e façam um bom uso, não que corresponda ao seu preço, pois valem muito mais, só ainda não se deram conta, mas ao nível da sua motivação para a luta que se dizia e que se acredita ser comum. Quem um dia voltar a se alinhar com a verdade, encontrará o PAIGC e o seu presidente na senda da defesa e afirmação de um Estado de direito democrático, e ao serviço do povo guineense, sem hesitações nem reticências.
Esta nota, não pretende por isso, responder às provocações, pois a maioria dos que acusam o nosso Presidente nem esperam resposta, serve-lhes e basta-lhes provar o cumprimento da missão que lhes foi incumbida. Esta nota é dirigida às guineenses e aos guineenses de boa fé e coração, para evitar que mais uma vez, de tanto repetidas, as mentiras se convertam em factos e verdades.
Desde logo perante a insinuação de que o Camarada Presidente, a direção a que preside e o próprio PAIGC exercem controlo sobre os animadores das páginas das redes sociais, nas opiniões que emitem sobre os temas da nossa atualidade política. Pode até fazer sentido tal evocação, para dar combustível à avalanche de ataques a que essas entidades estão permanentemente expostas, incluindo a família do Camarada Presidente, todo o circulo familiar e de amigos e o partido. Mas não pode deixar de demonstrar uma enorme ignorância para com a natureza das redes sociais e a forma distinta de estar na vida e exercer política do nosso Presidente. Todos sabem, que o seu credo é ter capacidade e coragem para enfrentar os medos, o que começa e termina pelo próprio dizer diretamente o que precisa ser dito, sem equívocos, nem encomendas.
Com respeito aos fulas, a quem se saúda e se cumprimenta, manifestando todo o respeito e consideração. A afirmação que se tenta deturpar e instrumentalizar, já dura de há muitos meses, e que aqui se repete agora, alto e bom som para todos os que querem de facto escutar e entender: o camarada Presidente afirmou que seria sempre contra e enfrentaria sem reservas toda a afirmação da supremacia étnica, racial ou religiosa, seja de que grupo fosse. Na altura, circulava um vídeo que apelava à constituição de uma nação desse grupo étnico. Afirmou então, que cada um dos países desta sub-região tem uma ramificação deste importante grupo social, perfeitamente integrado na sua respetiva sociedade e na nação em construção. Mas a ideia de uma nação étnica transfronteiriça, é um atentado à nossa existência coletiva, que temos de ousar contrariar e combater. Desde esse pronunciamento público, muitos casos similares têm sido identificados e tratados em toda a nossa sub-região. Talvez se devesse surpreender era do silêncio, que se torna cúmplice, de muitos líderes dessa comunidade, que, pela sua elevação e clarividência, têm a obrigação e o dever de denunciar essa manipulação popular e contribuir para o apelo à unidade nacional, para uma Guiné-Bissau una e indivisível. O PAIGC é também um partido dos fulas, como é dos mandingas, dos balantas, dos papeis e manjacos, dos felupes e mancanhas, dos beafadas e bijagós, de todas as raças da nossa guiné, por isso não nutre nenhum sentimento nem ataque a qualquer grupo social ou religioso, mas apela continuamente à unidade e coesão nacional.
Em relação ao reconhecimento do Presidente da República, talvez seja necessário enfatizar que, até para fazer frete é preciso ter alguma decência e prestar um serviço mais cuidado. No fim de uma longa entrevista, o jornalista questionou ao Presidente do partido, se estaria disposto a se sentar com o Presidente da República para dialogar e encontrar uma solução para a situação política do país. Em resposta o PP afirmou a sua disponibilidade para dialogar com todas as forças vivas e atuantes no país. Ressalvou, no entanto, lamentar que seja a própria pessoa proclamada como eleita pelo STJ, a impedir que seja tratado como o Presidente de todos os guineenses, e portanto, também dele, ao recusar a tomada de posse conforme estabelecido pela constituição da República, ou seja, perante uma ANP legalmente constituída, e ser investido pelo respetivo Presidente. A existir desrespeito à pessoa ou ao cargo é evidente que parte da aberração constitucional prevalecente e que é um perfeito atentado ao Estado e à República, o que o PAIGC e o seu presidente se recusam a apoiar.
Quanto à afirmação da sua indisponibilidade para sequer olhar para o Presidente de um outro partido, essa é uma mentira mais que velada, é arrepiante. Quem conhece o PP sabe que não é homem para tais proposições. No momento em que o autor dessa farsa, manifestava a sua disponibilidade para apoiar a candidatura do PP, afirmou que o fazia porque o seu líder partidário estava apoiando a candidatura adversária e que estaria do outro lado se ele estivesse deste. Dessa conversa, deduzir a afirmação de nunca querer se avistar com o outro líder político, revela uma maldosa e repugnante imaginação.
A opinião pública certamente ainda se lembra do convite formulado pelo PAIGC a esse partido para a formação do governo em 2015. Na altura, os jornalistas questionaram, se voltava a confiar nesse partido depois do que tinha acontecido anteriormente. A resposta do PP foi clara, de que não julgava outros partidos políticos. Que podia não gostar da atuação de uns ou de outros, mas tinha a obrigação de compreender e manter a disposição para dialogar e estabelecer compromissos, se isso fosse em serviço do país. Esta clareza no pensamento e na ação do PP perturbam a muita gente e é o que instiga à procura de mecanismos para complexar o entendimento das massas e desviar sua atenção do essencial, que é a desgraça em que toda a nação se encontra.
Quanto ao alarido que se ouvem estes últimos dias relativos à suposta participação numa reunião no interior do país se confessa absoluta estupefação. Se desconhece a existência de restrições em matéria de reuniões ou de encontros aplicáveis em partes do território nacional e a determinadas entidades, sobretudo perante o que se tem assistido da continua e persistentemente exibição dessa mesma ligação, em força e prepotência. O PAIGC e o seu Presidente têm acautelado o estrito cumprimento das leis, mas não aceitará a subtração dos direitos civis e políticos, incluindo o direito à liberdade de reunião e de expressão. Esses direitos estão consagrados na constituição, pelo que exortam as suas estruturas a reforçar a sua vigilância e mobilização e requisitar o acompanhamento de todas as forças progressistas nacionais, assim como a monitorização das estruturas internacionais competentes.
Finalmente, lamentar o desafio que se tenta lançar quanto à proveniência e origens do nosso Presidente, que se apresenta simplesmente como Guineense, de alma e coração, mas que conhece profunda e detalhadamente as suas raízes e proveniências, das quais se orgulha e que não tem intenção de negociar e muito menos de condicionar, deixando que essas mentes perversas e alienadas acabem de pôr a nu suas intenções macabras e divisionistas que o povo guineense saberá a seu tempo, enfrentar e vencer.
Bissau, 21 de abril de 2021.
Sob controlo e instrução do Presidente do Partido
O Secretario para a Comunicação.